O Trem dos Órfãos

O Trem dos Órfãos Christina Baker Kline




Resenhas - O Trem dos Órfãos


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Ladyce 15/11/2014

Previsibilidade à vista!
Daqui a dez anos, não vou me lembrar deste livro. O que ficará comigo da leitura de O TREM DOS ÓRFÃOS? Fica o fato histórico, uma revelação mesmerizante, mesmo para quem está familiarizado com a história dos Estados Unidos:por mais de cinquenta anos houve um trem de órfãos. Mas é só. Só isso que ficará comigo. O resto não criou raízes, não me afetou. Na verdade me irritou muitas vezes quando me senti manipulada emocionalmente.

O título e a chamada na capa traseira da edição brasileira já preparam o leitor para um drama e direcionam a nossa opinião para uma injustiça social. “Entre 1854 e1929, os chamados ‘trens dos órfãos’ percorriam regularmente cidades da costa leste até fazendas do meio-oeste dos Estados Unidos, carregando milhares de crianças abandonadas cujo destino seria determinado simplesmente pela sorte”. Note-se que a sugestão de que nossas emoções serão testadas começa aí, quando faz-se a notificação de que o “destino[ das crianças] seria determinado simplesmente pela sorte”, ou seja que elas estariam abandonadas à sua sorte, por causa do trem que as levava. Este é o alerta às nossas lágrimas e soluços,que vem da sugestão de que só o destino dessas crianças é determinado pela sorte, quando que sabemos muito bem que todo ser humano, assim como essas crianças, tem sua sorte determinada em grande parte por seu destino. Começamos, portanto, a nossa leitura guiada, enviesada, para achar o ‘trem dos órfãos’ uma prática desumana e inaceitável.

Há um grande problema com releituras de fatos históricos: a tendência de julgarmos o passado com os olhos de hoje. O que eram práticas comuns em Roma antiga, por exemplo, não conseguem ser aceitas hoje: escravidão, estupro dos vencedores sobre as mulheres dos vencidos na guerra, relações licenciosas entre meninos e homens maduros. Não se aceita, no presente, que o dono de uma terra tenha o direito à primeira noite de núpcias da jovem com quem seu inquilino se casara, como podia acontecer em comunidades medievais. O comportamento humano é passível de mudança, mas qualquer historiador sabe que o ser humano é cruel com o seu semelhante. Mas sabemos também que as condições históricas de cada momento não conseguem ser pensadas com integridade, quando o leitor contemporâneo se encontra sentado no conforto de sua poltrona preferida, desfrutando de luxos como uma semana de 40 horas de trabalho, ar-condicionado para os dias de calor e um carro potente a levá-lo sem esforço a comprar os suprimentos necessários à sua vida. Sem maior conhecimento de história, não nos lembramos que esses luxos foram adquiridos só depois da segunda metade do século XX. E é aí que se encontra o ponto mais fraco do romance de Christina Baker Kline, a falta de contexto histórico que localize para o leitor as razões desse experimento social. Um bom romance com temática histórica implica uma revelação contextualizada. Nesse livro o contexto aparece superficialmente e com o viés moralista da atualidade. Não descobrimos claramente o porquê? Por que havia tantos órfãos ou crianças abandonadas nas ruas das grandes cidades americanas? Seria o mesmo fenômeno social apresentado nos livros de Charles Dickens, o escritor inglês que se distinguiu pela descrição dos moleques de rua, criminosos, na Londres vitoriana, como acontece em OLIVER TWIST? Não sabemos. A história centrada nos dois personagens que se opõe na idade mas que são semelhantes em sua exclusão social se apequena às experiências das duas protagonistas. O tema é muito maior... e se perde.

Um bom debate, caso esse livro chegue ao seu círculo de leituras, seria justamente descobrir que medidas tomar quando há um número extraordinário de órfãos, crianças abandonadas ou maltratadas. O trem dos órfãos americano foi um experimento social que tinha como objetivo, proteger e melhorar as condições de vida dessas crianças. Pode não ter dado certo, ou pelo menos para alguns não deu certo, mas também foi capaz de dar casa e comida para muitos indigentes menores de idade cujo destino já se projetava nefasto, caso permanecessem onde estavam, abandonados nas ruas.

Quase todas as pessoas que encontrei gostaram da leitura de O TREM DOS ÓRFÃOS, emocionadas com a trágica vida de Vivian Daly. Mas a trama é previsível e melodramática. Só faltava a orquestra de violinos em alguns momentos cinematográficos. Molly Ayer, uma menina quase adulta, que paga pela sua rebeldia com trabalhos sociais é um estereótipo, um personagem raso e improvável. A narrativa que se apresenta com altos e baixos, aparecendo mais complexa só na descrição da nonagenária Vivian. Molly parece ter sido um personagem inserido posteriormente, como se uma obrigação – poderia ser a conselho do editor? -- para contrabalançar a história de vida da velha senhora. Há momentos, principalmente a partir de meados do livro que a prosa parece ter sido escrita em um outro momento da autora e às pressas.

Tenho a impressão de que este foi um romance encomendado para o mercado jovem adulto. Muita emoção, muita reverberação fácil de questões de identidade, pouca preocupação com estilo. Não foi escrito com a intenção de permanecer na nossa imaginação dando frutos para experiências futuras. Não me surpreenderei ao ver essa história no cinema, onde garotas adolescentes encontrarão na sala escura, ambiente favorável ao debulhar de lágrimas tão necessárias para o equilíbrio das glândulas hormonais em desalinho. Dá saudades de grandes romancistas históricos contemporâneos como Philippa Gregory, Noah Gordon, Hilary Mantel entre outros escritores de ficção histórica.
Andrea 18/09/2015minha estante
Não li o livro, mas gostei da sua resenha, sua visão acerca do que é apresentado no livro e a clareza com que você enxergou a obra. Vou ler justamente pela sua resenha e tirar minhas conclusões! Parabéns!


Less 11/04/2017minha estante
Muito boa a resenha.


Lory 13/10/2017minha estante
Ótima resenha. O livro começa como um pastiche de histórias sobre órfãos - cita até Anne of Green Gables e Jane Eyre - mas até que convence durante uns 3/4 da leitura.

Depois, a autora definitivamente perde a mão e começa a "correr" com a história. Ela cria novas situações, bastante forçadas, em busca do drama que estava lá desde o começo do livro, mas que ela não soube explorar.




Livy 07/09/2014

O Trem dos Órfãos é um belo livro, e contêm um história poderosa.
O Trem dos Órfãos é um livro que me surpreendeu muito. Sou apaixonada por livros que retratam culturas, épocas ou fatos reais. E a história mescla realidade e ficção, passado e presente, de forma muito bem construída.

A história nos mostra duas personagens importantes: Vivian Daly uma senhora de 91 anos de idade que leva uma vida pacata e tranquilha em Spruce Harbor, no estado do Maine (Estados Unidos). Para esta mulher seus fantasmas são todas as lembranças e pessoas que ficaram para trás em seu passado turbulento: um passado cheio de reviravoltas e sofrimento. Agora tudo o que restou são as lembranças deste passado, guardadas em caixas dentro de seu sótão. Mas cada um dos objetos ali guardados tem um significado, e ela precisa de ajuda para arrumar o sótão e colocar em ordem suas próprias lembranças.

Molly Ayer tem 17 anos, e está encrencada. Orfã, ela está cansada de ser tratada como uma inútil, julgada pela aparência que montou para si, e de se sentir só. Está cansada de viver nos lares que viveu. Depois de cometer um roubo de um livro que amava, ela precisa prestar serviços comunitários para não acabar num reformatório. Surge então a oportunidade de ajudar Vivian a limpar seu sótão. O que nem Molly ou Vivian esperavam é que conforme elas seguem com a organização de suas lembranças e pertences, elas descobrem que tem muito em comum e vão acabar descobrindo que nunca se é tarde para recomeçar.

O livro é dividido em partes entre o passado, no período da Grande Depressão e o presente. As partes que narram o passado a partir de 1929 são contados pela própria Vivian em primeira pessoa. Estes trechos são o relato da senhora para a Molly. O tempo presente é narrado em terceira pessoa.

O livro traz uma parte da história americana pouco conhecida, e um tanto triste através das lembranças de Vivian. O Trem dos Órfãos realmente existiu e transportou mais de cem mil crianças entre os anos de 1854 a 1929. As condições que estas crianças enfrentavam não eram nada bonitas, e muitas eram adotadas apenas pela força de trabalho que iriam produzir. Muitas vezes eram levadas para trabalharem em regime escravo. Foram anos de verdadeiras tristezas, mas houve alguns finais felizes também. Fiquei impressionada com o relato de uma parte da história que eu nem sonhava ter acontecido, e surpreendida com o resultado de um estudo que mostrou que um em cada 25 americanos descende do trem dos órfãos.

Ambas as personagens são órfãs, e ambas passaram por sofrimentos. E achei lindo o modo como a autora construiu a amizade e a ligação das duas. Mesmo sem perceber, aos poucos, elas se tornaram amigas, se tornaram confidentes. Molly e Vivian estão ligadas pelo sofrimento e pelas suas lembranças e vivências. Conforme Molly ajuda Vivian a se soltar, recordar e contar sua história, Vivian também ajuda Molly a se encontrar e se aceitar.

Eu achei tão bonita as lições, a trajetória e o desfecho para ambas. E achei bonito também o fato de Molly ter tantas semelhanças com sua nova amiga Vivian. A autora mostra claramente que ambas precisavam uma da outra de alguma forma, e que ambas são muito parecidas.

A história contada por Christina Baker Kline é muito bem construída e a narrativa é sensacional. Uma das coisas que amei no livro são as descrições. A riqueza de detalhes e sentimentos foi fantástica. Fora que por tudo que li e pesquisei, percebi que a autora se importou muito com todos estes detalhes, e fez uma ótima pesquisa para tornar seu livro ainda mais crível. Achei magnifico o cuidado com que a autora faz estas descrições. A ambientação, as vestimentas, os problemas da época, as características de cada personagem, etc. Tudo é tão bem descrito e narrado que eu consegui visualizar tudo claramente. Além disso eu amei o modo como ela conduziu as personagens, suas descobertas, suas redenções e suas decisões. O modo como a autora uniu as duas mulheres, separadas por tantos anos de diferença, foi incrivelmente bem elaborado.

Outro ponto de reflexão do livro, e é uma grande lição, é de que mesmo sob diversas adversidades e sofrimento nenhuma das protagonistas se rende. Elas continuam lutando, vivendo, e não se deixam envergar pelas situações ruins. Nem por causa de todo sofrimento elas se tornam pessoas amarguradas, e também não deixam de acreditar e lutar por aquilo que sonham e querem realmente ser. Independente de qualquer situação, não foram os acontecimentos que as moldaram, mas elas se moldaram conforme os acontecimentos, se tornando fortes e maduras.

O Trem dos Órfãos é um belo livro, e contêm um história poderosa. Um livro que traz fatos reais, que traz sentimentos e emoções fortes, para se refletir e sentir. Este é um livro sensível que fala de amor, amizade e o recordações. O poder da herança que se leva no coração e na alma.


site: Confira mais resenhas: http://nomundodoslivros.com
Edméia 18/04/2017minha estante
*Livy , adorei a sua resenha e fiquei mais curiosa para ler este livro ! Obrigada !!! Um abraço.




Fernanda 16/06/2014

Resenha: O Trem dos Órfãos
Resenha: “O trem dos órfãos” de Christina Baker Kline, oferece visões diferentes sobre acontecimentos realistas e comoventes. Dá para perceber que foi necessário realizar uma pesquisa abrangente em relação aos assuntos mencionados. E é possível perceber as descrições vívidas como um modo de valorizar os acontecimentos e garantir que as cenas se mostrem determinantes e ainda mais explicativas. É um romance carregado por sentimentos conturbados e o mais interessante é poder comparar as experiências dos personagens em destaque.




CONFIRA A RESENHA COMPLETA NO BLOG SEGREDOS EM LIVROS:

site: http://www.segredosemlivros.com/2014/06/resenha-o-trem-dos-orfaos-christina.html
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@cheiade9h 16/06/2014

Confesso pra vocês que quase não pedi o livro pra Editora Planeta. Quase não pedi porque estava receosa de não gostar da estória ou narrativa. MAS TOMEI NA CARA. Eu adorei O Trem dos Órfãos! ~penso seriamente que esse livro deveria ser adaptado para os cinemas~

Primeiro de tudo, O Trem dos Órfãos realmente aconteceu: nos anos de 1854 e 1929 nos Estados Unidos, foi criado para transportar crianças de ruas, abandonadas, para que sejam "adotadas" por famílias, mas grande parte dessas crianças no fim eram "abrigadas" por famílias dissimuladas, viravam "escravos" de quem deveria estar cuidado dela, as que conseguiam boas famílias eram poucas. Charles Loring Brace, foi o cara que criou esse programa pensando no melhor para essas crianças, acreditava que a educação, um bom ambiente familiar poderia fazer bem a essa criança marginalizada, mas o projeto não deu muito certo, não é mesmo?
"Tenho noventa e um anos de idade, e quase todo mundo que já fez parte da minha vida agora é um fantasma."
Página 9

Vivian é a nossa personagem de 91 anos é a prova desse fenômeno histórico, conhecemos a sua infância (narrado em primeira pessoa) até a fase adulta. E ainda temos a narrativa da atualidade, ano 2011, em terceira pessoa contando a vida de Molly, uma jovem "órfã" que está com uma família (não muito lá essas coisas).

Molly conhece Vivian através de trabalho comunitário, Molly rouba um livro de uma biblioteca e para não ser levado ao reformatório (e perder sua ""família"" atual) ela aceita fazer um trabalho voluntário na casa de Vivian, que é praticamente arrumar o sótão da Vivian. Só que Molly acaba conhecendo a vida de Vivian mais a fundo através de suas bugigangas guardadas.

Só que Molly não imaginava uma vida tão dura, Vivian nos conta detalhadamente tudo que aconteceu com ela, quando as coisas pareciam boas vinha uma desgraça pra estragar tudo. Teve até uma parte do livro que fiquei com muito nojo, receio, dó e vontade de esmurrar alguma coisa, de tanto que a narrativa conseguiu me passar a dor da Vivian quando criança, migrando de família em família.

A grande lição que tirei ao conhecer a história de vida da Vivian foi: aconteceu desgraça com ela? Aconteceu, mas quem disse que todas as coisas ruins que apareceram iriam "estragar" sua pessoa, mesmo ela crescendo com sofrimento, ela se torna uma jovem mulher de respeito (trabalhando no que gosta, conseguindo fazer amizades e até conseguiu dois amores). Foram tantos caminhos conturbados na vida de Vivian mas não foram o bastante para torná-la uma mulher odiada e revoltada com a vida.

Molly aprende isso com Vivian e aceita "querer mudar", ser mais responsável sem perder a diversão de ser uma adolescente.

O Trem de Órfãos é um livro que vai fazer o seu estômago embrulhar, vai fazer você chorar, mas você também presenciará o amadurecimento das personagens, que é o mais importante.

Sobre a edição da Planeta no livro só tenho elogios, a fonte é confortável, o tipo de folha é aquela que: por mais o livro tenha mil páginas ele é leve, a diagramação e espaçamento está realmente ótimo.

E já falei que esse livro é digno de ser adaptado para os cinemas?

site: http://www.livroterapias.com/2014/06/resenha-o-trem-dos-orfaos.html
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Ju Oliveira 23/06/2014

Tocante!
Molly é uma adolescente rebelde, órfã, que vive trocando de lares adotivos. No momento ela se encontra na guarda do casal Dina e Ralph. Dina é uma mulher arrogante e implicante e deixa claro que só aceita a presença de Molly em sua casa pelo dinheiro que recebe por acolher um órfão. Já o “pai” Ralph é atencioso e até se mostra carinhoso com Molly.

Após cometer uma pequena infração, (roubar um livro da biblioteca), para não ser mandada para o reformatório, Molly decide prestar algum tipo de serviço. Com a ajuda de seu namorado Jack, ela acaba conhecendo Vivian, uma rica senhora de 91 anos, que está a procura de alguém para ajudá-la a organizar seu sótão, onde há muitos pertences antigos, guardados a várias décadas. Mesmo achando que esse serviço certamente seria um tédio, Molly aceita.

Logo após o primeiro encontro com a senhora, Molly percebe que elas tem muito mais em comum do que qualquer um poderia imaginar. A simpatia de uma pela outra é recíproca. Vivian também é órfã. Conforme elas vão abrindo as caixas para separar os itens para doação, lixo ou embalar novamente, Molly fica encantada, pois cada objeto que há naquelas caixas tem toda uma história por trás, geralmente uma triste história.

Vivian relata a Molly sua infância sofrida, a vinda da Irlanda com sua família, a morte de todos eles em um incêndio e após ficar órfã, a triste viagem no “Trem dos órfãos“, com apenas 9 anos de idade. Sua busca por um lar de carinho e o sofrimento enfrentado a cada nova parada do trem, quando era rejeitada, pois na época as famílias eram interessadas em bebês ou meninos mais fortes para trabalhar em suas lavouras.


O trem dos órfãos é um dos livros mais tocantes que já li na vida. Muito triste saber que ele realmente existiu nos EUA entre os anos de 1854 e 1929, chegando a transportar até 100 mil crianças órfãs. Narrado em primeira pessoa pela personagem Vivian, ela nos conta todos os horrores e as barbaridades que teve que enfrentar na vida, desde seus 9 anos. Os lares horrorosos por que passou, sendo tratada pior que bicho, por seres humanos insensíveis e maldosos.

Certos momentos da leitura, a angustia e a judiação era tão grande que chegava a doer. Revolta, raiva, compaixão, uma mistura de muitos sentimentos em um só livro. Apesar de a autora expor detalhadamente o sofrimento vivido por Vivian e vários outros órfãos, a lição que ela passou nessa obra é muito linda. A autora conseguiu nos fazer enxergar, que por mais triste e sofrida que tenha sido a infância da personagem, ao crescer e se tornar uma jovem mulher, ela não permitiu que o ódio e a amargura tomasse conta de sua vida. Pelo contrário, lutou para se tornar uma pessoa digna e honesta. E essa é a lição que Molly acaba aprendendo com Vivian.

O trem dos órfãos certamente vai mexer com o emocional dos leitores, assim como fez comigo. Tocante, emocionante, revoltante (em certas partes). Muito bem escrito, a autora fez uma grande trabalho de pesquisa, chegando a entrevistar descendentes dos passageiros e até mesmo alguns próprios passageiros do trem dos órfãos, todos já passados dos 90 anos.

Enfim uma leitura rica em sentimentos e fatos históricos, tristes, mas infelizmente reais. Eu indico muito. Leiam!

site: http://juoliveira.com/cantinho/o-trem-dos-orfaos-resenha-sorteio/
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San... 15/07/2014

Um livro muito bem escrito e que foi capaz de me levar às lágrimas, coisa que há muito tempo não acontecia... Embora seja, sob certos aspectos, uma história triste, também é bastante interessante e me mostrou uma prática que foi bastante usual no inicio do século XX, nos Estados Unidos. Esse trem de órfãos realmente existiu. Atrás dos motivos humanitários propagados, uma verdade feia se escondeu: a maioria desses órfãos foi dada para trabalho escravo em regiões afastadas e inóspitas, onde os maus tratos, em sua maioria, não foram documentados ou denunciados. E que não se pense ser uma leitura piegas, enfadonha, apelativa. Muito ao contrário, a simplicidade da narrativa, sua objetividade e leveza, oferece ao leitor uma leitura muito boa e proveitosa. Recomendo.
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Marta 04/02/2015

Uma bela história
Esse livro é lindo com um bela história baseada em fatos reais sobre o trem dos órfãos que realmente existiu nos Estados Unidos e transportou mais de duzentos mil órfãos, levando-os das cidades costeiras do Leste dos Estados Unidos ao Meio-Oeste para "adoção", que por muitas vezes terminou sendo um trabalho escravo. A história é contada entre os dias atuais e os da grande depressão, é uma história fascinante.
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Michelle.Leonhardt 09/02/2015

Uma maneira interessante de se estudar a Grande Depressão de 1929
Enredo: Molly Ayer é uma menina órfã de 17 anos que passa de lar em lar adotivo e, atualmente, vive junto com seus pais adotivos Dina e Ralph. Por conta de sua condição de órfã ela cria uma aparência gótica para se proteger de todos os outros:

"Era verdade que Molly não facilitava as coisas; sabia, por experiência própria, que era melhor ser estranha e durona do que patética e vulnerável, e usava essa persona gótica como se fosse uma armadura."

Embora vivendo com uma família adotiva, Molly se sente solitária. Eis que um dia qualquer ela rouba um exemplar de um livro da biblioteca e é pega. Dois caminhos são apresentados a ela: reformatório ou 50 horas de trabalho comunitário. Molly decide realizar o trabalho comunitário e acaba aceitando ajudar a Sra. Vivian Daly, de 91 anos, a limpar o sótão de sua casa.

Vivian e Molly então acabam por se conhecer durante a tarefa e Vivian acaba contando sua história de vida ao longo de 14 anos (1929 - 1943): uma menina que viaja com seus pais da Irlanda em busca de uma vida melhor e acaba ficando órfã. Levada ao chamado "Trem dos Órfãos" pela Sociedade de Auxílio ás Crianças ela passa por diferentes lares adotivos até que se estabiliza levando ao destino que tem hoje.

Esse tempo em conjunto modifica tanto a vida de Molly quanto a de Vivian de uma forma incrível. As duas acabam passando por uma jornada de auto conhecimento e exploram pontos difíceis de suas próprias vidas aprendendo e apoiando uma à outra acima de tudo.

Opinião: A história que Vivian relata se passa em grande parte no período da Grande Depressão e somos capazes de entender, pelo contexto histórico, as situações pelas quais ela passa. Um ponto bem legal do livro é o fato de aprendermos muito sobre o Trem dos Órfãos. Apesar de adorar livros que possuem como pano de fundo um ponto marcante da história, li poucos a respeito do período da Grande Depressão e desconhecia muita da pesquisa que a autora realizou sobre as condições de vida naquela época.

Aliás, esse é um ponto bastante interessante: a autora realizou extensa pesquisa e criou uma realidade tão atrativa (apesar do drama) que é difícil não se encantar (ou solidarizar) com a jornada de Vivian durante o período. Ela levantou, por exemplo, o fato de que a cada 25 americanos, um é descendente do Trem dos Órfãos que existiu entre 1854 e 1929. Inclusive, os passageiros dos trens buscaram se reencontrar e criaram redes na internet para que pudessem compartilhar suas histórias e trajetórias de vida. Adorei!

Pra quem eu recomendo o livro? Quem gosta de uma história com um pano de fundo real e que se emociona com relatos de vida cheios de emoção. Pra quem deseja aprender um pouco sobre um fato marcante da história pois a riqueza de detalhes faz o livro ser incrível para se entender um pouco do que foi esse momento e o impacto na vida das pessoas. Saliento: a pesquisa da autora foi muito bem feita e a história de Vivian muito fiel ao que retratam os descendentes do trem.

Pra quem eu não recomendo? Difícil. Apesar de eu ter avaliando em apenas 3 de 5 pontos eu diria que recomendo a todos para aprender sobre o tema da Depressão e para ler uma história cativante de verdade. O livro tem algumas falhas sim mas no fundo quase todo mundo ficará curioso sobre qual o destino tinham as crianças que eram levadas ao trem. A menos que você deteste demais histórias dramáticas eu o recomendaria. E sim, eu sei que existem críticas extremamente negativas ao livro nas redes sociais de leitura. Todavia, colocando na balança, por ser fácil e leve a leitura, eu recomendo.

Avaliação final: 3/5
- O livro intercala entre o momento vivido por Molly (uma adolescente atual) e a história de vida de Vivian. A parte da vida de Molly é situada no mundo da internet e das redes sociais. Ao mesmo tempo em que a autora acertou ao fazer uma extensa e detalhada pesquisa para criar o enredo de Vivian, foi muito sucinta e até falhou, na minha opinião, em situar Molly e justificar suas decisões, medos e sentimentos. Além disso, se as crianças do trem dos órfãos passavam por situações difíceis dado o período da Grande Depressão e isso se faz perfeitamente compreensível pela riqueza de detalhes apresentada, o mesmo não se pode dizer da vida de Molly. Suas justificativas são fracas, suas ações não são trabalhadas em nenhuma profundidade e ela se torna uma personagem secundária, daquele tipo em que pensamos em fazer uma leitura diagonal pra chegar logo ao capítulo em que Vivian novamente entra em ação.
- Há um momento da história de Vivian (um reencontro) que parece um pouco forçado (acredito que poderia ser melhor trabalhado). Nào vou entrar em detalhes pois seria quase um spoiler!
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Ida 23/02/2015

O Trem dos Órfãos
O livro o “Trem dos Órfãos” fala de abandono, perdas, caminhos sem volta, mas também fala de esperança, segunda chances, amizade e amor.

Durante o período da Grande Depressão, entre os anos de 1854 e 1929, um trem que percorria regularmente cidades da Costa Leste até fazendas do Meio-Oeste dos Estados Unidos, levava milhares de crianças na esperança que, durante todo este percurso, conseguissem que alguma família as adotassem, ou até mesmo as quisessem para trabalhar sejam nas fazendas ou ajudando nos serviços domésticos. Estas crianças em sua maioria eram abandonadas pelos pais por diversos motivos e ao embarcarem no trem, sua real esperança é que obtivessem sorte.

Neste livro, somos apresentadas para Vivian daly, 91 anos e para Molly, uma adolescente órfã estilo gótico e rebelde de 17 anos, Vivian esteve no trem e trás consigo grandes lembranças desse passado. Nos dias atuais ela é uma idosa que mora sozinha e precisa de ajuda para organizar e se livrar de pertences antigos guardados em seu sótão, para isso conta com ajuda de Molly que está precisando fazer um serviço comunitário para não acabar num reformatório.

Todo o desenvolvimento da narrativa parte daí, a história é intercalada entre a primeira e a terceira pessoa, sendo que a narrativa da primeira pessoa é feita por Vivian no momento em que relembra e conta seu passado para Molly, essa parte do livro foi a que mais me emocionou, embora eu saiba que a Vivian de fato nunca existiu, mas sua personagem foi inspirada em fatos e pessoas reais da época. Os livros que foram baseados em fatos históricos ou que se inspiraram em histórias de pessoas reais, me deixa emocionada e muito compenetrada no que estou lendo, é como se eu estivesse lá, vendo tudo acontecer de perto, foi assim com a história de Vivian, eu acompanhei sua trajetória, e sinceramente não sei como ela foi tão forte.

O trabalho da limpeza e organização do sótão continua, mas de uma maneira bem diferente, cada caixa aberta resgata uma lembrança, um momento vivido por Vivian, ela por sua vez vai contando todo o seu passado para Molly, descobertas são feitas e que podem mudar muita coisa daquele momento em diante e Molly, vai assimilando tudo e passa a olhar Vivian com outros olhos..

A Molly, aos poucos vai entendendo como funciona as coisas, ela passa de adolescente durona, cara fechada numa postura de autodefesa, para uma moça mais compreensiva, acredito que ela se colocou um pouco no lugar da Vivian, afinal, as duas são órfãos e podemos constatar que suas histórias de vida apresentam uns paralelos, ao imergir cada vez mais no passado de Vivian, Molly, consegue mostrar ser uma pessoa inteligente e prestativa, sedenta de carinho e amor.

Tudo que aconteceu com a Vivian em sua infância me fez recordar a Mariam de “A cidade do Sol”-Khaled Hosseini- algo como uma infância perdida, repleta de apuros, provações, violência de toda natureza, medo e abandono. Claro, que uma infância perdida não tem concerto, está consumado, acabado, mas nem tudo está perdido nessa vida, e posso garantir que a Vivian depois de tudo que passou conseguiu sim viver bons momentos...


Em suma, a história é muito bonita, apesar de ser triste, mas proporciona um final revelador, durante toda sua trajetória de vida, Vivian, superou muitas perdas em sua vida, e mesmo sendo uma órfã ainda menina, conseguiu construir seu futuro, tem muitos pontos chaves no desenrolar da narrativa e como já disse pontos reveladores, posso dizer que me apeguei mais a história de vida da Vivian, mas cada uma tem seu particular e mesmo com seus medos conseguiram a cada dia se superar. Vivian teve seu final feliz e fiquei feliz por ela. Amei o livro, amei a história e com certeza é um dos meus favoritos.

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Tracinhas 15/04/2015

por Lídia Rayanne
No início de Fevereiro, ganhei no concurso do aniversário do Skoob um livro à minha escolha da Editora Planeta. Como não conhecia essa editora, decidi dar uma olhada nos livros publicados por ela para escolher algum. Foi quando me deparei com O Trem dos Órfãos. A melancolia da capa e a sinopse me atraíram imediatamente e, para minha alegria, não fui decepcionada.

Christina Baker Kline optou por contar a história por dois pontos de vista: nos dias atuais, Molly, a adolescente rebelde descendente de uma tribo indígena, e a jovem imigrante irlandesa Niamh (pronuncia-se Niivi), durante a Grande Depressão. Apesar das décadas de diferença entre as duas, ambas são muito parecidas: são órfãos e desde muito jovens aprenderam a depender da ajuda e da boa vontade de adultos, assim como desconfiar dos mesmos.

A medida que Molly ajuda a velha Vivian a organizar seu sótão, descobrimos nas caixas de memórias elementos que se encaixam na história de Niamh. E sim, não é spoiler declarar que as duas são a mesma pessoa. A pergunta que fica no ar é: o que aconteceu com Niamh para que ela se transformasse em Vivian?

Com o passar dos capítulos, Molly começa a ficar curiosa para saber mais sobre o passado de Vivian. Então, quando seu professor passa um trabalho com o conceito de “transporte” , Molly começa a entrevistar Vivian, querendo descobrir o que ela teve que deixar para trás para construir sua identidade.

Sincero e dramático, sem melodramas gratuitos, O Trem dos Órfãos explora a realidade de uma maneira crua, mas sem perder a beleza na narrativa. Não foram poucas as vezes em que me peguei sentindo as mesma aflições de Niamh/Dorothy/Vivian, ou rindo da sarcástica Molly. A autora soube separar a personalidade das protagonista e equilibrar a narrativa de ambas; a pesquisa realizada para compor o plano de fundo das duas histórias (principalmente da de 1930) é notável. Mal tinha terminado de ler o livro e já queria pesquisar sobre o verdadeiro Trem dos Órfãos e Molly Melaço.

O único ponto negativo que dou é quanto à revisão do livro. Enquanto lia, percebi no mínimo uns 10 erros de concordância, provavelmente pela má revisão da tradução. Nada que o trabalho de um bom revisor não resolva na próxima edição.

Resumindo, amei o livro imensamente. Entrou na minha lista de favoritos e é o tipo de história que todos deveriam ler. Não é real, mas é inspirada em tantas que poderia ser. Abalou com todas as minha estruturas emocionais de uma maneira que vou levar um tempo pra me recuperar de certas cenas. Me fez sofrer, querer chorar e me perguntar como estamos lidando com as pessoas em situações semelhantes a Molly e Niamh.

site: http://jatracei.com/post/116480239157/resenha-28-o-trem-dos-orfaos
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Lys Coimbra 19/07/2015

Obra de ficção baseada em fatos históricos
A estória de Niamh me tocou desde o início e as coisas ficaram cada vez mais comoventes com o desenrolar da trama e a opção de contar a estória em duas épocas deu um toque especial à obra.
Há muito de previsível e clichê, tanto na parte do enredo que se passa nos tempos atuais, quanto na parte passada na época da grande depressão, mas fiquei bastante tocada com o fato de que, embora seja uma obra de ficção, todo o contexto cultural, político e social que constituem a essência do livro foram baseados em um amplo estudo histórico.
O trem dos órfãos realmente existiu nos Estados Unidos e era "um experimento social" que consistia em retirar órfãos das ruas de Nova Iorque e remover essas pessoas, que eram julgadas "inconvenientes", para o interior do país, onde seriam entregues a muitas famílias que queriam nada mais que mão de obra escrava.
É impressionante observar registros como esse (sim!, no fim do livro há registros dos estudos realizados pela autora e menção a entrevistas feitas com sobreviventes do trem e/ou seus descendentes) e constatar que a adoção assumiu a finalidade assistencial de dar pais e uma família aos órfãos a partir da Segunda Guerra Mundial. Antes disso, quando não era uma mera roupagem utilizada para mascarar abusos e trabalho escravo, tinha a exclusiva finalidade de dar filhos àqueles que não podiam gerá-los.
Enfim, o livro é previsível, melodramático, mas diz muito sobre um período da história americana que muita gente não conhece.
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Nena 13/02/2016

Levo muito em consideração um livro qdo ele me faz chorar, o q é o caso desse. Trata-se de uma leitura envolvente, q alterna entre passado (por volta dos anos 30) e presente (2011) onde gerações e histórias semelhantes encontram-se. A história é baseada em fatos reais acontecido na primeira guerra mundial. O trem dos órfãos de fato existiu. Tudo começa qdo uma senhora decide fazer uma limpeza em seu sótão e para isso contrata uma garota para ajudá-la. Essa garota é órfã e tem dificuldades de adaptação em lares q a recebe. É aí q a história começa a alternar entre passado e presente. A cada caixa aberta, cada objeto encontrado uma lembrança é revivida. Vivian, a senhora, ficou órfã e foi levada, junto com diversas outras crianças, pelo trem dos órfãos para ser entregue a outras famílias em adoção. Convivendo com algumas famílias, Vivian depara-se com a fome, o abuso, a semi escravidão, o preconceito, a falta de esperança e o amor. Molly, a garota, encontra em Vivian conforto e compreensão, e até vê semelhança na história das duas. Molly será fundamental para mudar o passado de Vivian e reescrever sua história.

“Que infância mais miserável é essa, saber que ninguém a ama ou está tomando conta de você… Estar sempre do lado de fora, olhando para dentro.”
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Adriana 11/04/2016

Espera mais
Bom, contudo espera mais.
Gostoso de ler, prende a atenção.
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Mila F. @delivroemlivro_ 16/08/2016

História e Ficção!
Confesso que "cai de paraquedas" nessa leitura, de fato, não sabia muito do que se tratava e nem o que esperar da história. Achei a sinopse bem interessante, mas, confesso que esperei outra coisa: para ser mais direta, esperava algo mais dramático, tenso e emocionante.

O Trem dos Órfãos mistura ficção com fatos reais - este é um ponto que adorei - pois tem um bom peso e serve para mostrar o passado, o presente e o futuro. Aqui vamos acompanhar a história de duas personagens com diferentes idades, mas que tem bem mais pontos incomuns do que imaginam: Vivian Daly, uma senhora de 91 anos que, em sua velhice, vive uma vida tranquila e rotineira em Spruce Harbor, no estado do Maine (EUA); e Molly Ayer, de 17 anos, uma jovem que se encontra com problemas emocionais grandes.

As duas personagens são órfãs e acabam se cruzando após Molly ter que fazer trabalho comunitário e ir ajudar Vivian a arrumar objetos antigos em sua casa. A partir dessa tarefa ficamos conhecendo a vida de sofrimento das personagens, o quanto Molly tenta se encontrar mesmo tendo que ir morar com diversas pessoas desconhecidas até completar a maior idade. No momento em que ajuda Vivian e que faz uma tarefa escolar, acaba por descobrir que Vivian era uma das passageiras do trem dos órfãos. É interessante ressaltar que a narrativa é alternada entre as partes do passado (1929) contadas através do relato de Vivia para Molly, e o tempo "presente" (2011) contados pela perspectiva de Molly.

Como falei, O Trem dos Órfãos apesar de ser ficção, mistura fatos reais pouco conhecidos na historia americana, pois o trem, de fato, existiu e transportou mais de cem mil crianças entre os anos de 1854 a 1929 de cidade em cidade onde eles eram escolhidos por pessoas que decidiam cuidar delas, ou apropriar-se de sua mão de obra. Claro que algumas das crianças tiveram finais felizes, mas boa parte delas se submeteram a tratamentos negligentes e sofridos.

Fiquei bastante surpresa com o desenrolar e as explicações dos fatos reais por Christina Baker Kline que se mostrou, para mim, uma escritora pesquisadora, algo que aprecio bastante nas obras: um autor que procura dar respaldo, verossimilhança a seus livros merece reconhecimentos, pois isso não é algo fácil. Acredito que O Trem dos Órfãos conseguiu repassar o que propôs expondo uma história real e dando vida a personagens que evoluem com o passar do tempo e com o conhecimento e experiências que adquirem.

site: www.delivroemlivro.com.br
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