This Immortal

This Immortal Roger Zelazny



Resenhas - This Immortal


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Alessandro 25/04/2014

Um livro um tanto desconhecido, mas que mereceu dividir o Prêmio Hugo com Dune!
This Immortal, publicado pela primeira vez como …And Call me Conrad, é um livro de ficção científica do autor americano Roger Zelazny. Foi o vencedor do Prêmio Hugo de Melhor Romance de 1966, empatando com Dune de Frank Herbert. Dune, sem sombra de dúvidas, é um dos melhores livros de ficção científica do século 20, sendo o responsável por finalmente levar as Space Operas à maturidade. Apenas o fato de ter empatado com Dune é uma excelente indicação de que deve tratar-se de um bom livro.
Mas o que será que Zelazny escreveu nesse seu primeiro romance para conseguir empatar com a obra prima de Frank Herbert? Será que os jurados do Hugo estavam usando algum poder de presciência estimulado pela melange de Dune?
É difícil escrever sobre este livro sem estragar a surpresa, mas vou tentar:

A estória é narrada em primeira pessoa por Conrad Nomikos, um representante do Escritório de Artes, Monumentos e Arquivos, que recebe a ordem de conduzir um alienígena do Império Vegano em um tour pelas ruínas da Terra, após nosso planeta ter sido devastado por uma guerra nuclear conhecida como Os Três Dias. Agora a população terrestre é de apenas 4 milhões, e enfrenta sérios problemas com uma grande variedade de espécies mutadas.
Os alienígenas humanóides do sistema planetário de Vega, de pele azul, veem o planeta Terra como um interessante ponto turístico e divertem-se com a cultura e história da humanidade, sendo que a propriedade de quase todo o planeta agora é deles. O que restou da humanidade foi abrigada em seus mundos, exercendo trabalhos braçais ou prostituição, restando apenas uma pequena colônia em Marte e outra em Titã, sendo que os humanos que vivem na Terra vivem em condições ainda mais precárias.
Conrad Nomikos é um homem com um passado do qual não gosta muito de falar, e recebe a tarefa de mostrar a um influente vegano as ruínas da Terra. Conrad torna-se um relutante protetor da vida desse vegano, ao descobrir que um grupo de retornistas membros do grupo subversivo conhecido como Radpol pretende assassiná-lo. Conrad sabe que a vida do vegano é importante, mas agora precisa descobrir o por quê.
Ao visitarem o sítio arqueológico de Gizé, o vegano fica horrorizado ao descobrir que a grandes pirâmides estão sendo desmontadas, para utilização das pedras como material de construção, e o mais curioso é que o processo está sendo filmado e então será rodado de trás para frente para simular como deve ter sido o processo de construção das pirâmides. Sem dúvida é um dos pontos altos do livro, cheio de humor e ironia.
Conrad é um personagem muito interessante: identificado por sua amante Cassandra como um possível Kallikantzaros, uma figura mitológica da Grécia, uma espécie de goblin que vive no subsolo mas que vem para a superfície durante os doze dias do natal, de 25 de dezembro à 6 de janeiro, sendo o nome uma composição de kalos-kentauros, lindo centauro. Cassandra, assim como a figura mitológica, mostra a habilidade de prever o futuro, mas nunca é acreditada. Conrad também pode ser um antigo herói da Radpol, o Karaghiosis.
O motivo de Conrad ter uma vida extraordinariamente longa não é muito bem explicado no livro, mas é dada a dica de que talvez se trate de uma mutação devido à radiação, ou então uma explicação mais fantástica: trataria-se do Deus Pan. Assim Zelazny desejava manter o motivo da longevidade de Conrad em aberto para combinar de certa forma ficção científica com a fantástica.
Algumas das dicas de que Conrad possa ser o Deus Pan são o sobrenome de Conrad, Nomikos (parecido com Nomios que é um dos nomes de Pan), o fato de tocar uma syrinx (uma flauta de Pan), de provavelmente ser imortal, e possuir uma aparência desfigurada.
De certa forma, Conrad Nomikos é um protótipo para outros personagens futuros de Zelazny, como Corwin, o deus com amnésia de As Crônicas de Amber, e Sam em Lorde da Luz – ambos humanos com falhas que também são super humanos com falhas.
Zelazny brinca nesse livro com a mitologia grega, conseguindo criar uma ambientação muito interessante, assim como o fez em Senhor da Luz com o panteão hindu.
Essa ambiguidade e indefinição em relação à Conrad serve como um lembrete para os leitores de que para ser um herói o importante não é o que você é, mas o que você faz, e o que o define são as suas ações e código de ética. Hoje em dia, num mundo cheio de corrupção, ganância e egoísmo, precisamos cada vez mais de lembretes como esse para nos lembrarmos do que realmente é importante na vida.

site: http://leiturasparalelas.wordpress.com/2014/04/25/this-immortal-roger-zelazny/
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