Tayná Coelho 28/07/2014Muito bafafá pra pouco conteúdoNunca fui o tipo de pessoa que lê livros de autoajuda. Sei lá, nunca acreditei muito que as pessoas funcionam do mesmo jeito, que o que serve para um, vai servir para o outro. Mesmo assim resolvi ler esse livro, muito por conta do tanto de atenção que ele vinha recebendo, tanto na mídia quanto na internet. Eu devia ter permanecido quietinha no meu canto.
Não é que o livro seja de todo ruim, mas um livro de autoajuda, misturado com uma ficção bobinha que gira em torno de uma personagem fraca homônima à autora, mas que não é exatamente ela. A sensação que fiquei dessa escolha de colocar o nome do personagem, as características físicas e a idade iguais a da autora foi que ela quis contar uma história dela, mas tendo como fugir se alguém questionasse algum elemento descrito no texto. Sei lá, meio estranho
"É como se sentisse que essa pessoa não tem intelecto suficiente para conversar comigo."
O livro conta a história de uma garota, Isabela, que aos vinte e dois anos termina seu namoro de dois anos com um cara canalha que a tratava como lixo. A história vai e vem na linha do tempo da vida de Isabela, mostrando os relacionamentos anteriores, a forma como conheceu os amigos e como ela está lidando com o término. Paralelamente, a autora vai desenvolvendo a Teoria do Desapego. O livro me incomodou bastante por três motivos: o primeiro é que ela se propôs a escrever sobre desapego e isso não passou de um pequeno plano de fundo para a segunda coisa que me incomodou a história é boba demais, e a terceira coisa que me incomodou foi o excesso de autopromoção. Antes da página cinquenta ela já havia se descrito fisicamente umas cinco vezes, fora as frases como a citada aí em cima.
Mas nem tudo é terrível no livro (senão ele não teria ganho três estrelas). A autora tem algumas boas frases de autoajuda e, talvez, se ela tivesse ido apenas por esse caminho, tivesse dado mais certo. O problema todo é que ela vinha com uma teoria super forte, pra cima e aí a historinha que ela contava pra exemplificar nos mostrava o quão fraca e boba era a personagem principal.
"Nós devemos ter mais autoconfiança, isso é um dos requisitos básicos para o sucesso em um relacionamento."
Penso também que, talvez, se ela tivesse focado só na história também não teria sido tão desastroso. Ela não estaria se contradizendo e poderia dar um final melhor para a personagem, sem comprometer a parte de autoajuda do livro. Acho que deu pra notar, pelos comentários, que o erro foi misturar tudo.
O trabalho gráfico e a diagramação estão impecáveis, de verdade. O livro está visualmente lindo e isso é ponto pra Intrínseca, que sempre capricha nos livros.
Infos, fotos e links:
site:
http://olhandoporai.com/2014/07/28/resenha-nao-se-apega-nao-isabela-freitas/