Um País Sem Excelências e Mordomias

Um País Sem Excelências e Mordomias Claudia Wallin




Resenhas - Um País Sem Excelências e Mordomias


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Naty__ 04/10/2014

Incrível!
Pare tudo o que você está fazendo e reflita: que país é este que estamos vivendo? Aliás, que país é este que a maioria vegeta, enquanto os deputados, senadores, ministros, presidentes, prefeitos e vereadores vivem?

Muitos, geralmente, não querem falar de política, acham o assunto chato, fútil e sem necessidade alguma de ser tratado. Dentre esses que pensam isso, muitos preferem falar de futebol, de novelas, de festas e coisas que não consideram como desnecessárias. No entanto, se partirmos para refletir: quem são as pessoas que pagam os jogadores de futebol? Quem paga os presidentes das Federações? Quem é que paga as redes de Televisão, para que estas depositem o dinheiro na conta dos atores? Quem é que paga as entradas em festas, os cachês das bandas, as bebidas fornecidas em camarote VIP e, automaticamente, gera lucros para as empresas dessas marcas?

A resposta está clara e a busca por ela é conivente. Nós quem pagamos tudo isso e, mesmo gostando de novelas ou não, mesmo curtindo futebol ou não, estamos contribuindo para que isso gere lucro a eles. Os impostos que pagamos favorecem a todos e por que não os políticos? Por que não falar deles? Afinal, eles são os principais interessados em criar taxas, já que nossos impostos aumentam por culpa de quem está no poder. Não é mesmo?

E se você soubesse que existe um país em que os políticos ganham pouco, andam de bicicleta, de ônibus, trem, cozinham sua própria comida, lavam e passam suas roupas e, ainda, estão preocupados com o bem estar da sociedade? Está pensando que me refiro a alguma obra de distopia? Não, leitores, esse país existe e se chama Suécia.

O que mais me despertou a atenção para este país singular, que há dez anos é o país onde vivo, foi a ausência de esquizofrenia nas relações entre o povo e o poder. Em outras palavras, um povo que trata seus governantes e representantes como cidadãos, e vice-versa. Um país sem Excelências (p.21).


Logo na Idade Média, os camponeses do país tinham representação entre a nobreza, clero e a burguesia reunida no Parlamento. A sociedade, no ano de 1960, aboliu os pronomes formais e os políticos passaram a ser tratados como você; vossa excelência passa longe desse país. Não existe preferência a penas especiais por crimes, eles não têm direito à imunidade. Com isso, podem ser processados e condenados como qualquer cidadão. Ainda, eles não possuem plano de saúde especial, apenas utilizam o sistema público.

Até o século XIX, a Suécia foi um dos países mais pobres da Europa. A partir do século seguinte, ela transformou-se em uma das mais ricas e sofisticadas nações industrializadas do mundo. O povo sueco busca a transparência e visa políticos que estejam conectados às ruas, que estejam ligados à sociedade para que a resolução dos problemas tenha mais solidez.

Enquanto isso, no Brasil...

Com grande frequência, ministro e parlamentares voam em jatinhos da FAB Força Aérea Brasileira. Possuem carro com motorista particular e ganham verbas altíssimas para tudo.

Enquanto na Suécia a política é sinônimo de solidariedade, de meios para contribuir com a sociedade e buscar medidas igualitárias; no Brasil a política é sinônimo de poder, prestígio e inúmeras mordomias.


Esta é uma sociedade que elege políticos mais próximos da realidade e das dores do cidadão comum. Políticos que, em geral, não colocam a vaidade ou os interesses próprios na frente dos bois, em uma sociedade que mostra que o exercício da função pode ser digno (p.30).

Os representantes têm uma vida de luxo e regalias, porém, esquece-se que eles estão representando o povo. Logo, devem viver de maneira condizente ao que vivemos e não totalmente oposta aos cidadãos. Se ao menos esse luxo exacerbado fosse sinônimo de eficiência, seria até aceitável, mas não o é. Os investimentos não representa qualidade por parte deles e, então, a massa de legisladores continua com uma vida regada de mordomias, enquanto a sociedade banca o banho de ouro que eles tomam.

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou, no ano passado, que o Brasil possui o segundo Congresso mais caro do mundo. Cada parlamentar gasta em média US$ 7,4 milhões por ano. O país só perde apenas para os Estados Unidos que tem um gasto de US$ 9,6 milhões.

Não se nota resultados promissores por parte dos parlamentares; pelo contrário. Estima-se que, a cada dez legisladores, quatro respondem a inquéritos ou processos, o que dá em torno de 542 ações penais.

Se já não bastassem esses valores exorbitantes, os deputados recebem um salário em torno de R$ 26.700 e mais R$ 38.600 para custear as despesas referentes às suas atividades no poder. Essas contas correspondem também a carros alugados, passagens aéreas, telefone e aluguel de salas de escritório. Como se ainda fosse pouco, os parlamentares ainda recebem na faixa de R$ 3.800 para pagar as diárias em hotéis para ir a Brasília.

Quero ser um indivíduo entre outros indivíduos, e não alguém tratado como uma pessoa extraordinária (p.31 Fredrik Reinfeldt).

Ao lermos esse livro, é impossível não comparar o céu ao inferno, quer dizer, Suécia ao Brasil. A maneira como os políticos realizam a politicagem, de forma íntegra, é estupenda e de causar admiração. Enquanto que aqui a corrupção predomina, a ânsia por querer sempre mais e, inclusive, a ambição e competição entre eles mesmos.

A capa em si já é bastante chamativa com o ministro Carld Bildt indo ao seu gabinete de bicicleta, enquanto que, logo atrás, notamos o ministro Carlos Lupi desembarcando de um avião particular. Qual a diferença entre eles? Bem... Está mais do que clara.

A diagramação do livro é excelente, com imagens e entrevistas em destaque. Notei alguns erros de revisão, mas não foi nada grave. Outro detalhe da capa é que eles se dedicaram à bandeira da Suécia, o que ficou bastante criativo, combinando ainda com a bicicleta do ministro.

Indico esse livro a todo ser que respira, é imprescindível que todos tenham essa obra em sua cabeceira. Conhecer as maravilhas da Suécia e as atrocidades do Brasil é fundamental para que se busquem melhorias comparando-se a grandes países. Afinal, comparar o Brasil com países pobres, com baixo índice de desenvolvimento e onde a corrupção é exacerbada, isso é fácil. Mas comparar e se espelhar em um país do porte da Suécia, essa é uma tarefa e tanto.

Como todos os juízes e desembargadores da Suécia, Göran Lambertz não tem direito a carro oficial com motorista, nem secretária particular. Sem auxílio moradia, todos pagam do próprio bolso por seus custos de moradia (p.125).

Parabéns para a autora Claudia Wallin que teve a ousadia e curiosidade de desbravar a ideia de escrever esse livro. Uma brasileira que partiu rumo à Suécia e viu que era fundamental essa publicação. Parabéns também à Geração Editorial por, cada vez mais, publicar riquíssimos trabalhos que devem ser valorizados. Esse livro é para ser lido para ontem. Mais que indico!
luiscarlos.leit 09/04/2015minha estante
Aplausos para o seus comentários!!! Compactuo com todas as suas colocações e com certeza também com o livro e isso sem ainda ter comprado, o que já estou fazendo, pois tive a oportunidade de assistir alguns videos documentários sobre essa questão dos políticos sem mordomias que são realmente políticos e cidadãos comuns em um pais diferenciado que é a Suécia!

Valeu pela postagem!




Natalie39 10/01/2023

Como passar raiva
É só pensar na quantidade de auxílio e mordomia que os políticos brasileiros recebem que eu começo a espumar, mas esse livro eleva tudo a outro patamar.
Longe de ser um país perfeito a autora conta com detalhes como é a vida dos políticos suecos, e os poucos casos de corrupção que ocorrem são tão bombardeados pela mídia que os próprios políticos abdicam dos cargos.
Você lê 15 minutos desse livro e percebe que a bagunça no nosso país vai muito além do que se imagina, o tanto de raiva não me cabe! E a situação só piora com o passar dos anos.
Livro ótimo! Todos brasileiros deveriam ler para parar de ser enganados que nem trouxas!
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Keylla 24/05/2015

Ao me deparar com esse livro na vitrine da livraria fiquei pensando se eu seria masoquista para ler um livro desse conteúdo. Preferi acreditar que sou uma eleitora e leitora crítica que está a procura de conhecimento para formação e evolução da minha opinião.
Fui do céu ao inferno. Sim, o livro começa com a Suécia e termina com o Brasil. Diferenças notórias: políticas, culturais e sociais.

Brilhante a forma como a jornalista Claudia Wallin expõe as entrevistas e o conhecimento adquirido nos seus anos radicada na Suécia desde 2003. Incomodou-me alguns erros de português, mas a diagramação do livro é muito boa.

Assim como é fascinante ler esse livro, é desanimador concluir que ainda falta muito para o Brasil atingir um grau de civilização que nos permita assumir uma real democracia.

No final do século XIX, a Suécia era o país mais pobre da Europa. Pobreza, fome e miséria assolavam o país que era de economia agrária e atrasada em relação ao restante da Europa. 90% da população viviam e trabalhavam no campo. Em 1842 começou o investimento forte em educação primária gratuita e obrigatória a todos os suecos. Começou a revolução. Até então um país pobre cujos suecos emigravam para buscar condições de vida, agora retornam à Suécia, pois sua população estava altamente educada e capacitada.

Um país sem “excelências”. Onde seus governantes e políticos são tratados sem pronomes formais de tratamento. Apenas “você”. Como eu e você. Afinal, para os suecos os políticos têm que estar próximos aos que o elegeram, e como isso será possível se é tratado como “Excelência” ? O ser político é exercer a cidadania, não é status de poder, dinheiro e privilégios.
A sociedade sueca tem a base da igualdade e ética. Assim, políticos que ousam escorregar nas leis são duramente expostos pelas mídias já que a lei da transparência permite que todo cidadão sueco tenha acesso aos documentos públicos. E pagarão por isso.

A Suécia não oferece luxo ou privilégios aos seus políticos, ao contrário do Brasil. Parlamentares suecos vão de ônibus para o trabalho, e viram manchete de jornal quando se atrevem a pegar um táxi com o dinheiro do contribuinte. Vivem em apartamentos funcionais que chegam a ter 18 metros quadrados, e onde não há comodidades como máquina de lavar – as lavanderias são comunitárias. O ministro sueco Anders Borg, que em 2011 foi eleito pelo jornal britânico ”Financial Times” como o melhor ministro das Finanças da Europa, vive na capital em um apartamento conjugado de cerca de 25 metros quadrados. Nenhum deputado sueco tem direito a pensão vitalícia, plano de saúde privada nem imunidade parlamentar. Nenhum político sueco tem o privilégio fabuloso de poder aumentar o próprio salário. Parlamentares suecos trabalham em gabinetes de cerca de 15 metros quadrados, e não têm direito a secretária, assessor nem motorista particular. Vereadores suecos não recebem sequer salário, e não têm direito a gabinete – trabalham de casa. Na concepção sueca, sistemas que concedem privilégios e regalias aos políticos são perigosos. Porque transformam políticos em uma espécie de classe superior, que não sabe como vivem os cidadãos comuns. Dessa maneira, conforme sublinham vários políticos suecos, cria-se uma distância entre o povo e seus representantes, o que por sua vez gera um sentimento de desconfiança e descrença da população em relação aos políticos.

A educação é um dos pilares fundamentais da democracia sueca, e a base de todo grande salto no processo de desenvolvimento democrático de uma sociedade. Na Suécia, o ensino é gratuito e de qualidade para todos até a universidade, o que sem dúvida se reflete no alto grau de conscientização política dos cidadãos. Existe uma clara consciência de que os políticos são eleitos para servir, e não para serem servidos. Política também não é algo que se discute apenas em ano de eleição, e embora o voto não seja obrigatório na Suécia, o índice de comparecimento às urnas no país tem se situado historicamente entre 80% e 90%. E esta sociedade mais consciente não dá privilégios aos seus políticos, nem aceita os desvios do poder. Os movimentos de grupos organizados da sociedade civil também foram essenciais para o processo gradual de construção da cidadania na Suécia, assim como as políticas igualitárias de inclusão, que possibilitaram o acesso de todos os cidadãos a serviços básicos de qualidade e reforçaram a noção de que todos têm os mesmos direitos.

É importante destacar que os suecos não são melhores do que ninguém: o ser humano é o mesmo. O livro mostra que a Suécia já foi um país bastante corrupto, e há pouco mais de cem anos era um dos países mais pobres e atrasados da Europa. O que os suecos fizeram foi transformar a sua própria história, através de investimentos maciços em educação e pesquisa, de políticas de promoção da igualdade social e de uma série de reformas abrangentes que aperfeiçoaram gradualmente as instituições do país. E se a Suécia transformou a própria história, o Brasil também pode melhorar a sua. O caminho passa pelo maior acesso da população a uma educação de qualidade, pela maior conscientização popular sobre a importância da participação política, e por reformas relevantes nas instituições do país, como a reforma política. Sem reforma política e investimento em educação nada se conseguirá.
Rafa 24/05/2015minha estante
Putz! Sem comentários, muito boa a resenha. Ouvi um caso de um conhecido que estava fazendo intercâmbio na Suécia, e ao ir assistir a um jogo de futebol, o sueco que estava com ele havia parado o carro em uma das vagas mais distantes do estágio, e então foram caminhando a pé. Ao ser indagado por que havia parado distante do local de entrada se havia muitas vagas mais próximas, teve como a resposta a sua pergunta: Chegamos cedo, estamos com tempo, e podemos caminhar tranquilamente para o estádio, deixamos as vagas próximas para as pessoas que vão chegar encima da hora para assistir o espetáculo.


Keylla 24/05/2015minha estante
Certamente um sueco diria isso, Rafa. O livro é uma aula de ética e moralidade. Embora sendo o país com as maiores taxas de impostos do mundo, os suecos não se importam em pagá-las já que isso é revertido a eles em educação, saúde, aposentadorias e demais áreas. Eu fiquei muito feliz em saber que ainda há nações que a base da cultura seja a ética (o livro cita os países nórdicos), pois sofro com o "jeitinho brasileiro" pra tudo. Obrigada pelo comentário e por acompanhar minhas resenhas!




Cibele 28/09/2020

Gostei
É impressionante saber como funciona o sistema político da Suécia, mas é triste pensar que a realidade deles é uma utopia em comparação à nossa.
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Natalia446 02/10/2021

Muito a aprender
Apesar de achar o livro um pouco repetitivo, foi uma leitura muito construtiva. É incrível ver que, de forma quase unânime, os políticos da Suécia seguem uma mesma linha de valores, independente de partido. Todos eles buscam fazer o seu trabalho com muita ética e respeito aos contribuintes e se vêem como empregados do povo. O lema é: para governar o povo, é preciso viver como o povo. E, para isso, nada de mordomias ou luxos. Lá, eles não são "excelências", mas sim pessoas normais que você encontra no supermercado, metrô ou andando de bicicleta (ou num fusquinha).
Além disso, achei interessante ver o envolvimento dos próprios cidadãos na política e na fiscalização do poder. Aparentemente, diferente do Brasil, lá a população não tem repulsa pelo tema e nem vê seus políticos como animais de estimação ou time de futebol.
A autora, em cada parte do livro, traz um tema: moradia, transporte, educação, impostos, sexualidade - sempre relacionando com os direitos e deveres dos políticos suecos. E no final, a melhor parte (para mim): ela faz uma bela contextualização histórica, mostrando de onde vem esses costumes suecos tão libertários e "para frente" nos quais os homens também ajudam nos serviços domésticos.
Mas ela mostra que nem tudo são flores... apesar da sociedade bem menos machista e preconceituosa do que a brasileira e BEM menos corrupta, a Suécia ainda tem os seus problemas. Homens ganham mais do que mulheres e trabalham menos em casa do que elas. Além disso, há alguns casos isolados de corrupção, principalmente na esfera municipal (um brasileiro lendo acha que é piada quando compara esses casos aos nossos casos de corrupção).
Para mim, foi importante enxergar o mundo pela visão sueca. Me mostrou que não devo me contentar com as migalhas oferecidas pelos governantes brasileiros, eu quero mais!! Quero um melhor proveito dos nossos impostos, um maior investimento na educação, na segurança, na saúde e na previdência. Menos mordomias e mais trabalho!! Nós brasileiros somos diariamente abusados por oportunistas despreparados que estão no poder e que nós mesmo elegemos!! Não é um livro tão recente, mas é triste de ver que nada mudou. Quando se trata de política no Brasil, 100 anos parece pouco e tudo escrito nesse período continua tão atual.
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Jean 13/08/2020

Sentimento de incomodação
Esse livro mostra que o Brasil ainda está longe de ser uma sociedade ideal e de erradicar a corrupção. Pelo contrário! Estamos indo na direção oposta!
A Suécia nos mostra que é possível existir justiça e bem estar social para todos, mas para desde que conte, principalmente, com a ajuda da imprensa e da sociedade como fiscalizadores dos gestores do dinheiro público.
Mostra, também, como uma social-democracia é muito mais eficaz para combater as desigualdades e promover a justiça, ofercendo educação, saúde e assistência social de qualidade e acessível a todos.
Isso não quer dizer que o país não tenha defeitos, mas se comparados aos nossos, temos muito que aprender com eles.
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Diego 18/07/2020

Um livro para enxergar possibilidades
Esta obra apresenta a realidade cultural construída na Suécia em pouco mais de um século, isto é, como o país passou a lidar com os políticos como mostra o título. Sim, causa estranheza para um brasileiro ver tantos contrastes entre o nosso país e uma realidade que para nós parece utópica. Entretanto, diversas vezes a autora salienta que esse tipo de mudança não é feita da noite para o dia, é necessário muito trabalho e cobrança por parte da população. Para isso, é necessário transparência, que apesar de ser um dos princípios da administração pública no Brasil ainda não tem sido efetiva para constituir uma mudança. Ela mostra que em outros países como na Itália e na Grécia prós crise a população parece começar a despertar e visualizar que algo se encontra errado no seu sistema, onde os políticos não fazem parte do povo e, portanto, não conhecem seus anseios. Depois de abrir a ferida, o último capítulo (Enquanto isso no Brasil) serve para enfiar o dedo nela. Todo cidadão brasileiro deveria ler este livro.
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Jeane 21/11/2020

Política deve ser feita por vocação e não por dinheiro
O livro fala sobre os direitos e os deveres dos parlamentares e autoridades jurídicas da Suécia e a forma como os suecos reagem e se posicionam ante o menor dos deslizes daqueles.

Apreende-se do sistema sueco que política é pra ser feita por vocação e não por dinheiro enquanto aqui no Brasil os parlamentares usufruem de inúmeras regalias se distanciando da realidade da maioria dos brasileiros.

A cada página lida um sentimento de indignação ao perceber os contrastes entre a sociedade Sueca e o Brasil, mas ao mesmo tempo inspiração para perceber o que pode e precisa ser mudado por aqui.

O livro traz tantas informações interessantes sobre uma realidade que parece distante da nossa que, mesmo a leitura tendo transcorrido lenta e arrastada em alguns trechos, vale muito a pena ser feita!

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Suzane 05/06/2015

Suécia - Um modelo de sociedade mais justa e igualitária
Grande parte do livro fala sobre o sistema político com entrevistas com políticos e cidadãos suecos. Enquanto em nosso país, a vida política é sinônimo de poder, luxo e regalias, na Suécia, um político é um representante do povo com os mesmos direitos e deveres que qualquer cidadão comum. Se um político atreve-se a ir de táxi ao trabalho quando poderia utilizar o transporte coletivo como qualquer cidadão comum, isso se torna um escândalo nacional.
A quase inexistente corrupção no país deve-se a uma cultura que valoriza a honestidade e a ideia de que ninguém é especial, além de uma sociedade que vigia seus políticos incessantemente.
O penúltimo capítulo consiste em um apanhado sobre as políticas sociais suecas. E acredite, a maioria (75%) dos suecos topam continuar pagando os altos impostos e desconfiam de políticos que prometem baixá-los, pois acreditam ser uma ameaça à qualidade dos serviços públicos e ao bem estar social da nação.
Os suecos também se destacam como uma cultura que valoriza a igualdade de gênero e trabalha isso com as crianças desde a pré-escola que aprendem desde cedo a realizar tarefas domésticas e a ser independente. TODOS aprendem meninos e meninas. E isso culmina na divisão das responsabilidades domésticas e cuidados dos filhos quando adultos.
A autora deveria abordar mais estes avanços e tropeços suecos. Torço para que ela lance outro livro com esse foco.
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Fernando 07/06/2020

Exemplo
Essa reportagem é fascinante, entender como um dos melhores países do mundo conseguiu chegar lá é uma inspiração para que o mundo entenda que melhorar é possível.
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luke 16/12/2014

É lógico que nenhum modelo é perfeito. Aliás, todos os modelos, sem exceção, pelo simples fato dos seres humanos serem imperfeitos, estão longe daquilo que seria o ideal. No entanto, é preciso reconhecer que o modelo sueco, seja pela consciência de seu povo que não perdoa os incorretos, seja pela transparência de suas leis, funciona e funciona muito bem. Confesso que houve momentos de encanto e outros de frustração e extrema revolta. Principalmente quando era colocado nas entrevistas que um político sueco não pode ter privilégios, pois isso acarretaria no afastamento de seu eleitorado.
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Raquel Leal 09/06/2015

Lendo a sinopse até parece que estamos falando de um país utópico, certo? Pelo menos na concepção de um brasileiro que se depara cada vez mais com escandalosas corrupções na política.

Claudia Wallin é uma jornalista brasileira, erradicada na Suécia, que escreveu este livro maravilhoso para nos mostrar as discrepâncias entre Brasil e Suécia.

A Suécia há quase 200 anos atrás era um dos países mais pobre e corrupto da Europa, onde os seus cidadãos passavam por uma situação de miséria tão extrema que milhares deles migraram para outros países em busca de uma vida melhor, mas chegou uma época que eles decidiram dar um basta em toda a corrupção e estruturar o país. E segundo estudiosos suecos e estrangeiros, no final do século XIX, a corrupção estava praticamente erradicada na Suécia em nível nacional.

E essa questão de ser intolerante à corrupção, na Suécia, é tão forte que se um político praticar algum ato corrupto, a mídia o expõe severamente e a população o “crucifica” de tal forma que se torna praticamente impossível manter o cargo, é uma pressão enorme que geralmente leva à renuncia, e quando eu falo ato corrupto, não estou falando de montantes de dinheiro, mas de casos como, por exemplo, da vice-primeira-ministra Mona Sahlin, que comprou uma barra de chocolate com o cartão governamental e perdeu seu cargo e paga caro por isso até hoje.

Os políticos na Suécia não tem mordomias, a ideia é a seguinte na Suécia: os políticos não podem viver fora da realidade da população, eles precisam sentir na pele o que a população sente, como a autora cita nos trechos a seguir:

“Na Suécia, as pessoas não querem que os políticos sejam uma espécie de elite, que vive em outra estratosfera, distante dos problemas do cidadão comum.”

“E se um político não vivencia as mesmas condições de vida de seus eleitores, ele não pode saber o que precisa ser mudado.”

O livro não é maçante, tem várias entrevistas com políticos e algumas fotos também, a leitura se desenrola facilmente, a cada página que passava dava mais vontade de continuar conhecendo a Suécia, mas uma coisa é certa: não tem como não comparar e não se revoltar com a política brasileira. O Brasil está muito atrás, e o livro nos mostra que o caminho para uma mudança é longo e que a educação é a chave. Com certeza, refletirei e pesquisarei mais futuramente com relação as minhas escolhas como eleitora, este é um livro que eu gostaria que virasse “moda” pela internet à fora.


site: http://true-luv.com/inolvidable/
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Diego 02/05/2017

Interessante
O livro apresenta uma realidade distante dos brasileiros. Integrantes dos três poderes preocupados com a moralidade de seus atos, em grande parte por causa da profunda abrangência da fiscalização popular.
Apesar da perceptível simpatia da autora pelo Estado gigante, justificável em parte pela qualidade dos serviços públicos oferecidos, é interessante saber que existe moralidade e parcimonia no meio político em outro lugar do mundo.
O livro em si é por vezes repetitivo, nota-se claramente a falta de revisão, o que é uma pena. Mas vale a pena que, mesmo com seus defeitos, a obra tenha sido lançada no Brasil.
Deve ser lido.
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Ibrahim Tales 14/04/2023

Esclarecedor e ao mesmo tempo, Esperançoso.
A obra é excelente e mostra que ainda há esperança em outros lugares, e que aquele ditado "sempre foi assim", não é bem verdade. Os países nórdicos têm muitos problemas, mas buscaram uma forma diferente de confrontá-los, do que o restante da Europa. Mais ainda, a questão histórica do povo muito próximo dos reis, ajudaram a construir esse Estado de Bem Estar-Social e aproximar a nobreza dos plebeus.
Claro, ainda há privilégios que são combatidos o tempo todo pelas agências reguladoras, procuradorias e noticiários, mas eles avançaram muito na questão política, econômica e social da nação.
Acho que a única "falha" do livro, é que as entrevistas são muito parecidas e os pensamentos são muito próximos, o que achei desnecessário colocar várias. Mas, por outro lado, foi interessante ver como os agentes públicos com bastante responsabilidade, compartilham do mesmo pensamento e buscam sempre a igualdade entre os cidadãos e a luta contra a corrupção.
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Paloma 11/07/2019

Não há como não ficar estarrecido com o que você lê neste livro. Ver como funcionam as coisas na Suécia chega a ser surreal, como no caso de um político que foi denunciado, hostilizado pela população e perdeu uma eleição interna em seu partido por pegar várias vezes táxi no lugar do trem que é mais ecológico e econômico.
Logicamente que para entender a fúria que a mídia e a população atacam esses casos, temos que partir do princípio sueco que ninguém está acima de ninguém. Dessa maneira, um político tem que dar o exemplo e não viver acima dos cidadãos comuns recebendo privilégios para exercer a politica. A autora conta diversos casos comuns como do primeiro-ministro que usualmente faz faxina na sua casa e até deu dicas de limpeza em um jornal.
É normal ver os políticos no ponto de ônibus, fazendo compras no supermercado ou indo de bicicleta para o trabalho.
Apenas políticos com base eleitoral fora da capital recebem auxílio moradia para viver em apartamentos ou mesmo quitinetes funcionais. A grande maioria dos políticos não tem secretários ou assessores particulares. E há muito mais particularidades no sistema politico sueco de dar inveja.
O final do livro que pode dar um certo desânimo porque a autora deixa um capítulo para falar de como é no Brasil e depois de ler o livro inteiro sobre a Suécia fica um gosto bem amargo na boca.
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