Delirium

Delirium Carlos Patricio




Resenhas - Delirium


102 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Pyt 15/03/2019

Terror nacional de qualidade
Olá leitores, vocês gostam de contos de terror? Conheci Delirium por indicação da Redatora de M* (diva maravilhosa do desgraçamento). O livro tem 7 contos e 1 poema, com temas diferentes entre eles que nos envolvem e nos fazem pensar bastante.

Gostei bastante da escrita do autor, Carlos Pátrico muda o tom de um conto para outro e realmente cumpre com o prometido: DESORDENS - DISTÚRBIOS - INSÂNIAS

A edição da editora Página 42 está impecável, ótima diagramação e as ilustrações são lindíssimas, um livro realmente muito caprichado.

Todos os contos mexeram comigo de alguma maneira, mas os que mais desgraçaram a minha cabeça foram: Doutor Sádico e Truco!. Doutor Sádico é sobre um psicopata muito cruel, o conto explora o lado mais podre da mente humana, com muito gore e realismo nas cenas.

Truco! é surpreendente, misterioso e a gente é enganado junto com o personagem, o plot twist é de cair o queixo, mostrando como o medo pode moldar nossos atos.

Menção honrosa ao conto Agoniado, sobre o que sente uma pessoa que sofre de ansiedade, é um pouco previsível porém o final surpreende e é até um pouco engraçado.

Livro super indicado para a galera que curte terror, fiquei muito feliz de ter gostado, ainda mais sendo um livro nacional e pouco conhecido.

site: https://www.instagram.com/villageofcoffee/
Daniele Machado 15/03/2019minha estante
Me interessei. Vou querer ler.


Pyt 15/03/2019minha estante
Os contos são ótimos, super recomendo a leitura


DynhoC. 06/11/2019minha estante
A capa, o nome "Delirium", a estrutura do texto tendo contos e poema me lembrou demais "Assombro" do Chuck Palahniuk, livro que estou lendo agora. Há alguma semelhança ou inspiração? Fiquei curioso para conferir esse livro :)


Carlos Patricio 29/11/2019minha estante
Olá, Dynho! Não, não há - inclusive vi depois que a capa se assemelha, com as duas edições de Assombro, aliás. A inspiração da capa foi a capa de um disco da banda King Crimson, dá uma pesquisada, o ilustrador Zambi mandou bem!




Natalia.Goncalves 22/03/2016

Delirium
O livro Delirium é dividido em oito contos sobre variados aspectos abordados sobre o tema. A cada início de capítulo, somos apresentados a uma ilustração que nos indicará qual será a abordagem da estória que se segue.
O grande problema que tive com esse livro foras as diversas citações que, embora demonstrem a grande pesquisa e embasamento do autor no desenvolvimento de sua obra, representaram inúmeras quebras do fluxo da narrativa. Acredito que muitas dessas citações poderiam ser excluídas, reescritas pelo autor ou mesmo inseridas como notas de rodapé sem prejuízos.

DOUTOR SÁDICO (4 estrelas)
Conto de abertura e certamente o mais perturbador, narra o entrave entre um psicopata com sua vítima. A forma com que os atos e gostos peculiares do criminoso são narrados, causa no leitor uma mistura de sentimentos que passam entre o desconforto para a total repulsa, sendo difícil até de explicar.
Não acho que foi uma boa escolha iniciar por esse conto. A expectativa do leitor passa a ser de outros contos seguindo a mesma linha de perturbação psicológica, o que não ocorre.
O conto só perdeu estrela por se prolongar muito no debate filosófico durante a leitura do livro de citações. Se eram suas convicções, poderiam ser simplesmente expostas da mesma forma que o crente expunha as dele. Além disso, a participação do comparsa poderia ter sido melhor desenvolvida relatando mais sobre este personagem.

TRUCO (4 estrelas)
Uma noite agradável de jogos entre amigos é interrompida com a chegada de um assaltante na casa. De narrativa simples, só perde uma estrela pela previsibilidade do desfecho.

AGONIADO (4 estrelas)
Trata de um dia na vida de uma pessoa extremamente ansiosa. Interessante ver a busca incansável por soluções a este transtorno e como o mesmo interfere em sua vida cotidiana.

QUESTÃO DE TODAS AS COISAS (2 estrelas)
Médico tenta convencer sua prima/irmã com câncer a alterar suas convicções religiosas, além de travar um debate com uma funcionária da cantina cristã sobre o mesmo tema. Resumidamente, o texto ficou extenso e cansativo, com muitos argumentos repetitivos (e fracos por parte da funcionária da cantina). Por vezes fiquei confusa sobre o que o médico de fato defendia, sendo por vezes repulsivo as crenças católicas, mas convicto durante argumentação com a prima (quem possuía os melhores argumentos a meu ver)

OUTRO MUNDO DE HENRIQUE (2 estrelas)
Incorporação de um personagem de jogo na vida de Henrique. Desisti desse conto, não tenho afinidade com jogos e, talvez por isso, não consegui contextualizar adequadamente.

POUCO ANTES DA VIRADA (3 estrelas)
Poema em que o personagem lamenta sobre a doença que o assola.

LINDOS SONHOS DOURADOS (5 estrelas)
Mostra os conflitos e divergência entre pai e filho(s) em que um deles acaba buscando refúgio nas drogas. Minha preferência por esse conto talvez seja pelo qual consegui mais me aproximar do personagem principal. Os eventos narrados permitem interpretações sobre diferenças entre gerações, além de ter uma descrição detalhada dos efeitos de algumas drogas tanto pessoais como para a família.
Fernando Lafaiete 22/03/2016minha estante
Gostei bastante da resenha. Tenho muita vontade de ler este livro!


Carlos Patricio 09/09/2016minha estante
Fernando, quando quiser um exemplar, só pedir no inbox ;)




spoiler visualizar
Pandora 14/01/2016minha estante
Tinha decidido, ao contrário do que tem acontecido com minhas últimas leituras, não fazer nenhuma resenha, pontuar ou comentar sobre este livro. Mas lendo sua resenha, me sinto plenamente contemplada. Não abandonei o livro no conto mencionado, mas confesso que do conto eu desisti. Não tenho problema em abandonar um livro, mas sendo este de contos, queria ter a oportunidade de ler os outros. Também não queria ser injusta com o autor, que tem potencial e está apenas começando. Excelente resenha!


92360 01/11/2020minha estante
Eu estava pensando em escrever uma resenha, mas a sua já disse tudo. Concordo 100% com o que você escreveu.




Allison Feitosa 14/07/2014

Ler Delirium foi como conversar com uma pessoa que sabe um pouco de tudo e nunca fica sem assunto.
A variedade de assuntos sem temas específicos tornam-se uma obra em que tudo se encaixa mais cedo ou mais tarde e a diversidade de temas enriquece os contos de maneira bem traçada.

Em Doutor Sádico encontramos temas bem pesados e atuais. Mentes psicopatas que começam a desenvolverem-se ainda na infância (levantando uma grande questão e impasse dos estudiosos do assunto). Cheio de referências e debates à arte e literatura o conto nos trás episódios que desencadeiam reflexões e mergulham fundo na mente de sádicos. O debate é o ponto alto do conto, deixando a narrativa de ação em segundo plano. Consegui me chocar com algumas cenas que o autor narra no livro e o sentimento de repulsa que creio ter sido intenção do autor, consegue ser palpável por nós nas páginas do conto.

''- O grande Isidore disse em seus escritos que queria ser um animal selvagem, um tigre, para que pudesse matar e não ser considerado mau! Já eu, pelo contrário: ser mau é coisa que me agrada sem igual! - disse uma noite o Doutor Sádico, gargalhando.'' Pág. 25

O segundo conto é chamado Truco e traz um tema corriqueiro: a violência e os assaltos, que hoje são comuns com pessoas de qualquer tipo, faixa etária e classe social, mostrando que todos estamos vulneráveis e na maioria das vezes nunca conseguimos saber qual será nossa reação em um momento desses. Diferente do primeiro que mostra a essência crua e áspera do ser humano, ''Truco'' mostra alguns elementos sobrenaturais e o quanto o medo nos transforma ao ponto de agirmos sem pensar. É um conto rápido e com um final bastante peculiar.

O conto que vem em sequência não poderia ter um título melhor: Agoniado. O sentimento de agonia é passado de personagem para leitor e se você se identificar minimamente que seja terá a mesma sensação. Abordando sobre a depressão (o mal do século) como grande vilã e que causa (ou por consequência) de uma ansiedade latente do ser humano em meio a agitação da cidade.

''A ansiedade é um sentimento degradante, vago, indefinido... Minha mente não para, não descansa um só instante. Um turbilhão de pensamentos desnecessários atrapalha minha concentração, acelera meu coração e adiciona tiques nervosos às minhas já toscar manias.'' Pág. 64

CONTINUA EM... http://cemiteriodospostsesquecidos.blogspot.com.br/2014/07/delirium-carlos-patricio.html

site: http://cemiteriodospostsesquecidos.blogspot.com.br/2014/07/delirium-carlos-patricio.html
Cibele.Marques 28/07/2015minha estante
Já quero *----------*




Marta.Marta 20/10/2016

Muito bom!
Diferente de tudo que você já leu, muito envolvente, com contos curtos mas profundos. Você vai se surpreender.
vicki4you 23/02/2021minha estante
Olá ,
como você está? Meu nome é Srta. Vicki Dickson, vi seu perfil hoje e me interessei por você, quero que me envie um e-mail para meu endereço de e-mail privado (vickidickson100@gmail.com) porque tenho um assunto importante que quero compartilhar com você




Juliana Raasch 03/12/2019

Vale a leitura!!
Delirium - Carlos Patrício

O livro é composto de oito contos, que abordam desde temas como religião, relação familiares, drogas, distúrbios psicológicos até DST's.
Dois dos contos me causaram grande impacto, pois me fizeram pensar mesmo depois da leitura. O que ao meu ver é um grande feito, já que se trata de um livro de contos rápidos.

O conto de abertura é o mais diferente dentre eles, pois tem uma escrita mais rebuscada e um tema mais difícil de ser lido, porem foi um dos que mais gostei, justamente por esses fatos.
O conto que menos gostei, também é um sobre o assunto mais polêmico: religião. E o fato de eu não ter gostado se trata mais de achar o conto longo demais, do que concordar ou não com as opiniões ali expostas.

A capa está muito bonita e merece um destaque a parte.
Flávia Pasqualin 03/12/2019minha estante
Fiquei com vontade de ler.




Felipe.Melo 04/12/2016

Envolvente
Multitemático, com excelente velocidade da narrativa e com temas desconcertantes, recomendo a qualquer um que não se atenha à água com açúcar.
vicki4you 23/02/2021minha estante
Olá ,
como você está? Meu nome é Srta. Vicki Dickson, vi seu perfil hoje e me interessei por você, quero que me envie um e-mail para meu endereço de e-mail privado (vickidickson100@gmail.com) porque tenho um assunto importante que quero compartilhar com você




Matheus Marques 08/01/2016

Resenha - Delirium
Não tem como começar a resenha já elogiando a divulgação do Carlos, chegando até nos e nos surpreendo com seu livro delirante, com direito até a dedicatória especial!
Bom, começando com os aspectos físicos do livro, adorei a capa que já nos deixa curiosos pra folheá-lo (apesar que pelo motivo "errado" que explicarei logo).Internamente, a diagramação está de parabéns! *continua no coment abaixo...
Matheus Marques 13/01/2016minha estante
(continuação): Folhas amarelas fonte grande, e ilustrações que são artes à parte antes de cada conto, sneak peaks ótimos!
Sobre os contos: Pontos Fortes - gostei da escrita do Carlos, achei que apesar do nome do livro, os contos são muito reais e verossímeis, com histórias que podemos já ter vivenciado em algum momento ou escutamos de algum conhecido. Adorei o jeito que ele usa referências e quotes, muito bem pensado e realmente se interligam com a narrativa muito bem. Meus favoritos foram Agoniado (onde sentimos pulsar em nós as aflições do personagem, muito bom); Telefone sem Fio (mostrando que a velha frase "quem conta um conto aumenta um pouco.." é extremamente atual e nesse mundo "internetizado" tudo ganha maiores proporções, um dos meus favs), Lindos Sonhos Dourados (só reparei na alusão do título à LSD no final kkkkkk mas muito bacana a história, a gente acaba se identificando nas situações que o Guliver enfrenta e supera. Meu favorito) e Pouco Antes da Virada (um poema lindo, que nesse comecinho de ano já dá uma dose estimulante!!)
Ponto fracos: achei que alguns contos foram muito previsíveis e podiam ter sido mais desenvolvidos (Truco e O Outro Mundo de Henrique, os mais fracos, achei), Mas fiquei um pouquinho decepcionado com Doutor Sádico :'( a ideia é muito, muuito boa, adorei as referências e temas psicológicos que nos fazem pensar sobre nosso comportamento, mas senti que faltou melhor desenvolvimento da construção do personagem, que exigia um pouco mais de complexidade e trabalho.. me pareceu que no fim ele meio que já tinha "nascido doido e sádico" e eu esperava que fosse algo progressivo, que seria moldado aos poucos e aprofundado pelo autor.. E digo isso porque acho que o Carlos tem potencial para tal e espero ver isso nos próximos "Delirantes" que vierem
Enfim, dou 3 estrelas, mas não gosto da escala do Skoob (daria 6,8 em 10) ;) Boa leitura, rápida, li em 3 dias e com certeza muito entretiva! Espero agora o que de próximo Carlos nos reserva.. valeu cara!




Monalisa.Ribeiro 23/09/2021

Cada conto me fez delirar!
Delirium é uma coletânea composta por oito contos de horror, todos escritos e criados pelo autor nacional Carlos Patricio. O terror aqui exposto não é o de assustar ou de lhe causar medo, longe disso ser a intenção real do autor. Mas, sim, um terror feito para lhe deixar desconfortável, abominado.
Os contos mesclam delírios com insanidade, muitas vezes colocando a mente do leitor à prova e fazendo com que nós nos questionemos com o que estamos lendo e consumindo, assumindo assim mais uma característica dentro do terror: a de reflexão, principalmente ao tratar filosofia e religião como temas centrais em algumas histórias.

Eu amei de mais essa leitura! Agradeço muito pela oportunidade de ter conversado com o autor e ainda possuir o livro autografado!
ataliba 09/01/2022minha estante
Comentando aqui nos últimos comentários que achei. Voce conseguiu o livro direto com o Carlos Patricio ou ele colocou em algum canal de venda ?




leosilva 19/08/2015

Inteligência x criatividade
Antes de tecer meus comentários sobre “Delirium”, de Carlos Patrício, gostaria de falar um pouco sobre inteligência e criatividade, sem nenhuma pretensão de querer ensinar qualquer coisa a alguém, mas cumprindo meu desejo de explorar um pouco mais este espaço. Quando escrevemos certamente usamos o poder do nosso intelecto combinando, em maior ou menor grau, doses de inteligência e criatividade. Por mais que seja difícil conceituar inteligência, creio que possamos trabalhar com a seguinte definição de Teaman: “Inteligência é a capacidade de conceituar e de compreender o seu significado”. Criatividade, por outro lado, “consiste em encontrar métodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou diferente do habitual, com a intenção de satisfazer um propósito.” (http://conceito.de/criatividade#ixzz3jI67JF13 ) Temos, portanto, dois elementos-chave que se destacam em um texto dentre dezenas de outros elementos. Você pode facilmente dizer que um texto é ou não inteligente, assim como consegue sentir que o autor estava ou não inspirado, se ele foi ou não criativo. Você pode ser extremamente inteligente e nem um pouco criativo quando escreve. Pode também ser muito criativo e nem um pouco inteligente. Enquanto escrevo gosto de pensar que misturo um pouco de cada, buscando um equilíbrio que torne o texto, ao mesmo tempo, um produto com importância social e uma forma de lazer e diversão. Patrício é criativo e inteligente, embora eu acredite ser ele um pouco mais do segundo do que o primeiro (na maior parte do tempo). As informações presentes nos contos de Delirium demonstram intensa pesquisa, diversas referências a cultura pop contemporânea e altas doses de erudição, tecidas, na maioria das vezes, com doses suficientes de criatividade. Não custa lembrar que: 1) Ninguém gosta de ser criticado – muito menos autores; 2) Publicar um livro normalmente é um sonho, e por isso criticas negativas doem tanto; 3) As críticas ao meu livro também me atingem. Fingimos que não, que é para nosso bem, mas ninguém gosta de ser criticado, logo, comumente não vemos críticas com bons olhos (digo isso enquanto escritor). Mas, de qualquer forma, vamos lá.
Comprei o livro diretamente do autor no bom e velho sistema de confiança, e ele veio autografado. Carlos Patrício é muito simpático e o livro é muito bonito, bem diagramado e finalizado. Não sou especialista em contos, de forma que prefiro ler romance porque acredito que, no caso de narrativas mais longas, o autor tem tempo e instrumentos para criar uma relação mais íntima com o leitor, tão necessária especialmente nos dias de hoje, onde as opções de leitura são as mais diversas possíveis. De qualquer forma, posso dizer que a leitura foi muito agradável durante a maior parte do tempo (só não foi mais, como melhor explicarei adiante, por excesso de inteligência dos textos). Vou falar mais especificamente do conto “Doutor Sádico”, que retrata, de certa forma, o lado (mais) perverso do ser humano, tema recorrente da literatura e do cinema. É o melhor conto do livro, mas confesso que não fiquei horrorizado ou assustado ou surpreso com as coisas narradas porque, há algum tempo, eu fiz uma pesquisa sobre a Deep Web e li algumas coisas até mais terríveis do que o conto apresenta. Meu objetivo é escrever um romance com esse pano de fundo assim que tiver tempo, mas, enfim, o tema é bom, falar da natureza humana é sempre interessante, especialmente quando se trata de distúrbios psicológicos. Quando li o conto senti uma identificação imediata com o autor e com a história, uma força invisível me ligando a eles. Contudo, quando a história acabou, fiquei meio sem sentir nada. O resto do livro fluiu, mas não tanto quanto o conto que o inicia. Os pontos positivos do livro são exatamente esses: as histórias fluem facilmente, são inteligentes e criativas, bem escritas, redondinhas, polidas e agradáveis. Mas sentimos que falta algo. Não poderia ser sincero nesta resenha sem compartilhar minhas comparações com o autor. Arrisco-me a dizer que somos muito parecidos, com a diferença de que sou mais sutil e tento ser o menos didático possível, sem deixar de explicar algumas coisas. O emprego de notas de rodapé é um ótimo recurso, mas seu uso exagerado parece cansar o leitor. O excesso de erudição, o didatismo e a racionalidade exacerbada comprometem qualquer texto literário, exigindo do autor muita criatividade para evitar chatear o leitor. Da mesma forma, contextualizar a história com informações e cultura pop é interessante, mas seu excesso torna o texto cansativo. Pessoalmente desaprovo o excesso de citações distribuídas pelos contos. Para mim uma citação de abertura já seria suficiente. Da mesma forma, explicar o significado de uma palavra ou termo em nota de rodapé é uma coisa, apresentar muitas informações e dados tornam a leitura muito cansativa. São tantas explicações que me arrisco a dizer que Patrício tem tara por erudição. Excesso de inteligência. Por todos os motivos já listados, os contos apresentam altos e baixos, são inconstantes e tornam o estilo do escritor indefinido. Da mesma forma o excesso de citações (algumas delas deslocadas ou de difícil apelo popular) rompem com o ritmo da leitura, cansando o leitor. Destaque positivo para “Lindos sonhos dourados”, que possui uma ótima premissa, ainda que se perca um pouco durante a narrativa, talvez por sua extensão desnecessariamente grande. “Telefone sem fio”, apesar de ser muito interessante, me parece uma narrativa um tanto quanto vazia, sem propósito. “A questão de todas as questões” é um conto longo e aborrecido sobre Deus e que, apesar de se resolver de forma pacífica, parece ser apenas um subterfúgio para se discutir questões religiosas. Ao mesmo tempo, as informações apresentadas neste conto são maravilhosas e nos levam a refletir verdadeiramente sobre o tema. “O outro mundo de Henrique” é desnecessário, assim como “Pouco antes da virada”, que destoa com o resto do livro e me parece sem propósito. Não tenho uma opinião sobre “Truco” e “Agoniado”.
Acho que falta a Patrício menos racionalidade e mais sentimento. Ele é inteligente, competente e instigante. Porém, não consigo conceber a escrita como uma atividade que não apele, de alguma forma, para o sentir – sem sentimentalismo barato. Mesmo um dos autores mais viscerais que já li, Stephen King, não abre mão de um ou outro momento bastante emocionante em seus textos, capaz de arrancar lágrimas do leitor (ver o desfecho de Mr. Jingles, em “À espera de um milagre”; Ralph em “Insônia” e “O corpo”, que foi adaptado para o cinema como “Conta comigo”). Acredito que seja preciso criar esse elo sentimental com o leitor, de forma a envolvê-lo com a história, tornando a escrita mais pessoal e íntima. Afinal, se desejamos conquistar leitores, precisamos treinar nosso coração para sentir mais do que simplesmente escrever. Além da leitura dos livros que citei em minha resenha, recomendo também a leitura do meu último romance, “Céu de Inverno”, (http://www.clubedeautores.com.br/book/185994--Ceu_de_Inverno#.VdTr-ZZ2Spk), disponível no Clube de Autores, e que fala sobre uma escritora que busca inspiração em sua cidade natal após uma crítica destrutiva, além da magia que é escrever.
Já que Carlos Patrício gosta tanto de citações, despeço-me com a minha favorita e que se encaixa muito bem nesse contexto: “Mas não se pode só racionalizar, John, também é preciso sentir.” (Dra. Ellie Sattler, Jurassic Park, filme homônimo do livro de Michael Crichton)
Abraços e até a próxima
Andreia 14/09/2015minha estante
"vc escreve 'mais fluido'? puxa,resenha pesada e difícil de ler! isso é ser sutil? não passaria da primeira pagina do seu livro"...kkkkkk




Dani 26/09/2014

Definitivamente DELIRANTE!
Creio que foi um dos livros mais fortes, digamos assim, que li até agora. E não me arrependo nem um pouco de tê-lo lido. Todo o enredo dos contos me prenderam cada vez mais a leitura. Confesso que o impacto com as histórias foi tão grande que fiquei um bom tempo sem conseguir iniciar outra leitura. E é um livro para mentes abertas, para ler e mastigar as informações e assim criar suas próprias ideias. Um verdadeiro estimulante de ideias e conceitos. Apreciei muito essa leitura e super recomendo.
comentários(0)comente



Sophia.Cueto 08/02/2015

Delirium por Carlos Patrício
*Resenha originalmente postada no blog https://lepaperwings.wordpress.com*

A minha história de como eu cheguei a esse livro chega a ser até mesmo um pouco… curiosa. Estava um dia rotineiramente entrando no meu facebook pessoal quando o autor me encontrou e me enviou uma mensagem privada falando que tinha encontrado as minhas resenhas no skoob e me perguntou se eu não tinha o interesse de resenhar o livro dele! Bem bacana ver quando as pessoas começam a gostar do que você faz, não é mesmo?

Eu recebi o livro dele em Dezembro, mas ao longo de todo o madness que eu passei nos últimos meses eu só pude pegar ele para ler recentemente. O Delirium é uma coletânea de contos diversos, mas todos eles trabalham com um ponto em comum: o psicológico, pensamentos, frstrações, delírios e insanidades de um ou vários personagens. Assim como eu fiz com O presente do meu grande amor, eu vou fazer a avaliação individual de cada um dos contos, já que eu acho isso seria mais interessante tanto para quem quiser ler esse livro no futuro quanto para o próprio autor em si.

Doutor Sádico | ★★★★★

Pra mim eu acho que não teve forma melhor de começar esse livro do que com esse conto. AI-MEU-DEUS.

Esse conto vai falar da história de um assassino psicopata austríaco que utiliza de elementos de sadismo e de tortura como forma de prazer próprio, e ao mesmo tempo conta o ponto de vista de um dos casos dele de assassinato tanto do lado do assassino quanto da vítima. A primeira coisa que eu tenho que dizer é que se você tem o estômago mais fraco, eu não recomendo a leitura desse conto, porque ele tem momentos de tortura muito gráficos e muito fortes, e se você é uma pessoa que se fica sensível com esse tipo de coisa, eu particularmente falaria para tomar cuidado ao seguir a leitura.

O desenvolvimento deste personagem do assassino foi simplesmente sen-sa-cio-nal. Ele é exatamente como nós imaginamos que é a cabeça de um psicopata: extremamente culto e ao mesmo tempo extremamente louco. É incrível ver o quanto que o personagem usa de trechos de grandes nomes da literatura para falar sobre elementos como delírios, prazer e também faz uma constante discussão sobre religião sobre um elemento neutro – o que de certa forma, eu meio que concordo. -, além de mostrar muito do passado do assassino até o momento que ele encontra com a sua vítima, que é um cristão extremista, em um bar.

“A beleza da mania religiosa é que ela tem o poder de explicar tudo. Uma vez que Deus ou Satã são aceitos como a primeira causa de tudo o que acontece no mundo mortal, nada é deixado à sorte. A lógica pode ser alegremente jogada pela janela.” (Stephen King)

Como eu falei no começo, é super gráfico, tem momentos que me deixou super aflita e super agitada, mas é uma dos melhores contos do tipo que eu já li em um bom tempo, eu adorei e super vou reler esse conto perto do Halloween, ele é perfeito para essa época do ano.

Truco! | ★★★★

É uma história de uma noite casual de truco entre amigos que acaba tendo um evento totalmente inesperado acontecendo com eles. É contada no ponto de vista de um dos amigos, que é meio como um narrador-observador. É um conto onde aconteceu muita coisa em um espaço muito curto de páginas, mas ao mesmo tempo eu senti falta de um pouco mais, queria um pouco mais de suspense!

Agoniado | ★★★★★

É a história de um personagem que sofre com caso extremamente severo de ansiedade descrevendo uma da sua de suas manhãs rotineiras na agitada São Paulo. O estilo de escrita que o autor usou nesse conto pra mim funcionou perfeitamente para mostrar como o personagem se sente: extremamente agitado, sem pausas. Eu me senti agoniada em muitos momentos junto com o personagem e eu acho que, por mais que muitas pessoas possam achar esse conto muito curto, pra mim ele tem o tamanho perfeito, já que na cabeça de uma pessoa que passa por esse tipo de situação o tempo passa muito rápido e muitas coisas acontecem ao mesmo tempo.

Na verdade, só d’eu escrever essa parte da resenha já comecei a ficar ansiosa de novo só de lembrar da história, ai você sabe o quanto que ela conseguiu ser marcante, não é mesmo? *respirando fundo*

Telefone sem fio | ★★★★

Telefone sem fio é aquela típica história onde a namorada trai o namorado, e uma história mal contada acaba gerando uma fofoca de altíssimo nível que acaba se tornando uma enorme bola de neve. Esse tipo de história normalmente não me chama muito a atenção pelo caracter de base de um dos personagens principais, a Mayra. Mas, por conta de um dos eventos que ocorre ao longo da história, ela acabou me cativando bastante para continuar, principalmente em ver o quanto que a inocência e o excesso de confiança pode fazer com que a vida de uma pessoa vire, literalmente, de cabeça para baixo.

Não é dos meus contos favoritos do livro, mas eu ainda assim gostei bastante do final, principalmente.

A questão de todas as questões | ★★★★

Esse com certeza é um conto extremamente polêmico! Ele vai falar de um personagem que sempre procura respostas para absolutamente todas as perguntas na vida, principalmente à aquelas que se tratam de crenças religiosas, ele se diz não acreditar no cristianismo ou em outras religiões e ao mesmo tempo também não acredita no ateísmo.

Eu tive que dar algumas pausas enquanto lia ele, mesmo tendo apenas 50 páginas, por ser um conto que tem muita informação pra ser processada ao mesmo tempo, já que temos dois pontos de vista principais de debate: o personagem principal com uma colega de trabalho, que é cristã extremista; e dele com a sua prima-irmã, que é atéia. O próprio personagem não é capaz de ter uma crença definitiva, o que faz ele ser meio hipócrita e falar coisas que faz ele contrariar coisas que ele falou anteriormente em alguns casos, mas ninguém é perfeito, e ao mesmo tempo não se pode ter a resposta de tudo na vida.

Enquanto eu li esse livro eu não pude parar de lembrar do Richard Dawkins, principalmente de um dos seus livros, o The God Delusion, que eu ainda não li mas tenho certeza que o autor deve ter lido ele para se inspirar durante o desenvolvimento desse conto, já que ele é uma referência muito forte em livros relacionados a religião e ateísmo.

Gostei bastante de ler esse conto mas eu devo dizer que a pessoa tem que tem a cabeça muito aberta para ler ele, ou se não existe uma grande probabilidade de alguém sentir que as suas crenças foram atacadas depois de ler este. Aviso dado!

O outro mundo de Henrique | ★★★

Eu sei que eu tinha dito que o Telefone sem fio era o conto que eu tinha menos gostado, mas infelizmente acabou sendo esse aqui.

Ele vai contar brevemente sobre a vida de uma pessoa que é viciada em jogos online por justamente estar cansada da sua monótona vida de pessoa trabalhadora e casada com filho. Eu acho que nesse conto faltou um pouco mais de páginas, faltou um pouco mais do Henrique fora da vida de WoW que o ator descreveu nesse conto, já que eu meio que interpretei o vício dele pelo jogo como uma forma de válvula de escape do tédio da sua rotina. Não quer dizer que eu não gostei do conto, de forma alguma! Mas eu senti falta de alguma coisa, mesmo gostando do que eu li.

Pouco antes da virada | ★★★★★

Esse é um dos contos mais curtos do livro, mas ele traz bastante impacto por causa da mensagem por trás. Se eu dizer algo além do fato que ele é contado em prosa e em primeira pessoa eu acho que já vou contar toda a graça dele, mas eu gostei muito e recomendo bastante a leitura.

Lindos Sonhos Dourados | ★★★★

O último conto de Delirium vai falar sobre um garoto chamado Guliver, o primogênito, que se sempre se sentiu vítima do favoritismo do seu pai ao filho mais novo, e essa acumulação de suas frustações ao longo de toda a sua infância até o início da sua vida adulta faz com que, próximo dos seus 20 anos, ele fuga de casa e deixe para trás todos os confortos que tinha, caindo em um buraco negro de tentações que ele acaba encontrando na sociedade.

Eu fiquei bastante frustrada, de forma até positiva, lendo esse conto em alguns momentos, daqueles do tipo “não custava nada tentar falar alguma coisa, arrrrg!”. Favoritismo existe em tudo quanto é lugar, eu mesma sou vítima dele, mas eu nunca que deixaria a minha vida se abalar por causa disso. Principalmente nos pontos que o personagem principal chegou, que literalmente chegou no fundo do poço e só voltou por ironia do destino.

O que me fez dar quatro estrelas pra esse conto ao invés de três foi o final, que foi bem revigorante ver o arrependimento e o sentimento de culpa vindo de ambos os lados da história, e a esperança de um futuro onde teria comunicação. É um conto que é bom para refletir nesse tipo de assunto que o autor trata nele, mas também é um pouco barra pesada quando a pessoa se coloca no lugar do Guliver.

Avaliação: 4/5 estrelas.

site: https://lepaperwings.wordpress.com
comentários(0)comente



Júliah 09/05/2015

O Doutor Sádico
Só tive a oportunidade de ler esse conto e o que posso dizer sobre ele? Do caralho!
Achei que as muitas atrocidades ficam por conta da nossa imaginação pois não há tanta "sujeira" como eu imaginei, (mas imaginei muitas coisas e isso é legal!!). Foi chegando no final eu fui ficando sem fôlego, percebi que estava com as pernas tensionadas enquanto lia, tentei relaxar mas não consegui até o desfecho.
Gostei muito do final! Adorei o conto!
comentários(0)comente



Loryys 01/08/2022

Que final
O começo do livro um choque pra mim, argumenta um assunto pesado e que pra mim foi difícil de ler, mas eu consegui e não me arrependo de ler.
Contém diversos contos que mostram a crueldade humana, a hipocrisia e minha parte fav, o que a humanidade considera como louco e insano. Um livro muito bom! Com diversos conhecimentos e grandes falas de escritores.
Mas conforme fui lendo fui perdendo o interesse pq senti que o livro foi "amenizando" mas msm assim o final me surpreendeu até.
Gostei muito!
comentários(0)comente



Kézia 15/07/2015

Você vai mesmo Delirar!
Bom, vou tentar falar do livro sem dar spoilers. Não vou falar de todos os contos, porque acho que a resenha ficaria muito longa, mas vou resumir, dizendo que adorei todos. No entanto, falarei do meu preferido, o primeiro, do Doutor Sádico. Tenho que dizer que esse conto, é de longo, o mais agoniante do livro e eu acho que é justamente por isso que é o primeiro. O autor conseguiu pegar todas as coisas ruins que existem no ser humano e colocar em uma só pessoa. É incrível como conseguimos sentir repulsa pelo personagem e ao mesmo tempo, entender porque ele é assim. É aquela coisa que esquecemos de analisar ao lermos uma historia. Tudo tem um porquê. Se o personagem é tão ruim quanto lemos, provavelmente aconteceu algo terrível com ele. E apesar desse conto ser um dos mais agoniantes do livro, na minha opinião, eu consegui entende rum pouco o personagem. Senti repulsa, é claro. Tinha momentos que eu fiquei me perguntando como ele ainda estava vivo, e outros eu mesma queria entrar no livro e dar um jeito nele, mas provavelmente estaria morta Kkk

Outro conto que eu adorei foi a Questão de todas as questões. Nele o autor fala basicamente sobre religião e cita coisas que muitos de nós já pensamos, mas tivemos medo ou vergonha de falar por não querermos ser julgados. Achei o autor bem corajoso por abortar esse tipo de coisa, e conforme formos lendo, as palavras realmente abrem nossa mente. Nos fazem pensar, questionar, sentir coragem de perguntar.

“Todas as outras religiões também têm questões que abalariam seus crentes, mas talvez fosse melhor não falar disso com os mesmos, tão delicada é essa matéria e tão grande é o perigo de tocar em semelhante corda.” Pg 107

''Eu detesto religião, como não canso de falar, mas o ateísmo para mim também não faz sentido! Visto que, para vocês, não há imortalidade depois do túmulo, o que faz a vida parecer absurda, sem um propósito!'' Pg. 145

A editora 42 fez um ótimo trabalho de diagramação e a capa (tirei altas fotos com ela) feita pelo ilustrador Zambi, tais como as outras ilustrações dentro de cada conto, estão perfeitas. As ilustrações deram um toque a mais e me prenderam muito na leitura. Eu imaginei o Doutor Sádico, e o Henrique, exatamente como nas ilustrações! O que facilitou muito. O livro possui 8 contos, sendo deles um poema. As páginas pretas deram um toque a mais e as citações do autor surgindo pelas historias, fez o livro ficar mais original.

O autor escolheu bem o nome, pois o livro nos faz realmente delirar. Assassinato, Drogas, Fofocas, religião, são os diversos assuntos que você irá ler nessas 226 páginas, ele fez um ótimo trabalho, e eu espero ler mais de suas obras :D Se alguém quiser comprar o livro, é só entrar em contato com ele pelo facebook. Ele mesmo envia, com assinatura e tudo.
comentários(0)comente



102 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR