Maria - Blog Pétalas de Liberdade 28/03/2019Resenha para o blog Pétalas de LiberdadeEvelyn, a narradora, foi para os Estados Unidos aos 17 anos fazer intercâmbio. Lá, ela conheceu James, com quem começou a namorar e acabou decidindo não voltar para Florianópolis ao final do ano como programado. Ev cursou sua faculdade no país e, aos 24 anos, estava prestes a se casar. Porém, no dia do seu casamento, ao chegar na Igreja, descobriu que James tinha fugido com uma amante!
"- Não acho que tem um jeito fácil de dizer isso. James não está aqui - minha mãe falou prontamente.
- Tudo bem, não é? Noivos podem se atrasar também - eu dei de ombros.
- Não, Ev - foi a vez de meu pai falar - Ele não vai vir." (página 09)
Sem chão, Ev decidiu ir para o aeroporto, trocar as passagens da lua de mel e voltar para a casa dos pais no Brasil. Só que, chegando em casa e indo procurar o celular para ver se James havia ligado dando alguma explicação, ela percebeu que aquele não era o seu aparelho. Ligou para seu número e foi um homem quem atendeu, um homem até simpático, que combinou que lhe passaria as mensagens que recebesse no celular dela, até que ele voltasse para o Brasil e pudessem destrocar os celulares. Aí começariam as conversas entre Ev e o Estranho misterioso.
"Virei o celular. Onde estava minha capinha florida?
Mas que diabos. Onde estava meu celular?
Fucei os arquivos na memória. Sem vídeos. Sem mensagens. Apenas uma fotografia borrada de uma garota de costas, os cabelos longos. Eu não podia acreditar. Tinha trocado meu celular com alguém que possuía o mesmo modelo. Mas que merda. Como eu saberia se alguém tinha me ligado?
Disquei meu número sem pensar duas vezes. A ligação chamou três vezes, até que ouvi um longo chiado e então, uma voz rouca e imponente atendeu em português.
- Por que diabos meu próprio número está me ligando?" (página 13)
Evelyn também precisava dar um rumo para sua vida, já que até então havia vivido para James, e, além de procurar um emprego, tentaria reencontrar seus melhores amigos da época da escola: Isa, Catarina e Eduardo. Será que a amizade entre eles poderia renascer depois de tantos anos sem uma única mensagem de Ev?
"Ligue-me amanhã" é um livro relativamente curto e de leitura rápida. A capa me passava uma ideia que se desfez logo nas primeiras páginas: a autora é bem direta nas cenas de sexo que há na obra.
Evelyn acreditou por anos que era amada, deixou todo o seu passado para trás e organizou toda a sua vida para estar com James, imaginem o baque de descobrir que o "eu te amo" dito todas as noites por ele era uma mentira!
"Eduardo estava me escondendo algumas coisas, e eu estava ficando impaciente com tudo aquilo." (página 88)
PULE ESSE PARÁGRAFO PARA EVITAR SPOILER: Sobre o Estranho, eu cheguei a desconfiar de sua identidade em alguns momentos, e confesso que, se fosse eu no lugar da Evelyn e de outros personagens, talvez demorasse bastante para aceitar o que ele fez. Acho que a explicação de suas atitudes poderia ter sido melhor desenvolvida. Sobre um dos temas presentes na obra, não acho que a Ev poderia ser responsabilizada de alguma forma pelo caminho em que um determinado personagem entrou, em nenhum momento ele foi claro com ela e lhe deu a opção de agir de forma diferente. FIM DE POSSÍVEL SPOILER.
Eu fiquei um pouco em dúvida se havia gostado ou não desse livro. Além da descoberta da identidade do Estranho, as muitas coincidências da trama, onde parecia que o mundo era do tamanho de um ovo, me incomodaram. É uma história bem louca, difícil de acreditar, mas, por outro lado, é uma daquelas leituras onde ficamos curiosos para ver como será o desfecho, há cenas divertidas, além de nos proporcionar essa reflexão sobre a importância de cuidar dos nossos laços, de tentar manter contato com nossos amigos e com as pessoas que são importantes para nós apesar da distância ou das pessoas novas que surgem em nossas vidas. A trama poderia ter sido mais desenvolvida, mas do jeito que está, é uma história ágil e rápida de se ler. Então, acho que valeu sim a pena ler "Ligue-me amanhã".
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