Lucas Muzel 12/12/2023Morrison, para o bem e para o malGrant Morrison tem um tema que ele gosta de repetir. Que seria o uso de artefatos transportados através do tempo, e que são parte do clímax da saga. Em DC Um Milhão, o artefato foi enterrado em Marte, para ser usado no século 853. Em Sete Soldados da Vitória, são sete artefatos, que se intercalam e são usados no presente, no passado e no futuro. Na fase do Batman, é o sino que Wayne usa para chamar Alfred em Ano Um, é a caixa com o emblema do morcego, e é também o colar que é transportado durante dez mil anos.
Outra etapa que ocorre em paralelo a isso é a coordenação entre aliados que estão em épocas temporais diferentes. E inevitavelmente tem de existir um deles que consegue atuar em mais de uma era. No caso de DC Um Milhão, foi o Caçador de Marte e Ressureição. Em Sete Soldados da Vitória, foi o Cavaleiro e Frankestein. No caso da fase do Batman, foi o próprio homem-morcego. Que foi transportado entre eras. Sempre na véspera de eclipses solares. E sempre em resposta às preces de alguém que esteja no mesmo território da atual Gotham. Foi esse o sentido do que Tim Drake disse no final. "Diga que Gotham corre perigo, que Batman voltará". As pistas temporais foram encontradas por seus filhos. Nesse sentido, "O Retorno de Bruce Wayne" e uma parte de "Batman & Robin" conversam diretamente. Imagino que a série do Robin também poderia mostrar o ponto de vista da busca que ele fez, e também da sua transformação em Red Robin.
O final dessa mini puxou para o lado mais negativo do Morrison. A tentativa de mostrar dimensões ocultas para a nossa compreensão. Falas desconexas. Painéis fragmentados. Descamba para um mero dadaísmo. A parte inicial é a mais interessante. Principalmente a que mostra a história de Gotham, e também a possibilidades de aventuras nessas épocas.