mateusagroecologia 13/04/2021
Esperança democrática
A necessidade de manter a fé em um futuro possível e menos opressor, menos cruel, mais humano, se faz cada vez mais necessário no Brasil que encontramos hoje, em 2021.
Tarefa árdua visto que, como salienta o autor "não é fácil ter fé", diante das injustiças, do descaso para com a coisa pública, dos estupros sofridos por mulheres e crianças, dos escândalos envolvendo congressistas que, cedo, são anistiados por seus colegas, e, obviamente, das vítimas da pandemia e do descaso do presidente e seus apoiadores para com o vírus.
A leitura, como sempre, demonstra-se densa, reflexiva e problematizadora da realidade que, em muitos momentos, mitificada pelas classes domintes, é abordada superficialmente e/ou cheia de recursos sensacionalistas para inibir a compreensão do povo.
A criticidade da realidade brasileira apresenta-se como um recurso pertubador nesse atual momento em que nos encontramos. Perturbadora, talvez, pelas notícias que ocultam a esperança de dias melhores e menos cruéis para com os oprimidos.
"A luta pela esperança é uma luta permanente e se intensifica na medida em que se percebe que não é uma luta solitária".
Acreditar na democracia em momentos em que o cenário global demonstra-se colapsado em diversas vertentes, principalmente, em questões ambientais, é um elemento carregado de esperança. Esperança que não pode ser alienante. Esperança que deve ser impregnada de um equilíbrio entre os pensamentos e as ações revitalizadoras de um futuro.
Não mitificar pessoas como se elas fossem detentoras da salvação da nação e/ou da humanidade. Pessoas estão intrinsecamente ligadas a vontades, desejos, objetivos e valores que as levam a ações e expressões de seus poderes. Não há um salvador ou uma salvadora.
O que existe é a história. Construída por homens e mulheres passíveis de erros e acertos que transformam a realidade vivida. Aceitar a fatalidade de que a realidade "é assim que é" pois "é assim que sempre foi" não representa, jamais, a realidade humana. Lutas e resistências indígenas, quilombolas, de causas lgbtq+, ou de outras minorias, compreendem a realidade histórica na qual a história é tempo de possibilidade.
Leitura extremamente necessária. Mantenha a criticidade diante deste mundo alienante!