Nathani 04/04/2021A vida secreta das abelhasEssa leitura foi uma das poucas que eu comecei sem saber praticamente nada sobre o livro. Eu me interessei pelo título e por ele estar na lista dos livros da Rory Gilmore (mais alguém acompanha essa lista?), acabei pegando em uma troca no Skoob mesmo sem pesquisar sobre ele, o que normalmente eu costumo fazer. Foi uma experiência bem legal, ir descobrindo aos poucos sobre o que se tratava a leitura.
Lily tem 14 anos e após a morte de sua mãe há dez anos, mora com seu pai autoritário. De sua mãe, Lily apenas carrega a lembrança confusa do dia de sua morte e uma culpa dolorosa e persistente. Desde os seis anos, ela convive com os castigos físicos e anseia por demonstrações de carinho e amor de seu pai, que nunca acontecem.
Rosaleen é a empregada doméstica da casa e como uma mulher negra vivendo no Sul dos Estados Unidos no ano de 1964, luta incessantemente para garantir seus direitos agora que a Lei dos Direitos Civis foi assinada. Ao enfrentar um grupo de brancos que a atacam com injúrias racistas, ela acaba sendo espancada e presa, sofrendo tortura da própria polícia.
Lily reúne seus poucos pertences e após resgatar Rosaleen foge para Tiburon, em busca de liberdade e de informações sobre sua mãe que seu pai sempre se negou a revelar. Serão acolhidas na casa das irmãs negras June, May e August que criam abelhas e vendem mel. Esse lugar tão improvável será o primeiro lar que Lily conhecerá: com o amor e a segurança que ela nunca teve em sua própria casa.
É uma leitura que aborda temas importantes como racismo, relacionamentos abusivos, família e religião. A abordagem dos temas é feita de maneira leve já que a narrativa é em primeira pessoa sob o olhar de Lily, uma menina saindo da infância e descobrindo sua própria liberdade e construindo seus ideais. Gostaria que a questão do racismo da época fosse mais desenvolvida e que houvessem capítulos sob o ponto de vista de outros personagens.
A mensagem que ficou para mim é a de que sempre vale a pena lutar pelos seus direitos e de que família nem sempre é onde nascemos mas sim onde encontramos amor e liberdade para ser quem somos.