Resenhas - Oliver Twist

Diego Rodrigues 09/03/2022

Deliciosamente ácido
Nascido em Portsmouth, Inglaterra, no ano de 1812, Charles Dickens foi um dos maiores escritores da era vitoriana. De origem humilde, mal pôde se dedicar aos estudos e, para ajudar a família que se afundava em dívidas, teve que começar a trabalhar ainda aos doze anos em uma insalubre fábrica de graxa de sapato. Aos 17, começou a cobrir processos jurídicos e a vender suas matérias para impressos locais. Os jornais teriam um papel fundamental em sua carreira. Foi através deles que Dickens publicou o seu primeiro conto, fixou-se como repórter e inaugurou uma série de crônicas sobre Londres. Casou-se em 1836 e passou então a se dedicar inteiramente a carreira de escritor. Mestre do romance e da narrativa curta, publicou obras memoráveis como "Um Conto de Natal", "David Copperfield", "Grandes Esperanças" e muitos outros clássicos que contribuíram para a introdução da crítica social na ficção inglesa. Vítima de um derrame, faleceu em 1870, na sua casa de campo, em Kent.

Publicado originalmente em formato de folhetim entre os anos de 1837 e 1839, "Oliver Twist" é seu segundo romance e, assim como seu antecessor, "As Aventuras do Sr. Pickwick", foi um sucesso imediato. Em 1834, na Inglaterra, havia sido aprovada a Nova Lei dos Pobres, que sufocava a assistência social e incumbia à Igreja Anglicana o dever de ajudar os mais necessitados. A Igreja, por sua vez, jogava os pobres coitados nos chamados workhouses, asilos onde eram explorados e forçados a viver sob condições desumanas. O jovem Oliver Twist é um desses miseráveis. Órfão, foi criado em um asilo e desde pequeno sabe o que é a fome, a violência e a solidão.

O grande desafio do romance em folhetim era prender a atenção do leitor até a publicação do próximo capítulo e Dickens o fazia com maestria. Seus capítulos sempre fecham com grandes ganchos e plot twists, fazendo de seus romances verdadeiros novelões. "Oliver Twist" não é diferente. Embebida de uma escrita altamente sarcástica, a obra é de fácil e rápida leitura, com Dickens fuzilando as instituições e denunciando as injustiças sociais que impregnavam uma Inglaterra recém-industrializada. Removendo o verniz de Londres, o autor escancara o seu lado mais podre, com todos os mendigos esfomeados, prédios decrépitos e os mais vis criminosos. Na figura de personagens caricatos como o sacristão Bumble e o juiz Fang, Dickens denuncia a hipocrisia religiosa, o falso moralismo e toda a corrupção que acontecia nas instituições e na classe aristocrática. Tudo isso faz de "Oliver Twist" um romance extremamente ácido, bem-humorado e gostoso de se ler.

Essa edição integra a coleção "Clássicos da Literatura UNESP", que tem como intuito introduzir novos leitores a clássicos da literatura mundial. São edições simples, mas extremamente bem feitas e agradáveis de manusear durante a leitura. O conteúdo interno faz lembrar bastante aquelas edições da "Abril Cultural", com a diferença que o tamanho da fonte aqui é bem mais agradável. Felizmente, a editora tem resgatado alguns títulos bem interessantes e que vinham sendo negligenciados por aqui, como é o caso do próprio "Oliver Twist".

site: https://discolivro.blogspot.com/

Mirele 14/08/2021

Uma tragédia
Olhe, essa história, como um bom clássico, tem um final feliz, mas mesmo assim é uma tragédia. Quase no finzinho, o povo tudo morre kkkkkkk

Milena12 12/07/2022

Um menino órfão
Por diversas vezes achei que o Oliver estaria a um passo de uma felicidade e resultava em mais tristeza. Mas, não poderia acabar em outra forma a na ser em alegria.

Foi um livro que me trouxe tristezas principalmente por Nancy, e alegrias por ser revelado para nós a história de Oliver Twist.

Michele 01/11/2020

Neste livro acompanhamos a vida de Oliver - um órfão que nasce em um asilo de pobres. Dickens ressalta as desigualdades e como a sociedade não se importava com as pessoas abandonadas em extrema pobreza. Várias reviravoltas, recomendo

Marcos.Paulo 20/04/2023

Crítica sócia interessante
Por trás do excelente enredo Oliver Twist percebe-se também uma ferrenha crítica social a qual Dickens faz questão de esmiuçar de madeira contundente. Dickens trata de temas como a urbanização acelerada em uma Londres em plena Revolução Industrial, as condições precárias da classe trabalhadora e a desigualdade social, que levavam um batalhão de pessoas a viver em miséria.

Simone 04/04/2021

O Oliver
Oliver Twist é aquele livro que poderia se chamar ?o sofrimento de Oliver Twist?, você começa a ler e prende sua atenção até o final, é um romance triste em diversos momentos até metade do livro, a outra metade não menos envolvente o autor deixa Oliver ter uma vida boa, mas sempre deixando aquele suspense no ar de que ainda pode acontecer algo ruim. E você vai lendo torcendo para que não aconteça. Hoje, me pergunto porque demorei tanto a ler um livro do Charles Dickson, esse que dizem não ser o melhor dos livros dele, e me apaixonei. Agora, já estou em busca do melhor livro do autor.

jupotter 29/12/2020

Expectativas foram criadas
O livro envolve mais outros personagem criminosos do que Oliver Twist em si.

Maria3427 01/02/2022

Os sofrimentos do jovem Oliver
Esse livro desperta muitos sentimentos ao longo da leitura, mas o principal, para mim, foi raiva. Raiva pelo tanto de injustiça, humilhações e negligência o pobre Oliver Twist passou. Para mim ele figura como um representante, na sua época, de muitos meninos e meninas órfãos, obrigados a uma vida de desgraças e provações devido a extrema pobreza.
Apesar de ter muitos sofrimentos em sua vida, Oliver nos inspira a sermos bons, honestos, humildes e esperançosos. Enquanto o mundo ao seu redor estava completamente corrompido, Oliver se destaca pela meiga inocência infantil. É como um pequeno ponto de luz em meio às trevas.
O livro é muito bem escrito e desenvolvido, só me incomodou um pouco a prolixidade em um capítulo ou outro, nada que afete demasiado a leitura.

QUEIJO460 22/09/2023

Oliver Twist.
Nesta obra é contada a história de Oliver e suas aventuras, ou para ser mais claro para o leitor que deseja ler o livro, seus diversos sofrimentos. Esses sofrimentos ocupam quase o livro todo, então se o leitor se agrada em ler sobre os diversos sofrimentos que um personagem fictício pode passar, leia!

A narrativa se assemelha muito a certos contos de fadas onde o personagem principal é um ser totalmente puro que está rodeado dos seres mais inescrupulosos que podem existir, mas que enfim, tem um final feliz. Os personagens se resumem a isso, quase não existe o desenvolvimento dos personagens; existe o bom e o mal, e quase apenas isso.

Ainda posso citar o seu final, onde as grandes, (ou absurdas?) coincidências completam a felicidade do nosso personagem principal. E não esquecendo o empenho do nosso bom autor de se referir ao vilão Fagin, como judeu. O leitor tendo o mínimo de conhecimento de como os judeus eram vistos na Europa nesses tempos, saberá o porquê de eu destacar esse ponto.

É inegável a importância do livro em chamar a atenção para certas questões sociais muito presentes na época. Suponho que talvez seja esse o motivo da grande ênfase nos sofrimentos do nosso personagem principal.

O livro possui uma linguagem bastante fluída. Apesar de ser um livro relativamente grande, levando em conta o tamanho das páginas e a sua quantidade, terminei o mesmo rapidamente. Mas, infelizmente, foi tempo perdido para mim, não houve diversão e quase nenhuma coisa que tenha acrescentado, apenas li.

Deia.Souza 07/09/2020

Oliver Twist
Tentei ler Dickens no original há alguns anos (Great Expectations), mas não consegui passar do terceiro capítulo, devido à quantidade de expressões ou gírias da época, que me obrigavam a pesquisar cada parágrafo.
Comprei Oliver Twist traduzido, para não repetir essa experiência, apesar não de ter grandes expectativas (também) com esse novo livro.
Mas já no primeiro capítulo somos surpreendidos por uma narrativa que promete inúmeras reflexões, acompanhadas por diversos sentimentos de revolta. O relato da sociedade inglesa pós revolução industrial e todas as mazelas que esse suposto desenvolvimento trouxeram para o homem moderno podem ser o grande tema do livro e objeto de intermináveis debates.
Marginalidade, hipocrisia e abuso de poder tentam ser aplacados por alguns xelins furtados nos mercados lotados e sujos. Nem mesmo os lenços de seda dos velhos ricos são capazes de limpar o que Londres se tornou.
Crianças sem pais, abandonadas nas ruas e criadas na paróquia corrupta. A hipocrisia permeia muitos lares de devotos cruéis e repulsivos que enxergam os pobres como seres inferiores, os quais devem ser corrigidos com violência física e psicológica.
Oliver Twist é aquele livro que serve como indicação aos nossos sábios colegas que defendem a meritocracia e bradam nas redes sociais que para tudo se dá um jeito, pois quem não sobrevive a um (único) ralo mingau diário, depois de levar uma surra do bedel por pedir mais comida? Ei, todos temos físicos de atleta! (Vejam só a semelhança...)
Charles Dickens nos faz chorar com a história de Oliver, mas também coloca sorrisos em nossos rostos aos escrever com a maravilhosa ironia inglesa que poucos sabem repetir.
Embora o final seja algo mais positivo do que a nossa realidade nos conta, as reflexões são eternas, tornando esse livro, para mim, uma grande obra-prima do escritor.

Alessandro232 22/12/2022

As deliciosas desventuras de um pobre orfão
"Oliver Twist" é um livro que tem fama de juvenil. No entanto, desde o início da história destacam-se aspectos bastantes sombrios na narrativa de Dickens. O primeiro deles é relacionado à infância do protagonista. Geralmente, descrita por outros autores da literatura inglesa, como a melhor época, ela é um verdadeiro pesadelo para o protagonista do romance.
A infância de Oliver Twist não tem nada de bonita. Muito pelo contrário, o menino literalmente ao longo da obra "come o pão que o diabo amassou". Vale lembrar que em cada situação dramática vivenciada pelo pequeno Oliver, Dickens extrai um pouco de humor (negro). Além disso, o autor demonstra quase sempre, com exceção de alguns personagens, a crueldade dos adultos que enxergam as crianças como um verdadeiro "fardo". Uma sequencia de demonstra bem o desprezo e o desdém pelos pequenos é aquela em que Oliver esfomeado pede para repetir um prato de sopa- um gesto visto pelos adultos como um ato de atrevimento e má educação.
Além de retratar muito bem a forma desumana como as crianças eram tratadas na Era Vitoriana-, o autor também faz um sinistro retrato da cidade Londres que aos olhos do protagonista, assim como dos leitores é visto como um "cenário de medo gótico", com suas ruas labirínticas, onde qualquer tipo de perigo está sempre a espreita.
Também dentro do aspecto gótico, destaca-se o vilão Fagin, que faz uso de sua astúcia para angariar o seu grupo de meninos a seu serviço. Fagin é a encarnação do Mal no romance, mas é Bill que representa melhor a maldade em seu estado puro, principalmente por suas ações violentas. Além deles, nesta galeria de personagens, destaca-se Nancy a "prostituta de coração de ouro" que torna-se amiga de Oliver e também protagoniza uma das cenas mais assustadoras da obra.
"Oliver Twist", assim como outros romances de Dickens, é uma verdadeira "montanha russa de emoções", com o protagonista sendo constantemente colocado em situações dramáticas. Quando achamos que ele terá algum descanso, acontece algo e novamente, ele é colocado em perigo, em poder dos vilões. Além disso, Dickens de forma habilidosa traz um "plot twist" na parte final do livro, que surpreende o leitor e reforça sua fama de "grande contador de histórias".
"Oliver Twist" é um clássico inesquecível. Um livro delicioso de ler que traz a marca autoral da genialidade Dickens como ficcionista, capaz de ser "realista" e "novelesco" ao mesmo tempo, e, assim emocionar e prender atenção do leitor até a última página. Um livro que vale a pena ser lido pelo menos uma vez na vida.
Sobre a edição: Esta para mim é uma das melhores do Clube de Literatura Clássica. Segue o mesmo padrão: capa dura e folhas amarelas. Ela também tem várias ilustrações das primeiras edições da obra. Além disso, tem a tradução do experiente José Rubens Siqueira, que conseguiu preservar muito do humor irônico da escrita do autor.

Moises Celestino 11/08/2020

Revisão deste clássico...
A narrativa deste livro é dolorosamente triste e poético...o autor elaborou uma obra melodramática e cheia de sensibilidade. Tocante e deveras angustiante, o personagem principal é testado por sua simplicidade e postura exemplar diante de situações causadas por interesses escusos e falta de compaixão por parte de seres manipuladores e cruéis. O leitor se solidariza com a dor do personagem, torcendo para que o mesmo consiga superar as provações e dificuldades encontradas pelo caminho. Sempre quando releio esse livro, é difícil não me emocionar..."Oliver Twist", foi um dos romances clássicos que marcaram minha pré-adolescência. Sou fã da obra literária do consagrado Dickens, um dos melhores de todos os tempos.

Helo 10/01/2021

Incrível como o Dickens tem uma sutileza, ora crua, ora "mascarada", de retratar a sociedade inglesa imersa em conflitos sociais, fazendo com que a época que a história se passa vire um personagem imponente e importante. Que leitura prazerosa!!

Carol.Silva 05/04/2021

Eu comecei o livro achando que seria no estilo David Coperfield, por no início Oliver ser tão azarento. Conforme fui desenvolvendo a leitura, percebi que essa narrativa tinha uma história muito mais desenrolada e nada acontecia a toa. Fazia tempos que não lia um fim tão bonitinho e me emocionei.

Albino 27/11/2022

Um livro que te leva a uma sociedade britânica
DICKENS nos leva a uma sociedade Britânica ambígua e ambivalente. Os valores e o "purismo" britânico é única e exclusivamente encontrado em Oliver Twist, que tem uma trajetória da maus tratos e mal querencia sua ao longo da história.
Contudo seus valores são inabaláveis, o que não deixa se perder no lado sombrio das pessoas que o cercam. Sua bondade no coração o leva ao impossível saber da realidade de sua história e de sua família biológica.
Muita ironica de uma sociedade "impoluta" é encontrada neste livro, que de fato tinha que ter virado um clássico.