Ele Está de Volta

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Resenhas - Ele Está de Volta


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Laura Brand 23/07/2014


História é minha matéria preferida e a Segunda Guerra Mundial é um assunto que sempre me fascinou; seja por causa da guerra em si, por questões políticas, estratégias de guerra ou raízes familiares. Estou sempre procurando documentários sobre o assunto e livros do tipo. Quando vi a capa de novo minha paixão por capas marcando presença de Ele está de volta e li a sinopse interessantíssima, fiquei muito ansiosa para ler o livro.

A ideia de que Hitler não tivesse morrido e voltasse nos dias atuais foi fantástica. Quando a narrativa começa, você pode quase sentir um arrepio ao pensar no que tudo aquilo poderia significar hoje, quando tudo parece estar pendurado por um fio. A maneira fria e calculista na qual o personagem começa a analisar o que deveria fazer a partir dali correspondeu às minhas expectativas. O modo como ele lida com a situação fugiu aos clichês dos livros desse estilo.
A narrativa já começa com uma das principais características de Hitler: o pensamento militar e extremamente estratégico. Logo de cara o personagem procura as maneiras mais inteligentes e adequadas para entender o que está acontecendo e em que pé está a guerra. Quando descobre que a guerra acabou há décadas, ele fica um pouco desnorteado e muito confuso.
Uma das coisas que mais chama a atenção é como Hitler descreve cenas do cotidiano aparentemente comuns e que de alguma forma lhe são estranhas e o incomodam. Algumas vezes ele se prende ao absurdo de ver uma típica cidadã alemã passeando com seu cachorro e recolhendo com uma sacola plástica as fezes do bichinho. Basicamente, tudo vira motivo para uma longa e dura reflexão. Imaginava algo bem parecido com isso vindo dessa figura histórica.
O personagem de Hitler é extremamente calculista e inteligente, sem nunca abandonar o linguajar e os hábitos militares. Ele está constantemente pensando em táticas de guerra ou situações que na época do conflito mundial poderiam ter sido mais aproveitadas. É um estrategista nato. Como era de se esperar de uma história narrada em primeira pessoa por um suposto Hitler, sua visão é bem megalomaníaca. Além de ser um personagem muito caricaturado. Todos os estereótipos construídos sobre Hitler estão concentrados em seu modo de pensar, agir e falar. Sua oratória e retórica é muito bem construída pelo autor.
Hitler se vê como um herói, um salvador da pátria e crê que precisa retomar o poder para colocar a Alemanha de volta nos trilhos de uma vez por todas. Para ele, tudo anda muito confuso e fora de ordem; o país precisa de um punho firme e de um salvador a altura. A história gira em torno de sua tentativa de ser levado a sério e de suas reflexões a respeito da Alemanha atual. Ao longo de seus pensamentos fica clara a crítica ao modo de vida atual. As pessoas são superficiais e dão valor àquilo que, a seu ver, é desnecessário e supérfluo. A sociedade como um todo se tornou muito acomodada e sem determinação. Além disso, sua frustração está sempre presente e, é claro, seu ufanismo aparece em todos os seus discursos.
O personagem é extremamente irônico, seja em seus pensamentos ou durante seus diálogos. Os diálogos, por sinal, são engraçados. Ninguém leva a sério Hitler e tudo o que o personagem diz gera alguma confusão ou algum mal entendido. As conversas são cômicas, parecem mostrar um velho ranzinza discutindo com jovens irritantes. É um conflito de gerações gritante.
Hitler narra a história de uma maneira extremamente convincente. Tive que me relembrar algumas vezes de que não era o próprio Hitler que pregava tudo aquilo tamanha a inteligência do autor. As referências, aliás, são incríveis. Os nomes daqueles que participaram de alguma forma na vida do verdadeiro Hitler, os lugares nos quais o tirano visitou, as datas, eventos e até a Academia de Belas-Artes de Viena é citada em algum momento da narrativa. As referências parecem ter sido muito bem pesquisadas e dão consistência para a narrativa. Claro que não se pode levar tudo ao pé da letra, é uma história fictícia e, apesar de ter sido baseada em fatos reais, não pode ser usada como base histórica verídica.
Algo que aparece algumas vezes durante a história e merece ser discutido, é a marca deixada pelo nazismo na sociedade alemã. Quando Hitler surge como um suposto comediante, nem todos acham muito engraçado seus discursos e comentários sobre os estrangeiros e sobre o governo atual. Alguns conflitos durante a narrativa demonstram como o povo alemão nunca irá esquecer aquilo que a intolerância nazista plantou.
Certas coisas me incomodaram na história. Apesar de achar fascinante a maneira como o autor conseguiu trabalhar bem os pensamentos de Hitler, gostaria de ter visto mais diálogos e ações do mesmo. Hitler é conhecido por sua oratória incrível e retórica convidativa e isso não foi muito bem trabalhado no livro. Além disso, fiquei com a impressão de que deveria ter mais história, senti que ficou faltando alguma coisa. Confesso que esperava uma história diferente, com um final diferente também, mas enquanto lia, percebi que o que eu tinha em mente não era bem o objetivo do autor. Hitler faz uma crítica à mídia contemporânea, à sociedade atual (não apenas a alemã) e isso ele faz muito bem. Mesmo assim, como sou uma pessoa curiosa, senti falta de algumas respostas, de alguns momentos que precisavam ser mais bem explorados. A minha impressão final foi a de que Ele está de volta é uma introdução a uma história maior, a uma crítica maior, mas que não apareceu muito claramente.
O livro ganha nas referências muito bem escritas, no personagem carismático, no clima da história; além de ser uma narrativa extremamente inteligente. A leitura é fácil, leve e rápida também.

site: http://nostalgiacinza.blogspot.com.br/2014/07/resenha-ele-esta-de-volta.html
Louise 13/08/2020minha estante
Uauuu! Amei a sua resenha.


Louise 13/08/2020minha estante
Deu até vontade de ler o livro




Davi.Cecotti 12/08/2022

Pra mim, a idéia de pensar se Hitler não tivesse morrido e voltasse nos dias atuais como um cidadão comum foi fantástica. Quando a narrativa começa, a maneira fria e calculista na qual o personagem começa a analisar o que deveria fazer a partir de um pensamento militar e extremamente estratégico já correspondeu às minhas expectativas.

Quando descobre que a guerra acabou há décadas, chama a atenção como cenas do cotidiano aparentemente comuns de alguma forma são estranhas e o incomodam. Basicamente, tudo vira motivo para uma longa e dura reflexão imaginava algo bem parecido pois a idéia do autor é imaginar como Hitler enxergaria a nossa sociedade nos seus moldes de pensamento e isso é perfeitamente bem feito no livro.

Para ele, tudo anda muito confuso e fora de ordem; o país precisa de um punho firme e de um salvador a altura. A história gira em torno de sua tentativa de ser levado a sério e de suas reflexões a respeito da Alemanha atual. Ao longo de seus pensamentos fica clara a crítica ao modo de vida atual. As pessoas são superficiais e dão valor àquilo que, a seu ver, é desnecessário e supérfluo. A sociedade como um todo se tornou muito acomodada e sem determinação. Além disso, sua frustração está sempre presente e, é claro, seu ufanismo aparece em todos os seus discursos.

O personagem é extremamente irônico, seja em seus pensamentos ou durante seus diálogos. Os diálogos, por sinal, são engraçados. Ninguém leva a sério Hitler e tudo o que o personagem diz gera alguma confusão ou algum mal entendido. Algo que aparece algumas vezes durante a história e merece ser discutido, é a marca deixada pelo nazismo na sociedade alemã. Quando Hitler surge como um suposto comediante, nem todos acham muito engraçado seus discursos e comentários sobre os estrangeiros e sobre o governo atual. Alguns conflitos durante a narrativa demonstram como o novo alemão nunca irá esquecer aquilo que a intolerância nazista plantou. O livro é uma narrativa extremamente inteligente. A leitura é fácil, leve e rápida também.
Letschmitz 12/08/2022minha estante
Pourram, você escreve muito bem.
Deu vontade de ler o livro só de ler a tua resenha


Davi.Cecotti 12/08/2022minha estante
Obrigado kkkkkkk, tento escrever da melhor forma possível pra sintetizar bem o livro, além de instigar as pessoas a lerem serve pra mim como um resumo


Davi.Cecotti 12/08/2022minha estante
Mas leia, é um livro bem crítico e realista sobre a nossa sociedade




Helder 11/09/2014

Piadas em Alemão. - Precisamos de legenda
Comprei este livro em total impulso. Encontrei-o nos lançamentos da livraria e fiquei doido com a resenha. Que ideia louca: Hitler acordar em 2011 e encontrar uma Alemanha infestada de turcos e um povo louco por reality shows e afins. Tinha tudo para ser um ótimo livro, mas não é.
Acho que demorei quase 1 mês para le-lo de tão maçante que são diversos capítulos. Hitler fala demais, e até existe uma critica ali (como quando ele diz que ele só existiu e cometeu suas atrocidades porque os Alemães o elegeram e o deixaram fazer tudo aquilo, portanto são todos culpados), mas é tanto Bla Bla Bla que nos perdemos.
Eu imagino que na Alemanha este livro tenha causado alguma polemica, pois fala muito da atual Alemanha, mas para nós que estamos aqui no Brasil, acaba não dizendo muita coisa. Não conhecemos aquelas pessoas, não conhecemos as ideologias dos partidos, etc.
Algumas passagens são legais, como quando a sua secretaria vai lhe ajudar a criar um email. Outras podiam ser melhores e acabam ficando superficiais, como quando o autor faz Hitler ir a uma festa cheia de celebridades.
Em alguns momentos, me lembrei do filme Muito Além do Jardim, onde o personagem só sabia falar de plantas e todo mundo achava que ele era um guru com mensagens de auto ajuda. Aqui, Hitler fala tudo o que lhe vem na telha, mas é tudo tão escabroso, que ninguém o leva a sério e acham que ele é simplesmente um ator satirizando Hitler e que está criticando tudo.
Essa talvez seja uma mensagem do livro: Esta tudo tão banalizado, que não nos horrorizamos mais.

Porém no final sem final do livro, fica a mensagem que quem quiser consegue assumir o lugar de Hitler, já que ele acaba virando uma celebridade. Quem garante que com o poder da mídia ele não volte ao poder?? Quem garante que com o poder da mídia não apareça outro louco preconceituoso como Hitler. Vide os bispos do Brasil.

Só recomendo este livro para curiosos, e mesmo assim, se não tiver outros na fila.

Mais uma enganação de Editora Intrinseca. Seria interessante que a mesma , se houver uma nova edição, colocasse notas de rodapé explicando diversas passagens do livro, cuja piada talvez funcione somente na Alemanha e a gente acaba precisando de legenda.
Eli Coelho 19/01/2017minha estante
Esse vi o filme. Não gostei.


Léo 01/03/2017minha estante
Comprei por impulso também e me decepcionei, tanto que abandonei


Nairim 02/06/2020minha estante
Achei o mesmo que você. Demorei muito para terminar a leitura por ser massante, Só terminei pq queria saber o final e não gostei como terminou. Fui pela curiosidade e acabei me decepcionando por não entender algumas referências, parece que para lê-lo precisa de alguma base. Não é uma leitura instigante.




Fábio Valeta 11/01/2015

Comprei o livro completamente as cegas. Passeando na livraria, fui atraído de longe pela capa (muito bem bolada por sinal). A sinopse me fisgou e o preço era barato (se considerar o mercado brasileiro). Resultado, comprei sem pensar duas vezes.

Mas essa primeira leitura de 2015 deixou a desejar. E muito.
O livro é tedioso, e praticamente quase nada acontece em suas 300 páginas. Hitler ressurge em 2011, obviamente ninguém vai acreditar que ele seja o verdadeiro, pensando que é mais um humorista que se recusa a sair do papel em público. O absurdo é que Hitler acaba aceitando (a contragosto a principio) essa imagem de forma a tentar recuperar a sua influência por meio da televisão.

Se era para ser uma comédia, que foi justamente o que eu pensei quando comprei o livro, não tem graça. Se era para ser uma crítica à sociedade moderna, então é uma critica muito pouco desenvolvida.

E no final, o livro acaba do nada, sem clímax, sem resolução, como se o autor tivesse entregado o rascunho faltando alguns capítulos e a editora publicasse mesmo assim.

Para não dizer que tudo no livro é ruim. Alguns dos diálogos envolvendo Hitler com pessoas achando que ele é um imitador são muito bem bolados. Mas não são o suficiente para fazer o livro valer a pena.

Carlos Magno 15/01/2015minha estante
Tive as mesmas sensações que você, só com duas diferenças: Não comprei (tava lendo em ebook) e não consegui terminar de ler (abandonei). Decepção total, há tempos queria ler :/


Binho 05/02/2015minha estante
Concordo com você em tudo.
Nem penso em um dia reler novamente esse livro, muito ruim.


Izabelly 25/05/2015minha estante
Ainda estou mais ou menos na metade do livro, mas tenho a mesma sensação que você descreveu aqui. Quando li a sinopse do livro, fiquei louca pra comprá-lo, mas a leitura dá uma total decepção. Totalmente o contrário do que eu esperava.




Reccanello 09/10/2014

Assustadoramente engraçado
Uma importante reflexão acerca da história, não apenas como mero registro do passado, mas como ferramenta poderosa para compreensão do presente e criação do futuro, uma obra que nos desafia a aprender com os erros de nossos avós e nos instiga a pensar criticamente sobre a sociedade em que vivemos, ao mesmo tempo em que nos incentiva a lutar contra a ameaça constante do autoritarismo. Neste romance satírico, fascinante e perturbador, que mistura elementos de comédia e crítica social, o autor nos convida a explorar uma premissa ousada e provocativa: qual seria o impacto da ressurreição de um personagem tão notório e repugnante como Adolf Hitler na sociedade contemporânea? Ao colocar Hitler no cenário atual, onde é confundido com um comediante imitador, o autor mostra que, conquanto percebida pelos ouvintes como humorística, sua retórica e seus discursos se revelam surpreendentemente eficazes na cooptação de uma sociedade supostamente mais consciente de sua história e supostamente comprometida com valores ditos democráticos (nada muito diferente do ocorrido na época da Segunda Grande Guerra, portanto). Uma abordagem que obriga ao enfrentamento da desconcertante realidade de que, mesmo depois de décadas de suposto "progresso social", ideologias totalitárias ainda encontram eco e apoio (talvez por serem um traço intrínseco da própria humanidade). Em um de seus aspectos mais assombrosos, o livro explora a vulnerabilidade da sociedade às retóricas persuasivas e carismáticas, independentemente do quão detestáveis ou perturbadoras sejam as mensagens transmitidas, o que é nada mais que retrato realista e assustador da forma como, atualmente, se dá a manipulação da opinião pública: mesmo em uma época de avanços tecnológicos e acesso fácil à informação, as massas continuam suscetíveis à propaganda construída por influência de líderes carismáticos e habilidosos. Ainda, o autor expõe a lacuna existente entre o que as pessoas afirmam acreditar e suas ações reais: a presença de Hitler provoca reações variadas em suas diversas audiências, desde o repúdio total até a adoração subserviente, revelando o quão frágil pode ser o tecido moral da sociedade quando confrontado com um passado sombrio; tudo isso agravado por uma população idiotizada na qual a mídia, especialmente representada pelas plataformas de comunicação em massa e pela "grande imprensa", pode amplificar as vozes de indivíduos com discursos perigosos e extremistas, sem deixar de alertar para os perigos da desinformação e do controle da opinião pública.
===
Enfim, através de uma narrativa satírica e irônica, "Ele Está de Volta" é um livro provocativo que, de forma profunda e desconfortável, nos leva a refletir sobre questões bastantes sensíveis, em especial a capacidade do ser humano de repetir os mesmos erros do passado e necessidade, para preservação da liberdade, de uma vigilância e um autopoliciamento constantes acerca do aparecimento de sinais de manipulação e autoritarismo.

site: https://www.instagram.com/p/Cs6-y1epuyS/
Beatriz 31/05/2023minha estante
Gostei da resenha, fiquei com vontade de ler ?


Reccanello 31/05/2023minha estante
Leia, não vai se arrepender!




Bia 30/09/2014

Será que não estamos aplaudindo "Hitlers" disfarçados de comediantes? Será que por trás de cada piadinha machista, racista, homofóbica não existe um pensamento nazista?

"No fundo, era como no início dos anos 1920. Apenas com a diferença de que naquela época eu tinha me apoderado de um partido.
Desta vez me apoderei de um programa de televisão"
Ana Buriche 16/10/2015minha estante
Obrigada por notar citar as falas e piadas machistas/racistas/LGBTfóbicas. Entretanto, eu estou tendendo a pensar que o autor não faz uso dessas piadas de uma forma de crítica social, mas que ele quer fazer humor com a opressão. Estou na metade do livro, o que ainda pode me fazer mudar de ideia, mas não acho que isso vai acontecer.




Dayane267 30/11/2023

Comprei por acaso
Comprei este livro por volta de 2004 e lembro que tinha um poster dele como lançamento. Comprei, li e me diverti demais.

Eu imergi tanto nesta história, que estava lendo no metrô quando uma moça passou por mim, a saia dele puxou meu livro e eu levei um susto! rs

Ácido e divertido, talvez eu releia.
Lougan.Santos 01/12/2023minha estante
tem um filme na Netflix sobre esse livro, é bem legal


Dayane267 12/12/2023minha estante
ah que legal! Não vi o filme, mas que bom que é legal também ^^




Babi 08/09/2014

A ideia é boa, mas o livro em si não tanto. A graça fica em alguns diálogos, mas a narração divaga muito. Quase pulei páginas para termina-lo.
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Conrado 09/07/2014

Ele Está de Volta
Um livro que tinha um potencial enorme para fazer uma abordagem inteligente em cima de uns dos temas mais discutidos nos últimos anos, tendo como estopim uma idéia de renascer um dos grandes responsáveis pelas maiores mudanças no mundo.

Resume-se a um livro que tenta em alguns momentos fazer humor com diálogos pontuais, temporais, aonde transparece ter sido escrito para alcançar o público local, abordando a personalidade do personagem principal com clemência impensável.
Totti 11/03/2015minha estante
É claro que, quando esbarramos em algum livro com tema da segunda guerra, esperamos que a abordagem seja no mínimo mais séria, mesmo se tratando de ficção.

Infelizmente o livro deixou muito a desejar. Ainda não terminei de ler mas, como o Conrado falou, a abordagem poderia ser mais inteligente.




:C i n t h i a: 20/03/2020

Interessante
O livro é bacana, mas enfadonho em alguns capítulos. Tenho desde 2014 e não conseguia terminar a leitura, pois sempre parava para ler outra coisa.
Vale pela experiência de ler algo diferente sobre esse assunto. O filme é legal também.
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Sergio 25/07/2014

Avanços e mais avanços
O ano? 2011. O local? Berlim.

Em um dia normal, um fato nada comum acontece. Misteriosamente, o maior e mais lembrado líder nazista acorda em um terreno baldio da capital alemã, com as roupas cheirando a querosene e com uma forte dor de cabeça, porém bem. Isso tudo depois de mais de sessenta anos de sua "suposta" morte! Desnorteado, o narrador nada convencional anda pela cidade que, para ele, está quase irreconhecível. Não existe mais guerra, nem Eva Braun e muito menos uma sobreposição da raça ariana (pelo o contrário... a cidade está infestada de estrangeiros)!

Mas as pessoas o reconhecem: não como o grande Guia, mas como um comediante local que faz um enorme sucesso se passando por ele. A partir daí, após a mídia tomar conhecimento de sua existência e absurda semelhança com Hitler (embora ele seja Hitler!), o sucesso desenfreado o acompanha. Em poucos dias, seu primeiro discurso anti-judeus já está com mais de 700.000 visualizações no Youtube e ele vira uma febre mundial!

Uma vez transformado em um sucesso das redes sociais, o líder nazista tenta, por meio da atenção que lhe foi dada, "salvar" novamente a Alemanha dos perigos que os estrangeiros, os "inferiores", trazem. Foi altamente interessante perceber que o Hitler presente na narrativa continua sendo (até onde se pode ser) tão persuasivo quanto o Hitler da vida real. Durante quase todo o enredo, a lábia do Führer consegue guiar algumas pessoas ao seu modo. Interessante também foram as passagens que retrataram o choque de época. Com as inúmeras novas tecnologias do mundo moderno, acaba sendo cômico acompanhar os momentos em que o narrador não consegue lidar com aparelhos tão usados nos dias de hoje, como um smartphone ou uma simples televisão.

Sendo a obra narrada por um personagem com grande capacidade intelectual (sim, o autor se satisfez dessa qualidade de Hitler), o livro apresenta partes bastante densas, o que acaba por dificultar o andamento da leitura. Diversos temas são abordados com um grau de capacidade crítica acima do comum, o que me fez ter que ler e reler diversas vezes uma mesma passagem.

Os pensamentos preconceituosos e puramente nazistas continuam encrustados no Führer, mas ninguém o leva a sério. A linha de raciocínio seguida (que é a mesma implantada por ele até 1945) mostra-se tão ultrapassada para os dias de hoje (bendita seja a globalização!) que é impossível não achar graça em seu discurso. Claro que, em algumas partes (como da a afirmação das monstruosidades praticadas nos campos de concentração), o humor se afasta um pouco e dá lugar ao "reflexivo", mas o livro em si é composto de muita comédia inteligente!

Vale salientar também que, sendo um livro onde está presente muitas ideologias e pouca ação e movimento, encontrar partes com muito diálogo e dinamicidade é um tanto quanto prazeroso. Embora o autor tenha sido genial ao expressar os pensamentos do Guia tão bem, sinto que ele falhou no quesito "animação". O Führer é tão conhecido pela sua excelente argumentação e oratória que me senti mal por essa parte não ser tão focada. Outra coisa que não me agradou foi o fato do início e final do livro não serem tão bem explicado, cabendo ao leitor tirar várias conclusões.

O exemplar físico, como sempre, é de qualidade ímpar. As folhas são amareladas e a diagramação está impecável. Vale à pena conferir!

site: www.decaranasletras.blogspot.com
Renata 10/08/2014minha estante
Sergio, não sei se no alemão tem uma maior vivacidade no discurso. Quando traduzimos, algumas coisas se perdem... eu falo porque trabalho com Homero e o grego é bem mais ritmado, mais vivo, do que as traduções em português... =)


Sergio 14/08/2014minha estante
Entendo, Renata! Em toda tradução se perde algo... é inevitável!


Totti 11/03/2015minha estante
Realmente o inicio do livro é mal explicado. Senti isso também.




Queria Estar Lendo 28/02/2015

Resenha: Ele Está de Volta
Três foram os motivos que me fizeram comprar este livro: a capa, que eu achei simples e genial; o elemento principal, Hitler, que é uma figura histórica pela qual me interesso e o final alternativo dado ao líder nazista. Aprendi, depois de muitas decepções, a sempre dar uma olhada no Skoob antes de comprar algum livro, avaliar a nota recebida - sempre que é de 3,5 pra baixo a tendência é nem olhar o livro novamente - e ler resenhas que falem bem e que falem mal, pra tentar prever minha reação como leitora e não gastar dinheiro atoa. A avaliação de Ele está de volta no Skoob é de 3,5 e eu provavelmente não o compraria se fosse qualquer outro livro, não fossem os três elementos citados acima (e o preço baixo também, é claro!).

O que eu posso dizer a vocês? Às vezes a gente dá um tiro no escuro e acerta o alvo mesmo sem ver!

Era uma manhã aparentemente normal aquela, o dia era 30 de agosto. Mas algo estava errado, ele estava deitado na rua, ao lado de uma poça d'água e seu uniforme fedia a gasolina. Meio desorientado, procurou por sinais que lhe indicassem onde estava, como fora parar ali, porquê, e, principalmente, como faria para voltar ao bunker. Aliás, o nome dele era Adolf Hitler. E o ano era 2011.

O livro tem início na cena narrada acima, e se desenvolve a partir disso. Acompanhamos o Führer em sua jornada para descobrir este novo mundo e salvar a Alemanha da sua atual situação política. A narrativa totalmente egocêntrica faz um vai-e-vem comparativo entre os dias presentes e o passado, recheando a história com nomes importantes da atualidade e do cerco de Hitler - ponto que pode atrapalhar bastante a leitura caso a pessoa não esteja minimamente familiarizada com ambas -. Não existem explicações, além daquelas que Hitler atribui, ao fato dele ter acordado tantos anos depois de cometer suicídio. Mas o suicídio fica claro, para aqueles que conhecem a história, devido as menções de certo dia sombrio em que ele mostrava a Eva Braun sua pistola favorita, a dor de cabeça que o atingia sempre que pensava na dita pistola e o fato de seu uniforme feder a gasolina no momento em que ele acorda.

Os pensamentos de Hitler não mudam daqueles pertencentes a Segunda Guerra Mundial, então estejam preparados para um livro repleto de preconceitos. Mas estes são apresentados de uma forma tão destorcida e ridícula - afinal é isso o que os preconceitos são: ridículos! - que é praticamente impossível levar eles a sério e se sentir ofendido por eles. Isso se deve a imagem que eles passam do líder nazista, recorrendo a aquele velho recurso de ridicularizar o mesmo no maior estilo vilão de novela mexicana (isso sempre me irrita, por que uma pessoa não pode ser um vilão "normal"?).

O brilho de Ele está de volta não está na caracterização de Hitler ou na sua história pessoal - saindo de alguém que acorda em uma rua 50 anos depois de morrer, até se tornar um grande comediante alemão -, e sim nos personagens que o cercam e o conduzem nessa jornada. Porque, meus queridos amigos, é aí que se esconde a maior mensagem do livro e o quê fez valer o dinheiro que paguei nele.

Não quero estragar a leitura e dar maiores explicações pois acredito que cada um deve perceber isso por conta própria, a única coisa que posso dizer, mesmo correndo o risco de ser um mini-spoiler, é que o livro traz alguns feels no melhor estilo de A Onda. E se isso não é o suficiente para fazer vocês quererem ler este livro, então não há nada mais que eu possa falar.

Link original da resenha: http://migre.me/oO4Nc
Totti 11/03/2015minha estante
O único e grande problema que encontrei foi o fato de que a narrativa fala de Adolf Hitler no formato original, o que nos leva a crer que vamos ler qualquer coisa, menos uma comédia.




Cris 30/03/2022

Sarcástico, perturbador e irônico
“É tão raro o destino deixar intervir em suas engrenagens que mesmo as mentes mais inteligentes dificilmente conseguem entendê-las.”

A história deste livro se passa em Berlim, quando em um dia comum de 2011, Hitler reaparece. Ele acorda num terreno baldio sem lembrar de nada, mas está vivo, exatamente como era na década de 1940, com uniforme, bigode e tudo o mais.

E ele fica surpreso ao se deparar com uma Alemanha muito diferente de sua época: não existe mais o partido nazista, o país é governado por uma mulher (na época de lançamento do livro), além de possuir uma população com muitos imigrantes de várias partes do mundo.

As pessoas se assustam ao vê-lo, mas pensam se tratar de um comediante, ao ouvirem seu discurso inflamado e suas opiniões extremas. Enquanto isso, Hitl4r tenta se adaptar às novas tecnologias, mas se recusa a mudar sua forma de pensar e seus ideais políticos, mesmo que o mundo já não seja o mesmo que ele deixou para trás. Mas será mesmo que o mundo e as pessoas mudaram tanto assim?

O livro tem uma pegada cômica, eu gargalhei em muitos momentos com o ridículo da situação, porém, conforme a história vai se desenvolvendo, foi me dando uma angústia, porque eu comecei a perceber como era pesada a crítica que o autor estava fazendo.

Surpreendentemente, apesar do absurdo, Hitl4r começa a crescer em popularidade, e as pessoas não levam a sério, mas o fato é que ele consegue infiltrar suas ideias na sociedade e consegue fazer com que as pessoas ouçam seu discurso (de novo). Aí que ficou assustador, eu fui ficando incomodada, porque eu parei pra pensar: será que seria possível a história se repetir desta forma?

O livro é uma sátira e traz uma discussão muito interessante, e apesar de ter gostado, achei a narrativa muito lenta. Ele é narrado pelo próprio H. e estar nos pensamentos dele não é nada agradável. Além disso, é preciso conhecer bem a história da Alemanha e personagens importantes que fizeram parte do Terceiro Reich para entender todas as referências, eu conhecia alguns, porém, teve muitas menções que eu fiquei “boiando”.

Fica minha recomendação do filme inspirado neste livro que eu achei incrível, e na verdade, gostei bem mais do que do livro. O filme é bem divertido, mas tem um final pra lá de triste.

Livro recomendado para leitores que gostam de história, sátiras e livros indigestos e reflexivos.

“pois um povo saudável precisa de uma guerra a cada vinte e cinco anos para renovar o sangue.”



site: https://www.instagram.com/li_numlivro/
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Rhuan C. S. 16/11/2020

Muito bacana!
Chegamos a acreditar que Hitler está mesmo entre nós. Bem escrito e com um humor incrível durante toda a leitura. Não curti a finalização da história, mas o percurso da leitura é muito legal. Gostei muito, foi uma grata surpresa.
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Cristiano.Aguiar 09/01/2021

Assombroso, mas necessário...
O livro fala sobre uma premissa irreal: se Hitler voltasse? O resultado, segundo o autor, seria assustador: suas ideias ainda seriam aceitas por boa parte da sociedade. O livro mostra, com isso, que o nazismo não foi uma aberração isolada dos anos 30, mas uma corrente que não por acaso teve e ainda tem voz na sociedade, o que é um perigo...
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