Leilane 26/12/2014
Um trilogia steampunk épica!
Um final épico para uma trilogia steampunk que nos apresentou muito elementos fantásticos de maneiras primorosas.
É difícil se despedir dessa trilogia, como eu disse nas resenhas anteriores, fujo de livros relacionados a guerras modernas, não importa o quanto essas histórias normalmente são um retrato do triunfo do espírito humano, o fato de sermos seres inteligentes que ainda são capazes de acabar com a vida do outro em nome de uma série de alegações infundadas, faz com que essas histórias tenham pouco apelo para mim. Porém, o fator fantástico da trilogia Leviatã dá uma certa distância do que foi real, pois, apesar de as idiotices humanas e o pensamento engessado daquela época serem os mesmos, conseguimos embarcar nessa história sem ficar com a constante sensação que o mundo ainda vai sofrer muito na mão de loucos e loucos por poder.
Outro aspecto que preciso destacar é que não tive TTT (trauma de término de trilogia), muito pelo contrário, o autor superou e muito minhas expectativas ao mudar alguns fatos históricos, mas ainda deixar a história plausível para o contexto que ele criou. E também pelo final incrível, mas ao mesmo tempo um tanto inusitado que ele escreveu – eu simplesmente amei o final!
Realmente vou sentir saudade dessa história e dos personagens, principalmente da Deryn, do Alek e do Bovril – o lêmur perspicaz deles –, em Golias, esse trio rouba a cena quando se trata de revelar segredos e lidar com as consequências deles, ao mesmo tempo em que são obrigados a lidar com seus próprios sentimentos, mas excluo o Bovril desta última, ele é perspicaz demais para isso, a felicidade para ele é aprender, compartilhar seus conhecimentos com o lêmur da Dra. Barlow, dar risadinhas, ficar perto de seus amigos Alek e Deryn e, claro, comer.
E tenho de mais uma vez chamar atenção às ilustrações incríveis de Keith Thompson, coloquei algumas aqui na resenha – é uma seleção dura de ser feita, dá vontade de colocar todas de tão lindas e fantásticas –, mas confesso que a que esperei desde o primeiro livro não veio do jeito que eu queria, já que eu queria detalhes e close-ups, entretanto, ela acaba sendo bem emblemática, pois acontece bem em cima do Leviatã, então eu superei e fiquei bem feliz logo em seguida.
Recomendo com muitas estrelas Leviatã, Beemote e Golias, tanto para quem gosta de livros de guerra quanto para quem foge do assunto, pois o foco é recontar a história da Primeira Guerra Mundial de uma forma fantástica com aventura, ação, humor, steampunk, monstros, máquinas, amizade, amor e de quebra você ainda vai aprender um pouco de história.
Só tenho uma reclamação em relação à edição de Golias que preciso deixar registrada, nas edições de Leviatã e Beemote, logo que abrimos os livros vemos na parte interna da capa uma ilustração colorida, cada uma remetendo diretamente à história de cada um dos livros, só que na edição de Golias, a editora escolheu imprimir a ilustração numa folha especial para fotos separada, dobrá-la e colá-la precariamente na última página do livro. Desconheço o motivo, mas só posso dizer que isso foi bem decepcionante, afinal havia um padrão e este foi quebrado justo no livro que encerra a trilogia, sem contar que a durabilidade da imagem em relação aos livros anteriores caiu consideravelmente assim, o que é uma pena para quem coleciona livros, já que fragiliza a integridade futura da coleção.
site: http://lerimaginar.com.br/blog/2014/11/14/golias-a-revelacao-scott-westerfeld/