spoiler visualizarJack 25/01/2022
Hollows à meia noite é mais iluminada que o próprio sol.
O bairro que mistura seres mitológicos e humanos se acende por questões de segurança.
Após um vírus letal erradicar 2/3 da humanidade, os impercebidos imunes, que por muito tempo viveram escondidos, sentem-se seguros para se revelar: bruxas, vampiros, fadas, lobins, pixies...vivendo lado a lado com humanos, ensinando em suas escolas, mantendo seus jardins e preparando seu alimento.
Nascida já num mundo pós virada, onde duas forças de segurança se estabeleceram para manter a ordem entre humanos e impercebidos, Rachel Morgan atua como uma caça-recompensas para a SI (Segurança dos Impercebidos), que fiscaliza as atividades dos não-humanos. Infeliz e entediada com seu emprego, Rachel deixa a agência em busca de reconhecimento, decidindo agir de forma autónoma. Com sua saída, arrasta mais dois agentes: Ivy Tamwood, uma vampira "vegetariana" e a melhor agente da SI; e Jenks, um pixie mal humorado e extremamente eficiente. A saída de Tamwood irrita a diretoria da SI, porém sua família influente e sua riqueza pagam sua liberdade. Mas ainda assim, alguém precisa ser punido, pois a política da agência é clara e sanguinária: ninguém abandona a SI. Os únicos que tentaram acabaram explodidos depois, de maneiras misteriosas.
Enfim, a agência volta seus esforços para a bruxa, que com a cabeça a prêmio, inica uma corrida maluca para salvar a própria pele enquanto caça um chefão de biodrogas, acreditando que entregá-lo a SI pagará o preço por sua própria cabeça.
A trama é lenta nas primeiras páginas, mas não demora a engatar. A escrita narrada em primeira pessoa não é das mais envolventes. Rachel, que na sinopse é descrita como sexy, poderosa, eficiente e determinada, mostra-se sem graça, magricela (segundo a narradora), arrogante, imatura e incapaz de resolver os próprios problemas sozinha. Passa toda a trama sendo salva por um pixie do tamanho de um polegar e uma vampira que ela praticamente abomina, mas que no fim, são seus únicos amigos. Mais tarde junta-se ao trio Nick Sparagamos, um humano que esteve preso em forma de rato por meses, até ser "resgatado" por Rachel.
Eu diria que a história começa a ficar interessante a partir da apresentação de Trent, o chefão das drogas que Rachel tenta, sem sucesso, capturar.
Astuto, charmoso, elegante e discreto, Trent é clássico mafioso do colarinho branco. De longe o personagem mais bem desenvolvido.
É bem verdade que a autora deixa várias iscas ao longo da trama que nos faz querer acompanhar os próximos volumes, por exemplo:
O QUÊ é Trent Kalamack? Humano, impercebido ou algo que ainda não conhecemos? E o que ele sabe sobre o pai da Rachel?
Por que Ivy se preparou e aguardou pacientemente para ter Rachel ao seu alcance?
Seria Nick Sparagmos um humano praticante da tão repulsiva magia negra ou apenas um estudante inofensivo de demonologia para cumprir a grade curricular? Se sim, por que teria ele sido detido pelas forças de segurança que atua com humanos?
São essas pequenas questões que quase nos obrigam a continuar a trama.
Essa leitura me levou de volta aos meus quinze anos, de romances vampirescos e fantasia água com açúcar.