Marcos Nandi 22/05/2022
Muito bom.
Não gosto do Brasil império e do Brasil colônia, mas esse livro é excelente. Uma escrita fluida, repleta de relatos retirados de correspondências que deixam o livro mais verossímil.
Crítica mordaz do endeusamento histórico de homens que fizeram história no Brasil, a autora, aduz que no século XIX, foi elaborado um sistema que enaltece os vultos pátrios. Sendo necessário, uma história contada de modo imparcial e mostrando, tanto a bondade, como a maldade do imperador do Brasil.
Dom Pedro I, neto dona Maria I, que era extremamente religiosa e considerada louca. Por causa de sua obsessão religiosa, trouxe retrocesso a tudo o que Portugal havia conseguido. Em 1792, foi afastada do governo por causa de sua loucura, assumindo o reinado o pai de D. Pedro, o Dom João.
Dom João, era casado com uma espanhola. A extravagante Carlota Joaquina, que vivia querendo dar golpe em seu marido. Ela era quase anã, considerada feia, manca e suja. O pai de Dom Pedro, não era muito diferente da esposa. Não tomava banho, se vestia porcamente, roupas sujas de gordura, entre outras características peculiares.
Devido ao medo de Napoleão Bonaparte, toda a corte veio para o Brasil, a contagosto de Carlota Joaquina. Inclusive, a enlouquecida Maria, mãe de Dom João.
A viagem da coroa foi um evento em toda a Europa. Aos que ficaram em Portugal, foram considerados covardes. Na época, mais de 24 mil portugueses se estabeleceram no Brasil.
Para tanto, o Brasil precisou de moldar aos desejos da corte. Sendo construído o parque botânico, academia militar, faculdades, academia de medicina, etc.
Dom Pedro, com nove anos vem residir no Brasil. Querido pelo pai e rejeitado pela mãe, amante dos esportes e das artes.
A educação feminina era nula, com intuito de evitar que as mulheres trocassem cartas com pretendentes, em 1820, o costume veio a se modificar com o incentivo a educação feminina.
Amantes das armas, D. Pedro I, era um personagem das ruas, das praças, não era um homem culto, mas também não era analfabeto. De natureza impulsiva, e voluntarioso, era hiperativo e tinha epilepsia.
Herdeira da casa dos Hadsburgo, dona Leopoldina, vem para o Brasil já casada com Dom Pedro. O casamento se deu por procuração, era extremamente simpática e atraente. Gostava dos brasileiros e do Brasil. Mas sofreu nas mãos do seu mulherengo marido.
Porém, como a corte estava no Brasil, e mandava em Portugal, e isso deixava os portugueses insatisfeitos, ciou-se, assim em Lisboa, decretos, para formação de juntas provisórias, que na prática, fragmentava o Brasil e diminuía o poder do regente.
Influenciado por Bonifácio, que era abolicionista, e por causa do clamor social, D. Pedro, continuou no Brasil com o famoso dia do fico.
Devido a isso, Portugal começou a ingerir com resoluções que tentavam barrar os avanços do abolicionista Bonifácio, entre outras coisas que descontentavam D. Pedro, o mesmo decretou a independência do Brasil.
D. Pedro teve um reinado por nove anos. E muito do governo começou a desandar na vida de Leopoldina, com a chegada de Domitila, que quando conheceu D. Pedro, tinha apenas 25 anos.
Domitila era casada com um alferes, mas se divorciaram já que seu ex-esposo a esfaqueou devido a ciúmes. Seu caso com D. Pedro, garantiu o cargo de dama do paço, depois dama da imperatriz e ainda, o título de viscondessa e marquesa (de Santos). Além de conseguir benefícios para todos os seus parentes e influenciar D. Pedro em várias questões importantes.
Domitila junto com outros, começaram a desviar dinheiro da mesada que Leopoldina recebia, ao ponto, de fazer está pedir dinheiro para agiotas para se manter no palácio.
Além das grosserias de D. Pedro, do desmerecimento em favor da amante do marido (ele também se relacionou com a irmã de Domitila), e também, da proibição da imperatriz da educação de sua filha, aprisionada, vigiada e isolada em sua própria casa fez com que Leopoldina entrar numa severa depressão que culminaria em sua morte.
Com sua morte, D. Pedro terminou seu caso para arrumar uma esposa, empreitada difícil devido ao jeito que tratava Leopoldina. Depois de muito tempo, se casou com uma princesa Bávara que não era bem quista na corte, por demitir muitas pessoas e obrigar que se usasse o francês no palácio.
Quando a independência do País, depois dos EUA, a Inglaterra reconheceu o Brasil como país independente.
Inglaterra "obrigou" Portugal abrir mão de suas condições esdrúxulas que faziam como troca a independência de sua ex colônia e aceitar o Brasil como país independente. Porém, assim mesmo, o país acabou assumindo dúvidas da época da coroa.
Com a morte do Dom João, ele deixou como sucessora a filha de D. Pedro que deveria casar com o irmão de D. Pedro, o D. Miguel (que diferente de sua mãe, Carlota, era venerado em Portugal e D. Pedro visto como traidor). Dom Pedro teve que abdicar, assim, a coroa portuguesa. Já que Portugal não aceitaria ser dominado por uma ex colônia e o Brasil, que agora era uma monarquia constitucional, não aceitaria se curvar novamente a coroa.
Entre outros motivos que levaram D. Pedro a abdicar do reino, estava o descontentamento do povo por causa de seu autoritarismo, o ranço que tinham de Domitila, o tratamento que tinha com Leopoldina. E também, as discussões que se tinha entre português e nativos.
Outrossim, a guerra da Cisplatina, e os gastos dela também foram motivo de descontentamento para o povo. D. Pedro, obrigou-se a trazer imigrantes da Alemanha e da Irlanda, para alistamento no exército, o que gerou diversos conflitos interessantes.
Depois de abdicar,D. Pedro se exila em Paris onde tenta reaver o trono de sua filha, que fora exurpado pelo D. Miguel, que governava Portugal com mãos de ferro. Venceu a guerra contra Miguel, e faleceu de tisica, que comprometeu seu coração e seu pulmão aos 36 anos.