Marc 28/04/2014
Boas histórias costumam sair das mãos de escritores experientes, ou ao menos dos mais conscientes dos limites e possibilidades da área. Joss Whedon é um ótimo exemplo disso. Para quem não é leitor assíduo, mas que eventualmente gosta de ler uma história de heróis, como eu, a principal exigência é que não seja uma perda de tempo. E tanto o primeiro arco (“surpreendentes x-men: superdotados”), quanto esse, são ótimas histórias.
Nada que vá mudar a maneira como lemos histórias em quadrinhos, mas quando o escritor sabe o que está fazendo, a confiança antes de começar é maior. E acredito que apesar de iniciar como uma história banal, Whedon soube conduzir à revelação final. Tudo leva ao paradoxo moral do professor Xavier, embora só fiquemos sabendo praticamente no final da história. Por essa razão, para quem procura apenas divertimento, não há decepção, são muitas páginas de aventura. Mas também não decepciona quem espera algo mais, porque tem essa questão com o professor Xavier. A diferença para outras histórias da Marvel que não gostei muito é a perfeita consciência do autor. Ele sabe que é apenas uma história em quadrinhos, de heróis ainda por cima, e não perde tempo desenvolvendo uma tese sobre a moralidade do professor. Ao contrário, embora as consequências sejam abrangentes para todos os x-men, o tema surge como um problema de caráter. Dessa forma, resolvido o problema sobre a necessidade de desenvolvimento além do necessário na história.
Podemos até não gostar de quadrinhos, ou ao menos desse tipo de história, mas não dá para ignorar quando um escritor capacitado foge da mesmice do ramo.