Fran 10/06/2020
Uma história de força feminina
"Sou uma historiadora de mulheres, de teu lugar na sociedade e de sua luta pelo poder. Quanto mais lia sobre Jacquetta, mais ela me parecia o tipo de personagem de que gosto: uma mulher negligenciada ou renegada pela história tradicional, mas que é revelada quando as evidências são reunidas."
Esta nota de Philippa Gregory sobre sua obra, A Senhora das Águas, explica bem o que é esse livro: um verdadeiro tributo a mulheres que, embora tenham sido esquecidas pela história oficial, foram tão ou mais importantes que muitos dos homens com os quais conviveram.
Eu AMO romance histórico e, neste gênero, Philippa Gregory é uma das minhas autoras favoritas, principalmente por lançar esse olhar feminino sobre a história e por ter uma escrita viciante e gostosa de ler.
Misturando fatos históricos e pinceladas de ficção, a autora nos conta o início da Guerra das Rosas através dos olhos de Jacquetta de Luxemburgo: descendente de uma das mais nobres linhagens francesas e esposa do duque de Bedford, tio do rei Henrique VI da Inglaterra.
Após a morte de seu marido, Jacquetta coloca em risco sua fortuna e prestígio como membro da família real inglesa para se casar, por amor, com um homem abaixo de sua posição. Mais tarde, como uma das principais damas de companhia da rainha Margarida de Anjou, ela vivencia de perto um dos períodos mais turbulentos e sangrentos da história da Inglaterra: a guerra entre as casas de Lancaster e York.
Além da própria Jacquetta, neste livro conhecemos um pouco da história de outras mulheres, principalmente da emblemática Margarida de Anjou, uma rainha odiada por seu povo, mas com muito mais força que o rei, seu marido. A obra também traz muitas alusões à "caça às bruxas" medieval, e à visão da época de que qualquer mulher com um pouco mais de conhecimento deveria, de alguma forma, estar ligada à magia e ao demônio.
Adorei o livro é já estou aqui me preparando para ler os outros volumes da série.