Juliana.Magaldi 15/09/2020O Sol na banca de revista....Como escrever uma resenha de um livro que te virou do avesso.... Tarefa difícil, mas muito importante porque acredito que esse livro tocará da mesma forma muitas outras pessoas. Há muito tempo não lia nada ambientado nos anos de chumbo. Recentemente, chorando pela morte de Sirkis, folheei Os Carbonários meu livro favorito quando tinha 16 anos, mas não mergulhei de fato neste universo.
As Rosas e a Revolução de Karina Dias me transportou para 1968 e me colocou ao lado de Vilma uma menina de 17 anos, filha de um Coronel do Exército que descobre o horror da ditadura e vê todo o mundo que conhecia ruir. Mas, em meio a todo aquele descalabro ela também é apresentada ao amor na figura da revolucionária de Alda.
O autora foi corajosa ao construir uma narrativa de testemunho. Vivemos cada evento marcante de 68 a 84 olhando de dentro. Envoltas na trama as pessoas morrem, são exiladas e sofrem os horrores da ditadura. Ao lado disto vemos a luta de Vilma em viver plenamente as suas escolhas e a sua sexualidade. As duas batalhas por liberdade se irmanam de forma sensível e delicada.
Além destes dois fios condutores ainda temos personagens secundários apaixonantes. Armando, tio de Vilma, encarna o engajamento, a ética e a serenidade. Um pacifista, apaixonado pelo pais, pelos alunos e que muda a vida de Vilma muito positivamente. Hanna, Alice, Olavo, Beto, Vando e todos que pontuam a história trazem tons e elementos importantes.
Não acredito que será um livro amado por todos para quem eu indicar, mas tenho certeza que encantará a todos que mergulharem de coração aberto. As cenas de amor são belíssimas e intensas. Os momentos de dor são agudos. E, principalmente, a emoção transborda de todas as páginas.
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