Um novo começo

Um novo começo Karen Alvares
Melissa de Sá




Resenhas - Um novo começo


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SAMUEL 25/07/2014

As pessoas como elas são
É fato que já há algum tempo me rendi ao talento dessa dupla, seja em seus trabalhos solos, seja em parcerias. No entanto, agora temos um único texto escrito a quatro mãos. Isso já foi o suficiente para instigar ainda mais meu interesse.


Com estimadas 61 páginas (o livro está exclusivamente em formato digital), pode ser lido em pouco tempo, e depois de começar vai ser difícil demorar para terminar.

A obra é dividida em capítulos intercalados a interlúdios. Os capítulos seguem uma cronologia diferente dos interlúdios, que se complementam em certo ponto da trama.

A linha principal segue a trajetória de Jout, um menino terráqueo que não chegou a conhecer a terra. Parece confuso? Mas não é, e também não vou explicar, você terá que ler. Mais tarde me agradecerá por isso. Jout é filho do líder de um grupo de sobreviventes, os últimos da Terra, que há anos tripulam uma nave em busca de um planeta habitável, um novo lar, um novo começo.

Logo nesse início, conhecemos o capitão Jones, pai de Jout. Normalmente eu mantenho um distanciamento de personagens da ficção, mas a obra em questão foi capaz de subverter meus próprios costumes, pois Jones conquistou, logo em suas primeiras falas, meu desprezo pleno. Um tipo de personagem que eu gostaria de estar perto para ver morrer com muita dor. Se isso acontece ou não, você vai ter que ler para saber.

A história ganha mais tensão quando a nave dos sobreviventes encontra um planeta com características semelhas às da Terra. A partir daí é quase impossível interromper a leitura, que passa a ser perigosa. Digo perigosa mesmo, pois tive que ler andando, e andar sem olhar para frente em uma capital como Belo Horizonte é uma prática de alto risco.

As revelações sobre o enredo terminam aqui, por que seria um grande pecado estragar a experiência de quem vai se presentear lendo o texto, mas posso garantir que os acontecimentos seguintes são muito interessantes.

A escrita mostra a qualidade que os leitores das autoras já estão acostumados, com um texto fluido, agradável; diálogos bem construídos e verossímeis. As personalidades são bem delineadas, e bastaria os diálogos para nos mostrar qual a faixa etária de cada personagem, o que facilita muito a imersão. Eu estive fora do nosso planeta no tempo que me dediquei a essa prazerosa leitura.

Os interlúdios mostram outra personagem, em outro tempo e outro lugar. E, a princípio, muitos pensarão que se trata de outra história, totalmente independente da principal. Será? Leia pra saber. Posso dizer apenas que os interlúdios são instigantes e tensos, principalmente por não revelarem muito, aguçando a curiosidade do leitor ao extremo.

O desfecho vem com revelações arrebatadoras. Sintomas como taquicardia, angústia, boca seca e respiração ofegante pode se manifestar no leitor. Não se preocupe, os sintomas são temporários. Depois disso você sentirá um gostoso entorpecimento, e a alegria de ter lido algo tão bom.

O final não é um conto de fadas, e retrata muito bem a natureza humana. Justamente por isso, eu simplesmente adorei.

O e-book custa apenas 5,99 na Amazon. Vale a pena cada centavo, e muito mais. Se você quer ficar tão feliz quanto eu fiquei ao ler “Um Novo Começo”, não perca tempo e adquira.

site: http://desarranjocerebral.blogspot.com.br/2014/07/resenha-space-opera-um-novo-comeco.html
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kleris aqui, @amocadotexto no ig 24/04/2017

Curti bastante esse tom distópico, conspiratório e de esperança cega
(Esta resenha teve corte de quotes; visite o link para conferir)

Até o mais experiente leitor ainda não experimentou de tudo... Foi basicamente o que senti ao mergulhar nessa noveleta de Space Opera, um subgênero de ficção científica ainda pouco comum entre minhas leituras. Perdoem minhas impressões sobre esse estilo, sou noob nessa área ^^

Jout é um dos humanos que vive numa espaçonave – inclusive, um dos últimos a ter nascido após a Terra ter acabado. Ele é um menino que nunca viu o raiar do sol, nunca sentiu a natureza sob os pés e, veja só, nem tomou banho com água, elemento já quase escasso. Também é um garotinho que nunca conheceu a mãe, sofre pela distância do pai, o Capitão Jones, e não sabe o que esperar de uma nova Terra.

Na expedição, estão os últimos sobreviventes em busca de uma nova casa para habitar. Os Experientes são aqueles que ainda viveram na Terra, eles comandam e perpetuam a ideia de um recomeço para a humanidade – a qualquer custo. Quando estacionam em um planeta semelhante ao perdido, é essa humanidade que pesa na hora de colonizar.

Conhecemos essa história por uma narração onisciente, porém, há uma voz que de tempos em tempos aparece em interlúdios para contar a sua versão pessoal. Essa voz é quem introduz o mistério da trama, visto que não sabemos de quem se trata. Vez e outra eu me perdia porque tentava ligar esse ponto de vista à trama principal. Com o passar das páginas (e das perguntas na cabeça que não param), você percebe que é essa a intenção. Aliás, o suspense só aumenta.

Enquanto a gente nada pode compreender sobre essa figura, nos agarramos à Jout, esse menino ingênuo, sonhador e esperançoso... e que é esperto o suficiente para explorar o novo mundo a seu jeito. Jout é núcleo de bondade ao meio de uma sociedade perdida, é a esperança. Dá vontade de dar um abraço, coisa que ele tampouco sabe o que é, até conhecer Lena, uma nativa da terra desconhecida e... aparentemente humana. Mas haveria humanos de verdade neste novo planeta? A tripulação não foi a última a sobreviver? O que haveria naquele mundo? O desconhecido poderia ser tão conhecido assim?

Como se percebe, Um Novo Começo concentra muita história, e muita história para suas poucas páginas. As autoras fazem isso muito bem, sabem nos convencer da trama, pontuam os dilemas e cativam. Elas também demandam um pouco de nossa atenção, visto que exploram tanto, do universo, da sociedade, da existência, o que confere uma bela riqueza de detalhes à noveleta por completo. Curti bastante esse tom distópico, conspiratório e de esperança cega.

Karen e Melissa mais uma vez mostram que têm um ritmo impressionante, elas sincronizam seus potenciais de modo que sabe-se lá onde começa uma e termina a outra. Isso se revela tanto na maneira com que escrevem, como sustentam a trama e como se arriscam no mote. Você vê tudo como exatamente te guiam. E quando chega ao fim, te arrebatam. Dá vontade de reler a história – e bem, eu reli e gostei ainda mais. É uma leitura fantástica! Quem já as conhece de longas datas, sabe que elas podem ser amorzinho quando querem, mas também têm um belo domínio quando se trata de suspense e mistério, NADA misericordiosas.

Se você quer sair das órbitas costumeiras – e cair da cadeira – essa leitura é pra você sim! Já admirava as duas autoras, agora sinto imenso orgulho de ver quão bem elas estão elevando nossa literatura. Segurem aí meu RE-CO-MEN-DO \O/

site: http://www.dear-book.net/2016/02/resenha-space-opera-um-novo-comeco.html
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