Resenhas - Poemas de Alvaro de Campos

Rafahcasti 15/02/2023

Schooner! Abram alas para o modernista!
Heterônimo furacão do senscionismo. Rei das onomatopéias, dos versos longos e da melancolia. Campos quer ser tudo e todos, pra sentir a tudo e a todos. Além do novo e moderno: é multisensorial.

Thamara 29/04/2020

Intenso
Poemas que tratam medo, um pouco e solidão, dúvida e uma gota de esperança.

Alberto 03/01/2022

O heterônimo da autodepreciação
Melancólico, depreciativo, irritado, insone, entediado e por aí vai. Por curiosidade, as palavras "sono", "cansaço" e "dormir" aparecem, cada uma, mais de 40 vezes no livro. E "nada" passa de 150 vezes, quase sempre de forma autodepreciativa. É essa a pegada dos poemas. Alguns são muito bons, como o famoso "Poema em linha reta", mas a maioria não me agradou, mesmo sendo bem feita.

No início da leitura, achei que me interessaria mais por esse heterônimo, mas acho pouco provável que os outros dois, pela descrição de suas personalidades, sejam menos do meu agrado.

Roni 22/07/2012

"Tenho febre e escrevo"
Álvaro de Campos é tudo aquilo que Fernando Pessoa não tinha coragem de ser, não por medo simplesmente por ele ser simples, culto e educado. As poesias do seu maior heterônimo eram escritos ao vômito, a febre, eram versos escritos de uma só vez, sem revisão ou reflexão. Era desabafo, tédio, era punk no sentido anarquista da palavra. É muito comum lermos sobre a influencia Walt Whitman com escritos longos e "barulhentos", ela existe, mas acredito que Álvaro de Campos era mais realista e sutil no modo de escrever, não se limitou a descrever a modernidade, ele a sentiu. O que mais me atrai nesses poemas é a sinceridade e o amor pela realidade, pois Álvaro de Campos era o mais moderno e real entre os demais heterônimos.

Kakau 12/01/2022

Os poemas me causaram uma sensação frenética e inquieta,um frenesi que jamais senti lendo qualquer obra.Tomo para mim as alucinações dele,os desejos de tudo e nada,as ânsias,as angústias e os desassossegos.Seus poemas são constituídos de uma confusão alucinante que consigo compreender e sentir perfeita e dolorosamente.De praxe,essa é a condição que me encontro ao ler as obras de Pessoa.
Álvaro de Campos é delírio,é tumulto,movimento,aglomeração.Uma intensidade estranhamente sincera e primorosa.

mavi47 08/03/2023

Adorei reler os poemas, muito bom.
tão profundo, pesado e real.
vai ser mais um livro de cabeceira, para sempre poder ir relendo.
tabacaria é um dos meus preferidos.

karlinismo 18/02/2020

"transbordei, não fiz senão extravasar-me"
Se tivesse eu vos conhecido pelas tempestuosas épocas de minha adolescência, não somente teria vos compreendido, mas feito-o par do meu coração sem companhias. ó Alvaro! ó Pessoa meu, tuas letras me tocam e violentam; cada uma, sem intervalos.

Nunca - nunca! - voltará minh'alma a deitar-se, em "beijada dor", em tão formosa poesia. Tu, Pessoa meu, só é privado da coroa da santidade, pois, dos homens todos comuns, que transitam de um vazio para outro inda mais abismal, só em ti fora concebida a violenta e obscena flor da íntima poesia. Poesia!... que todos bradem esta arte furiosa que vulnera os corações. Fizeste tu, Pessoa meu, dos versos tuas veias e da tinta teu sangue. Encerraste-te nos braços mármores desta antiquíssima senhora, dando-lhe-a tua própria carne e ossos, e assim fundindo-se num Só. Digo eu: tua Poesia! Só tua, Pessoa meu. Absolutamente todos perderam seus encantos ao primeiro compôr teu.

Doloroso homem que tem a inspiração movida pela podridão das chagas. ó sim, todas as feridas decompostas de toda terra pisoteada por homens de mãos sujas e almas soturnas! Estas desabrigadas dores encontraram, por um momento, em vós um lugar. Foste o corte e a faca, o objeto e o membro, o matador e a vítima. No vão do teu ser deste palco e atos a vários.

ó Álvaro, Pessoa meu, feriste-me, feriste-me! E não mais sei como convalescer-me.

Terminei este pequeno livro reconhecendo um par de olhos melancólicos, como manhãs nubladas, numa multidão de proporções oceânicas. Reconheci, sim. E chorei.

Nelson.Malheiro 20/10/2023

O lembrar-se de uma infância perdida; ora, outrora, ainda criança - era feliz e nem estava morto.

A náusea, o desespero existencial, o desânimo, o cansaço - ora, encontrares nestas linhas os personagens de Dostoievski; a razão, a demasiada consciência, o sofrer.

Um mergulho nas profundezas da angústia.

" Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."

Fernando1152 11/05/2021

Como o nome já diz Clássicos
Uma coleção incrível das obras de Álvaro de Campos.

Alguns dos poemas me tocaram de maneiras incríveis em especial os sem títulos.

Não é um livro para sorrir, mas para refletir...


"Eu, eu mesmo...
Eu, cheio de todos os cansaços
Quantos o mundo pode dar"

Lameq 02/12/2021

Não é uma leitura que se possa fazer com a mente cheia. É preciso ler com atenção para absorver a profundidade. Me tocou em vários momentos. Mas acho que a DESPERSONALIZAÇÃO é um problema sério que as pessoas deveriam observar com mais atenção

Luciana 25/12/2020

Mestre da poesia
Sentimentos que se transformam em poesia.
Fernando Pessoa é um mestre!

Roberto 15/01/2023

Existencialismo e futurismo
Poemas complexos que vão deixar um gosto meio amargo e ácido na garganta, por se tratar de um personagem niilista, deprimido e com a mente turbulenta, sempre mergulhando em um mar de dúvidas e auto depreciação perante as situações mais comuns, bem como suas reflexões sobre as futilidades da sociedade e sobre seus vícios, chegando a me lembrar muito as músicas do Pink Floyd nesse ponto( principalmente Confortably Numb, pelas inúmeras recordações que o personagem tem de sua infância junto)
Porém, o mérito dos poemas está em oferecer questionamentos sobre nossa interação com o mundo que nos cerca e conosco também, nos fazendo pensar também se estamos agindo como o personagem ou se somos a crítica a quem ele se dirige
Achei a maioria dos poemas espetaculares, com exceção de alguns como " Ode Marítima", " Ode triunfal" e " Passagem das Horas" , onde o futurismo de personagem se faz mais presente, o que (para mim) tornou os poemas repetitivos e cansativos com as descrições dos barulhos das máquinas e dos inúmeros devaneios do personagem com o futuro
Já outros se destacam, como " Marinetti,academico ", " Opiário" ,"Poema em linha reta" e "Vilegiatura"
Uma obra prima arrebatadora, que irá provocar as mais diversas reações nos leitores, porém necessita de uma mente aberta para compreender os diversos conflitos e questionamentos do complexo engenheiro

Carol 09/10/2021

Amo
Fernando Pessoa é maravilhoso, qualquer livro dele vale a pena ler ser lido, meu poeta preferido eternamente.

Ronnayse 10/07/2022

Alguns dos poemas aqui reunidos eu já tinha lido.
Amei.. é sentimento puro, escrita impecável.
A forma com que o autor sente a vida, descreve em poemas e faz-nos identificar com suas palavras é inefável.

Duda 08/03/2023

Amo um depressivo!!! tem uns bem chatinhos pq são muito compridos, mas a maior parte é muito bom e muito interessante