Beijos de Areia

Beijos de Areia Reyes Monforte




Resenhas - Beijos de Areia


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Lê Golz 15/09/2014

Resenha - Beijos de areia
Beijos de areia é o segundo livro que leio da autora Reyes, que tem outro livro também publicado pela Editora Planeta. Quando vi este lançamento da editora, já fiquei doida por ele, pois já conhecia a narrativa da autora e também por gostar desse tipo de história.

O livro conta a história de Laia, que ainda criança chega a Espanha para passar as férias de verão, a Vacaciones en Paz (férias em paz) que uma ONG realiza para que crianças saiam um pouco do deserto do Saara, e possam receber também tratamentos médicos. Laia fica hospedada na casa de um casal, Leticia e Sandro, que a recebem com muito carinho.

Os meses passam e chega o dia que Laia deve voltar para sua terra, e o desespero bate. Ela não quer voltar para os acampamentos de Dajla e confrontar-se novamente com aquela vida. Mas como ela apresenta algumas complicações de saúde, Leticia e Sandro conseguem em termos legais, deixá-la na Espanha, o que é claro não agrada nada a sua 'família' no deserto.

Os anos passam e Laia é criada na Espanha, por Leticia e Sandro. Ela conhece Júlio, a quem se apaixona e planeja um futuro ao seu lado. Neste país ela estabelece uma vida cheia de perspectivas e esperanças. Mas há uma sombra em seu passado, que apesar de achar que não existia mais, volta para aterrorizar os dias felizes de Laia.

" O passado escondia segredos que a relegavam a uma mudez maldita, uma afonia que a havia impedido de se abrir para o homem destinado a mudar sua vida (...) Mas certos segredos queimam, mantêm-se ativos no tempo até que incendeiam tudo ao redor e transformam sua vida em cinzas" (p. 11)

Laia esconde um segredo que a faz perder o sono e seu passado a faz retornar para o deserto e confrontar-se novamente com uma realidade que ela tentava esquecer. Tudo que ela havia vivido até então com seus pais espanhóis e seu grande amor Júlio, parecia agora apenas uma miragem no deserto, um sonho bom que ela nunca mais voltaria a ter.

Sua história de amor, acabará reunindo outras pessoas que também tiveram um passado nos acampamentos de Dajla, um lugar que parece ser esquecido para o resto do mundo. Carlos, o pai de Júlio, e Maima que aparecerá na terceira parte do livro, se reencontram.

Júlio descobre seu segredo, mas ao contrário do que ela pensava, ele não desistirá de procurá-la e tentar tirá-la de Dajla. Mas nada será fácil, uma vez que se fala da tradição de uma comunidade e diversos confrontos envolvidos. Agora Laia terá que sobreviver ao presente e se conformar se o seu futuro for o deserto. Não se tratava apenas do calor que castigava a pele e sua saúde, mas algo muito mais perto da podridão humana.


" O último comentário cumpriu sua função e Laia esboçou um enorme sorriso em seu rosto. Era o primeiro em muitos meses e sentiu que os músculos que participaram daquele pequeno milagre reclamaram. " (p. 226)

"- Quero dizer que a vida das pessoas mudam, e muitas vezes não se pode fazer nada para evitar. Hoje estamos aqui e amanhã no lugar mais afastado de nossos sonhos. " (p. 332)

A narrativa é feita em terceira pessoa e é de fácil entendimento. O livro traz um pouco de reflexão sobre a relação da Espanha e o povo saariano, e todo o passado histórico. E através da história comovente de Laia, podemos acompanhar um pouco da vida no deserto. Há uma vida difícil e sofrida nos acampamentos de Dajla, ao sul da Argélia, mas também uma outra realidade mascarada, de ameças, escravidão e injustiças. A autora busca mostrar que apesar desse povo pedir tanta ajuda internacional, algumas famílias escondem uma tradição que é ilegal e cruel.

A diagramação é simples e perfeita, com folhas amareladas e letras grandes. A capa e o título me agradou muito e expressa bem a história contada. Os capítulos são longos, mas com algumas pausas. O livro é dividido em três grandes partes. Achei alguns erros de digitação, mas muito poucos e nada que atrapalhasse a leitura.

Só não dei cinco estrelas, porque achei alguns trechos desnecessários. Alguns encontros entre os personagens e suas recordações sobre as histórias que aconteceram em Dajla, foram muito extensas, e acabou desgastando a leitura em vários momentos. Isso me incomodou bastante. Mas tirando isso, a história foi apaixonante e comovente.

Beijos de areia é um super lançamento de Editora Planeta e que merece ser lido. Eu amei a história de Laia e acompanhar sua luta pela liberdade. Quem gosta de histórias que retratam as culturas do Oriente e as opressões lá impostas, está convidado a ler este livro. Uma trama cercada de ameças e crueldade, mas também convivências de amor e esperança. Você se pergunta até que ponto uma tradição é aceitável. Este livro é uma aventura e tanto pelas dunas do Saara.


site: http://livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br/2014/09/resenha-beijos-de-areia.html
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@cheiade9h 01/12/2014

Mais uma vez fui pega de surpresa e como eu adoro isso! Beijos de Areia foi o meu primeiro contato com a escrita da autora Reyes e já quero ler os seus outros livros.

"É fácil se conformar com o que se tem quando não se sabe o que está perdendo."

Narrado em terceira pessoa, conhecemos Laia uma jovem Saariana que desde criança participava do Vacaciones en Paz, ela e mais crianças do deserto passava suas férias com famílias adotivas na Espanha, e numa dessas férias Laia é diagnosticada com problema de saúde, fazendo com que seus pais - Sandro e Letícia - tenham sua guarda para realizar seu tratamento na Espanha.

Com isso, sua família saariana (dos acampamentos de Dajla) não vê isso com bons olhos, pois Laia estaria fugindo de sua cultura e tradição. E pra ser sincera, ela está mesmo, Laia tem um grande segredo em relação a sua família saariana que justifica esse medo de voltar para eles.

Passado os anos. Laia agora já é adulta, conhece o amor da sua vida (Julio) e decide que fará faculdade. Só que sua família saariana volta a atormentar sua vida e o seu segredo vem a tona. Agora Laia vive com o medo de ter que voltar para Dajla.

Beijos de Areia é um livro de muitas lições, as amorosas, familiares e históricas. Temos o romance entre Laia e Julio, o amor de Laia com a sua família adotiva e a autora nos apresenta com fatos históricos a relação Saara e Espanha, seus conflitos e suas cultura, como uma implica na outra.

Laia se mostrou uma personagem bem forte, porque se fosse eu no lugar dela, já teria pirado, a garota sofreu e sofre durante todo o percurso do livro. Mas confesso que senti falta das desgraças mais explícitas... a autora toma muito cuidado em narrar, não tem problema de falar em "português claro" do que deixar subjetivo. E outra coisa que me incomodou um pouco na narrativa foram trechos desnecessários, então a leitura oscilava pra muito bom - bom - muito bom - bom

Tirando esses pontos negativos que vi durante a narrativa, posso dizer que esse livro foi uma leitura que me arrebentou o coração, pelo simples fato de ter a cultura de Dajla como protagonista, se não tivesse esse ponto necessário para o enredo funcionar, passaria batido a leitura.

"(...) recordações são guardadas no coração, e não na cabeça. Por isso são eternas. Por isso não envelhecem e se mantêm jovens, apesar do irrefutável passar do tempo."


site: http://www.livroterapias.com/2014/11/resenha-beijos-de-areia.html
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Pêpe 17/06/2022

Fascinante
Que história linda, apaixonante.
Laia é uma Saariana que foi pra Espanha em um programa do governo, e fica com uma família que não tem filhos.Quando chega a época de voltar, ela consegue ficar devido a um problema de saúde.
Passam alguns anos, ela conhece Júlio o grande amor de sua vida e pretende construir uma família com ele.Mas para sua surpresa, sua família do Saara vem buscá-la e quer que ela volte.
Ahmed é um homem cruel e acaba levando Laia de volta contra sua vontade.O que sua família espanhola e Júlio não sabiam, é que Laia era uma hartani, ou seja uma escrava, pois foi doada para que cuidassem dela.
Júlio e se pai Carlos, movem céus e terras para encontrá-la, mas é difícil até entrar no país.
Depois de meses com a ajuda de uma advogada que tinha muitos contatos, eles a encontram e conseguem libertá- lá dos campos de refugiados.
É uma história linda, onde a autora relata detalhes da vida do povo do Saara, da guerra com marroquinos, na luta pela sobrevivência no deserto.
Eu recomendo??
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