Manuscrito encontrado em uma Garrafa e os Crimes da rua Morgue

Manuscrito encontrado em uma Garrafa e os Crimes da rua Morgue Edgar Allan Poe




Resenhas - Manuscrito encontrado em uma Garrafa e os Crimes da rua Morgue


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z..... 16/06/2019

Coleção Aventuras Grandiosas (Editora Rideel)
A edição não é a única com contos de Poe na coleção. Ponto para os editores, que também valorizaram textos de leitura empolgante nessa adaptação infantojuvenil.

Os dois contos tem em comum descobertas impactantes e inusitadas diante do desconhecido.

"Manuscrito encontrado em uma garrafa" é aberto a diferentes interpretações em seu surrealismo esquisito e funesto. Dá sensação de descoberta tardia sobre conceitos de vida. Existiam mais mistérios entre o céu e a terra do que supunha a vã filosofia... Coisa de Shakespeare, pragmaticamente ignorada pelo protagonista no que vemos em relação ao ceticismo, aparente misantropia e materialismo em que vivia. O desenrolar surreal provoca-lhe descobertas, mostrando direcionamento à fé, percepção da solidão e vontade de compartilhar a experiência e redirecionamento, no que aparenta ser tardio, como caminho sem volta rumo a morte...
Fico com esse parecer, o que guardei do subjetivismo.

"Os crimes da rua Morgue" é conto amplamente conhecido, que se assemelha ao anterior em descoberta impactante também, até então inimaginável para o racionalismo científico do protagonista. Acho que dá para aplicar aquela frase de Shakespeare para ele também... O sujeito é uma mente brilhante na metodologia científica e através dela chega a resolução do caso. A surpresa não é surrealismo na área espiritual e sim na lógica dos fatos que, às vezes, fazem-nos perceber que existem diferentes contextos e realidades fora do que habitualmente conhecemos.
Já disse isso para pesquisadores que se mostravam extremamente confiantes só em seus conceitos e capacidades.
É um conto policial com desfecho inusitado.

Esses contos fazem a gente viajar e quero estender a resenha em certos devaneios, mas sem deixar de enfatizar que são exercícios imaginativos...
No primeiro conto podemos percebe algo espiritual e algo material.
O materialismo está na disposição inicial do protagonista, mas também se expressa no contexto de aparente valorização da ciência, afinal, o sujeito embarca numa colossal embarcação, que interpreto como alusão ao cientificismo em ebulição de diferentes maneiras no século 19. Mas quem disse que isso, a ciência, encerra tudo, como se fosse toda verdade, todo conceito... Foi o que o protagonista descobriu...
Não dá para deixar de correlacionar também o conto com a história do Titanic... Acho que qualquer leitor é tendencioso a esse insight... Tem o supernavio, o iceberg, a percepção da morte e o materialismo de ovação orgulhosa à ciência, com percepção pragmática, a duras penas, de que entre o céu e a terra...
E num devaneio final nesse conto, lembrei da história do Rico e Lázaro contada por Jesus... O rico manifestou certos comportamentos do conto e, num impacto tardio, desejou compartilhar suas descobertas com familiares, mas era tarde, tarde demais... Similar ao protagonista, onde o título do conto expressa a mesma vontade de compartilhamento no momento de catarse... Do inferno o Rico quis se pronunciar, assim como do fatídico navio o protagonista do conto desejou lançar sua mensagem na garrafa para o mundo, quando não teria mais oportunidade de viver o que percebera...

Já sobre o segundo conto, lembrando que o parecer é exercício imaginativo, Poe parece também entrar na onda do cientificismo... Orangotango era coisa recém descoberta e ainda desconhecida para o público em geral... Trouxe e revelou para seus leitores essa novidade....
Viajando na maionese ainda, como é óbvio para os leitores, o conto pode ser considerado prenúncio para Sherlock Holmes através da metodologia investigativa do detetive Auguste Dupin, apesar de Conan Doyle ter descaradamente tentado disfarçar (colocando sua personagem em momento de desdenha ao detetive Dupin em seu livro).
Viagem maior na maionese é o fatalismo profético, forçando também a barra para correlacionar, que alguns podem ver em relação a Jack, o estripador... Apenas no que se relaciona a crime sinistro, que atingiu mulheres, com terrível uso de arma branca, promovendo alarde popular... Ah, nada a ver, né! Porque Poe esclareceu os fatos em seu conto... Já o Jack, está naquela cota shakespereana de mais mistérios entre o céu e a terra, coisa e tal....

Se escrevi muita bobagem é porque gostei bastante dos contos.
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