Mares de Sangue

Mares de Sangue Scott Lynch




Resenhas - Mares de Sangue


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Carlin 30/03/2023

Muuuuuito bom
"Que os ladrões prosperem, e que os ricos se lembrem"

Obra de arte, pra mim conseguiu superar o primeiro que já foi excelente
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ricardo_22 19/12/2014

Resenha para o blog Over Shock
Mares de Sangue, Scott Lynch, tradução de Alves Calado, 1ª edição, São Paulo-SP: Arqueiro, 2014, 512 páginas.

Logo após a batalha em Camorr, os Nobres Vigaristas deixam a cidade em direção a Tal Verrar, onde querem se recuperar e planejam voltar ao que sabem e gostam de fazer: roubar dos ricos e ficar com toda a grana. O alvo dessa vez é a Agulha do Pecado, a mais exclusiva casa de jogos do mundo, onde trapacear é o mesmo que assinar uma sentença de morte.

Mas após dois anos elaborando o melhor plano para conquistar o objetivo, as intenções dos Nobres Vigaristas são descobertas por Stragos, o líder militar verrari que quer se aproveitar deles para alcançar seus próprios desejos. Quando isso acontece, eles acabam envolvidos em uma aventura pirata e precisam enfrentar um dos maiores desafios até então: não saber nem mesmo como começar a liderar um navio.

“Durante um tempo, observaram Tal Verrar ficando para trás, a aura dos Degraus de Ouro e o brilho de tocha da Agulha do Pecado sumindo atrás da massa mais escura do crescente sudoeste da cidade. Depois, passaram pelo canal de navegação nos recifes de vidro, indo para o Mar de Bronze, para o perigo e a pirataria. Para incitar a guerra e trazê-la para a conveniência do Arconte” (pág. 245).

A série Nobres Vigaristas, que em As Mentiras de Locke Lamora demonstrou um potencial incomparável, precisou de apenas um segundo volume para afastar todos os tipos de comparações e, mais do que isso, criar sua própria identidade. Mares de Sangue é o tipo de continuação que todos os escritores querem escrever, mas poucos conseguem concretizar, por isso Scott Lynch entra para um seleto grupo de escritores incríveis.

O intervalo de dois anos entre as duas aventuras não foi de completa inatividade. Depois de toda a confusão em Camorr, os Nobres Vigaristas iniciaram seus planos para uma nova ação e a princípio esse é o foco do livro, mostrando o novo estilo de vida dos protagonistas, bem como as personagens que atualmente estão interpretando. No fundo, apesar das surpresas preparadas por Lynch, sabemos que isso faz parte apenas de uma preparação para algo muito maior.

Para apresentar os acontecimentos dos anos anteriores, o autor se utiliza de reminiscências — apenas na primeira parte —, diferente do primeiro livro, quando interlúdios apresentavam o passado e a construção das personalidades dos protagonistas. Seja no presente ou no passado, novos lugares são exploradas, como Tal Verrar, além de povos e costumes originais, provando a identidade própria do universo em que tudo se passa.

Como o título e a capa sugerem, Mares de Sangue tem como diferença significativa as aventuras marítimas. Apesar de lentas, ao menos nos momentos iniciais, tudo é narrado para empolgar quem gosta e conquistar quem não aprecia aventuras piratas, por exemplo. O principal motivo de isso acontecer é que Locke Lamora está distante de sua zona de conforto e precisa ir muito além, se arriscando em suas trapaças por um bem maior.

site: http://www.overshockblog.com.br/2014/12/resenha-299-mares-de-sangue.html
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Poly 21/01/2015

Vale a leitura!
Locke e Jean estão de volta. Após dois anos desde que eles saíram de Camorr eles chegam a Tal Verrar para aprontar mais.
Roubar está no sangue deles e eles não iriam para outra cidade apenas de férias, não é mesmo?
Na bela cidade de Tal Verrar eles armam um plano bastante ousado: roubar a casa de jogos mais exclusiva mundo, a Agulha do Pecado, e seu dono Requin. Tentar qualquer tipo de crime contra o local é o mesmo que assinar sua sentença de morte. Requin é um homem poderoso e todos que tentam lhe roubar é jogado da janela mais alta depois de perder uma das mãos. Requin guarda essas mãos como troféu e para provar ?quem manda? no local.

Quando não se pode trapacear no jogo, é melhor encontrar um modo de trapacear o jogador.
P. 65

Quando está tudo pronto para eles aplicarem o golpe, o destino muda a sua sorte e eles se envolvem em uma aventura muito maior. Eles são forçados a entrarem no plano do Arconte, uma espécie de líder militar, que pretende tomar o governo e se veem na maior enrascada de suas vidas.

Mas os romances não são reais, e certamente nunca foram. Isso não tira parte do sabor?
P. 72

O Arconte decide usar Locke e Jean em uma guerra pirata e os dois precisarão de todas as suas habilidades de interpretação que adquiriram ao longo dos anos como ladrões.
Eles ganham um navio e uma tripulação e precisam fingir que estão no comando, mesmo não entendo nada de navegação, nem das superstições que envolvam navegar.

- Segundo, é um tremendo azar partir sem ter gatos a bordo. Não só porque eles matam os ratos, mas porque são as criaturas mais orgulhosas que existem, no seco ou no molhado.
P. 194

Tudo de errado acontece no navio e o tempo todo somos instigados a acreditar que finalmente chegou o fim dos Nobres Vigaristas. A tensão é muito grande e o desejo de não parar a leitura é enorme!
Há muita aventura, como acontece no primeiro livro, mas há também um pouco de romance e a presença de mulheres inteligentes na estória. E o humor do Locke continua afiado, então prepare-se para ótimos momentos de diversão.
Scott Lynch faz uma trama tão bem amarrada e cria um cenário maravilhoso e um novo universo mágico e cheio de detalhes que é impossível ler e não se imaginar no lugar.
Não é uma leitura rápida, diversas vezes tive a sensação de que não avançava em nada na leitura, mas é assim mesmo. O livro é riquíssimo em detalhes e prestar atenção em todos eles é essencial.

- ?Paredes frias não fazer uma prisão? ? recitou Jean com um sorriso. ? ?nem algemas de ferro fazem um escravo?.
P. 280

Achei a capa lindíssima, combinou perfeitamente com a trama e a diagramação interna é muito bem feita. Não é apenas um livro para ler e deixar para lá. Este é um desses livros que a gente tem o prazer de manter na estante.
Achei a leitura de As mentiras de Locke Lamora mais fácil e rápida e esperava o mesmo com esse livro, mas me decepcionei neste ponto.
Não foi uma leitura ruim, mas eu esperava ler em 2 dias e li em 2 semanas, bem mais do que minha meta usual de leitura, mas valeu à pena e agora espero ansiosamente pela continuação.
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Livros e Citações 24/06/2015

Entrou para a prateleira dos favoritos!
Autor: Scott Lynch
Editora: Arqueiro
Páginas: 512
Classificação: 5/5 estrelas

http://www.livrosecitacoes.com/resenha-arqueiro-mares-de-sangue-scott-lynch/

Essa resenha contêm spoilers do primeiro livro!

Mares de Sangue é o segundo livro da saga Nobres Vigaristas. Após quase não saírem vivos da batalha brutal que ocorreu em Camorr, o vigarista Locke Lamora e o seu melhor amigo, Jean Tanner, fogem da cidade e desembarcam em Tal Verrar, uma cidade exótica que oferece várias possibilidades para continuarem sua carreira criminosa.

O alvo da vez é a Agulha do Pecado, a mais famosa e exclusiva casa de jogos do mundo, sendo que qualquer pessoa pega trapaceando é punida com morte, exatamente o tipo de desafio que Locke não consegue resistir. No entanto, existem forças ocultas trabalhando contra Locke e Jean e as coisas não vão sair tão bem como eles planejaram.


Sabe aquele autor que te deixa com raiva por todas as sacanagens que ele faz os personagens passarem, mas não te deixa largar o livro por um minuto porque você mal pode esperar para ver o que vai acontecer? Bem, Scott Lynch é esse cara e só digo que ele já conquistou um enorme espaço no meu coração e na minha estante.

A escrita de Lynch continua primorosa e a trama vai se construindo aos poucos, mas em nenhum momento a leitura se torna enfadonha ou cansativa. Ao contrário, os momentos de tensão e ação são diversos, me deixando ansiosa para terminar o livro e descobrir o que estava para acontecer. E para ajudar a aliviar a tensão há vários momentos engraçados e o sarcasmo rolou solto diversas vezes, principalmente se ele saia da boca de Locke Lamora, me deixando ainda mais apaixonada por esse ser irritante e arrogante, mas muito charmoso personagem.

Nesse livro, Lynch nos leva a aprofundar mais o mundo de Locke, construindo cidades que são tão ricas e envolventes como Camorr, cheias de costumes e tradições diferentes, mas não menos fascinantes e intrigantes. O local dos golpes desta vez é Tal Verrar, uma cidade portuária que parece calma na superfície, mas na realidade é cheia de segredos e armadilhas, algo que os vigaristas acabam apreendendo da pior maneira.

"Sabe de uma coisa? Eu apostaria que, contando as pessoas que estão nos seguindo e as que estão nos caçando, nós viramos o principal meio de emprego desta cidade. Toda a economia de Tal Verrar está baseada agora em foder com a gente."

Mas não é por menos, já que os vigaristas parecem fazer inimigos por qualquer lugar que passem; primeiro os nobres de Camorr, depois os Magos Servidores e agora Requin e Stragos. Assim, é interessante e engraçado ver nossa dupla favorita tentando sobreviver no meio de uma guerra silenciosa entre duas facções diferentes, a Priori e o Arconte, que querem por tudo o comando da cidade e não se importam de usá-los para chegar a esse fim.

Ademais, os personagens parece criar vida conforme a história vai desenvolvendo, principalmente nossos protagonistas, Jean e Locke, que tem sua amizade colocada a prova em várias situações, mas também vemos o amor e confiança que constitui uma das relações mais sólidas da história e da saga como um todo. E preciso destacar novamente como mulheres são tão bem representadas nas histórias de Scott, nesse volume nós temos Zamira Drakasha, a capitã do navio Orquídea Venenosa, e sua tenente Ezri Dalmastro, que são personagens apaixonantes, inteligentes e que várias vezes roubam a cena. E em vários momentos é reconhecido que mulheres desse mundo possuem os mesmos direitos dos homens e que não deixam nada a dever em relação a eles.

"Só temos duas leis. A primeira é: que os ladrões prosperem….mas a segunda obrigação é a seguinte: que os ricos se lembrem."

Locke Lamora nunca foi um Robin Hood e nunca fingiu ser, mas neste livros vemos o quanto a persona do “Espinho de Camorr” faz parte dele e quanto os nobres vigaristas são fundamentais em uma sociedade em que tudo parece ser corrupto, onde os menos privilegiados tendem a sofrer nas mãos daqueles que tem mais poder. Então não é por menos ser recompensador ver Locke destruir a cidade no qual os nobres jogavam de maneira cruel e perversa com os pobres, demonstrando que os personagens não podem ser os mais santos, mas também não estão imunes a injustiça.

Ao todo, volto a repetir que Scott Lynch entrou para os prateleira dos favoritos e mal posso esperar para ler a continuação. Minha única reclamação é que o autor resolveu que Nobres Vigaristas será uma saga de sete livros, numa vibe meio George R.R Martin, e paciência não é lá minha melhor qualidade. De qualquer forma, se você quiser ler um livro repleto de ação, aventura, mentiras, intrigas e planos mirabolantes e geniais, então eu recomendo muito Mares de Sangue.

Resenha por: Debora

site: http://www.livrosecitacoes.com
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Chellot 19/01/2021

Corda no pescoço
Intenso e divertido. Locke Lamora e Jean Tamen foram magníficos em Mares de Sangue. No início, achei que o autor enrolava muito pra começar a ação. Queria logo singrar os mares, lutar contra piratas e roubar tudo o que fosse possível, mas precisava que Locke e Jean aprendessem a navegar e decorassem todos os termos náuticos e a utilidade de cada parte do navio.
Mas antes que pudessem içar velas, teriam que tratar dos assuntos na Agulha do Pecado, um lugar de jogatinas. "Se não se pode trapacear no jogo, trapaceie os jogadores". Mas quem fosse pego trapaceando teria um castigo nada prazeroso.
Os negócios dos Nobres Vigaristas com o Arconte só os fez afundaram em areia movediça. Detestei Stragos até o fim. Não há como ter piedade de uma alma podre como a do Arconte.
Quando chegou a hora de se lançar ao mar, por mais preparados que estivessem, Locke e Jean tiveram muitas dificuldades. Mas foi uma aventura inesquecível passar uma temporada no convés do Orquídea Venenosa. Só entendi o significado do título do livro bem mais à frente quando a "merda" foi jogada contra o ventilador por assim dizer. E foi doloroso ver Locke e Jean sofrerem.
Ao todo foi uma leitura magnífica que fez eclodir sentimentos intensos no leitor. Gostei muito e já quero ler o terceiro livro.
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Jemilly 10/08/2022

Que os ladrões prosperem e que os ricos se lembrem
Há alguns anos eu li a primeira aventura de os Nobres Vigaristas com o seu primeiro livro, As Mentiras de Locke Lamora, cujo qual eu acabei resenhando aqui. Eu passei alguns anos até ter vontade de continuar essa leitura e obviamente reli o primeiro para me localizar e, com certeza, me espantei de como minha visão para com a série mudou! Antes eu até tinha achado o livro bom, mas descritivo demais, agora talvez eu estava pronta para a escrita do Scott Lynch ou apenas amadureci meu gosto literário para abranger todos os aspectos da obra. Mas como eu já resenhei As Mentiras de Locke Lamora, hoje vim falar com vocês, leitores, sobre o segundo livro, Mares de Sangue, que conseguiu ser muito melhor (eu disse absurdamente melhor, dando mais ênfase).

"Locke Lamora estava para no píer de Tal Verrar, com o vento quente de um navio em chamas às costas e a picada fria de uma flecha de balestra no pescoço."


A partir daqui talvez tenha alguns spoilers do primeiro livro, então leiam antes de continuar.

Em Mares de Sangue Locke e Jean, depois de sobreviverem e destruírem os planos do Rei Cinza/Capa Raza, acabam tendo que sair de Camorr. Diferente do primeiro livro, em que a história vai intercalando entre o presente e a infância de Locke e seu treinamento com o Nobres Vigaristas, os momentos que intercalam esse livro são as partes presentes de um novo golpe que eles estão trabalhando e seus planejamentos e acontecimentos que os levaram até a quase o momento final do golpe em Tal Verrar.

"Locke abriu as mãos e sorriu como se pedisse desculpas.  

? Fui contratado para invadir seu cofre assim que descobrir um modo de tirar tudo o que há dentro, bem debaixo do seu nariz."

Uma das melhores coisas dessas intercalações, durante a leitura, é que você acaba aprendendo que, mesmo um evento pequeno que pode não significar nada no futuro, você descobre a genialidade do planejamento de detalhes que Locke armou. Esse é um dos protagonistas mais geniais que me deparei e devo bater palmas para o autor, cada detalhe se amarra de forma incrível no decorrer do livro.  

Falando em genialidade, poucos autores conseguem amarrar tão bem uma história na forma que elas aparentassem ser múltiplas e uma só ao mesmo tempo. Mares de Sangue nos leva a isso, conforme vai se desenvolvendo mais personagens aparecem e outros ambientes vão sendo introduzidos, sem deixar que o que foi visto no início seja descontextualizado e deixe de ser importante. A ambientação se passa por terra e por água e atenção aos detalhes e aos aprendizados deixam que o livro seja o mais vívido e amarrado possível. 

"? Se virmos outra vela naquele horizonte, em qualquer direção, devemos persegui-la. Devemos provocar uma luta. Sabe por quê? Para ver se conseguimos pegar alguns malditos gatos. Antes que seja tarde demais."

Uma das melhorias do primeiro para o segundo livro é a inserção de uma visão além da de Locke, apesar do livro ser em terceira pessoa, ele era o central dos acontecimentos, enquanto aqui conhecemos mais de Jean e a amizade desses dois. Uma das coisas que mais amei neles foi a lealdade de um para com outro, independente do que iria acontecer com eles. Além deles, todos os personagens introduzidos aqui foram incríveis e foi difícil não amar alguns e odiar outros. 

"Sabe de uma coisa? Eu apostaria que, contando as pessoas que estão nos seguindo e as que estão nos caçando, nós viramos o principal meio de emprego desta cidade. Toda a economia de Tal Verrar está baseada agora em foder com a gente."

Como as reviravoltas surpresas são as melhores coisas desse livro, não vou dar muitos detalhes para vocês não perderem qualquer gostinho na hora da leitura, então só tenho a dizer que indico muito a saga dos Nobres Vigaristas e que o Guardião Torto ajude vocês a apreciarem uma das quais foi uma das melhores leituras do ano! Boa leitura.


Leiam minhas resenhas também em: clubedofarol.com
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dani 06/02/2015

[Livro] Mares de Sangue – Scott Lynch
Em Mares de Sangue continuamos acompanhando Locke e Jean em suas aventuras como nobres vigaristas, eu estava bem curiosa para descobrir os rumos que eles tomariam e a história apresentada me prendeu, mas esperava mais em alguns aspectos dos livro.
Nesta nova parte da vida dos dois nobres vigaristas eles continuam com seus planos e armações, mas a narrativa não começa com eles tão ativos assim, e sim logo depois dos acontecimentos em Camorr, com Locke bem ferido e os dois tentando fugir e se safar de todos os seus perseguidores. Não vou contar mais o que aconteceu entre o tempo da fuga de Camorr até eles voltarem a ativa, mas eles conseguem se recuperar e armar um novo plano.
Em outra cidade com um novo alvo os dois programam um enorme golpe mas no meio disso são interrompidos por alguém que tem um plano diferente para eles e com isso acabam no meio do mar, lutando e se aventurando por lugares não passados antes.
A narrativa continua seguindo o estilo do primeiro livro, não linear dando o efeito para os golpes de Locke, primeiro acontece uma situação depois um flashback para fornecer explicação ao leitor, e isso prende a leitura e mantém um bom ritmo, não vou negar que há alguns momentos “mornos”, mas logo algo acontece e o ritmo acelera mais uma vez.
Gostei de ambas as situações mostradas neste livro, como uma pessoa que ama filmes de grandes golpes ou roubos, o fato de o plano inicial deles ser um roubo a um cassino me deixou especialmente interessada, considerando um cenário medieval regado a artefatos e alquimias fiquei curiosa em como eles realizaram o roubo. E segundo cenário é a viagem ao mar, no começo fiquei um pouco incomodada com os termos técnicos, mas Scott Lynch usa de um bom artifício para explicar tanto para os personagens como para o leitor alguns termos e o restante acontece naturalmente.
Jean e Locke agora estão mais unidos mas também com alguns conflitos entre eles, o que é normal considerando tudo o que passaram no livro anterior. Além deles novos personagens são apresentados e gostei muito de alguns, na verdade, algumas; personagens femininas entraram nessa história e foi um toque especial, pois elas são fortes e bem marcantes na história. E aqui faço uma resalva que é para reclamar um pouquinho que eles continuam falando de Sabeta, mas não aprofundam nem explicam nada, espero que o mistério sobre ela se resolva nos próximos livros.
Porém mesmo ficando envolvida com a leitura alguns pontos não me agradaram e o principal foi a estrutura dos casos, pois foi uma repetição do primeiro, os pontos, as reviravoltas, a forma como as coisas aconteceram é bem parecida com a do livro anterior, por mais que o final tenha surpreendido mesmo nele há certa semelhança. Isso não prejudicou tanto a leitura, mas alguns acontecimentos perderam o fator surpresa pra mim.
Scott Lynch fechou esse livro de um modo que fiquei bem ansiosa para descobrir os rumos dessa história e continuar acompanhando os golpes dos Nobres Vigaristas.


site: http://vintecincodevaneios.blogspot.com.br/2015/02/livro-mares-de-sangue-scott-lynch.html
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Cath´s 12/12/2014

Resenha Mares de Sangue.
Passou dois anos desde os acontecimento em Cammor, agora Locke e Jean fingem ser outras pessoas, mas continuam sendo Nobres Vigaristas.

Assim, o segundo livro começa com eles armando para ganhar um jogo de carta, mas é tão bem feito que eu fiquei tentando imaginar o que eles fizeram e não me liguei até contarem. E claro, isso tem um plano maior por trás, roubar o Requin, que é o proprietário do Agulha do Pecado, um local para jogos onde a maioria deixa guardado seu dinheiro, mas altamente vigiado, onde quem furta é jogado pela janela mais alta, depois de perder uma das suas mãos, a qual o Requin guarda como um troféu.

Só que na mesma noite em que ganham o referido jogo, eles descobrem que estão sendo seguidos, pois a vingança do Falcoeiro está só começando, este por meio de seus amigos vão deixar Locke e Jean o tempo todo receosos, seguindo-os escondidos ininterruptamente.

Óbvio que vindo dessa dupla não poderia ser só isso, pois logo o Arconte de Tal Verrar (que comanda a cidade junto com o Priori) descobre quem são e resolve usá-los para causar uma guerra pirata. Só que vocês imaginam Locke e Jean como piratas? Eles também não.

Dessa forma, eles acabam ganhando um navio e uma tripulação, mas não conseguem convencer por muito tempo, logo depois acabando no barco da capitã Zamira Drakasha e da Tenente Ezri Delmastro, o que incluiu mulheres inteligentes na trama.

Ao contrário do primeiro livro que mostrou como é forte a relação entre Locke e Jean, nesse eles tem problemas em vários momentos, mas inegavelmente, colocam a vida do outro acima da sua.

E para quem é fã de um romance, nesse acontece, não vou dizer entre quais personagens, mas não é algo meloso, é convincente e muito bem escrito.

Eu devo admitir algo, por mais que adore os Nobres Vigaristas, e eu adoro, são livros que demoro muito para ler, esse foi mais de três semanas, o que nem passa perto do meu normal, mas todos os detalhes que o autor dispõe são necessários, ele basicamente usa todos posteriormente, logo não é aquela coisa "as pétalas das flores são rosas e esse tom de rosa vai cair no chão e geral uma poça rosa e vai criar uma luminária". Resumindo, não é enrolação e sim importante.

A capa eu achei linda (e todos que eu mostrei também acharam, ou mentiram para mim, rsrs) e a diagramação perfeita.

Além disso, vale salientar que o humor e frases inteligentes de Locke e Jean é o que fazem o livro tão bom, é gostoso de ler, divertido e inteligente. Mas eu afirmo, se você gosta somente de leituras leves que passam voando, esse livro não é para você, caso contrário eu acho mesmo que deve dar uma chance para os Nobres Vigaristas te conquistarem.

Afinal As Mentiras de Locke Lamora e Mares de Sangue foram uns dos melhores livros que li no ano e foram para a lista de favoritos.

site: http://www.some-fantastic-books.com/2014/12/resenha-mares-de-sangue.html
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Laís Helena 08/06/2015

Resenha do blog "Sonhos, Imaginação & Fantasia"
Mares de Sangue se inicia com um prólogo que atiça a curiosidade do leitor, para então dar início à história no primeiro capítulo, em que vemos Locke e Jean aplicando mais um de seus golpes geniais na Agulha do Pecado, a casa de jogos mais famosa de Tal Verrar. Esses acontecimentos se dão dois anos após o grande desastre do livro anterior, que os levou a fugir de Camorr. Por meio de interlúdios, o autor nos mostra como os dois chegaram a Tal Verrar e começaram a se preparar para o golpe que exigiu muito tempo e dedicação.

Porém, logo os problemas começam a surgir para os Nobres Vigaristas. Stragos, uma figura importante em Tal Verrar, fica sabendo que os dois estão na cidade, apesar de seus disfarces, e os coage a trabalhar em seu favor. Assim, os Nobres Vigaristas vão para o mar. E para que sua missão de provocar piratas para Stragos dê certo, precisam se passar por piratas, apesar de seus conhecimentos sobre navios serem praticamente inexistentes.

Assim, temos Locke e Jean muitas vezes lutando contra mais de um inimigo, em um ambiente em que não estão totalmente confortáveis, e a isso se seguem diversas reviravoltas, com a situação ficando mais difícil a cada momento e exigindo o máximo das habilidades de Locke e Jean. E essa é uma das melhores partes do livro: o autor não tem medo de colocar seus personagens em condições aparentemente irremediáveis, para que depois eles mesmos tenham de sair da enrascada usando aquilo que possuem.

"Sabe de uma coisa? Eu apostaria que, contando as pessoas que estão nos seguindo e as que estão nos caçando, nós viramos o principal meio de emprego desta cidade. Toda a economia de Tal Verrar está baseada agora em foder com a gente." (p. 187)

As únicas ligações desse livro com o anterior são os Magos-Servidores, que fazem uma breve mais muito marcante aparição, e os Nobres Vigaristas, mas ainda assim recomendo que seja feita a leitura de As Mentiras de Locke Lamora antes desse volume, pois diversos detalhes sobre o mundo em que a história se passa e sobre os próprios personagens são introduzidos no primeiro volume, apesar de as tramas serem independentes.

A narrativa é excelente, colocando tensão, ação, mistério e — é claro — humor nas doses certas, tornando muito difícil a tarefa de largar o livro. O único ponto negativo da narrativa são as descrições de ambientes. Não tinha reparado muito nisso em As Mentiras de Locke Lamora, mas nesse livro as descrições são feitas sob o ponto de vista do narrador e não dos personagens, o que em alguns momentos quebrou um pouco a imersão.

"- Maldição! Deixem-nos sair. Vocês já provaram seu argumento!
- Que argumento seria esse? - perguntou Jean, rouco.
- Não sei. - Locke tossiu. - Não importa. O que quer que seja, eles provaram, não acha?" (p. 83)

O livro também ganha muitos pontos no quesito personagens. Locke e Jean são excelentes personagens, com personalidades muito interessantes e bem elaboradas. Além disso, sua amizade foi muito bem explorada, especialmente pelo fato de agora eles serem os dois únicos Nobres Vigaristas. Além dos dois, outros personagens muito interessantes se envolvem na trama, como Requin e Selendri, donos da Agulha do Pecado, Zamira Drakasha, capitã do Orquídea Negra, e, é claro, Stragos. Ainda que não sejam o foco da história, foram bem construídos e não tem como deixar de gostar (ou de desgostar) de todos eles.

Como Locke e Jean viajam pelo mar, mais do mundo onde vivem é apresentado, embora o autor mantenha mistério em torno de alguns elementos, como os ancestres e seu vidrantigo. Apesar disso, os cenários que nos são apresentados são muito peculiares, e esses mistérios só os tornam ainda mais interessantes, além de emprestar verossimilhança à história, afinal não é possível saber tudo sobre o mundo.

A revisão traz um pequeno deslize. Não sei se o erro ocorreu também no original, mas há no livro um trecho onde Jean aplica um "telefone", o que ficou um pouco fora de contexto, já que não há nada no livro que indique a existência de telefones no mundo onde a história se passa.

"Jean assentiu, sorriu, depois deu um telefone no rapaz que cambaleou." (p. 41)

Os últimos capítulos do livro trazem a parte mais frenética da história, cheia de ação e tensão, e fecha todas as pontas soltas levantadas ao longo da trama, mas deixando um cliffhanger que fará o leitor implorar pelo próximo volume. Mares de Sangue foi um livro ótimo, que satisfez todas as minhas expectativas (e elas eram altas depois da surpresa positiva que tive com o primeiro volume).

site: http://contosdemisterioeterror.blogspot.com.br/2015/06/resenha47.html
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Luan 19/01/2018

Mares de Sangue é chato, mas ainda mostra a mente incrível de Scott Lynch
Um livro é ruim ou a gente é que cria altas expectativa – seja por comentários de outros ou por um livro anterior a ele – e acaba se frustrando? Me deparei com esta pergunta, novamente, ao fim da leitura de Mares de Sangue, o segundo volume da trilogia Nobres Vigarista, e que é sequência do ótimo As mentiras de Locke Lamora. Não sei se consigo responder a esta questão. Mas o fato é que Mares de Sangue não chegou nem perto do primeiro, me deixando rapidamente chateado.

Nesta sequência, o leitor é convidado a acompanhar a história de Locke e Jean tempos depois dos episódios derradeiros do primeiro volume da trilogia. Agora que fugiram Camorr, eles precisam arranjar um lugar para ficar – e aplicar seus golpes. Este local é Tal Verrar. Lá, a dupla voltará a aplicar seus golpes. Mas, não espera, no entanto, que será vítima de uma armadilha que vai colocar ambos no meio de uma grande trama conspiratória.

O livro, ao mesmo tempo que mantem a qualidade do primeiro em vários aspectos, apresenta algumas situações chatas e, por vezes, entediantes. A bem da verdade, o livro todo soou como desnecessário. O plot central até pode parecer interessante à primeira vista. Mas não é. Além de não dar uma sequência de acontecimentos de "As mentiras...", já que o arco foi fechado lá, a aventura principal, aquela trama cujo os protagonistas acabam se metendo, soa artificial e para encher linguiça, no jargão popular.

Quando começa, apesar de um pouco lento, o início parece promissor, apresentando inclusive bons personagens novos. Logo somos apresentados a um grande golpe que está sendo orquestrado pelos dois. A sensação é de que, apesar de ser mais do mesmo, vem uma boa aventura, pois a história contada neste exato momento é interessante. Além disso, intercalando com isso, há capítulos de dois anos atrás, que mostram Locke e Jean chegando a Tal Verrar, o que faz o ritmo cair rapidamente. E o que se segue dá uma grande guinada no livro, o tornando ainda mais maçante. Com isso, boa parte dele vai se passar dentro de um navio. Mas vamos por partes.

O autor Scott Lynch tem uma mente poderosa e incrível em se tratando de criar história para os dois criminosos. Os golpes são detalhados e muito bem construídos. Posto isso, a parte em que ele quer dar um golpe da Agulha do Pecado enche os olhos. Até a parte em que um outro líder verrari aparece na história e o coloca como vítima de uma trama diferente. Parece que houve uma ruptura. É possível dizer que parece que se inicia um outro livro, embora aquela outra trama ainda esteja presente. O problema é que esta segunda parte é chata. Com termos técnicos em excesso e uma história sem muito foco, ela vai fazendo o leitor perder o interesse. Não poderia estar mais desinteressado com aquelas tramas da metade em diante.

Mas tirando isso tudo, é preciso destacar que, além do poder do autor em criar as histórias, como já dito acima, a escrita e o diálogo são o forte do autor. Poucos autores têm esta precisão e cuidado com a escrita. É poética e ao mesmo tempo forte e precisa. Os diálogos não são nada artificiais, mesmo se tratando de uma fantasia. É muito prazeroso acompanhar o livro a partir deste ponto de vista. Soma-se a isso os personagens. Além de Locke e Jean, que tem na obra um teste colocado à prova em relação a amizade, e que estão muito construídos, outros tipos. Vilões de grande qualidade, personagens que aparecem em vários momentos bastante profundos e reais.

Em suma, um livro de contrastes. Que mantem a qualidade de escrita e construção de mundo – que, aliás, para não me alongar, é algo positivo que acontece neste livro, já que Scott nos mostra muito mais desse universo criado, que antes não conhecíamos - mas acaba por decaindo em dar uma sequência à altura ao primeiro livro da trilogia. O que Scott construiu foi brilhante e grandioso e tem um produto incrível para dar um final de tal tamanho também. Espero que República de Ladrões supere Mares de Sangue nos traga uma trama tão interessante quanto foi em As mentiras de Loke Lamora.
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Amanda 03/06/2015

Mentiras, piratas, muito sangue e reviravoltas
Mares de Sangue é o segundo volume da série Nobres Vigaristas. Assim como o seu predecessor, começa em ritmo vagaroso, reunindo várias informações para o pano de fundo da trama: Scott Lynch é extremamente detalhista e meticuloso em seus cenários e gosta de usar muitas passagens de tempo, explicações, etc. Num certo ponto a leitura se arrasta, confesso.

Mas então a ação começa. Com base em todas as informações antes dadas sobre o "background", sobre o plano da vez (ou planos) e sobre as personagens do plot principal, Lynch começa a encaixar o quebra-cabeça, e resta a impressão de que ele se despedaça constantemente, só para se encaixar ainda melhor no próximo capítulo.
Excelente obra do ponto de vista técnico, e toda a lentidão inicial se compensa conforme progredimos na história.

Os personagens estão mais cativantes ainda do que no livro anterior, já que passamos um pouco mais de tempo com eles, e com a adição de outros ainda mais interessantes. O humor continua muito presente, as mentiras mais enlouquecedoras que nunca e a ação ainda mais empolgante que antes.

"Falemos por trás das mãos, para que os lábios não sejam lidos como o livro dos nossos desígnios, e vamos encontrar algum local onde apenas os deuses e os ratos possam ouvir nossas palavras ditas em voz alta."

Recomendo demais o livro, praticamente um item obrigatório na estante de amantes do gênero fantástico, e uma grande aquisição mesmo para os que não tem intimidade com séries do tipo.
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Frederico80 06/05/2015

Que venha o terceiro volume!
Não vou escrever uma resenha porque já existem várias escritas abaixo.
Depois que li As Mentiras de Locke Lamora e agora Mares de Sangue, definitivamente me tornei fã de Scott Lynch. O tipo de linguagem usada no livro arranca boas risadas.
Vale muito a pena ler estes 2 primeiros volumes. Se vcs gostam deste tipo de leitura contendo fantasia, mentiras, magia, ação, com certeza não vão se arrepender.

Mas quero fazer uma crítica (até certo ponto, severa), não ao livro ou à coleção em si. Mas no fato das editoras, de um modo geral, demorarem a publicar as continuações das histórias, trilogias, etc. A demora só é justificável quando o autor ainda não terminou de escrever a série, convenhamos. Caso contrário, publiquem tudo de uma vez ou com o mínimo de intervalo possível.

Se o livro é muito bom, claro que ficamos ansiosos para ler a continuação (que é meu caso com relação as aventuras de Locke) e já partimos para o próximo. O que não dá mais, é gastarmos 7 anos para finalizar uma saga com 7 volumes sendo lançados um por ano, como foi o caso de Harry Potter.

Desculpem o desabafo, mas o gostinho de quero mais de bons livros, vale a pena relatar.
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Djulia Azevedo 04/07/2018

Surpreendente!
O autor realmente me surpreendeu neste segundo livro. No início, não estava gostando do ritmo do livro. As primeiras 80 páginas foram tão maçantes que quase parei a leitura por ali mesmo. Porém, um pouco depois disso a história começou a tomar rumos diferentes. Os nobres vigaristas entraram em situações totalmente inesperadas (por mim) e a velocidade com que os cenários e situações mudavam foi sensacional. O final então... Sem palavras...
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Lit.em Pauta 08/09/2018

Literatura em Pauta: seu primeiro portal para críticas e notícias literárias!

—> Os exemplos estarão em inglês, por causa da leitura ter sido da versão americana.

"Mares de Sangue, segundo volume da série Nobres Vigaristas, dá continuidade ao desenvolvimento de seus dois personagens principais, Locke Lamora e Jean Tannen, focando em sua conturbada, mas calorosa amizade. No entanto, a mudança de direção temática para pirataria não recebe a mesma atenção, sendo prejudicada por uma estrutura narrativa problemática.

A trama do romance segue os preparativos do próximo grande golpe planejado pela dupla de vigaristas: roubar Requin, o maior mafioso da cidade de Tal Verrar, que organiza com punho de ferro um cassino em uma torre sinistra. No entanto, mais forças da cidade possuem outros planos para Lamora e Tannen, levando-os a partir em uma viagem em alto-mar e engajar com piratas.

A frase que abre o livro já explicita bem seus elementos principais: “Locke Lamora stood on the pier in Tal Verrar with the hot wind of a burning ship at his back and the cold bite of a loaded crossbow’s bolt at his neck.”, situando o protagonista num cenário específico, prevendo a temática de pirataria com o navio em chamas e informando sobre o perigo iminente com a ameaça da besta. Poucas páginas depois, o próprio corpo de Locke é comparado às partes de uma embarcação (“His ribs stood out beneath his pale skin like the hull timbers of an unfinished ship”), tornando a imagem anterior ainda mais agourenta. Para piorar a situação do personagem, o romance também se inicia com uma possível traição de Jean, marcando um terrível golpe para ele.

O tema de Mares de Sangue certamente é a relação entre Lamora e Tannen, desenvolvendo sua união e mostrando seus diversos desentendimentos. No início, por exemplo, quando o protagonista está amargurado devido aos eventos de As Mentiras de Locke Lamora, Jean não mede esforços para conseguir revitalizar seu companheiro e fazê-lo recobrar a vontade de viver. O próprio Locke explicita a importância vital de Jean em sua vida: “Gods help me, I will never be better off without you.” As desavenças entre eles ganham destaque, portanto, por servirem como dicas para a motivação da traição, da mesma forma com que sua amizade continua sendo considerada uma fragilidade num submundo perigoso e inescrupuloso que não hesita em usá-la contra eles: “If either of you causes any trouble, I’m instructed to punish the other one”, os ameaçam em determinado instante. Por outro lado, os laços que os prendem servem como um contraponto positivo, visto que um funciona como âncora para o outro em meio a tanta atrocidade. Já seus insultos divertem pela frequência e pela criatividade: “You might still be a lying, cheating, low-down, greedy, grasping, conniving, pocket-picking son of a bitch”.

Como o título original do romance revela, Lynch continua trabalhando com a simbologia do vermelho como sinalizador de perigo: “Red seas under red skies” aponta não uma, mas duas fontes de perigo, refletindo a estrutura do livro. Pois, assim que os preparativos para o golpe em Requin estão sendo finalizados, a dupla é sequestrada e feita refém por um inescrupuloso político, que representa o segundo obstáculo que precisam superar. A própria cidade de Tal Verrar também trabalha com essa conexão com cores, sendo chamada de A Rosa dos Deuses, enquanto as perigosas vespas que os dois encontram em determinado momento possuem uma coloração avermelhada brilhante e o próprio navio que as transportam para Tal Verrar, e no qual Locke e Jean eventualmente partem para o alto-mar, completa o aviso, chamando-se o Mensageiro Vermelho.

Locke é um personagem curioso. Apesar de roubar e aplicar golpes, ele é gentil, torce sempre para o mais fraco e tem um senso de justiça social aguçado. A narrativa, entretanto, pesa a mão nesse último elemento, inserindo uma cena absurda, digna da série de filmes The Purge, quando o garoto se depara com nobres e comerciantes ricos jogando um jogo de tabuleiro com peças humanas (obviamente composta por pessoas miseráveis, que não ter onde dormir e muito menos dinheiro para comer), que aceitam ser humilhadas e torturadas física e psicologicamente sempre que são sacrificadas no jogo: “At the Amusement War they can do exactly what they want to do to the poor folk and the simple folk. Things forbidden elsewhere. All you’re seeing is what they look like when they stop pretending they give a damn about anything.” Tornando a cena ainda mais exagerada em sua alegoria política, a violência social não somente é tratada de forma mundana, como também comercializada, com leilões entre os privilegiados para decidir quem terá o direito de escolher a punição adequada – leilão em que até crianças participam, estimuladas por seus pais vestidos em tons de vermelho e ouro. Esses mesmos personagens ganham até espaço para se justificar, apoiados em uma noção de meritocracia religiosa, afirmando que aquelas peças estão lá por culpa e inabilidade delas mesmas: “That’s life, under the gods, by the will of the gods. Perhaps if they’d prayed harder, or saved more, or been less thoughtless with what they had, they wouldn’t need to come crawling here for Saljesca’s charity. Seems only fair that she should require most of them to earn it”. Trata-se de um capítulo inspirado, mas graças ao seu exagero, na forma de um sadismo puro e sem controle, ele foge do tom do restante da narrativa."

Participe da discussão, lendo a crítica completa em:



site: http://literaturaempauta.com.br/Livro-detail/mares-de-sangue-critica/
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Flavia512 01/03/2019

Roubo em alto mar
Sem palavras. Estou sem palavras para essa sequência maravilhosa de As Mentiras de Locke Lamora. Assim como o volume que o precede, Mares de Sangue me arrebatou da primeira à última página e seria chover no molhado rasgar elogios para essa obra. Não preciso dizer nada a respeito da genialidade e originalidade de Lynch em criar uma história de fantasia como essa.
Aqui, acompanhamos nossos já queridos Lamora e Tannen em uma aventura em alto mar. Fugidos de Cammor depois de vários crimes que mancharam seus nomes para sempre, os dois amigos se instalam em Tal Verrar. Tentando viver de seus golpes, já que é isso que sabem fazer de melhor, são descobertos pelo Arconte da cidade, que os chantageia e os manipula para que trabalhem para ele. Tem-se início assim, uma aventura na qual Locke e Jean se verão envolvidos com piratas e criminosos de todo tipo, que porão em risco suas vidas e até mesmo a amizade de ambos. A situação piora quando os dois ladrões descobrem não saber nem o que significa bombordo e estibordo ou a popa e proa de um navio.
Possuindo uma linguagem muito mais fluída e fácil de ler do que As mentiras de Locke Lamora, este segundo volume da saga vai nos fazer viajar pelo mundo dos barcos a vela, dos piratas e viver mais uma vez as aventuras da dupla de picaretas mais amada da literatura.
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