Dani Cabral 02/02/2015
Resenha Estante do Manuel
Sentada em uma cadeira de um salão de manicure eu peguei aquele livro de capa bonita, chamativa e .... não tenho o costume de ler a sinopse antes de ler o livro, acho que assim me envolvo mais com o que está, não fico esperando a história acontecer e com esse livro não foi diferente, logo que o tirei da bolsa comecei a ler.
O livro é como um diário, em primeira pessoa e contam a história dos primeiros dias de trabalho de Virgília em uma Joalheria. Intercalando com as palavras da protagonista, os outros capítulos contam um resumo da vida dos personagens secundários mas não menos importantes.
Segundo capítulo, pausa na leitura, vou fazer as mãos, não posso borrar. *risos
Voltando...
Durante 20 capítulos conhecemos vários personagens, cada um com seus problemas:
Celina (ciumes e possessão) - reconheci várias pessoas no papel de Celina, pessoa que muda a vida em função de uma paixão e perde a cabeça por isso.
Emiliano (medo excessivo) - nunca conheci ninguém assim, deve ser muito ruim você viver a neurose do medo, o pânico em todos os momentos.
Dora (baixa auto estima) - me identifiquei muito com a personagem, em alguns momentos parecia se tratar de mim, a entendi, pensei por horas sobre a história dela, li mais de 3 vezes o capítulo, chorei, não quero chegar ao fundo do poço em que ela chegou, isso me fez abrir os olhos.
Tá, eu sei que se trata de um personagem de livro, mas e daí, se identificamos com os problemas de um personagem e vemos no que ele está errando e pensamos que pode ser o nosso erro também... porque não procurar arrumar tudo?
Alex (fome de vingança) - Esse personagem é apaixonante, pela descrição parece bem bonito, cativante mas com um dom que depois de uma ida a uma igreja o fez repensar a maneira de lidar com o que possuía.
Anne (psicopatia) - menina mimada que tinha tudo mas a vontade de fazer o mal prevaleceu.
Marilia (esquizofrenia) - irmã de Virgília, é um pouco diferente, frágil, enlouquece devido a um problema com a protagonista.
Alan (psicopatia) - medo, resumo do meu sentimento por esse personagem, afemaria!
Jessica (baixa auto estima, compulsão por organização) - menina bobinha que nutria uma paixão por um coleguinha da escola e depois de ser rejeitada pirou, ao ponto de só pensar em vingança.
Há um capítulo que conhecemos Ulisses, um inspetor da polícia que investiga um crime ocorrido na história mas ele não é bem problemático, como os outros acima citados.
Até o capitulo em que se fala de Marília eu estava entendendo o porque de cada personagem na história, mas aí veio a história de Alan e Jessica. Fiquei perdida, mas logo me encontrei e descobri a importância deles no livro.
Sabe, é um ponto que gosto muito da Rosa Mattos, a autora, ela leva a história com tanta leveza, mesmo que você ache que não tem muito haver aquele momento e quando você acaba de ler... tudo está relacionado.
O medo de Virgília é o segundo romance de Rosa Mattos, autora também de Paredes Vivas, o primeiro livro adulto que resenhei, o que me abriu a cabeça para o mundo literário, agradeço muito Rosa por isso, indiretamente ela me ajudou (havia ganhado o livro em um sorteio no blog da amiga Danielle Casquet).
Amei a forma da autora escrever, nos envolvemos na história, sentimos o medo e as felicidades de Virgília. Os capítulos intercalados deixa a leitura leve. os detalhes te transporta para o momento em que é contada, se fechamos os olhos nos vemos dentro do apartamento de Virgília ou no shopping onde a Joalheria se encontra.
Rosa, preciso da continuação desse livro, senão vou surtar...
Espetáculo! Super recomendo, para você que está muito afim de saber mais de pessoas reais, que podem estar do seu lado, ou até mesmo ser você...