spoiler visualizarPortal Caneca 09/09/2014
De repente, Ana!
“De repente, Ana” é a continuação de “Simplesmente Ana” da autora mineira Marina Carvalho. Adianto que esse segundo volume não me deixou muito animada. Mesmo com uma história clichê, o primeiro livro chamou minha atenção e a leitura fluiu bem, ao contrário deste que resenho hoje. Ah, aviso que essa resenha contém SPOILERS, então cuidado!
Dois anos se passaram desde que Ana e Alex oficializaram o namoro. A vida dos dois está dividida entre Krósvia e Brasil e é enquanto estão de férias em Belo Horizonte que uma terrível notícia chega para os dois: o helicóptero de Andrej, pai de Ana, caiu e ele estava internado em coma. Ana volta então para a Krósvia a fim de ficar perto de seu pai e também para assumir seu lugar como herdeira do trono.
A partir do momento em que começa a governar o país, a vida de Ana parece dar uma reviravolta enorme: as brigas com Alex são bobas e cada vez mais frequentes; quase não tem tempo para si mesma ou para seus amigos; seu pai está em coma e não sabe quando (ou se) irá acordar… E conforme os fatos vão se desenrolando nos primeiros capítulos do livro, é possível deduzir um cenário geral de acontecimentos no restante da história. Esse ponto e, também, dois personagens em particular, foram as principais razões do meu desapontamento. Deixem-me explicar melhor…
Em relação ao cenário geral, duas coisas se tornaram muito previsíveis…
Ana e Alex estavam juntos e de volta à Krósvia e, sendo uma continuação, um dos focos do enredo seria em um abalo no relacionamento dos dois para que, ao final, houvesse o reatamento. Quem melhor do que a ex-namorada de Alex, Laika, para o papel da vilã?
Com Andrej em coma, Ana assume o governo, e já na sinopse do livro temos uma ideia de que o partido da oposição se aproveitará dessa situação para derrubar o regime monárquico e, portanto, retirar o poder de Ana.
Sei que isso também é clichê, não é a toa que ao final da leitura me perguntei por que eu gostei do primeiro livro enquanto o segundo me incomodou tanto. A resposta encontrei depois de pensar um pouco sobre dois personagens: Alex e Marcus.
Em “De repente, Ana” também há a visão de Alex dos acontecimentos, assim temos acesso à seus pensamentos e sentimentos. Eu tinha gostado de seu personagem no primeiro livro, mas agora, conhecendo-o melhor mudei de ideia. Achei Alex um tanto quanto estourado e até mesmo um pouco agressivo, ainda que não descontasse isso nas pessoas. Tomava decisões muito repentinas, o que vai de encontro com seu comportamento quando foi “se apaixonando” por ela. Com base nas descrições da própria personagem, esperava que seu namorado tivesse um gênio mais paciente de raciocínio lógico, não tão intuitivo e ansioso.
Marcus, o tio de Ana, foi outro personagem que me deixou meio perdida. Sim, ele é outro vilão da história (no cenário político). Ela demonstrou que “não foi com a cara do tio” logo de início e, sem mais nem menos, sua intuição é confirmada nesse segundo volume. Tudo bem Marcus ser malvado, mas eu senti que o personagem, como vilão, merecia maior desenvolvimento a fim de mostrar ao leitor o quanto seu caráter fugia da imagem de bonzinho e se enquadrava cada vez mais na de vilão até o climax da história, quando descobrimos seu envolvimento nos acontecimentos.
Deu para perceber que a vida de Ana tornou-se uma total bagunça! Mas no final tudo se ajeitou e o epílogo foi, para mim, a melhor parte da história. Gostei do desfecho dado nesse último momento, com a visão de Ana. Infelizmente, Alex saiu da posição de melhor personagem e acredito que, apesar de não aparecer tanto na história, Irina ocupou seu lugar. Se houvesse a oportunidade de trabalhar mais sua presença e até mesmo o desenrolar de sua relação com o rei, tenho certeza que encontraríamos alguém de ótima personalidade.
Talvez minha leitura foi um tanto quanto crítica, mas não me senti atraída pela história e consegui terminá-la em um ritmo bem devagar. Recomendo para quem gostou muuuito de “Simplesmente Ana” já que não dá pra deixar de saber como terminará a história de Alex e Ana, né?
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