Democracia, o Deus que Falhou

Democracia, o Deus que Falhou Hans-Hermann Hoppe




Resenhas - Democracia, o Deus que Falhou


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dasmc 23/03/2024

Não compre esse livro, gaste com um sorvete ou apostando na loteria
Democracia, o Deus que falhou é uma obra bem chinelona, é enaltecida pelos incultos que enxergam o autor, Hoppe, como o grande solucionador do problema intrínseco da Anarquia. Tive a oportunidade de debater via e-mail com o autor desse livro, ele infelizmente desconhece as críticas de Kant e principalmente o imperativo categórico! Sim, meus amigos, ele não soube refutar o caráter deôntico do Estado e a omnilateralidade necessária, a falta de leitura sobre a metafísica dos costumes levou o nosso querido Hans Hermann Hoppe ao delírio, tentou salvar o barco furado epistemológico rothbardiano e deu no que deu, sem mais delongas, não percam dinheiro e tempo com isso aí não! Kant responde a dúvida de vocês.
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Tatiane 31/10/2023

Democracia é na verdade o caminho para o autoritarismo, não é de se estranhar o cenário político/econômico do nosso Brasil. Neste livro o autor expõe o quanto a ideia de um país democrático não progride, antes, além de tornar mais pobre, é na verdade um totalitarismo disfarçado. Apresentando teses de vários historiadores e economistas tais como, Ludwig von misses dentre outros, sua tese nos ajuda a compreender que a democracia suprime as liberdades individuais.
Recomendo urgente!
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Rafael.Silveira 17/03/2023

Democracia, o Deus que Falhou
Obra mais emblemática de Hans-Hermann Hoppe e propõe uma verdadeira revolução intelectual contra a legitimidade da democracia como entendemos hoje. É uma interpretação econômica e filosófica da História e salienta os incentivos associados aos governos de propriedade privada (monarquia) e de propriedade pública (democracia) visando compreender o crescente expansionismo dos governos. Este livro é uma leitura aconselhável a todos os que perderam a fé na democracia como vemos aplicada no mundo atual e que não toleram mais suas falhas éticas e econômicas. Explica de maneira lapidar a contradição entre democracia, liberdade e do aumento do bem-estar da sociedade. O argumento moral de Hoppe é corajoso e cuidadosamente justificado na obra.
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Dalmo 20/01/2023

Uma obra corajosa e necessária
Esqueça tudo o que você pensa sobre democracia e abra sua mente para uma revisão das suas crenças sobre a história moderna e também sobre a própria existência do Estado. Disruptiva e libertária, esta obra de Hans-Hermann Hoppe desconstrói conceitos arraigados sobre o chamado governo da maioria e faz uma defesa intransigente dos valores morais e culturais que formam a base da civilização ocidental.

Sob uma ótica econômica e filosófica, o autor descreve como a democracia é incompatível com a propriedade privada (propriedade particular e autonomia individual) e com a noção de liberdade que tanto prezamos. A experiência democrática é desconstruída e interpretada como um declínio civilizatório que caminha invariavelmente para a tirania e a degradação moral da sociedade. Todo governo, ao maximizar a sua riqueza e os seus rendimentos por meio da expropriação, representa uma ameaça constante ao processo de civilização.

(leia o restante da resenha em redumbrella.com.br)

site: https://www.redumbrella.com.br/noticia/democracia-o-deus-que-falhou-hans-hermann-hoppe
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13marcioricardo 11/12/2022

Polémico e utópico.
Livro interessante, mas que pode enganar pelo título. Embora não tenha arcabouço político pra argumentar contra o autor, como leigo, me parece que a sua proposta é utópica.

Podemos dizer que o autor tem uma visão de mundo totalmente oposta à do comunismo. Vindo da escola austríaca não é de admirar, porém suas propostas são bem radicais e não me parecem exequíveis.

Como pontos positivos o livro nos dá várias lições de história e nos faz pensar se realmente os sistemas que temos hoje, tais como presidencialismo e democracia são realmente os melhores para nós, sobretudo em termos de carga fiscal na nossa vida.

Como pontos negativos, acho o autor demasiado elitista e, pior que isso, preconceituoso. Concordo que se deve reduzir o estado ao máximo ao mesmo tempo que se tenta enriquecer as pessoas o mais que se puder, mas não podemos obrigar todos ( nem seria saudável ) a ser conservadores e libertários. Além de que, é sempre mais fácil pensar numa proposta destas num país como os EUA, onde tudo já está construído e a população paga seguro de saúde. Ainda assim, a total extinção do estado me parece loucura.

Também não me parece que dividir o mundo em milhares de países, pois seria isso que iria acontecer, seja solução. Até porque, nem todos podem aceitar e é fácil para um império, por exemplo a China, tomar pequenas proporções de terra, se assim o quiser. Haveria muito pra dizer, no final algumas ideias poderão vingar, sobretudo em países mais pequenos e desenvolvidos, mas de uma forma geral acho inviável. O livro é muito diferente do que eu esperava, vale a pena ler, mas acho bem polêmico.
13marcioricardo 11/12/2022minha estante
Porções de terra *


Pavozzo 11/12/2022minha estante
Já que, segundo o próprio Aristóteles, existem aqueles homens que são escravos por natureza, sempre existirão hordas de pessoas não apenas desejosas do estado, mas até dispostas a sacrificar todas as suas liberdades em prol do mesmo - este é o ápice do sonho dos ditadores.

O anarcocapitalismo - com a ressalva de que também não possuo base política para analisar nada em profundidade - me parece tão utópico quanto o sonho comunista.

Ademais, boa resenha! :)


Elaine MDS 12/12/2022minha estante
Bom...




Patrick 31/10/2022

Bem fundamentado, mas cansativo
Eu queria muito ter gostado mais desse livro, tinha altas expectativas. Mas achei a leitura bastante truncada, pois não fluiu muito bem. Diversas vezes os capítulos ficam bem repetitivos, com parágrafos quase idênticos. Por um lado isso deixa a leitura cansativa, mas, por outro, isso facilita bem a compreensão de alguns trechos que possuem ideias complicadas. Porém, o autor é deveras polêmico em partes que não era tão necessário ser e deveras conservador em trechos que não favorecem seus argumentos aos olhos de quem pensa diferente dele.

Primeiramente, o título é ruim. Não há nenhuma comparação entre Deus e democracia. Imaginei que o livro abordaria a "fé" desmedida que as pessoas têm em relação à democracia, na crença de que é o melhor sistema possível. Porém, não há qualquer comparação do tipo. "Por que a democracia é falha", "Os problemas da democracia" seriam títulos muito mais apropriados. Um problema ínfimo, mas achei interessante ressaltar.

Hoppe é, antes de mais nada, um idealista: "A teoria a priori sobrepuja e corrige a experiência. O curso da história é determinado pelas ideias e por homens agindo de acordo com elas", e parte da ordem/direito natural do indivíduo à propriedade privada e como essa premissa leva ao anarcocapitalismo. Hoppe define-se um conservador, que acredita em uma ordem natural e atemporal da espécie humana. Uma parte razoavelmente grande do repertório utilizado é com base em autores da escola austríaca, sobretudo Ludwig von Mises e Murray Rothbard. Logo, o autor defende que a ilegitimidade da espoliação por parte do estado e defende também a secessão dos governos e estados.

O autor defende que a humanidade tenderá à baixa preferência temporal, ou seja, aos poucos, irá abdicar de benefícios presentes em prol de benefícios futuros. Porém, o risco de perder esse benefício nesse intervalo devido a crimes vai na contramão dessa tendência. Por vezes, o autor é bastante polêmico, principalmente quando aborda a degeneração moral da sociedade.

A crítica à democracia começa com a ideia de zelador temporário, representado pelo presidente da república, que não é pessoalmente responsabilizado por suas dívidas. Além disso, Hoppe comenta sobre as "guerras totais". Se um governo democrático entra em guerra, o público (que se identifica com o governante democrático) adere muito mais ao conflito. No caso de uma monarquia, no entanto, essa aderência é menor e o "proprietário" do governo (o rei/monarca) é sim responsabilizado por suas dívidas.

O livro traz uma crítica relacionada ao hedonismo e ao aumento da preferência temporal, que acelera a descivilização. Isso é estimulado pela democracia, que agrada muitas pessoas devido ao fato de que não há indivíduos privilegiados para ocupar cargos políticos (qualquer pessoa tem possibilidade de ser presidente). Ainda assim, o aparato estatal conta com cargos privilegiados. O livro ainda é contra medidas igualitaristas, já que a propriedade privada, por definição, implica em exclusividade, desigualdade e diferença.

Um dos conceitos mais importantes de Hoppe é o de integração forçada. Muitos governos abrem as portas para estrangeiros, ainda que isso vá contra as vontades dos proprietários privados internos, que não necessariamente querem conviver com os novos imigrantes. Segundo o autor, "Deve haver discriminação rigorosa caso se pretenda atingir a meta de uma anarquia de propriedade privada".

O autor vai contra o protecionismo do governo, alegando que se o protecionismo torna uma nação mais forte, então o protecionismo de uma cidade poderia torná-la mais forte, ou ainda um bairro ou indivíduo, levando a concepção do protecionismo ao absurdo. Além disso, diz como o liberalismo perdeu forças na contemporaneidade ao se aliar a ideais social-democratas. Vai contra, também, as ideias de filósofos contratualistas, como Locke e Hobbes, que visam legitimar o "contrato social" e, consequentemente, a atuação do governo. "Ou o estado é justificado por meio de um contrato, ou simplesmente não pode ser justificado."

Por fim, Hoppe argumenta sobre seguradoras privadas em substituição ao monopólio de seguro (na maioria dos setores) que é o governo: "É absurdo acreditar que uma agência que pode tributar sem consentimento possa ser uma protetora de propriedades."

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Thaís 22/10/2022

Falhamos como sociedade?
Livro bastante técnico, exigindo do leitor uma atenção redobrada, mas que oferece bons pontos de discussão. O autor apresenta pontos de vista que ajudam a abrir os olhos para a situação, mas não necessariamente que devamos concordar com a sua avaliação. Para quem gosta de discutir a política, fica a dica para usá-lo como referência, se afirmativa a ou contestativa, fica a critério do leitor.
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Zaqueu 05/08/2022

Maquina de destruição de riquezas
No governo democrático se cobra muito imposto e a entrega para os contribuintes é de menos,é um modelo de governo onde nada se preocupa em longo prazo e tudo a curto prazo ou seja a próxima eleição, o próximo cargo.Dividas publicas altíssimas, aumento da maquina estatal,corrupção, enquanto que a população cada vez mais sendo iludidas e habituadas na submissão.Quanto mais o governo colocar a sua influencia dentro do meio do povo,maior será a quantidade de leis e menor prosperidade trará ao pais.
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Luiz.Ricardo 20/03/2022

Atende ao que se propôs
Com um início forte, a obra oferece pontos controversos sobre a democracia que nunca (ou quase nunca) é questionada. São argumentos bem embasados e polêmicos. Ao final nos é apresentado uma sugestão de modelo mais justa e próspera na percepção do autor. Contudo a parte final caiu no meu conceito, seja por um ponto específico no segundo terço do livro, seja pela sua repetitividade e um pouco de ingenuidade. Dito isso, creio que vale a pena a leitura pois o objetivo principal do livro - crítica a democracia - foi atingido.
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Matheus 27/02/2022

Obviamente é impossível concordar com todas as ideias do autor, assim como qualquer outra obra.

Pode-se até não aceitar as propostas apresentadas, mas uma coisa tem que ser admitida: todos os pontos deficitários da democracia apontados por Hoppe são verdadeiros, com grande foco na questão da preferência temporal.
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André 28/12/2021

Utópico
Essa foi a última leitura do ano e tive que dar 2,5 por achar a abordagem do autor extremamente utópica. A argumentação sobre as falhas do sistema democrático, até que concordo em partes com o autor, contudo não vejo possibilidades de acontecer o modelo proposto por ele. Falando de uma forma superficial, a ideia do livro é acabar com o estado, tornar tudo propriedade privada, criando uma espécie de pequenas províncias ou feudos, onde cada proprietário define suas leis, se protege, etc. Não vejo possibilidades disso ocorrer, principalmente por achar que o mundo anda para uma unificação maior ainda.
Mauricio (Vespeiro) 11/04/2022minha estante
A ideologia liberal (usando a definição adotada no Brasil) é, por si mesma, utópica. Experimente ler "Anatomia do Estado", de Murray N. Rothbard. É curtinho, compacto, 80 páginas pequenas que são lidas numa tarde. O argumento é sedutor, o autor escreve com empolgação, é tudo muito lindo, mas... impraticável. Quem busca esse resultado baseia-se exclusivamente numa fé cega.


Hyde 18/04/2022minha estante
Você não ver possibilidades do modelo proposto por ele acontecer não torna esse modelo "utópico". Só te torna um pessimista.


Hyde 18/04/2022minha estante
Por que seria "impraticável", Maurício?


Mauricio (Vespeiro) 18/04/2022minha estante
O próprio Hoppe admite que, na prática, o poder do Estado "nunca esteve tão distante de uma solução". O autor é considerado radical até mesmo pelos libertários radicais.


Hyde 20/04/2022minha estante
Que está distante de uma solução é bem evidente. Mas isso é bem diferente de considerar como "impossível", "utópico", ou "impraticável". Pelo contrário até, por que em seus livros, Hoppe chega a propor uma estrategia pra chegar nessa sociedade libertária, argumenta que o Estado se apoia principalmente no alicerce da opinião pública, e que sem isso ele se torna fraco e frágil. Se você já leu o Democracia, recomendo que leia também o Uma teoria do socialismo e do capitalismo, e O que deve ser feito (os dois do Hoppe). Além da democracia, do Frank Karsten também é muito bom, na minha opinião melhor que o Democracia do Hoppe.


Mauricio (Vespeiro) 20/04/2022minha estante
Considero impraticável porque não sairíamos do zero absoluto, mas de um profundo estado negativo. Para se almejar o possível, o palpável, há de ser estabelecer um prazo. Sendo impossível, toda teoria torna-se mera elucubraçâo. Seria interessante ver tudo isso em prática, porém não tetemos essa oportunidade, nem eu nem você, nem ninguém vivo e nem os que virão nas próximas gerações. Numa análise prática, é isso. Em tempo: não sou adepto do liberalismo, mas gosto do estudo de correntes políticas e econômicas diversas. Assim sendo, agradeco-lhe pelas sugestões de leitura.


Hyde 21/04/2022minha estante
Não entendi esse seu argumento do "zero absoluto" e "profundo estado negativo", por que não sei o que você quis dizer com ambos os termos. Mas não acho que pra se almejar o possível seja preciso "estabelecer um prazo", e também não entendi de onde você tirou essa necessidade. O fato de Hoppe não estabelecer um prazo é bem claro... A abordagem que ele usa não é historicista ou fatalista, como a de Marx por exemplo. Ao invés disso, ele se baseia no método praxeologico de Mises que postula a impossibilidade de previsão da ação humana. Ou seja, não podendo prever a ação humana, não se pode, ao menos não honestamente, estabelecer um prazo para uma filosofia política ser posta em prática e muito menos definir um prazo. Basicamente, você está criticando o Hoppe simplesmente por ele não ter sido um vidente. Ninguém estabeleceu um prazo para a prática da República ou da monarquia, por exemplo, essas coisas só foram antes sendo pensadas e posteriormente postas em prática. Então pra dizer que o anarcocapitalismo é impossível, você precisa de uma justificativa melhor do que só um ceticismo intuitivo ou pessimismo subjetivo.


Mauricio (Vespeiro) 21/04/2022minha estante
Relaxa, anarcomilitante. São apenas opiniões divergentes. Eu procuro ser mais prático e racional, você mais teórico e... otimista. Eu prefiro ir no sentido oposto a punhetações ideológicas. Passe essas ideias para um papel, coloque-as numa garrafa com rolha e atire-a em alto-mar. Não esqueça de assinar e escrever "Eu já sabia!". Quem sabe você coloque seu nome na história daqui 500 anos.


Hyde 21/04/2022minha estante
Estou relaxado, você é que aparentemente não sabe controlar suas emoções e parte pra insultos desnecessários. Você, pelo que escreveu aqui, não é "prático e racional", é só mais um empirista com um ceticismo irracional mesmo. O próprio Hoppe cientificamente parte do método aprioristico e racionalista, ou seja, não existe essa sua dicotomia entre teoria e racionalidade (até por que uma prática sem teoria é cega e irracional). E não, não sou um "teórico otimista irracional", e até me considero pessimista. A diferença entre eu e você é que eu não afirmo que uma filosofia política seja irracional, impossível ou inviável só por que intuitivamente me parece estranha ou improvável. Talvez seja mesmo, mas como eu disse, pra afirmar isso você precisaria de argumentos melhores do que "não tem prazo".


Mauricio (Vespeiro) 21/04/2022minha estante
Quase me convenceu, Mr. Hyde.




Mauricio101 02/10/2021

Leitura recomendada!!
"No tocante à política de emigração, para um governante democrático faz pouca - ou nenhuma diferença se indivíduos produtivos ou improdutivos, gênios ou vagabundos deixam o país. Todos eles possuem um poder igual de voto. De fato, os governantes democráticos podem muito bem ficar mais preocupados com a perda de um vagabundo do que com a de um gênio produtivo"
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Giovanna.Pereti 14/04/2021

No pain? No gain
Pra quem nunca leu nada referente teorias econômicas (principalmente anarcocapitalismo), como eu, vai ter algumas pedras no caminho.

É um livro bastante teórico, não tenha dúvidas, mas o autor não usa uma linguagem muito rebuscada. No geral, é difícil de ter uma leitura fluida pelo ?peso? do conteúdo em si, não pela escrita do Hans Herman.

Com certeza vale a pena ler! Ele traz diversos insights ?politicamente incorretos? que nos auxiliam a olhar o mundo e seus regentes de forma mais critica.

Valeu a leitura e com certeza lerei mais do autor.
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Luiz.Alfredo 30/03/2021

Falhas da Democracia...
Livro interessante na parte das falhas do regime democrático e como a gente é levado a pensar que a monarquia é um verdadeiro capeta, quando a democracia não está muito longe disso... Entretanto muitas ideias anarco capitalistas e libertárias, eu por exemplo não concordo, vale a leitura para saber um pouco do ponto de vista de quem defende esse tipo de tese para a sociedade.
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Rafael.Honorato 10/03/2021

A criação de uma sociedade como foco na liberdade do indivíduo
O livro é uma abrangente e repetitiva defesa de um governo anarquista de mercado: Tendo como pilares a descentralização, secessão, trocas voluntárias e contratuais, defesa da propriedade privada e a liberdade de todos os indivíduos. O título pode assustar de primeiro momento, pois temos a tendência de crer que ser contra a democracia significa a defesa do autoritarismo. Não é esse o intuito de Hoppe, conforme segue:

O livro apresenta ideias interessantes sobre a preferência temporal alta e baixa, que são direcionadas ao curto ou longo prazo, respectivamente. A democracia, segundo o autor, é responsável pelo aumento da preferência temporal na sociedade e consequentemente pela descivilização da mesma. Um governo com alta preferência temporal só se importa em explorar os recursos que estão ali disponíveis em seu curto mandato. O autor apresenta diversos exemplos que são facilmente evidenciados na política, principalmente no Brasil.

Hoppe fala também sobre uma sociedade com alta preferência temporal, onde consequentemente não há a grande preocupação em estudar, poupar, trabalhar e investir pensando no futuro. Os argumentos são interessantes e até fazem pensar, mas acho que são frágeis, pois são apresentados como ‘indícios’ pelo autor.É importante lembrar que nem sempre correlação significa causalidade. Creio que seja importante uma análise mais aprofundada nesse ponto.

O autor faz duras críticas à democracia, fazendo uma comparação desta com as monarquias nos aspectos inflacionários, desvalorização monetária, dívida, aumento de estado, impostos e autoritarismo jurídico. Sendo, para ele, a monarquia menos pior, e que uma anarquia de mercado é o sistema ideal para controlar esses problemas. Além do que, no sistema atual, a competição por cargos políticos seleciona os maiores demagogos, enganadores e mentirosos fazendo com que os piores cheguem ao poder. Na democracia, a tendência de aumento de estado e centralização poderia levar a um governo a nível mundial, onde as vontades da maioria se imporiam para as minorias. Os argumentos são bem desenvolvidos e interessantes, vale a pena conhecer.

No anarquismo proposto por Hoppe, cidadãos exemplares são as lideranças são escolhidas voluntariamente e naturalmente, de maneira descentralizada, governando territórios pequenos a partir de contratos com os cidadãos. Cada núcleo sendo responsável por seus acertos e erros e aprendendo, aos moldes da competição de mercado uns com os outros. As associações desses pequenos núcleos não são forçadas, permitindo que diferentes grupos com diferentes afinidades se associem ou se distanciem, fortalecendo as características e pertencimentos culturais e de mercado totalmente aberto, de trocas voluntárias de mercadoria, dessa forma, alocando os recursos de maneira eficiente. Para ele, o anarquismo de mercado é estabelecido, no longo prazo, a partir da defesa de tais ideias, de maneira pacífica e através do convencimento. Apresentando, de maneira firme, as contradições e incoerências do sistema democrático como o conhecemos hoje.

O livro apresenta ideias que me fizeram questionar muitas das concepções que já fazem parte do senso comum, o que foi muito interessante e abriu um enorme campo de reflexão. Ressalto alguns pontos, tais como algumas certezas e raciocínios que o autor chega de maneira pouco explorada, e sem maior investigação de causalidade. Em determinado momento da leitura as reflexões ficam muito relacionadas apenas no mundo das idéias e de suposições de uma sociedade idealizada pelo autor, onde as pessoas necessariamente precisam se comportar de determinada maneira, o que é um problema, tendo em vista as complexidades infinitas e contradições da malha social e das relações humanas, o que não necessariamente faz do autor errado. Em algumas passagens o autor parece defender um sistema meritocrático, que nem sempre se faz coerente com as relações sociais apresentadas na prática.

O livro é muito interessante e me despertou ainda mais o interesse de estudar sobre o tema. A sociedade que vivemos hoje é tão distante da idealizada por Hoppe que ao fim da leitura saio com muito mais dúvidas que certezas, principalmente em encontrar pontes e caminhos reais para a construção desse modelo social.
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