Annagavinho 21/03/2024
"Não sairei mais dali. Sou Robinson, e os zumbis são meu oceano."
Numa noite Antoine Verney está num jantar na casa de sua amiga, entre vinhos e conversas vazias, ele acaba cochilando no sofá. Quando acorda e olha a sua volta... "Havia ocorrido um massacre. Era certo que muito mais de uma pessoa havia sido assassinada, mas não havia outros cadáveres. Por que a polícia não estava ali? Eu me agarrava ao ilogismo da situação para não soçobrar numa crise de terror. Algo estava errado. Não fazia sentido. Havia ocorrido uma hecatombe, mas os corpos haviam sido levados.
Meu cérebro começou a funcionar. Analisei. Pensava para não desmoronar."
-pág 11;
O livro é narrado em forma de diário, com espaço entre os dias, relatos de um sobrevivente, sozinho, isolado, convivendo com o silêncio, loucura, solidão e os corpos que ainda estão no seu apartamento.
"Não tapo o sol com a peneira: meus pais e meus amigos estão mortos. É estatístico. Já não há governos, polícia, exército; os últimos bolsões de resistência caíram. Choro, e meu choro me faz descansar do terror." -pág 22.
Verney não tem nada de herói, esse não é um livro pra se ensinar a como sobreviver a zumbis, mas é interessante mostrar um protagonista que não é corajosos, nem destemido, que usa o seu medo como resistência.