A festa da insignificância

A festa da insignificância Milan Kundera




Resenhas - A Festa da Insignificância


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Keylla 11/08/2014

Leve como uma pluma de perdiz ou de um anjo
Após conhecer o belíssimo " A insustentável leveza do Ser" decidi que conheceria todos os títulos de Milan Kundera. Ninguém nunca falou de amor como ele, e seus textos filosóficos(nesta obra, Kundera referencia Kant e Schopenhauer) me fizeram ser fã desse escritor tcheco agora cidadão francês. Quando soube do lançamento após um hiato de 14 anos corri para adquirir meu exemplar.

A festa da insignificância é como um bate-papo entre amigos num fim de tarde. O pano de fundo é a cidade de Paris, logo recomendo a trilha sonora do filme da Amélie Poulain e um bom vinho (ou talvez um armanhaque, como o adquirido por Rámon, um dos amigos que protagonizam a história) para acompanhar o leve diálogo entre os personagens.

O autor coloca em cena quatro amigos parisienses que vivem numa deriva inócua, característica de uma existência contemporânea esvaziada de sentido. Os amigos constatam que as novas gerações já se esqueceram de quem era Stálin, perguntam-se o que está por trás de uma sociedade que, em vez dos seios ou das pernas, coloca o umbigo no centro do erotismo. Profundo, ironicamente conformista, Kundera transita com naturalidade entre a cidade de Paris de hoje e sua vida esvaziada e a União Soviética de outrora, traçando um paralelo entre essas ambas as épocas e parodiando o stalinismo. Seu romance problematiza o pior da civilização e ilumina problemas da humanidade e do mundo, porém o faz com delicioso humor, mostrando com lirismo a insignificância da existência humana.

Um dos pontos altos do livro são as conversas imaginárias com a mãe desaparecida de um deles. Ao narrar como ela se sentia na gestação deste personagem (páginas 94-95) me fez lembrar, pelo tema e pelo gesto crispado, o quadro O Hospital Henry Ford ou A cama voadora, de 1932 da Frida Kahlo.

Só me fez querer caminhar sem compromisso, com pensamentos soltos, pelas ruas e parques de capital francesa.


Torcer para que esta obra, não seja a última valsa de Kundera.

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Considerações:

- O livro foi publicado na França no ano passado e causou alvoroço no mundo editorial, pois o autor não publicava obras de ficção desde A Ignorância, lançado em 2002.
- Amo o que envolve a França e Kundera, então, esse livro foi uma rara experiência.

- Leitura leve e rápida. Li em torno de 2 horas. (Porém, não digo que é de fácil entendimento)

- É melhor ou pior que "A insustentável leveza do ser" ? Cada livro é único. Leia. Porque é um Kundera.

A insignificância, meu amigo, é a essência da existência. Ela está conosco em toda parte e sempre. Ela está presente mesmo ali onde ninguém consegue vê-la: nos horrores, nas lutas sangrentas, nas piores desgraças. Isso exige muitas vezes coragem para reconhecê-la em condições tão dramáticas e para chamá-la pelo nome. Mas não se trata apenas de reconhecê-la, é preciso amar a insignificância, é preciso aprender a amá-la.
Rafa 11/08/2014minha estante
Resenha muito bem comentada. Parabéns.


Keylla 13/03/2015minha estante
Obrigada, Rafa!


jefftavaresjuni 03/12/2023minha estante
Maravilhosa resenha. Acabei de ler e você realmente retratou de forma fidedigna.


Alexya. 17/04/2024minha estante
Amei a resenha. Acho um dos melhores pontos do livro o diálogo do personagem com a mãe desaparecida/imaginaria e a reflexão do quanto esse abandono refletiu no ser humano ?desculpante? que ele se tornou. Amei o livro.




Michela Wakami 20/11/2023

Muito bom
Esse é um livro para ser lido com calma e com atenção.
Em poucas páginas o autor nos trás muitas informações, mas de uma forma bem organizada.
Ele contém histórias paralelas que se cruzam de alguma forma e tudo fica muito bem amarrado.
Escrito de uma forma peculiar, esse é um livro que pode não agradar a todos, mas para você que gosta de ler livros com escritas diferentes, você irá se deliciar com essa leitura.

Esse foi o último livro publicado do autor, no ano de 2014, que tinha 85 anos quando escreveu essa obra.
Gleidson 20/11/2023minha estante
Eu tenho esse livro, mas fiquei com medo de ser uma decepção pq gostei muito de A Insustentável Leveza do Ser. Mas bom saber que vc gostou


Michela Wakami 20/11/2023minha estante
Pode ler sem medo, Gleidson.


Rogéria Martins 20/11/2023minha estante
Bom saber que você gostou, amiga! Já estou animada para pegar também ??????


Michela Wakami 20/11/2023minha estante
Acho que você vai gostar, amiga. ????????




Marcos Aurélio 24/07/2021

Alain pensa sobre o umbigo
O primeiro parágrafo do livro define o enredo do romance, mesmo com tom diferente do sugerido pelo autor, que fala da sensualidade feminina.

O mundo gira em torno dos umbigos de cada um dos personagens, e não dos nossos? Cada mundo não gira em torno de cada umbigo, e não somos bilhões de mundos e bilhões de umbigos?

Desde a reflexão, paixão e carência do amor materno de Alain. Até a mentira descara de D'Ardelo. A paixão de Ramon, a cumplicidade entre Calibã e Charles.

Até La Franck com o dedo em riste, empertigada, conduzindo? Ou esperando que a pluma pousasse?

Por fim mentira vingativa de Ramon, mentindo a D'Ardelo. Somos todos, umbigos, girando e desfilando pelo mundo, uns dos outros e dos nossos.

Recomendo a leitura, Milanku foi um encontro magnífico. Ótimos cafés, e histórias... e mais por vir. Muito mais....
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R4 24/08/2014

Indiferença
Como a maioria das pessoas, confesso que escolhi resenhar esse livro da Companhia das Letras por ter amado demais o livro mais famoso de Milan Kundera, A insustentável leveza do ser. Assim como esse, o novo livro do autor checo, chamado de A festa da insignificância, tem uma excelente escolha de título. É curioso, mas eu acho que um título bom ajuda muito para escolher uma leitura ou avaliar um romance e eu nunca vi títulos melhores que esses de Kundera.

O livro se passa em Paris e conta a história de um grupo de amigos: Alain, Ramon, Calibã e Charles. Os personagens são apresentados com seus problemas, individualmente, e logo depois percebemos que todos eles fazem parte de um mesmo grupo. Alain é apresentado como um homem que é assombrado pela imagem da mãe, que o abandonou quando pequeno. Ele conversa com ela de maneira imaginaria e imagina como ela deve ter tentado se suicidar para se livrar do feto. Para ele, o mundo se resume ao umbigo, que explicaria a falta de sentido humana. Ramon é um despreocupado que ensaia todos os dias para visitar uma exposição do Chagall, mas que sempre se desmotiva por causa da fila. Ele é convidado por D'Argelo para ir à sua festa de aniversário e apenas decide ir por compaixão, porque acredita que seu amigo está a beira da morte. Calibã é um ator frustrado que se passa por um garçon paquistanês, inventando sua própria língua para que as pessoas o achem mais intersessante do que é. E Charles está obcecado com um livro sobre a vida de Stalin.

Todos os personagens, a exceção de Alain, se preparam para ir à festa de D'Argelo e existe um grande desânimo em relação a essa noite. Nesse sentido, Kundera mostra que não apenas essa festa de aniversário de D'Argelo é insignificante, como também a festa como metáfora da vida. A vida se resume ao umbigo, pois é um detalhe que torna todos os seres humanos iguais, remete às origens e, ainda assim, é absolutamente inútil.

A festa da insignificância é uma apologia à indiferença. Kundera se desfaz em sarcasmo para denunciar uma hipocrisia social, por exemplo, a elevação da tristeza, da solidão e da falsa doença para causar simpatia ou compaixão. E, ainda assim, tudo isso é vão. Por isso, o único personagem que passa pelo livro e é visto como bem sucedido é Quaquelique, que me remete ao homem "qualquer", que consegue as coisas justamente por não chamar atenção ou expressar opinião relevante. Ele é o medíocre que vence na vida por evitar conflitos e se manter no senso comum. Sendo assim, o triste sentido da vida mostrado pelo autor é que ela é totalmente insignificante:

"A insignificância, meu amigo, é a essência da existência. E ela está conosco em toda parte e sempre." pp.132

Achei A festa da insignificância bem diferente de A insustentável leveza do ser, o único livro que já tinha lido desse autor. Ele é tão duro quanto, mas muito mais sarcástico. É um livro bastante curto e a leitura flui rápido. Contudo, é o tipo de livro que faz com que tenhamos que pensar muito sobre ele, ou corremos o risco de fechá-lo sem compreender.

Quanto ao objeto em si, a edição da Companhia das Letras ficou maravilhosa. O livro é em capa dura e o livro foi impresso em papel pólen, que é aquele papel amarelado e com textura agradável.

Kundera, Milan. A festa da Insignificância. Trad: Teresa Bulhões Carvalho da Fonseca. São Paulo: Companhia das Letras. 2014. 134p.
Suiany 17/01/2015minha estante
Muito boa sua perspectiva sobre o livro! Adorei e me identifiquei muito com sua opinião em: "A vida se resume ao umbigo, pois é um detalhe que torna todos os seres humanos iguais, remete às origens e, ainda assim, é absolutamente inútil."
http://divinaleitura.wordpress.com/




PorEssasPáginas 07/09/2014

A festa da insignificância parecia ser interessante pelo fato de mostrar o cotidiano, a vida comum e os diálogos corriqueiros entre amigos com uma pitada de filosofia. Mas como a própria sinopse entrega, é um livro pretensioso e afetado demais, com filosofia inútil e rala. Um livro que vai fazer você se sentir burro e te deixar coçando a cabeça.

Nos primeiros capítulos (todos bem curtos - pelo menos temos esse alívio) somos apresentados aos personagens do livro: Alain o chorão com problemas com a mamãe e tarado por umbigos, Ramon o filósofo, Dardelo o portador de câncer de mentira, Calibã um ator fajuto e paquistanês de araque, Quaquelique o conquistador e Charles, cuja única utilidade é nos apresentar uma história sobre Stalin.

O que me deixou chateado não foi o fato de não haver profundidade nos personagens ou no diálogo, nem a história avançar para lugar algum ou ter algum motivo específico ou uma lição a ser ensinada. Minto. Foi a combinação de todos esses fatores sim que me deixou muito irritado. Os personagens são completamente esquecíveis e muitas vezes confundi-os entre si, não existe história ou motivação para eles fora o acompanhamento por parte do leitor de suas vidas banais e filosofagens ridículas. Sem contar os diálogos afetados para que o autor se sinta superior aos seus leitores.

Um dos poucos momentos marcantes do livro são os capítulos em que a mãe de Alain afoga outro homem. Não fica claro se esse momento é um delírio ou realidade e isso foi uma mudança de clima no livro muito bem vinda. Porém não serve de nada à história.

Stalin é interessante e foi uma surpresa ele ter passado de um conto dentro da historia e se tornado um personagem; outro item que poderia e deveria ter sido melhor explorado. Porém com certeza essa é mais uma alegoria que nós pobres mortais não temos como entender. Talvez só o autor.

Difícil acreditar que uma obra fraca como essa seja um best seller internacional, como é afirmado na contra capa. Não consigo acreditar que um livro que não fala sobre nada, com personagens rasos, trama e desenvolvimento nulos, seja tão bem quisto pelos leitores. Para mim esse livro sim é insignificante.
hilda.maimonipileggi 26/12/2014minha estante
Lendo o comentário de PorEssasPáginas me senti aliviada, pois a minha sensação foi a mesma, Achei a obra sem profundidade e muito estranha. Também tive a confusão com os personagens.Terminei de ler o livro com a mesma impressão de que o autor quer se colocar acima dos insignificantes leitores.


Bianca 26/08/2015minha estante
Eu to na metade do livro e vim ver se as resenhas eram parecidas com a sensação que tô tendo da obra.
É meu primeiro livro do Kundera e, apesar de saber de todo o peso do seu nome, fiquei extremamente frustrada.
Esse livro começa no nada e acaba em lugar nenhum.




Bia 11/05/2022

Achei esse livro bem ruinzinho. Esperava um livro filosófico, que me fizesse refletir e tivesse algumas frases de efeito, mas recebi um livro raso, personagens chatos, emaranhados de situações sem sentido, e que não me levou a refletir sobre nada.
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Henrique Fendrich 16/02/2021

Ainda é o mesmo Kundera que flagra o patético e o transcendente em relacionamentos cotidianos e que tenta expurgar seus fantasmas políticos, mas esse livro esteve bem longe de me causar o impacto de outros mais antigos, como "A brincadeira" e "O livro do riso e do esquecimento". Creio que não guardarei muita coisa desse livro - a exceção talvez dos umbigos, já não olharei um umbigo da mesma forma.
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gui almeida 14/07/2020

Leve para tempos pesados
Na teoria, a quarentena é maravilhosa para leitura. Mas nem sempre. O desgaste mental tem gerado ciclos em que leio em excesso, e outros em que não leio nada. Após um mês sem abrir um livro sequer, encontrei nesse do Kundera uma retomada leve e gostosa. Adorei as historinhas de Stálin.
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Sofia 16/10/2021

"Como encontrar o bom humor?"
Acredito que, no fim das contas, a vida é a festa da insignificância.
Neste romance - que foi um pouco fora do meu hábito de leitura, porém muito bem vindo e nada fora das discussões que preenchem minha vida -, o autor fala sobre a insignificância da existência humana.

Felizmente, fiquei contente com a leitura e até me sinto mais inteligente ao compreender tantas coisas diferentes com um livro que parece apenas um bate-papo entre velhos amigos no fim da tarde. Foi bem aconchegante!

Ao decorrer da leitura, é possível entender o quão insignificante alguns dos nossos "maiores" problemas se tornam nada diante da grandeza da vida. Já perceberam que ficamos com humor cada vez pior com o decorrer dos anos?
Uma simples pergunta me pegou durante a leitura: como encontrar o bom humor?
Felizmente o autor responde com a fala de Rámon: "? A insignificância, meu amigo, é a essência da existência. Ela está conosco em toda  parte e sempre. [...] Respire, D'Ardelo, meu amigo, respire essa insignificância que nos cerca, ela é a chave da sabedoria, ela é a chave do bom humor."

Penso que se começarmos a tratar alguns problemas com insignificância, teremos uma vida mais bem humorada e mais significativa. A vida é uma festa; uma festa da insignificância da existência humana diante de tantas coisas maiores.

4 ?
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maga suprema do universo 23/06/2021

umbigo
tantas linhas do tempo loki esta com inveja desse multiverso. lindas reflexoes sobre o umbigo bastante necessarias
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Viviane Menezes 15/09/2014

Ode à pequenez
Kundera voltou. Ainda bem. "A Festa da Insignificância" é poderoso como tudo o que esse mestre faz. Claro, não é "A Insustentável Leveza do Ser" (talvez o seu romance mais famoso) e nem vá ler aquele buscando este, porque são diferentes mesmo tendo traços semelhantes, mas aí já é a marca do autor e não simplesmente uma repetição pura e simples.
Em "A Festa da Insignificância", Kundera nos convida a fazer uma reflexão sobre a existência da vida e o quanto, nós, seres humanos, nos apegamos às coisas, notadamente, sem significância. Mais uma vez, aqui, Kundera explora as histórias dos personagens, permeando com lições filosóficas, históricas, sociológicas etc. E talvez isso seja o que, particularmente, mais me encanta nele. Eu fico "besta" como ele consegue, a partir de uma história simples e cotidiana, esbanjar conhecimento nas mais diversas áreas. Só o Kundera mesmo. Algo possível de se ver em "A Insustentável Leveza do Ser", ponto comum em sua obra, como disse acima.
Em suma, "A Festa da Insignificância" conta a história de um grupo de amigos, cujas vidas são recheadas por situações de pura hipocrisia social, de descontamento frente às coisas da vida. Uma reflexão sobre como elevamos exageradamente, muitas vezes, nossas frustrações, medos, inseguranças, dores... Muitas vezes não enxergamos os outros, mas apenas a nós mesmos (e da pior maneira possível). Uma verdadeira ode à pequenez.
A leitura é rápida e divertida. Eu mesma li em três dias. Ah, destaque também para a linda arte do livro feita pela editora Companhia das Letras. Design romântico e capa dura.
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Ana Clara 13/08/2020

Um livro leve e muito reflexivo, diz muito além das palavras.
Somos apresentados na história a de quatro amigos Alain, Ramon, Charles e Calibã. O autor não se aprofunda na história deles, são vários momentos e diálogos, que o autor constrói pra nos revelar a insignificância de nossas vidas e para aprendermos a darmos valor a ela, apreciar sua beleza. E o autor nos mostra isso de forma excepcional.

“A insignificância, meu amigo, é a essência da existência. Ela está conosco em toda parte e sempre. Ela está presente mesmo ali onde ninguém quer vê-la: nos horrores, nas lutas sangrentas, nas piores desgraças. Isso exige muitas vezes coragem para reconhecê-la em condições tão dramáticas e para chamá-la pelo nome. Mas não se trata apenas de reconhecê-la, é preciso amar a insignificância, é preciso aprender a amá-la. Aqui, neste parque, diante de nós, olhe, meu amigo, ela está presente com toda a sua evidência, com toda sua inocência, com toda a sua beleza. Sim, sua beleza. Como você mesmo disse: a animação perfeita… e completamente inútil, as crianças rindo…sem saber por quê, não é lindo? Respire, D’Ardelo, meu amigo, respire essa insignificância que nos cerca, ela é a chave da sabedoria, ela é a chave do bom humor…” p. 132

A ambientação do livro não deixa a desejar também, fui transportada o tempo todo para o plano de fundo, o Jardim de Luxemburgo, a festa, o apartamento, achei fácil me misturar, fazer parte do local em que se passava.

Há também uma crítica ao regime stalinista, e o próprio autor foi expulso do Partido Comunista e teve inúmeros desentendimentos com este ao longo da vida.

“A única coisa que me parece inacreditável em toda essa história é que ninguém entendeu que Stálin estava brincando. [...] Pois ninguém em torno dele sabia mais o que era uma brincadeira. E é por isso, a meu ver, que um novo grande período da história se anunciava.” p. 29

Não sinto que fui capaz de absorver toda a profundidade desse livro em uma única leitura, a cada trecho que releio apreendo algo novo. Um livro feito para ser relido inúmeras vezes.

Eu não sabia o que esperar desse livro e ele me surpreendeu com uma das melhores leituras de 2020. Me transmitiu uma energia boa, me fazia rir, pensar, e muitas vezes, ao longo da leitura, eu era transportada pra um estado de contemplação a partir do que foi dito, do que penso e do que ele me fazia sentir. Esse livro realmente me tocou, se tornou um dos preferidos da minha vida. Realmente acho que a insignificância deve ser valorizada, é ela que compõe a maior parte de nossas vidas, é ela que nos move, é ela que se prende a nossa memória, somos constituídos de insignificâncias constantes.
Acho esses pequenos momentos tão gloriosos quanto grandes acontecimentos e se tivermos o olhar atendo ao presente, eles irão nos tocar tanto quanto.


site: https://www.instagram.com/p/CD1gQBqD4--/
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Carine Campos 03/12/2021

Sei nem o que dizer, só sentir
Esse livro parece falar de muitas coisas que não pude captar por completo e eu gostaria de reler em algum outro momento. Mas, no geral, ele fala bastante sobre as "pequenezas" da vida, que pensando bem não são tão pequenas quando são elas as responsáveis por dar significado à vida.

Esses trechos falam por si só:

"A insignificância, meu amigo, é a essência da existência. Ela está conosco em toda parte e sempre. Ela está presente mesmo ali onde ninguém quer vê-la: nos horrores, nas lutas sangrentas, nas piores desgraças. Isso exige muitas vezes coragem para reconhecê-la em condições tão dramáticas e para chamá-la pelo nome. Mas não se trata apenas de reconhecê-la, é preciso amar a insignificância, é preciso aprender a amá-la.

Aqui, neste parque, diante de nós, olhe, meu amigo, ela está presente com toda a sua evidência, com toda a sua inocência, com toda a sua beleza. Sim, sua beleza. Como você mesmo disse: a animação perfeita... e completamente inútil, as crianças rindo... sem saber por quê, não é lindo? Respire, D'Ardelo, meu amigo, respire essa insignificância que nos cerca, ela é a chave da sabedoria, ela é a chave do bom humor..."

Me parece um paradoxo pensar que justamente as coisas insignificantes são cheias de significados.

Milan Kundera pisando em mim mais uma vez depois de A Insustentável Leveza do Ser :')

@livrarine
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Maria3897 09/12/2020

Bom
Acabei a leitura com uma sensação maravilhosa que reflete a felicidade que eu senti, não só pela simplicidade do livro, como também pelo acolhimento da insignificância de nossa existência. Amei as reflexões que o livro propôs, porém um item que me fez tirar algumas estrelas foram as personagens do sexo feminino. A maneira como elas foram construídas e descritas me incomodou bastante em alguns capítulos específicos.
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Mih 19/12/2022

Um elogio à insignificância
Esse livro me surpreendeu bastante. Com uma escrita que te envolve, Kundera consegue contar uma história bonita e sensível ao que passa muitas vezes despercebido na vida.
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