Dez de dezembro

Dez de dezembro George Saunders




Resenhas - Dez de Dezembro


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Lusia.Nicolino 15/04/2024

Ah, os contos! Nos contam histórias incríveis com um recorte quase mágico.
Gosto muito do gênero, que supre a necessidade humana de contar e ouvir histórias e está sempre ao alcance do nosso pouco tempo! Sanders nos presenteia com Dez de dezembro. Usa a sua habilidade, o seu domínio da linguagem para apresentar personagens em seus cotidianos, vivendo situações da classe média urbana dos subúrbios dos Estados Unidos. Muito bem recebido pela crítica pode não ser uma unanimidade, já que nem todos se identificam com o seu olhar crítico e satírico. Com narradores em primeira e terceira pessoa, críveis, viscerais, vai retratando as relações, as frustrações, o que é bom e o que pode ser complicado. Analisa as estratégias de sobrevivência nesse mundo moderno que nada mais é do que uma releitura do que sempre fomos! No fundo todos querem ser boas pessoas. Será? Surpreendentes para mim o "Fuga da cabeça da aranha" com uma pegada de ficção científica e “Semplica girl” – essa bizarra e meio assustadora. Leitura rápida e envolvente que nos toma um tempo para refletir sobre o que realmente importa!

Quote: "Para fazer o bem, você só precisa decidir fazer o bem. Tem que ter coragem. Defender o que é direito."

site: https://www.facebook.com/lunicolinole https://www.instagram.com/lu_nicolino_le
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João Vitor 16/06/2021

Um retrato brutalmente belo da vida contemporânea!
O primeiro conto que li desse livro, ?Dez de dezembro?, me soou um pouco estranho. Achei esquisita a técnica de fluxo de consciência de Saunders, em que ele mescla a narração com o que a personagem está pensando no momento. As oscilações dentro da história logo me deixaram confuso.

Mas lendo um pouco sobre o assunto, comecei a me familiarizar melhor com a técnica e a apreciar mais o livro. O ocidente resolveu voltar para dentro. Então, nada melhor que buscá-lo lá dentro para tentar resgatá-lo da sua condição. Até porque muitos dos problemas sobre os quais vale a pena escrever ficção são problemas da alma.

E que histórias penetrantes! Saunders faz parte da tendência realista da cultura pop contemporânea, no sentido de retratar a dureza e a brutalidade da vida. Mas ele se destaca por não seguir essa tendência no todo, exaltando a maldade humana como algo para o qual não há remédio. As história de Saunders estão cheias de virtude. Em algumas, mais claramente; em outras, um pouco mais escondido. Mas está ali. Basta perseverar em meio à brutalidade retratada para encontrar. Nenhuma figura da nossa própria realidade poderia ser mais adequada.

?Dez de dezembro? é um livro para quem pisa no chão da vida. Sentamos e sentimos que nós mesmos estamos na história. Nos identificamos com as divagações e até com os erros de pronúncia dos personagens. Nos identificamos com suas dificuldades e anseios. Mas é um livro mais realista que o livro mais realista, porque ainda existe esperança. A imagem de Deus foi corrompida, não destruída. Saunders nos lembra disso para que consigamos nos levantar e lembrar que existe Alguém que completa a esperança da pérola da virtude encontrada em meio à lama do mundo.
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Italo 27/03/2021

Os contos tem uma essência em comum: a questão do choque pelo contraste, a fantasia pela situação desigual. É legal, é interessante, mas cansa depois de tanto uso dos mesmos temas. O conto Fuga da Cabeça da Aranha é maravilhosa, e isso conta muito.
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Beca Nolêto 30/12/2020

Contos no mínimo curiosos
Li este livro pro indicação de uma blogueira maravilhosa que eu sigo e li acompanhando a leitura dela. Confesso que fiquei bem confusa em alguns contos, tentando entender o propósito de alguns dos textos. São contos bem impactantes, você compreende do tudo ou não.
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Pam 24/03/2020

Perturbador devido a realidade que ronda nossas vidas diariamente.
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Tiago 23/07/2019

Lost in translation
Não é preciso conhecer o texto original de "Dez de Dezembro" (Cia. das Letras, 2014) para notar que há, em seus contos, uma oralidade bastante peculiar, que se perderia mesmo diante dos esforços do mais hábil tradutor (o que certamente é o caso de José Geraldo Couto, tradutor que tem em seu currículo nomes como Saul Bellow e Adolfo Bioy Casares).
Já em “No colo da vitória”, narrativa de abertura desta dezena de histórias curtas, nos deparamos com um dos seus personagens desfiando um rosário de desaforos. A sensação não é outra que a de estar assistindo a um filme de dublagem duvidosa no qual nuances do seu humor se dissipam e a graça passa a ser a própria voz do dublador.

A leitura, não em raros momentos, me remeteu ao que faz Lourenço Mutarelli em seu "O Filho Mais Velho de Deus…" (2018), volume mais recente da coleção Amores Expressos, situado em Nova York. Maliciosamente, Mutarelli incorpora à sua linguagem o léxico de ofensas de um estadunidense padrão e, em vez de adaptá-lo para o nosso, se sai com traduções literais. O efeito é canhestro: “Holy shit!” se torna “Santa bosta!”; “mother fucker”, “fodedor de mãe”, e por aí vai… O que é canhestro em Mutarelli, por isso mesmo risível, tem o efeito contrário no Saunders aportuguesado, quando nos deparamos com expressões como “feche a matraca” e santa bosta, por que não usar um “cale a boca”?

Meu desconforto com a coletânea, porém, não fica apenas em sua dimensão linguística. Salvo “De volta para casa”, conto que narra o retorno à pátria de um veterano de guerra, o volume não me cativou nem justificou a propalada maestria de Saunders (reforçada insistentemente pelos paratextos e pelo Man Booker Prize conquistado em 2017, no caso, pelo seu trabalho no romance com Lincoln no Limbo — publicado no Brasil no ano seguinte).

Se, nos contos, as narrativas mais robustas de Saunders parecem pouco à vontade com o acento estilístico proposto pelo autor, a partir das características de seus personagens, resta torcer para que, no romance, onde a narrativa se impõe com maior vigor, por vezes diluindo estas vozes que reivindicam o controle da narração, sua prosa se saia melhor.

site: https://medium.com/@tiagogermano/lost-in-translation-4e04383563b0
Ana 26/08/2019minha estante
li o pastoralia (em inglês) e adorei. Ano passado morri de amores pelo Lincoln no limbo. Agora peguei esse, em português, no kindle e ... li sua resenha e dei uma desanimada. Mas vou pagar (em moeda-tempo) pra ver rs


Tiago 31/08/2019minha estante
Não se deixe enganar, Ana: acho que tô sozinho nessa... Todos os meus amigos adoram esse também. Eu vou dar outra chance com o Lincoln em breve.


Eloiza Cirne 09/09/2021minha estante
Amei Lincoln no Limbo. Esse ainda não li




jota 13/05/2018

O pensamento parece uma coisa à toa...
Dez de Dezembro é daqueles livros diferentes que finda a leitura fica bem na estante colocado ao lado de Tipos de Perturbação, de Lydia Davis, O Leilão do Lote 49, de Thomas Pynchon ou Breves Entrevistas com Homens Hediondos, de David Foster Wallace. É com Wallace que muitas vezes os críticos comparam seu autor, George Saunders, pelo uso criativo da linguagem em suas obras; ele é (ou era) professor de escrita criativa na Universidade Syracuse. Desse modo, não espere encontrar histórias lineares, tradicionais, com começo, meio e fim, que não é exatamente isso que os dez contos da edição brasileira trazem.

Todas as histórias esquisitas (no sentido de originalidade, inovação, contemporaneidade etc.) que Saunders nos conta dizem respeito à moderna sociedade americana, especialmente a classe média do país, e seus personagens exibem neuroses e motivações psicológicas profundas que explicam seu comportamento e modo de pensar. Muitas vezes na verdade nada está acontecendo de fato, apenas mentalmente os protagonistas estão antecipando o que poderia ou não acontecer em seguida ou lembrando de acontecimentos passados por outro ângulo, que poderiam ser ou ter ocorrido de outro jeito, qualquer coisa assim. Claro que isso cria certa confusão na nossa cabeça, não apenas na cabeça das imaginativas criaturas de Saunders, algumas delas irreais.

Eu desconhecia a existência de Dez de Dezembro e cheguei a ele quando buscava informações sobre Lincoln no Limbo, o livro mais recente do autor publicado no Brasil. Decidi lê-lo mas quase desisti logo no primeiro conto e fui até o final porque mais do que tentar entender o que lia fui lendo simplesmente e gostei de algumas coisas, não da maior parte, porém. Destaco Semplica girl – Os diários, conto bastante longo, quase uma novela, que é uma tragicomédia social pontuada de sarcasmo e que me pareceu a melhor coisa desse estranho livro.

Minha avaliação final diz respeito à minha relação com as histórias, não à obra em si, que várias publicações e autores cobriram de elogios no lançamento em 2013. Acho que é porque fiquei por demais viciado nos contos de Machado, Maupassant, Malamud...

Lido entre 08 e 12/05/2018.
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Vanessa.Issa 12/09/2017

Reading Challenge: A book with a month or a day of the week in the title

Os contos são até interessantes, mas não consegui me envolver muito nas histórias. Quando eu estava começando a gostar, já estava no fim.
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Cláudia Matta 04/11/2014

Não sei se é comédia
O livro traz dez contos sobre a vida urbana. É o lançamento do consagrado autor norteamericano Georege Sounders no Brasil.

Inicialmente, achei os contos cansativos, mas depois foram melhorando. Considero "Fuga da Cabeça da Aranha" e "Semplica girl - Os diários", os melhores contos do livro.

O primeiro daria um belo filme de ficção científica. Nele, detentos são cobaias submetidas a experimentos. O cenário é uma construção peculiar uma construção cuja central de comando é como a cabeça de uma aranha, uma vez que todas as salas se projetam, feito patas, a partir dela. O narrador, Jeff, um assassino que claramente se arrepende de seu crime (também cometido por impulso), é exposto a substâncias que agem diretamente na sua consciência. Suas reações, observadas por pesquisadores. Algumas das drogas são praticamente inofensivas, como a que promete tornar o ambiente mais atraente através de uma alteração da percepção. Outras são perigosas.

O segundo faz um grande questionamento sobre o consumismo e até onde isso pode levar o homem. Ele descreve uma sociedade onde o ter é mais importante que o ser. Também mostra a questão da desigualdade social gerada por esta sociedade consumista.

Não considero este livro uma comédia, como descrito na resenha de sua contracapa, mas é um bom livro! Trata de questões da atualidade de uma maneira crítica. E que, com isso, nos leva a refletir sobre este assunto.
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