Paulinha 18/07/2017
Insurgente
Logo de início fui envolvida pelo ritmo de ação e suspense de Insurgente. Tris, nossa protagonista, precisa decidir em quem confiar. De um lado temos um grupo que anseia a queda do poder atual e que vê na guerra política estabelecida entre as facções a oportunidade certa para iniciar uma grande rebelião, e do outro lado um grupo que luta com todas as suas armas para controlar e proteger uma de suas maiores riquezas: o conhecimento. Entretanto, a grande questão para Tris não parece ser como vencer a guerra, mas sim o que a desencadeou, e exatamente por esse motivo os instintos de nossa protagonista a levam a caminhos contrários aos daqueles que ela ama, colocando a jovem em uma posição em que ela precisa decidir não só por qual lado lutar, mas também pelo que e por quem se sacrificar.
Em Divergente o foco da história estava no treinamento e nos mistérios que envolviam a personalidade peculiar de Tris. Já em Insurgente uma guerra está iniciando, levando a jovem a sair do centro de treinamento e lutar com todas as forças pelo bem daqueles que ama. Eu acho incrível o sexto sentido que essa personagem tem, mas o mais admirável nisso é a maneira como ela lida com suas habilidades, de uma forma discreta, pensativa, direta. Além da mudança de cenário, do fortalecimento do clima de ação, e do crescimento do foco político e social da trama, a autora também aborda com destreza os segredos que cada um dos seus personagens carrega, colocando em jogo a confiança que podemos depositar em cada um deles. E por esse motivo, vemos o romance de Tris e Quatro passar por inúmeras provações, oscilando constantemente entre o amadurecimento amoroso e o afastamento emocional, de forma que ao mesmo tempo em que eles se aproximam cada vez mais, eles também constroem um abismo entre eles ao tomarem decisões individuais.
Romance, suspense, ação, dramas políticos... Como não amar tudo isso? Insurgente me abocanhou completamente, me emocionando, me chocando, e me deixando ansiosíssima por sua continuação. Nesse livro a narrativa da autora está muito mais intensa, de forma que cada laço criado ou desfeito compadece e assusta o leitor de uma maneira inexplicável, o que me leva a dizer o quão inteligente a autora é, e o quão apaixonada por essa trilogia ela me deixou.