O Trono de Jade

O Trono de Jade Naomi Novik




Resenhas - O Trono de Jade


6 encontrados | exibindo 1 a 6


Jalia 06/05/2023

Choque Cultural
Duas palavras para descrever este livro: Choque Cultural.
Uma bela construção de mundo que deixa claro que a maior parte dos conflitos apresentados (mas não todos) são por conta da grande diferença entre os dois povos, Inglaterra e China, e o livro só se beneficia pela exploração de ambas as culturas em uma viagem cheia de aventuras e uma estadia cheia de tramas.

Laurence e Temeraire continuam a ser a melhor dupla de todas, assim como no primeiro livro, mas desafios aparecem constantemente no caminho dos dois, o que vai deixar qualquer leitor triste (que nem eu), mas a história acaba ficando muito melhor por conta disso em minha opinião.

Gostaria que não passássemos praticamente metade do livro no barco indo para a China, mas sei que isso também lhe deu um charme próprio. Também gostaria que tivesse um pouco mais de foco em outros personagens secundários que pareceram ser super interessantes, mas não se pode ter tudo em um livro só.
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Pedro.Junger 29/12/2020

Muito interessante!
O que mais gostei de acompanhar neste volume, foi a forma totalmente distinta que os chineses tratam os dragões. Ver Temeraire crescendo, e vendo como as nações tratam de forma distinta os dragões. E, ver Temeraire com um desejo ardente de transformar o mundo todo seguindo o exemplo da China. Só reforça o que eu sempre pensei, Temeraire é de longe o personagem mais bem construído, até mesmo o Laurence, não tem um desenvolvimento tão profundo. E, como no volume anterior, esse também possui um plot-twist no final que, pode impactar consideravelmente o rumo dessa história. Sigo otimista, porque vejo um claro amadurecimento na escrita da autora. Para os que gostaram do primeiro, mais do que recomendado!
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Coruja 31/07/2010

"Esta é a disciplina do Corpo, eu entendo," Barham começou: mesquinho e ofensivo, uma vez que sua vida provavelmente acabara de ser salva pela desobediência. Ele mesmo pode percebê-lo, e tornou-se ainda mais furioso. "Bem, não será assim comigo, Laurence, nem por um instante; eu o verei quebrado por isso. Sargento, prenda-o-"

O final da sentença foi inaudível; Barham estava esmorecendo, tornando-se menor, sua boca vermelha gritante abrindo e fechando como um peixe sem fôlego, as palavras tornando-se indistintas enquanto o chão sumia sob os pés de Laurence.

(Throne of Jade - Naomi Novik)


Como vocês já devem saber, às vésperas do dia das mães, eu fui ao centro para procurar o presente da senhora D. Mãe e, depois de bater perna para cima e para baixo, fui parar na Livraria Cultura, saí empilhando livros debaixo do braço e por puro e mero acaso, descobri O dragão de sua majestade.

Mal terminei de ler o primeiro volume, descobri que era uma série e fui atrás de saber como arranjar os seguintes. Como eles não estavam disponíveis em português e sou uma pessoa muito impaciente, encomendei tudo em inglês pela Cultura.

Como os livros são importados, a previsão mínima era de seis semanas ara a chegada deles, de forma que eu estava resignada a ter de esperar, pelo menos, até julho. Para minha sorte, contudo, eles tinham o segundo volume em estoque, de modo que ele chegou essa semana.

Ontem, de sete da noite, para ser exata.

Comecei a ler quase de imediato e ter terminado de uma única sentada, não fosse pelo fato de que quando deu onze e meia, a luz simplesmente apagou. Minha sorte, realmente, ter faltado energia bem no final da primeira parte...

Como não tinha mais o que fazer, deixei para continuar hoje e acabo de terminá-lo, mais uma vez, com o coração aos pulos e a respiração em suspenso.

Se no primeiro livro, eu ficava praticamente pulando da cadeira com os treinamentos e cada batalha, nesse eu vibrei com as intrigas políticas. Throne of Jade é uma aula de real politik.

E eu não acredito que acabei de aplicar uma teoria de relações internacionais para falar de ficção fantástica...

Ok, vamos com um pouco mais de calma, começando do começo.

Como vocês devem lembrar do artigo anterior, o conceito da série é bem parecido com a proposta de Jonathan Strange & Mr. Norrell - junte a Inglaterra no meio das Guerras Napoleônicas com um elemento fantástico (nesse caso, uma Força Aérea composta de dragões) e... corra em direção ao arco-íris: você tem um best-seller.

Em O dragão de sua majestade, nós começamos com o capitão da Marinha Britânica Will Laurence tornando-se o companheiro do dragão Temeraire, nascido de um ovo capturado numa batalha contra um navio francês. Temeraire e Laurence entram para a corporação dos aviadores e são uma peça chave nas batalhas contra os exércitos de Napoleão.

É de se destacar o vínculo que os dois formam - acho que é uma das coisas que me deixou encantada com o livro, a amizade verdadeira dos dois, não uma relação de hierarquia, de mestre e pupilo ou algo semelhante. Se Temeraire é absurdamente inteligente e capaz de falar em três línguas (isso porque os dragões aprendem ainda dentro do ovo, ouvindo as pessoas falarem), Laurence tem mais experiência de vida e ambos se beneficiam na história.

Ok, agora, se você não leu o primeiro livro, pretende ler e não gosta de spoilers, por favor, volte depois de amanhã. Do contrário, está avisado, eu vou contar o final do primeiro livro.

Por último, em O dragão de sua majestade, descobrimos que Temeraire não é um "simples" dragão imperial - raríssimo e inexistente fora da China - mas um Celestial, uma raça que apenas a família imperial pode ter.

A coisa toda gera uma série de perguntas e problemas. Afinal, o que diabos significa a China mandar um ovo de dragão celestial para Napoleão (pois Temeraire era um presente para o imperador francês)?

Throne of Jade começa assim com uma missão de embaixadores chineses chegando à Inglaterra, dispostos a tudo para levarem Temeraire de volta, inclusive, se necessário, carregar Laurence com eles.

Aulinha rápida de História: a China - na verdade, o Oriente, como um todo - permaneceu de portos fechados por muitos anos para o Ocidente, mantendo o porto de Cantão para comércio e de resto, inteiramente desinteressada de qualquer barganha com a Companhia das Índias. A Inglaterra tinha uma vasta demanda por chá, seda e porcelana, e os chineses, nenhum interesse nas quinquilharias européias, o que fechava a balança comercial em baixa. Para compensar a balança, os ingleses passaram a vender ópio para a China, até o governo de Pequim proibir a venda da droga e ocasionar com isso as chamadas Guerras do Ópio.

Isso, contudo, é depois das guerras napoleônicas, estou apenas dando um resumo do resumo do resumo para vocês. Voltemos assim a Temeraire e Laurence.

O governo inglês, que quer de todo jeito uma aliança com a China - ou, pelo menos, sua neutralidade -, assim como o estabelecimento de uma embaixada permanente e maior abertura dos portos; não se importa muito em negociar o que for necessário e assim, pela primeira e segunda parte do livro, nos vemos numa longa viagem de quase um ano até a China.

A princípio, isso pode parecer um pouco anticlimático, mas não é. A vida no navio Allegiance - um porta-dragões (como hoje temos porta-aviões) - é descrita de forma vívida e o tempo inteiro temos alguma coisa acontecendo: de um ataque francês no meio da noite, a intrigas com os emissários chineses, entre aviadores e marinheiros, tentativas de assassinato, motins, tempestades, furacões e até uma gigantesca serpente do mar.

Eu estou mesmo tentada a arranjar um mapa e sair marcando as paragens pelas quais Novik cria sua história - da Inglaterra à Madeira, cruzando o Cabo da Boa Esperança, vendo o mercado de escravos de longe nas costas da África (e, ao que já vi dos resumos dos livros seguintes, voltaremos à África em algum ponto futuro), continuando a jornada até Pequim.

E nada pode nos preparar para nossa chegada à China. Temeraire arranja até uma namorada!

Falando sério agora... nos últimos tempos, eu tinha me decepcionado um pouco com continuações. É triste, para dizer a verdade, você começar bem e empolgando e daí sair-se com um final totalmente sem pé nem cabeça. Nada contra milagres, mas eu os detesto em final de livro. Eles podem estar até no começo e serem o mote da história, mas no final?

Se matou um personagem, DEIXE QUE ELE PERMANEÇA MORTO. O único morto que valeu à pena ressucitar foi Aslam... e alguns zumbis. Mas Aslam não vale, porque ele é o Grande Leão e o Cordeiro num único e a idéia de Lewis, ao final das contas, era emular Cristo.

Não dá para questionar a necessidade do recurso literário da ressurreição para a história nesse caso.

Então... eu comecei a ler Throne of Jade com um pé atrás, justamente por ter tido algumas péssimas experiências com continuações nos últimos tempos. A primeira coisa que percebi contudo é que, pela estrutura do livro, você pode ler fora de ordem, como uma história por si só, e ela se mantém.

E, de toda forma, a mulher me surpreendeu - o segundo volume da saga consegue ser tão bom ou melhor quanto o primeiro: são diferentes tipos de ação e é interessante ver, por exemplo, o choque entre as visões de Laurence e Hammond, um militar e um diplomata, respectivamente.

Todo mundo sabe que gosto de estudar guerra e relações internacionais e confesso que a forma como a Novik mudou o foco de um livro para o outro - da guerra declarada para um tipo mais sutil de combate, entre intrigas diplomáticas palacianas e necessidades comerciais acima do orgulho e honra militares... eu amei isso.

Eu não estou dizendo que vocês vão encontrar material de estudo para uma monografia na série (bem, eu não duvido que eu, pelo menos, encontraria... afinal, já estou no segundo artigo); mas que a autora soube aproveitar bem a questão histórica no desenvolvimento da história.

Mais...

"Você quer dizer que apenas mulheres servem em seus corpos aéreos?" Laurence perguntou, certo de que não havia compreendido; ainda assim Zhao Wei apenas assentiu em confirmação. "Mas que razão pode haver para que haja tão política; com certeza vocês não pedem às mulheres que sirvam em sua infantaria, ou marinha?" Laurence protestou.

Seu horror era evidente, e Zhao Wei, talvez sentindo uma necessidade de defender a prática incomum de sua nação, seguiu a narrar a lenda que era sua fundação. Os detalhes eram, claro, romantizados: uma garota teria supostamente se disfarçado de homem para lutar no lugar de seu pai, tendo se tornado companheira de um dragão militar e salvo o Império ganhando uma grande batalha; por conseqüência, o Imperador da época teria pronunciado garotas aceitáveis para o serviço com dragões.

Alguém aí reconheceu de que lenda eles estão falando? Eu fiquei rindo sozinha por uns dez minutos quando cheguei nesse trecho e me deu uma enorme vontade de assistir Mulan.

Enfim, eu recomendo também a continuação de O dragão de sua majestade e mais uma vez, mal posso esperar para colocar as mãos no próximo volume, Black Powder War - desta feita, viajando até Istambul.
Isa Gama 06/07/2015minha estante
Terminei de ler O Dragão de sua Majestade ontem, e fiquei com muita vontade de ler os próximos, mas quando eu vi que a série tem 8 livros e vai terminar no nono, eu fiquei pensando se vale realmente ler os próximos, ou se é melhor parar agora porque afinal em algum momento da série eu vou acabar perdendo a vontade e desistindo mesmo... então, o que você acha? Vale a pena continuar lendo?




Pefico 18/06/2010

A série continua boa
Em Throne of Jade, o irmão do imperador da China dá um pulo na Inglaterra pra saber que p**** é essa de um dragão celestial chinês estar sendo utilizado como mero soldado de guerra. Aparentemente esta é uma ofensa mortal pra China e o governo da Inglaterra fica todo cheio de dedos pra não ofendê-los ainda mais e decidem entregar Temeraire de volta. Depois de um bocado de conflitos, Temeraire e toda sua tripulação decidem ir juntos pra China, uma viagem de mais de seis meses pelo mar. Essa jornada vai testar a profundidade e importância que Temerarie e Laurence dão uma para o outro.

Throne of Jade não foi tão bom quanto His Majesty's Dragon, mas ainda assim é um livro muito bem escrito, com estilo invejável e que te prende. A autora coloca um estilo meio lento pra estória e gasta uma boa metade do livro na chatíssima viagem de barco pra China, enquanto os eventos lá passam praticamente voando. Mas fora isso, Temeraire descobre como os dragões são super bem tratados na China e decide importar o conceito pra Inglaterra, mostrando que Naomi Novik ainda tem gás para outros livros da série. Recomendado!
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