Annalisa 03/10/2021De Repente, Ana.
Ler De Repente Ana é como se estivéssemos assistindo algum filme da Sessão da Tarde, por alguns momentos dá até para imaginar o locutor "... e essa turminha vai aprontar poucas e boas na Krósvia..."
O livro tem mais de 300 páginas, mas é uma leitura bem rápida e leve, e por mais que neste segundo volume temos uma acidente de helicóptero, sequestro e investigações policiais, tudo é bem rápido, superficial, sem qualquer aprofundamento nos assuntos e magicamente tudo é sempre resolvido sem grande esforço, senti grande dificuldades de me envolver e ansiar pelas próximas páginas.
Já havia lido os dois primeiros livros (Simplesmente e De Repente) há muuuuuito tempo atrás, como havia ficado pendente a leitura do terceiro livro (Elena), resolvi ler tudo novamente já que não tinha lembranças de quase nada, para entrar novamente na história e conseguir acompanhar as informações, antes da releitura a impressão que eu tinha era de um "romancinho gostoso para passar o tempo", agora fiquei com a impressão de "somente para passar o tempo".
Ana, novamente, é a garota jovem, imatura e sem senso de responsabilidade, após o acidente do pai deveria assumir as responsabilidades do país, mas tudo o que ela faz é reclamar. Além disso, a forma que tudo foi proposto e apresentado para ela é descabido, todos já sabiam que a menina não tinha noção de nada, e jogam tudo, sem explicar nada e soltam um "se vira, querida".
Mas sendo bem sincera, nada é explicado para Ana e nada é explicado para os leitores, iniciamos e terminamos sem saber sobre as leis, sobre os costumes, legislação ou qualquer outra informação pertinente à política de Krósvia, não dá para sentir empatia sobre os conflitos de Ana, sem termos qualquer noção sobre as dificuldades que ela precisa enfrentar.
Outro ponto que fica solta e completamente morno é o relacionamento dela com Alexander, toda a química que eles tinham no primeiro livro, desaparece neste segundo. A impressão que me ficou, foi somente da infantilidade dos dois para a resolução dos conflitos e diferenças, e falta de maturidade na vida profissional e amorosa. É tanta briguinha sem sentido, que dá vontade de pular as páginas.
Dois pontos positivos: A história pelo ponto de vista de Alexander (apesar de algumas decisões dele serem absurdas e sem noção) e a melhora considerável da escrita da Marina Carvalho neste livro, enquanto o primeiro tendia para uma fanfic, esse segundo, apesar de eu não ter gostado tanto, já apresenta uma construção mais robusta.
Vou seguir para o próxima, para eu finalmente terminar essa pendência de leitura na minha vida.