fernandaugusta 08/07/2023As Sete Irmãs - @sabe.aquele.livroFinalmente comecei a saga que tantas pessoas me indicaram! E até agora este é o melhor livro que li de Lucinda Riley!
A história de "As Sete Irmãs" comeca com a morte do pai destas irmãs, o misterioso Pa Salt. Este homem adotou seis meninas, de diversos locais e diferentes idades, e as batizou com o nome das estrelas Plêiades, no cinturão de Órion.
Ao falecer, Pa Salt deixa uma esfera armilar no jardim, com sete aros. Estes aros tem uma frase gravada e coordenadas que são destinadas a cada uma das irmãs. O sétimo aro está vazio. Além disso, Pa Salt determinou que seu funeral seria no mar, sem a presença das filhas. E também deixou uma carta para cada uma.
Estas cartas dão as chaves que as irmãs precisam para rastrear suas origens, se assim desejarem. E a primeira irmã que acompanhamos em busca de sua história é a primogênita de Pa Salt, Maia. Um azulejo de pedra sabão e as coordenadas da esfera levam Maia ao Brasil, mais especificamente ao Rio de Janeiro.
Com o auxílio de um amigo escritor e historiador brasileiro, Maia chega à Casa das Orquídeas, uma mansão decrépita que esconde a história de uma moça chamada Izabela Aires Cabral. Maia terá que ser persistente para descobrir o que aconteceu com Bel, e também para fazer as ligações entre o passado e a sua história.
Lucinda entregou aqui um livro no melhor estilo novelão, com uma história que intercala o presente e o passado de forma primorosa, com uma ambientação arrebatadora no Brasil. A trama de Izabela logo toma conta da vida de Maia, e vemos retratada uma trágica história de amor que começou na França e findou no Rio de Janeiro, marcando a história de uma família tradicionalíssima. Bel é uma personagem surpreendente, de início um pouco emocionada, mas logo seu dilema - apesar de clichê - se torna interessante, pelas ligações com as origens de Maia.
Maia, por sua vez, é uma personagem que começa apagada, mas que vai se redescobrindo através de Floriano e de suas andanças no Rio.
Não posso deixar de mencionar a questão histórica dos anos 1920, que Lucinda costura com primazia. Ao colocar a trama de Bel misturada à construção do Cristo Redentor, temos um exemplo do que um romance histórico deve ser e retratar: fatos e ficção ricamente entremeados, com muito estudo e muita habilidade da autora de comunicar a seus leitores tantos detalhes de maneira tão envolvente.
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Posso dizer que só não foi uma leitura perfeita por detalhes: o segredo de Maia (uma redundância de enredo) e uma colocação infeliz sobre Síndrome de Asperger tiraram a nota 10 de Lucinda.
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De resto, quem gosta de romance novelão, com alternância entre passado e presente, drama, escolhas impossíveis, mistério (meu Deus, quem é Pa Salt?) pode arriscar que é diversão garantida, com um gancho irresistível para o segundo volume.