Naty__ 13/03/2020Encontrei esse livro em uma das minhas pesquisas pela internet. Quando vi essa capa, foi amor à primeira vista. Fiquei fascinada pelos detalhes e o trabalho das cores. Resolvi pesquisar mais sobre a obra e acabei adquirindo-a por desespero e curiosidade. O resultado foi satisfatório e não poderia ser diferente, afinal, estamos falando da Editora Seguinte.
O gênero do livro é Steampunk e nunca tinha lido nada próximo disso. Confesso que é um gênero delicioso e que nos prende com tantos avanços tecnológicos, repleto de engrenagens e fuligem por todos os lados. Ele é uma obra ambientada no passado e tem como base a ficção científica, com a ideia de colocar a tecnologia mecânica a vapor em equipamentos e meios de transportes. Na obra, temos a presença de tais avanços tanto em objetos quanto em pessoas feitas de metais.
Jack Foster tem apenas dez anos e é o personagem principal. O garoto vive parte de sua vida em um internato e mal tem tempo para brincar. Ele deseja apenas aproveitar seus dias de férias, na casa de seus pais, e buscar boas aventuras para se distrair. Quando o menino menos espera, ele conhece o Sir Lorcan. Porém, ele é um sujeito estranho e que diz à família do garoto que sabe fazer magias.
Lorcan chama o garoto para acompanhá-lo, contudo, a mãe do menino o proíbe. Descontente com a atitude dela, o filho decide fugir da governanta da casa e encontra uma porta mágica misteriosa. Ele embarca em um lugar semelhante ao seu, mas com diferenciais que tornam aquele mundo descoberto surpreendente e, ao mesmo tempo, esquisito.
As pessoas não são como na cidade de Londres, onde o garoto mora; elas são feitas de metais ou, ao menos, tem alguma parte do corpo metalizada. Jack se encanta por tudo naquele local, ele fica admirado por cada detalhe. Entretanto, conforme o tempo passa, ele descobre que Londinium não é tão divertido quanto parece.
O mundo criado por Emma é incrível e deixa o leitor fascinado com os detalhes. O protagonista acaba desvendando um segredo que ninguém ainda tinha descoberto. Ele é um garoto esperto e sagaz. Nessa cidade feita de mecanismos de relógio, o garoto conhece Beth. É uma menina feita de peças de metal também, mas seus traços são bem humanos. Na verdade, ele acha que a garota é uma boneca, por sua aparência. Ela se alimenta de óleo e funciona com cordas.
O livro é narrado em terceira, em alguns momentos, senti a narrativa um pouco densa, como se não fluísse. Porém, no decorrer da leitura percebi que não. Isso se dá pelo fato de que, no início, não estamos familiarizados com o estilo da obra e da narração. No decorrer da história a leitura flui e a curiosidade apenas aumenta.
Além de tudo isso, a obra ainda é repleta de ilustrações e nos faz adentrar na história com os detalhes de todos os desenhos. Sem contar com o trabalho de capa da Editora Seguinte que está excepcional, como já mencionei anteriormente. Enfim, tudo o que eu disser de elogios para o trabalho estético ainda é pouco em vista do que ele realente merece.
Quotes:
“Ele ouviu o chuque-chuque da máquina antes de vê-la. Se houvesse um coração normal e seu peito, o ritmo das batidas teria mudado para acompanhar aquele som, mas Lorcan não tinha um coração normal. Ali, ele mal tinha uma coisa que pudesse ser chamada de coração, na verdade. Havia apenas uma coisa inútil e morta no lugar”.
“E havia uma coisa que não era fada ou dragão, embora tivesse asas; uma coisa ainda mais mágica. Antes de ser quebrada. Antes de ser morta. Mas algumas coisas não ficam mortas para sempre”.
“O tempo é diferente para pessoas diferentes: longo e insuportável para alguns, um simples piscar de olhos para outros. Mas ele deve ser medido por um dos nossos relógios”.
site:
http://www.revelandosentimentos.com.br/2016/04/resenha-voos-e-sinos-e-misteriosos.html