Dias de Feira

Dias de Feira jb




Resenhas - Dias de Feira


9 encontrados | exibindo 1 a 9


MiaF 25/01/2024

Que delicia de leitura
Eu sou muito interessada por coisas que o JB fala, nao preciso concordar ou discordar so quero ouvir as historias. Esse livro é incrivelmente divertido de ler e interessante. Jamais imaginaria possivel existir um submundo tao vasto dentro da profissao de feirante, jamais imaginaria me divertir tanto lendo memorias da infancia de um filho de bucheiro. Eu amei cada historia e cada segundo da leitura e pena que nao tenha achado mais material com essa tematica e qualidade de escrita.
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Fabi 07/09/2022

Divertido, surpreendente e triste ao mesmo tempo, esse livro traz uma coleção de histórias vividas pelo autor, JB, hoje conhecido nas redes sociais por avaliar e indicar drinks, comidas e desenvolver receitas.
JB conta situações pelas quais passou enquanto feirante - bucheiro, especificamente. São histórias dele e dos outros.
Eu fiquei muito tocada, de verdade. Jamais imaginaria a questão dos vícios e armas, por exemplo.
Contém altas doses de melancolia.
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Vittor 14/07/2022

Livro excelente
O JB é um cronista excelente, escreve absurdamente bem, tem um senso de humor ácido que só melhora no decorrer das histórias, que aliás são repletas de surpresas desde romances a tragédias, recomendo bastante a leitura.
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LaAs.Carvalho 09/01/2022

Dias de feira traz a rotina do alimento que a gente consome desde seu cultivo até a mesa. O que mais me deixa feliz nesse livro é o respeito e o pedido de respeito que JB grita a fim de fazer as pessoas entenderem que o alimento é uma divindade e antes de ser consumido, deve ser adorado. E não é de qualquer forma. Desde levantar cedo para pegar a melhor leva do dia, até o preparo da escolha fresquinha, feita assim que o sol aparece. Além disso, a obra mostra a realidade daqueles que fazem e compõem a comida que estará sobre a mesa de milhares de brasileiros. Um livro que respeita a comida, os feirantes - esses, diga-se de passagem, entendem muito mais do alimento do que muitos personagens da gastronomia - e a feira. Ele exala cheiro de frutas e verduras fresquinhas, misturado ao delicioso odor da fritura do pastel com caldo de cana feito na hora. A vida de JB certamente rendeu boas histórias, sobretudo àquelas que envolvem suas memórias mais saudosas e melancólicas. Ele fecha Dias de Feira com saudades e sabendo que fez um grande tutorial literário de como um leigo pode se virar bem numa feira.
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Mateus.Conttessotto 24/01/2021

Sensacional!
O livro é muito bom e vale muito a pena ser lido! O JB tem ótimas histórias pra contar!
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TercioTesta 10/05/2020

surreal de tão bom!
incrível o primeiro livro do JB. já é um dos meus favoritos. absurda sua capacidade de contar histórias e descrever personagens bizarramente fantásticas. vale cada página e li o livro em uma manhã, de tão bom! adoro uma feira livre e passei a respeitar ainda mais depois de ler esse baita livro.
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Henrique Fendrich 06/09/2019

Longa vida à feira de Julio Bernardo
Ah, esse eterno microcosmo que é a feira – curioso reflexo do mundo! Quem exclama assim é Julio Bernardo enquanto reconstrói, através de suas crônicas, as memórias do tempo em que foi feirante em São Paulo. “Dias de feira” (Companhia das Letras, 2014) apresenta um relato cru e surpreendente deste pequeno mundo, com suas histórias e personagens. Ali, dentro da feira, vive-se uma vida completa. “Ela é o lugar onde famílias vivem juntas, são desfeitas ou refeitas, ou tudo isso ao mesmo tempo”, explica Julio – e talvez por isso tenha sido tão difícil para ele sair desse mundo. Seu livro de crônicas é um sincero esforço para revivê-lo.

Embora reconheça que a feira não deixa de ser uma operação de guerra, o auge do capitalismo a céu aberto e no asfalto, Julio evidencia o coleguismo entre os feirantes. Ainda de madrugada, quando começam a chegar os fruteiros e os verdureiros, esses homens se dedicam a animadas jogatinas (muitas vezes acompanhadas de substâncias ilícitas), por vezes alimentados por uma “tiazinha do bolo” que some antes da feira começar. Aos poucos chegam os pasteleiros, os peixeiros e, por último, o bucheiro (feirante que vende miúdos), que era a profissão do pai de Julio.

São homens que praticam o processo de escambo entre si, de modo que conseguem ter comida de sobra, mesmo com pouca renda. Suas maiores despesas são com o bar, o “ponto de equilíbrio da feira” (e, segundo Julio, é pouco provável que alguém beba mais que bucheiro). Muitos são ex-presidiários e imigrantes, de italianos a nordestinos. Embora existam muitas histórias de roubos e malandragens dos feirantes, Julio garante que são exceções e afirma que em nenhum outro universo que circulou encontrou tanta dignidade. “E mesmo os larápios são mais honrosos que muito engravatado que circula todo pimpão por aí”, observa.

O cronista chega inclusive a revelar alguns dos truques que costumam ser praticados na feira – sempre lembrando que picaretas há em todas as áreas. Também separa os vendedores em categorias, fala sobre os melhores horários para comprar e lembra que nem sempre o freguês tem razão – “se o sujeito pede algum absurdo, não há como ajudá-lo”. E em cada crônica vai contando a história de personagens, alguns pouco imaginados, como as senhorinhas que, sem saber o que é vaidade e mal tendo o que comer, fazem a limpeza das barracas.

Curiosamente, muitas das histórias que apresenta terminam de forma trágica. Assim é o caso, por exemplo, do feirante que se matou após descobrir o relacionamento homossexual do filho, do fruteiro que teve um infarto ao descobrir um roubo do filho, além da chocante morte da florista Aline e o violento fim do fiscal Rubão. Os fiscais, aliás, aparecem como aqueles que exigem, a cada semana, o seu “cafezinho”, do contrário irão chamar a vigilância sanitária e o feirante receberá multas altíssimas.

No livro, a corrupção também é apresentada pelos próprios policiais militares, capazes de vender aos feirantes produtos que confiscaram na rua (inclusive drogas). E para as muitas situações envolvendo conflitos, ou mesmo crimes, entre os feirantes, Julio avisa: “O que acontece na feira morre na feira, sem interferência de polícia, nada” – como bem prova a história do Seu Paraná. “Na feira, em caso de roubo, é mais eficiente pedir ajuda para malandro que para a polícia”.

Do sopro de vida à jecalização

São histórias que Júlio conta em meio à sua própria trajetória, filho de bucheiro que cedo assumiu uma barraca e precisou conseguir o respeito dos outros feirantes. Da metade para o fim as crônicas ganham um cunho mais pessoal, com diversos episódios familiares marcantes, especialmente a precoce morte do seu pai, que fez com que Julio perdesse o interesse pela feira e tudo relacionado a ela: “Aquele mundo não fazia mais sentido sem meu grande herói”.

Desde então, Julio faliu no ramo do bucho, embora (para a sua própria sorte) tenha honrado as dívidas, alternou alguns bicos, trabalhou como cozinheiro, mas reconhece que nunca fez grande coisa depois da feira: “O sopro de vida que me valeu alguma coisa passei nesses dias de feira”. Não há um dia sequer que ele não pense nos personagens da feira. Acredita ser um zumbi, tentando reviver um auge que provavelmente nem ocorreu: “Para alguns, a morte chega ainda em vida e não há muito o que fazer”.

Essa visão desolada coincide com o olhar que o cronista lança ao redor e constata o atual “processo de jecalização” de que nos tornamos vítimas, quando a própria comida harmoniza com a nossa pobreza de espírito. A família diminuiu e exige porções individuais que são inviáveis para os feirantes, a população não sai mais de casa sem carro e falta estacionamentos próximos às feiras, os comércios terminam porque os filhos não levam o negócio adiante com o mesmo carinho e os que nascem já estão adequados aos novos-ricos. A própria feira mudou bastante (um melancólico Julio encontrou fruteiros roncando em uma madrugada que, tempos atrás, seria de jogatina). Até cartão de crédito as barracas já aceitam.

Mas mesmo com todas as mudanças e a tristeza que elas provocaram em si, Julio ainda encontrou ânimo para terminar o livro com uma exaltação: “Longa vida à feira!”. Porque, afinal, vida e feira são coisas indissociáveis para Julio – é o que deixa transparecer o seu honesto e admirável registro.

site: http://rubem.wordpress.com
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Aguinaldo 07/09/2017

dias de feira
Ganhei esse "Dias de feira" de don Renato Cohen, amigo dos bons. São textos curtos, crônicas que brotaram da experiência profissional do autor, Julio Bernardo. Nascido em 1973 ele acompanhou desde pequeno os pais em feiras livres pela região da Lapa, em São Paulo, e também, já como feirante independente, nos municípios de Osasco, Cotia e Itapevi. Após a morte do pai, em 1997, Julio trabalhou como chefe de cozinha e DJ por uns dez anos. Depois manteve um blog de critica gastronômica (o botecodojb.blogspot.com) por oito anos, de 2007 a 2015. Aparentemente o blog alcançou grande repercussão e influência, sustentou polêmicas e recebeu centenas de comentários, tanto elogiosos quanto refratários. Todavia Júlio cansou-se das dificuldades, das reações às suas ácidas resenhas e do inevitável tédio que a manutenção deste tipo de trabalho. Atualmente ele mantém no ar suas crônicas gastronômicas no YouTube e começou um outro blog sobre gastronomia, vida noturna de São Paulo e outras insignificâncias, o edificiotristeza, bem mais sereno e reflexivo, senhor de si mesmo, sem se importar com os anônimos detratores, e em parceria com vários colegas de ofício. Mas vamos falar de seu livro. O "Dias de feira" reúne cinquenta crônicas. Eu diria que uma parte pertence ao plano da memória, da historiografia ligeira, do registro documental, mas há uma maioria que me parecem mais próximas ao território da invenção, da criação literária, da licença poética, da imaginação livre. Há verdade no texto, mas uma verdade mascarada, que ilude. Júlio trata do microcosmos das feiras livres, numa sociologia selvagem, confessional. Apresenta ao leitor o funcionamento das feiras, sua organização, suas regras e personagens típicos. Há violência, álcool, drogas, trambiqueiros, presidiários e sexo nas narrativas. E há também nelas humor e sarcasmo de sobra, quase sempre em estalos episódicos, em causos, que poderiam ser recontados rapidamente por qualquer um, como uma piada que se aprende e é incorporada a um repertório pessoal. Quase metade dos textos são curtas e livres biografias de sujeitos emblemáticos da memória afetiva de Júlio: seus pais, seus colegas e funcionários, os amigos de infância e do bairro, Vila Hamburguesa e adjacências, uma nau dos insensatos paulista, ou da Lapa, melhor dizendo. Algo das transformações pelas quais passou esse tipo de negócio está incorporada ao livro. Cabe dizer que as feiras continuam na paisagem paulista (são 120 por dia da semana, umas 900 por mês, não é pouco). Ele não chega a ser saudosista, sabe que a cada período de tempo novas regras, procedimentos, normas de conduta e regulação pública modificam esse oficio. Sujeito interessante. Vale a leitura.
Registro #1206 (cronicas e ensaios #214)
Inicio: 31/07/2017 - fim: 02/08/2017
"Dias de feira", Júlio Bernardo, São Paulo: editora Schwarcz (Grupo Companhia das Letras), 1a. edição (2014), brochura 14x21 cm., 189 págs., ISBN: 978-85-359-2432-9

site: http://guinamedici.blogspot.com.br/2017/08/dias-de-feira.html
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