O Prédio o Tédio e o Menino Cego

O Prédio o Tédio e o Menino Cego Santiago Nazarian




Resenhas - O Prédio o Tédio e o Menino Cego


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Rub.88 01/02/2021

Infância, Desanimo, Declínio.
Dentro do edifício desalinhado, a beira mar, moram Andrógino, Gordo, Atleta, Mestiço, Junkie, Negro e Narciso. Todos meninos de idade não mencionada. Vivem praticamente abandonados e sem supervisão de adultos. Devido a infinita greve de professores, ficam nos seus apartamentos e corredores tortos sem fazer nada. Pais e mães são eternamente ausentes. Procuram ocupações momentâneas de pouco valor mental e físico e comem pizza de um quiosque na praia.
Há outros moradores no prédio, mas suas participações são pinceladas esmaecidas no contexto apático da estória de ar parado. Um dia uma mulher aparece para precipitar, trocadilho sempre me aborrecem, o desmoronamento da construção e de seus habitantes.
Eu odeio surrealismo nos filmes. Imagens soltas que querem impressionar e chocar, e que o espectador encontre relações entre elas. Não há linha narrativa e nem enredo claro ou obscuro. É uma briga minha manter a atenção em conversas que não dizem nada e no esquecimento seletivo que os personagens tem em deixar pra lá as bizarrices que aconteceu a pouco em obras desse tipo. Na literatura é diferente. Estava apreciando os slice of life do livro. Pequenas estórias comuns escrita rebuscadamente, com muito existencialismo e fatalismo. Mesmo que os meninos falem como adultos letrados e parecem já sobrecarregados, sufocados, pelos poucos anos de vida útil, eu ia acompanhado a falta de peripécias deles e o cenários absurdos que iam se desenhando. A indefinição do Andrógino, a verborragia do Gordo, a energia sufocada do Atleta, o Mestiço cego e sábio, o vicio em tudo do Junkie, a raiva direcionada a todos do Negro e a insegurança do Narciso. Tem também a abusada da Regina, mulher linda e controladora homicida que chega ao prédio. O dedetizador, barra biólogo, que fica se desculpando do trabalho subalterno e não perde oportunidade de mostra conhecimento sobre insetos. O Entregador de pizza e sua família composta por homem caranguejo e mulher urso polar.
Tudo ia bem enquanto não acontecia nada. Mas um livro tem que caminhar para um final, mesmo ele não tendo enredo. Na metade da estória os meninos ganham nomes e a tentativa de dar sentido a narrativa acaba por desfigura-la. Mudança de comportamento repentino de personagem. Cenas deploráveis. Mortes violentas. Indícios de abuso infantil. Investigação da típica dupla policial que nunca resolve nada. Apocalipse Zumbi.
Os cenários eram todos disparatados; prédio que ameaça cair, mas mesmo assim é habitado, mar que congela e depois recuar até sumir no horizonte, os apartamentos desnivelados, petroleiro encalhado que serve como salão de festas, zoológico semiabandonado, entre outras localidades improváveis. E havia relação desses lugares com os personagens, que ditavam suas ações e reações. Depois de um evento gratuito e maldoso a estória modificou-se de um jeito que não podia mais ser endireitada. Se foi essa a intensão do escritor, conseguiu e eu não gostei do resultado. O Prédio, o Tedio e o Menino Cego é muito bem escrito e não tem rumo. Surrealismo não aprecia a razão. Não é o seu intuito explicar as coisas, apenas mostra-las e deixa o efeito propagar-se. Por vezes zomba da necessidade de compreensão que uma pessoa tem...
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brasmussen 19/09/2010

Adolescente e cool
Senti falta de um tom mais desesperado - encontrado nos livros anteriores do Nazarian. O prédio e Mastigando Humanos são de uma fase nova do escritor, que puxa para um lado mais cool, mesclando elementos da cultura pop a um cotidiano adolescente. É muito bem escrito, tem boas tiradas, retrata muito bem a fase da adolescência, mas sinto falta do desespero de Lorena, de Olívio, de Feriado.
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Yas 23/09/2012

O Prédio o Tédio e o Menino Cego = Santiago Nazarian
Sete meninos moram em um prédio inclinado, perto da praia. A escola está sempre em greve, e os meninos sempre entediados, pois seus pais evitam voltar para casa e eles não tem o que fazer. Até que um dia uma jovem professora muda para o prédio e desde então suas vidas não são mais as mesma.
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