EWERTON 13/04/2014Cristianismo em um outro planoExcelente livro, o autor deixa claro as diferenças dos pensamentos religiosos e de movimentos que influenciaram a história e suas relações com Deus e com o homem.
Uma descrição bem ampla que abrange o Cristianismo e em especial demonstra a influência do pensamento calvinista em diversas áreas, citando também em vários momentos como era a visão dos luteranos, anabatistas, anglicanos, do romanismo, paganismo, islamismo e também o movimento político/social da revolução francesa etc.
No decorrer da explanação dos temas vemos diversas citações dos protestantes oriundos da reforma e que têm suas raízes ao calvinismo, como os Huguenotes (França), Mendigos (Holanda), Puritanos e Presbiterianos (Grã-Bretanha), Pais peregrinos (América do Norte).
Abraham Kuyper registra 6 palestras que dividem os tópicos do livro e fala sobre o calvinismo como sistema de vida, religião, política, ciência, arte e futuro. Assim podemos entender melhor a influência dele até os nossos dias, ficam aqui algumas citações:
" Quando não há nevoeiro para esconder a majestade da luz divina de nossos olhos, que necessidade há então de uma lâmpada para os pés, ou de uma luz para o caminho?
Mas quando a História, a experiência e a consciência, todas declarando unidas o fato de que a luz pura e plena dos céus tem desaparecido, e que estamos andando às cegas nas trevas, então, uma diferente, ou se vocês preferirem, uma luz artificial deve ser acesa para nós, - e esta luz Deus acendeu para nós em sua SANTA PALAVRA."
" O fato, por exemplo, de que o Calvinismo se dispôs contra toda diversão ímpia com a honra da mulher, e estigmatizou toda forma de prazer artístico imoral como uma degradação, encontra-se portanto fora de nosso alcance. Tudo isto denuncia adequadamente o abuso, embora não tenha qualquer peso quanto a questão do uso legítimo. E o próprio Calvino não se opôs ao uso legítimo da arte, mas encorajou e até mesmo recomendou, como suas próprias palavras prontamente provam. Quando a Escritura menciona a primeira aparição da arte nas tendas de Jubal, que inventou a harpa e o órgão, Calvino recorda-nos enfaticamente que esta passagem trata dos “excelentes dons do Espírito Santo”. Ele declara que, quanto ao instinto artístico, Deus tinha enriquecido Jubal e sua posteridade com raros dons naturais. E, abertamente, declara que esses poderes inventivos da arte são o mais evidente testemunho do favor divino. Ele declara mais enfaticamente ainda, em seu comentário sobre Êxodo, que “todas as artes vêm de Deus e devem ser consideradas como invenções divinas”.
Leitura densa e recomendadíssima!