spoiler visualizarricardinho 13/09/2021
A Grande Guerra
Livro escrito pelo premiado historiador britânico Martin Gilbert, que, além deste, escreveu outros oitenta e sete, recebendo diversas honrarias de instituições educacionais e do governo britânico. Dentre suas obras, destacam-se os títulos sobre as guerras e Churchill.
A Segunda Guerra Mundial é rico em detalhes e depoimentos de sobreviventes, além de mapas e fotografias enriquecedores que transportam o leitor para o cenário catastrófico do período. Iniciando-se a leitura, fica claro que os alemães não seguiam regras de guerras, trucidando os poloneses e, para Hitler, com Deus no comando das suas ações. Também torturava e matava judeus e ciganos, além de querer aumentar a taxa de natalidade de crianças arianas. Para isso, os nazistas fundaram a Organização Lebensborn. Assim, filhos de moças arianas com soldados da SS tinham cuidados especiais. Seguindo essa linha de raciocínio, os alemães criaram um documento ultrassecreto descrevendo o que fazer com os poloneses: dividi-los ao máximo possível e os que não pudessem ser germanizados, vegetariam, além de se aproveitar crianças uteis. No entanto, no início, não eram os únicos, pois os soviéticos, lituanos, ucranianos, noruegueses e holandeses também matavam judeus, além de padres e bispos (por parte dos soviéticos). Portanto, fica claro que os judeus fugiam de Hitler e dos comunistas. Esse povo era morto gaseado silenciosamente por descargas de veículos em florestas polonesas.
Em 1939, Hitler foi salvo pela sorte de atentado do relojoeiro Georg Elser. Este foi preso no campo de concentração de Dachau e assassinado pela SS em abril de 1945. Neste mesmo ano, a URSS invade a Finlândia, como resultado de um pacto com a Alemanha. Os soviéticos queriam participar do grupo da Alemanha, mas indiretamente, pois Stalin aparentava medo do comandante nazista. Em março de 43, foi colocada uma bomba no avião de Hitler, mas era defeituosa. No mesmo mês, houve a busca por uma bomba para explodi-la em Berlim quando Hitler estivesse em cerimônia da 1º Guerra Mundial. Houve mais uma tentativa de assassinar Hitler, mas sem sucesso e machucou apenas o seu braço.
Hitler respeitava um pouco mais os ingleses, mas os franceses pagariam a conta da 1ª guerra. Dessa forma, realizou o sonho de conhecer Paris e em sua rápida estadia, visitou o túmulo de Napoleão e destruiu alguns monumentos, mesmo com a resistência de De Gaules. Quando marroquinos se renderam, os alemães não aceitaram e os mataram por serem racialmente inferiores. Assim, os britânicos entraram na guerra com apoio dos americanos. Nessa época, os japoneses queriam dominar o oriente e Hitler já tramava a invasão à União Soviética (este povo seria a força humana necessária para Hitler). Então, a Alemanha atacou a Inglaterra pelo ar, não tendo sucesso e mesmo Hitler se voltando para a Rússia, Churchill não desistiu de aniquilá-lo. Neste período, uma das principais armas do ditador eram as minas magnéticas. Por outro lado, a Itália tentou agredir os ingleses. Já Franco, não permitiu que a Espanha servisse de apoio a Hitler. Quanto a Iugoslávia, no início, apoiou Hitler, recuando e sendo “destruída”.
Estava declarada a guerra contra os soviéticos e não teve com Stalin recuar. Para os alemães, algumas das dificuldades encontradas eram o ataque durante o inverno, pois os russos já estavam adaptados ao clima e a falta de temor à morte por parte deste povo. Quando vencidos, os soviéticos adotavam a tática de terra queimada. Em terras conquistadas, os alemães eram surpreendidos por guerrilhas estimuladas por Stalin.
Em dezembro de 1941, os japoneses atacaram Malásia, Pearl Harbor, Filipinas e Hong Kong. A partir desse momento, para Hitler, seria impossível perder a guerra, pois o Japão, em 3 mil anos, nunca perdera uma guerra. Assim, no mesmo mês, a Alemanha declarou guerra aos americanos (grande erro ao trazê-los para o atlântico).
Algumas das atrocidades provocadas por nazistas, era o fato de tatuarem os judeus com ouro nos dentes para facilitar no necrotério, além de roubarem outros bens. Em Leningrado, as pessoas morriam ao levar seus mortos e havia amontoados de corpos em todos os lados; crianças foram congeladas em colo das mães. Os alemães deixavam seus compatriotas frágeis morrerem de fome. Já os japoneses também eram cruéis e obrigavam os seus prisioneiros de guerra a trabalharem em excesso nos seus campos, além de julgarem e decapitarem prisioneiros. Na Líbia, um avião americano que, ao regressar, se perdeu e caiu. Sua tripulação, nove homens, morreu aos poucos, caminhando e passando sede. Tudo ficou registrado em diários e seu verdadeiro fim somente foi descoberto 15 anos depois.
Além de nomes como Hitler, Mussolini, Tito, Stalin, Rosevelt e Churchill, outras pessoas também ficaram conhecidas, sendo impossível falar de todos. Amin al-Hussayni foi um líder religioso mulçumano que apoiou Hitler. Michael Kitzelmann era um tenente do exército alemão que se revoltou contra o nazismo e foi executado. Klaus Fucks alemão e de nacionalidade britânica informava à Rússia os avanços da bomba atômica. Apesar de juntos na guerra, as questões ideológicas não eram esquecidas. Em agosto, o torpedeiro americano PT-109 foi destruído. Por cinco horas, os náufragos ficaram agarrados em uma viga do navio destroçado até uma ilha de corais. Pela noite, um homem resolveu enfrentar o mar na expectativa de algum barco para socorrer os tripulantes. Não encontrando, resolveu voltar, mas uma corrente o afastou. No entanto, conseguiu voltar, embora doente. Dias depois, resolveu nadar com os companheiros para uma ilha maior. O nome do homem era John Fitzgerald Kennedy. Em novembro de 43, o barão Axel von dem Bussche tentou, em vão, matar Hitler, mas também sem sucesso. Bush teve seu avião abatido e caiu no mar a 960 km do Japão. O sargento japonês Shoichi Yokoi viveu muitos anos escondido na selva de Gum achando que a guerra continuava. Comia pombos, ratos e frutas, tendo dois parceiros mortos por subnutrição. O imperador japonês Hiroshito, nos anos 70, foi a Europa e muito bem recebido em Londres, onde foi homenageado, causando indignação de sobreviventes. Maria Bruskina foi uma enfermeira judia e que, como voluntária, cuidou das forças soviéticas e os ajudou a escapar, sendo enforcada pelos alemães. Zoya Kosmodemyanskaya foi uma guerrilheira soviética executada por sabotar o exército alemão e uma das heroínas mais reverenciadas na Rússia. Naquilo que ficou conhecido como Massacre da Ilha Banka, enfermeiras foram obrigadas a entrar no mar, sendo, em seguida, metralhadas por japoneses e Vivian Bullwinkell sobreviveu, mesmo tendo uma bala atravessado o seu corpo. Elena Mazanik, doméstica, era guerrilheira e colocou uma bomba embaixo da cama do assassino de dezenas de milhares de judeus e russos Wilhelm Kube. Lyuba Nasteren, encurralada, cuidou de 28 feridos antes de ser assassinada. Mary Lindell, Marie-Claire, enfermeira e membro da Resistência Francesa montou linha de fugas na França. Polêmica e autoritária, foi atropelada por um automóvel, baleada na cabeça e presa duas vezes. A ex-bailarina de Varsóvia, Horowitz, reagiu a ser obrigada a se despir, ferindo um soldado. Outras a acompanharam e fizeram o mesmo. Mais tarde, todas foram abatidas. Em fevereiro de 44, a piloto Hanna Reitsch sugeriu a Hitler a criação de um grupo de pilotos suicidas, sendo que ela seria uma das primeiras inscritas. No entanto, a ideia da premiada pilota não foi concretizada. Judias de uma fábrica de armamentos forneceram explosivos para prisioneiros de Auschewitz e foram enforcadas. Ilse Kock, a sádica, colecionava pedaços de peles tatuadas dos prisioneiros dos campos e enforcou-se na prisão.
Alguns militares começaram a se voltar contra o Partido Nazista devido à sua tirania, ostentação e domínio dos seus membros, sendo eliminados gradativamente. Temendo a derrota, Himmler, no verão de 43, decidiu desenterrar e queimar provas de crimes (corpos em putrefação) e em julho do mesmo ano, o Grande Conselho Fascista pediu que o rei Victor Emanuel assumisse o comando das Forças Armadas italiana, mas apoiando Hitler. Mas por se renderem e retirarem o ditador italiano do poder, os alemães combateram a Itália e resgataram o seu antigo líder.
Britânicos manipularam as bolsas suecas e norueguesas para que os alemães não desconfiassem dos planos para a França, achando que seriam para a Noruega. Além disso, falsas movimentações e ataques enganavam os alemães. Os Aliados sabiam que os planos estavam dando certo porque decodificavam todas as mensagens alemãs. Os soviéticos, devido a perda de grande número de jovens, incentivaram que as famílias “crescessem”. A essa altura, já havia informações sobre Auschwitz, mas americanos e ingleses se recusaram a destruir ferrovias que conduziam ao campo, apesar da vontade de Churchill ser o contrário. Enquanto este ajudava e se preocupava, Stalin não se preocupou com a causa polonesa. A essa altura da guerra, soldados de todos os lados tinham desgastes mentais e à medida que se chegava ao fim dos combates, a URSS demostrava que não cumpriria acordos.
No período da guerra surgiu Nações Unidas. Também foi nesse período que os alemães inventaram o Schnorchel e levaram uma vantagem temporária.
Rosevelt, Mussolini e Hitler morreram em abril de 45, mas cada um de uma forma diferente. Em julho do mesmo ano, os japoneses se dispuseram a negociar a paz com os americanos, mas não aceitariam uma rendição incondicional. Os aliados desejavam este tipo de rendição dos derrotados por temerem situações semelhantes ao resultado do armistício da 1 Guerra: surgimento de nacionalistas como Hitler. A guerra continuava. Ainda neste mês, um antigo componente do Eixo, Itália, declarava guerra ao Japão. Nessa mesma época, surgiu o “fukuryu”, mergulhador que colocava uma mina no casco da embarcação inimiga e explodia junto. A guerra estava terminando e os EUA testaram a primeira bomba atômica em Alamogordo, México. Apesar do sucesso americano, o Indianápolis foi torpedeado e alguns homens passaram mais de 84 horas no mar, sendo que alguns foram devorados por tubarões. Em 06 de agosto foi lançada a bomba de Hiroshima e no dia 09 do mesmo mês, a bomba que seria para Kokura e que assim não foi devido aos vapores industriais que prejudicavam a visibilidade, explodiu em Nagasaki. O Japão finalmente se rendia, mas alguns militares japoneses invadiram o Palácio Imperial por não aceitarem a rendição.
Findou-se a guerra e os derrotados continuavam a dar fim em provas de grandes crimes. Iniciavam-se novos desafios, confusões... comunistas contra o mundo livre. Assim como Britânicos e americanos se interessavam por técnicos alemães. Em setembro de 1952, Israel e Alemanha Ocidental assinavam o Tratado de Luxemburgo, onde os alemães se comprometiam a pagar três bilhões de marcos ao Estado de Israel e 450 milhões de marcos a organizações judaicas, além de outras indenizações a países que ocupou durante a guerra. Enquanto isso, algumas penas eram reduzidas e ex nazistas eram indenizados.
48 anos após o fim da guerra, alguns alemães ainda odiavam os judeus e os humilhava. Nunca será possível saber o número de feridos e mortos nessa que foi uma das maiores guerras da história.