A Batalha dos Mortos

A Batalha dos Mortos Rodrigo de Oliveira




Resenhas - A Batalha dos Mortos


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Antonio Luiz 05/11/2014

Apocalipse zumbi, um pesadelo de classe média
Poucos dias antes do segundo turno das eleições brasileiras, as redações receberam o release e exemplares de dois lançamentos de uma pouco conhecida Faro Editorial, de autoria de Rodrigo de Oliveira, intitulados "O Vale dos Mortos" e A Batalha dos Mortos e anunciados como os primeiros de uma série de cinco livros.

Trata-se de mais uma longa história de apocalipse zumbi, neste caso a ser deflagrado pela aproximação do misterioso planeta com o qual mais de um pseudoprofeta oportunista fez fama ao vender livros ou fundar seitas para advertir sobre o fim do mundo em 2012, adiado nesses livros para 2017. Desfila o costumeiro abuso de sangue, mutilações e violências e todos os demais clichês do gênero, com uma escrita de modo geral correta, mas monótona, redundante e pouco inspirada. Uma amostra do Capítulo 6, quando o protagonista, homem branco, analista de sistemas e pai de família bem comportado, se afirma ante o grupo de sobreviventes refugiados num shopping do Vale do Paraíba:

"De uma forma muito natural Ivan se tornou o líder. Era o único que tinha experiência militar e não havia dúvidas de que era o mais valente de todos. Estela era sua grande conselheira; Ivan a consultava em tudo. Não era apenas um costume vindo da vida de casado, ele realmente a considerava uma das pessoas mais inteligentes e sensatas que conhecera. Se havia alguém a quem Ivan entregaria decisões sobre sua própria vida esse alguém era Estela.

Transformaram lojas em dormitórios usando sofás, colchões e cortinas. Assim, Ivan e a esposa conseguiram ter um pouco de privacidade junto com os filhos. Às vezes, recolhiam-se mais cedo e jogavam algum jogo com as crianças, exatamente como faziam quando as coisas eram normais.

Conseguiram televisores, aparelhos de DVD, aparelhos de som, DVDs, CDs, videogames etc. Por diversão, Ivan chegou a improvisar uma sala de estar na loja que usavam de dormitório, onde ele e Estela às vezes assistiam a um filme ou um show juntos."

Não se poderia pedir algo mais ridiculamente banal. Mas o livro tem seus momentos de sensacionalismo desbragado, um dos quais serviu à editora como gancho para chamar a atenção dos jornalistas: nele, a presidenta Dilma Rousseff, reeleita em 2014, é atacada por um Lula transformado em zumbi:

"O Lula carismático e dos discursos inflamados, mas também o responsável por um dos governos mais cercados de escândalos de corrupção da história do Brasil. Esse Lula não existia mais. O que havia agora era uma criatura grotesca, que saía da sala se apoiando na porta, sem conseguir se mover direito. A boca espumava como a de um cão raivoso, e deixava à mostra os dentes arreganhados, formando uma careta demoníaca.

Quando a presidente viu aquilo, como reflexo, tentou fugir. Mas nem conseguiu sair do lugar, pois ele a agarrou pelos cabelos e a jogou contra a parede, derrubando dois quadros modernistas extremamente caros.

A presidente caiu de bruços no chão, batendo o rosto contra o piso de granito. Sentiu uma dor aguda no nariz fraturado, enquanto os olhos se enchiam de lágrimas. Nem mesmo quando fora presa e torturada durante a ditadura militar sentiu tanto terror. Pensou na filha, na neta, na viagem pela Europa que prometera a si mesma tão logo o mandato terminasse. E sentiu tristeza; no íntimo entendeu que sua vida acabaria ali.

Quando Lula a agarrou pelos cabelos e mordeu sua jugular com violência, a presidente gritou de agonia, sem que ninguém aparecesse para ajudá-la."

Com todas as suas obviedades e insistências, o texto acaba por ser muito revelador ao expor de forma ingênua e transparente o subconsciente de certa classe média brasileira autointitulada gente de bem. Não consegue deixar de pensar em eletrônicos de consumo nem nas situações mais extremas, nem deixar de supor que aquilo com que uma líder nacional à beira da morte mais se preocupa é com a perda de uma viagem à Europa. Julga-se dona da moral, da razão e do direito inato de dar ordens. Ivan, quando não está ocupado com esmagar cabeças de zumbis, está se impondo a outros sobreviventes, sempre de classes subalternas ou não tão bem sucedidos na carreira e no casamento. No segundo livro, trata de se impor a um grupo de sobreviventes foragidos do presídio de segurança máxima de Taubaté.

Dentro do atual clima político e social, não há de ser por acaso que Lula surge se não como o primeiro zumbi da trama, pelo menos como o primeiro de nome conhecido. A cena não funcionaria da mesma maneira caso os personagens fossem FHC e Aécio, embora a eleição deste fosse perfeitamente possível quando da edição e divulgação do livro.

Outros líderes, como o presidente chinês Xi Jinping, o francês François Hollande e o suposto presidente dos EUA em 2018, Peter Shumlin (hoje o governador democrata do pequeno estado de Vermont), são citados como vítimas, mas Lula é o único a se tornar zumbi. Na medida em que representa em certa medida (bem maior no imaginário paranoide dos privilegiados do que na realidade) os interesses desses excluídos e um desafio à autoimagem de superioridade e competência da classe média tradicional, sua identificação com os zumbis se torna, nesse contexto, bastante apropriada. Se Dilma surge como vítima e não algoz é que autor vê nela menos uma petista que uma profissional de classe média que tentava imprimir diretrizes voltadas à experiência administrativa, às melhores práticas e à meritocracia. Não se enxergava como política, mas como a gestora de uma grande empresa chamada Brasil.

Cada época expressou na ficção de horror sua própria ansiedade apocalíptica. No início do século XIX, à sombra da Revolução Francesa, o monstro do Dr. Frankenstein refletia a ameaça das perigosas classes populares do Terceiro Estado, reunidas num monstro invencível pelas ideias de intelectuais iluministas dispostos a transformar o mundo. Mais para o final da era vitoriana, o vampiro representava o temor do decadente Império Britânico com o surgimento de novas ideias e novas potências na Europa. Nos anos 1920 e 1930, o fantasma de uma rebelião mundial de robôs (em R.U.R., de Karel Capek) ou liderada por um robô (como no filme Metropolis) refletia a ansiedade com a revolução operária despertada pelo outubro de 1917 na Rússia. Nos anos 1950 e 1960, a paranoia macarthista com a ameaça soviética, a infiltração comunista e o mito da lavagem cerebral da juventude tomou a forma ficcional de conquistadores alienígenas, invasores de corpos e extraterrestres manipuladores.

A partir do final do século XX, com o fim da Guerra Fria, foco da principal fobia política e social do Ocidente passou a ser os excluídos, a soma de minorias raciais, sem-teto, imigrantes, classes subalternas e precariado em geral, do qual as classes médias se escondem nos falsos paraísos dos condomínios fechados e shoppings, precisamente os refúgios dos sobreviventes do apocalipse de Rodrigo de Oliveira, nos quais televisores, aparelhos de DVD, aparelhos de som, DVDs, CDs, videogames etc. os ajudam a fugir da realidade enquanto defendem com unhas e dentes os privilégios que lhes restaram em nome da meritocracia. Uma leitura traz uma revelação de interesse psicossocial praticamente a cada página, se não a cada parágrafo.

site: http://www.cartacapital.com.br/blogs/antonio-luiz/apocalipse-zumbi-um-pesadelo-de-classe-media-2669.html
Daniel 28/02/2015minha estante
Mais um maluco senso comum com ódio da "classe média". Lendo essa resenha me dá até vergonha de ser branco e não morar na favela.


Soliguetti 30/03/2015minha estante
Estava lendo a resenha e pensando "cara, que texto estupidamente idiota". Aí vi que era da Carta Capital. Fez sentido.


Exusiaco 23/09/2015minha estante
É a classe merdia dando seus pulos, em temática zumbi.


Cristiane.Marinho 18/08/2017minha estante
Essa é a história do primeiro livro, e não do segundo!


Allan191 12/06/2020minha estante
a


Rodrigo 22/08/2021minha estante
Que resenha idiota




Elis 13/03/2017

Capas sinistras com zumbis de arrasar, é o que encontro em cada volume dessa série. Até a textura do papel é diferente, um trabalho elaborado com muita atenção pela Faro Editorial. Amo assistir TWD, mas não consigo comparar as séries. Apesar de aqui também termos os vilões e os mocinhos e até podermos nos aproximar dos personagens, creio que cada um tem sua personalidade.

Muitas das situações que acontecem durante a leitura, me deixaram meio tensa, mas já outras partes abismada. No entanto como gostei do final do primeiro volume, claro que teria de ler a continuação. Quando vamos conhecendo os novos personagens e nos apegando a eles, uma novidade paranormal aparece o que me vez ficar um pouco decepcionada, porém quem disse que coisas assim não existem?

Isabel tem um dom que trabalha a seu favor nesse fim de mundo, e pode ajudá-la a salvar diversas situações. Mas cá para nós, nem tudo poderia ser flores. Quando as pessoas de bem, se encontram com criminosos perigosos que tomaram um complexo do exército, claro que nada disso poderia acabar bem.

Ivan e Estela ainda tem de tomar muitas decisões pelo bem de todos e isso causa grande divergência entre eles, além de que ser uma democracia quando estamos num apocalipse, é meio que impossível. Pelo menos no meu ponto de vista.

A leitura flui rápido e quando vemos estamos no final do livro e alucinados com tudo que aconteceu, desejando que diversas coisas tivessem acontecido diferentes e que eles conseguissem reconstruir o mundo, mas se assim fosse, como teríamos uma série zumbi?...(risos)...é muita água ainda vai rolar pelo Condomínio Colinas e se a vida já estava difícil, pior ficaria com alguém que controla os mortos vivos.

Gostei da criatividade, mas ainda não sei o que esperar do próximo volume...quem gosta de zumbis, deve conferir essa literatura para lá de nacional, que nos prende e instiga.

site: http://amagiareal.blogspot.com.br/2017/03/a-batalha-dos-mortos-rodrigo-de.html
13/03/2017minha estante
Ainda não li este. Só o Elevador 16 e o Vale dos Mortos. Eu gosto muito, mas prefiro a forma como o Elevador 16 foi elaborado. Ele tem muito mais suspense.


Elis 15/03/2017minha estante
Concordo com você Dudi....;)


Grazi 05/05/2017minha estante
Adoro filmes de zumbis, mas nunca li um sobre. E gostei muito de ter começado por esse, algumas partes também me deixaram tensa! Principalmente partes que envolvem o Ivan, não sei dizer se em certas decisões ele age com coerência ou não. Gostei bastante do dom de Isabel, mas como você disse nem tudo são flores... Que final foi aquele!? Surpreendente! Estou ansiosa pra começar o próximo volume.


22/05/2017minha estante
Terminei de ler A Batalha e amei. Achei beeeem melhor que o primeiro. Só que nenhum dos dois superou a tensão que senti lendo Elevador 16.


Elis 23/06/2017minha estante
Oi Grazi / Oi Dudi
Concordo com vocês. E realmente a sensação de Elevador 16, foi demais.




Brenda 04/11/2022

Que leitura boa!!!
Adoro uma leitura temática, então um livro de zumbis no mês do Halloween, cai muito bem? (mesmo sendo um livro que eu leria em qualquer época do ano, porque eu amoo!)

Uma escrita objetiva e que ao mesmo tempo te faz pertencer a trama, em toda a sua agonia, medo e angústia. Esse livro terminou de uma forma que me deixou apavorada com o que tem por vir, ao mesmo tempo que esse segundo livro, já entregou muita ação e muita história acontecendo.

Mesmo em meio ao caos o ser humano ainda pode surpreender e ser mal, ainda pior do que o próprio mal instaurado.

A melhor história de zumbis que li até agora.
Você pode ver a sinopse do livro para saber um pouco mais sobre ele. O que posso deixar para vocês é minha opinião sincera e dizer que aaah!! Amei demais essa experiência de leitura.
Lyta @lytaverso 11/11/2022minha estante
Aaaai, preciso retomar essa saga, é muito boa! Já leu o spin off?


Brenda 17/11/2022minha estante
Siim do elevador 16? Amei muito foi o primeiro que li. Estou amando


KayraS 23/02/2024minha estante
AAAA quero tanto começar a ler essa saga de livros depois que li elevador 16, mas não consigo achar o primeiro e o segundo para vender kkk e já tenho o 3, 5 e 6 pat.2




Marcos Pinto 29/08/2014

De tirar o fôlego
De tirar o fôlego é a melhor expressão que posso usar para resumir esse livro. O primeiro da série já havia sido incrível e esse continuou no mesmo ritmo: mortalmente viciante e alucinado. Diante desse mundo catastrófico e letal criado por Rodrigo de Oliveira, virar uma página atrás da outra é a solução.

Rodrigo continua a sequência de sua série basicamente no mesmo momento que o anterior terminou. Ivan e Estela, com a ajuda de diversas pessoas, conseguiram erguer um grande centro de refugiados onde milhares de pessoas trabalham juntas para que a espécie humana resista à catástrofe global causada pelo Absinto.

A comunidade estava caminhando bem, cada dia com mais refugiados. Já conseguiam colher alimentos, cuidar de animais, retirar água de poços cartesianos e etc. Um clima de paz diante da batalha pela vida já era sentido. Porém, um contato pelo rádio abalará o estilo de vida desse pacífico grupo.

O mais perturbador era que se tratava de um rosto assustadoramente familiar. Um rosto conhecido, a face outrora bela de uma mulher. Mas, nos olhos brancos e leitosos do ser, Ivan enxergou o Absinto. Não viu nada menos do que o Inferno, porque aquela criatura era personificação do Mal. Um demônio que fora libertado sobre a Terra para esmagar o que havia sobrado da humanidade (p. 12).

Não muito distante dali, outro grupo de refugiados se escondia em um quartel do exército. Porém, quando uma gangue de ex-presidiários escapa da cadeia e segue para o quartel, o lugar passa a se tornar um centro de concentração altamente perigoso. As pessoas são transformadas em escravas e são abusadas de todas as formas.

Um confronto se anuncia e tudo que os sobreviventes podem fazer é torcer para que resistam mais um dia naquele inferno. Cabeças rolarão e a batalha dos mortos começará.

Como eu já disse, o livro é de tirar o fôlego. Eu o lia por horas ininterruptas, assim como aconteceu com o primeiro livro da série. Você promete para si mesmo que irá parar, mas o desejo de descobrir o que acontecerá no capítulo seguinte é mais forte. Rodrigo soube prender o leitor de uma maneira incrível.

O condenado gritou de dor novamente, com lágrimas transbordando de seus olhos. Outro zumbi mordeu seu braço, outro cravou os dentes em todos os lados, sentindo o sangue jorrar por todas as partes. A dor era tanta que ele já não conseguia mais gritar. Assim, engoli todo o sofrimento até que, por fim, sua alma desabou em direção ao absinto (p. 26).

Assim como no primeiro livro, os personagens são muito bem construídos. A maior parte é formada por velhos conhecidos, como Ivan, Estela, Adriana, Gisele e Zac. Porém, novos personagens serão apresentados e são estes trarão grandes dificuldades aos protagonistas. Sem contar que pintará duas novas candidatas a entrar no rol de personagens principais.

A ambientação do livro continua sendo na cidade de São Paulo pós-apocalíptica, o que confere uma proximidade do texto com o leitor, o que não é encontrado em grandes livros do gênero como The Walking Dead. Além disso, o autor foge do ponto comum sobre os zumbis, criando explicações totalmente originais para o surgimento desses monstros.

Se não bastasse o enredo original e a qualidade literária da obra, o livro ainda consta com uma diagramação impecavelmente assustadora. O início dos capítulos tem detalhes bem trabalhados, há páginas negras na obra, sem falar que a capa ficou excelente. Mais uma vez a Faro Editorial merece parabéns pelo trabalho bem feito.

Foi quando Isabel assistiu a uma cena que parecia ter saído de um pesadelo. O homem cambaleante avançou sobre a moça infeliz e agarrou-a pelos cabelos. Ela tentou se desvencilhar, sem sucesso, e na sequência ele a mordeu. E depois, desferiu uma mordida na bochecha, tão forte que rasgou a pele como se ele estivesse mordendo um pedaço de pão (p. 77).

Por tudo isso e muito mais, eu indico A Batalha dos Mortos. Quem gosta de ação, fantasia e principalmente de zumbis amará o livro. Mas prepare seu estômago e confira suas armas, os zumbis estão se tornando cada vez mais violentos e assustadores.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/04/resenha-batalha-dos-mortos.html
Thiago 14/09/2014minha estante
Zumbi é um dos seres que andam meio manjados hoje em dia, mas ainda é um dos que me dão mais medo..




emiii_chaves 19/10/2022

Eu gosto da escrita do Rodrigo e eu acho a maioria dos novos personagens INCRÍVEIS.

Embora, eu seja fã de Apocalipse Zumbi, eu acho um saco a trama de um grupo de sobrevivente que são acham donos do mundo e querem humilhar qualquer um que só está tentando sobreviver ao apocalipse.

Meu problema não é com o livro em si, pois o Rodrigo faz um trabalho incrível, mas sim com o tipo de trama que é comum em histórias desse gênero.

Quem curte o desenvolvimento de personagens valentões que querem ser os reis de um mundo apocalíptico, recomendo muito este livro, visto que o Rodrigo entrega muito bem o que propõe.
Somente Leituras 28/02/2023minha estante
Tbm não curto valentões apocalípticos




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julianny 15/12/2020minha estante
Porém, acho que a proposta da série é continuar desenvolvendo essa fantasia com um zumbi overpower, talvez seja interessante continuar a leitura da saga.




@teucristovam 12/01/2017

Faltou uma grávida de Taubaté zumbi
Cinco e meia da manhã e eu ainda estou acordado porque não consegui parar de ler essa delícia enquanto não chegasse ao fim.
É um livro de zumbi totalmente original, que foge de todos os clichês que vemos nessas grandes produções.
Se for comparar os livros, dá de mil a zero nos livros da saga de The Walking Dead. Possui personagens interessantes e uma história totalmente envolvente com diversas reviravoltas.
E a cereja por cima do bolo é que o autor é brasileiro, então a história se passa em um cenário acessível a nossa realidade (metade da história se passa em Taubaté, mas infelizmente não vemos nenhuma grávida zumbi)
Di 12/03/2017minha estante
Gostei do senso de humor no final Hehehe
Muito bom!




"Ana Paula" 06/08/2014

Instigante, perfeito, original - A Batalha dos Mortos vai surpreender o Leitor
"E naqueles dias, os seres tinham couraças como couraças de ferro; e o ruído de suas asas era como o ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao combate." - Apocalipse (9:9) - A visão da guerra.

A Batalha dos Mortos é o segundo livro da série As Crônicas dos Mortos, o primeiro livro, O Vale dos Mortos, já foi resenhado por mim aqui no blog e eu estava muito ansiosa pelo lançamento deste volume. Sim! Amo zumbis, sim, o autor é da minha cidade e sim, a história se passa aqui, na minha cidade. Esses são alguns dos motivos para o meu desespero por esta obra. Depois que li O Vale dos Mortos, fiquei tão fascinada pela imaginação do autor e por sua escrita, que não teve jeito, virei fã!

"Eles avançaram pela avenida Cassiano Ricardo, e acabaram de passar em frente ao Shopping Colinas. O blindado virou à direita na direção do condomínio e deparou com milhares de zumbis."
O primeiro livro terminou de uma forma que me deixou desesperada, eu precisava saber o que iria acontecer depois daquela ligação, então, já comecei este volume esperando pelo pior. A introdução não ajudou muito sabe? O autor nos descreve uma cena que eu não pensaria que aconteceria. Mas depois, quando o livro realmente começa, encontramos aqueles personagens maravilhosos, que fazem você esquecer que esta lendo algo sobre zumbis, e que provavelmente, todos vão morrer. Mas calma! Nada de mortes por enquanto, a não ser os zumbis, claro! rsrsrsrsrsrrs

Ivan e Estela construíram uma comunidade para os sobreviventes do apocalipse zumbi. Conseguiram fechar o Condomínio Colinas e aumentar a área em volta dele para abrigar muitas pessoas. Ivan e Estela continuam os mesmos: pais amáveis, mas feras indomáveis quando se trata da segurança do grupo. Estela é uma personagem que eu amo demais. Ivan também, mas neste livro, ele caiu um pouco no meu conceito. Rodrigo sabe criar personagens femininas fortes e independentes, a prova disso, é a minha mais nova personagem favorita: Isabel. O livro já começa com Isabel tramando uma fuga, no decorrer da história, conheceremos mais sobre ela e gradativamente, nos apaixonamos por sua força e resistência.

"Isabel ergueu sua chave de fenda ensanguentada e soltou um grito para a noite, de vitória e desafio, com o sangue escorrendo-lhe pelo pulso e antebraço. Pela primeira vez em muito tempo se sentiu menos vulnerável. Antes de ir embora, cuspiu na criatura abatida.
- Eu acabo com mil iguais a você se for preciso, maldito! - afirmou. E Isabel voltou a andar pela mata."

Tudo continua em estado crítico, mas nossos personagens ainda lutam para encontrar sobreviventes e terão que, como no livro anterior, proteger os seus dos zumbis e do próprio ser humano, que pode ser um animal mais perigoso que esses seres que comem carne humana. Cada ser humano tem seu lado mau, que pode vir a tona em qualquer momento... Mas também tem aqueles que são maus por natureza, e sua felicidade é ver a desgraça de alguém. No primeiro livro, tivemos personagens assim, neste também nos deparamos com um humano que não medirá esforços para matar todos: humanos ou zumbis.
O que eu mais gosto nessa série, é veracidade que o autor consegue por em sua escrita. Imagino a pesquisa que o mesmo deve ter feito, tanto no primeiro livro, como neste. Em todas as séries ou livros de zumbi que já li ou vi, nunca foi mencionado o surgimento deles, e aqui, o autor nos dá a dádiva de saber como aconteceu e o que esperar. Outras teorias serão abordadas no livro, mas tudo remete a verdade e se vc pesquisar (como eu fiz) encontrará algum significado.

"No dia seguinte, Ivan, Estela, Isabel e centenas de soldados partiriam rumo a Taubaté. Emmanuel estava prestes a encarar o inferno em sua própria casa."

A Editora está de parabéns pelo maravilhoso trabalho: a capa é linda, como no primeiro livro, é toda fosca com o título em alto relevo e destaque em verniz. Como vcs perceberam pelas fotos, por dentro a diagramação é belíssima! Tudo muito bem feito para deixar o leitor mais instigado nessa série que merece reconhecimento pela originalidade e desenvoltura. Encontrei dois ou três erros de revisão, o que já é maravilhoso, porque o que mais reclamos é de erros de revisão nos livros. A narrativa continua em terceira pessoa, abrangendo todos os personagens principais do livro e demais personagens secundários que necessitam de foco em certos momentos. Os capítulos capítulos são longos, mas você não sente as páginas avançando, tamanho é a curiosidade para saber o que acontecerá. As letras são de um tamanho confortável, que ajuda a leitura a fluir. Não se assuste pelo tamanho do livro! São somente 300 páginas, as folhas que são grossas, dando a impressão de que o livro é maior.
Não tenho palavras para expressar eu contentamento com a obra, ela me supriu com todos os sentimentos possíveis para um ser humano: medo, revolta, amor, amizade, surpresa.... Só tenho a agradecer ao autor por ter escrito algo tão perturbadoramente perfeito! Então, pra quem ainda não leu, não perca tempo, aprecie sem moderação!

"O inferno, naquele momento, sem dúvida explodia em festa. O Anticristo agora caminhava pela Terra. O profano finalmente havia sido desencadeado."

site: www.livrosdeelite.blogspot.com
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Pub do Livro 02/09/2014

Resenha do livro: O Vale dos Mortos - Rodrigo de Oliveira
Rodrigo de Oliveira se superou! Dessa vez sua narrativa esta muito mais fluida e envolvente além de não haver quebras no ritmo na história, mantendo o drama, adicionando novos personagens e inovando cada vez mais Rodrigo nos envolve com sua trama novamente.

Em A Batalha dos Mortos o grupo da penitenciária de Taubaté consegue invadir um Comando do Exército e passa a escravizar as pessoas que ali estavam e para lá vão. Acompanhamos a história de Isabel, uma das pessoas que foi escravizada, em sua jornada para fugir e buscar ajuda.

Como toda obra de zumbis, as criaturas ainda representam perigo para os sobreviventes, mas agora em um mundo sem regras, ordens ou justiça outros sobreviventes passam a representar um mal ainda mais perigoso. Felizmente o autor se limita a utilizar apenas esse clichê, apesar de parecer uma situação normal em obras do gênero Rodrigo conseguiu imprimir suas próprias características aos novos "vilões".

Os questionamentos do livro estão muito mais polêmicos e incisivos agora, até onde vale a pena se arriscar para salvar uma vida? Até onde deve ir o poder de um homem? Esses e outros questionamentos são levantados e abordados com maestria durante a obra além da pitada de misticismo que foi adicionada a obra.

O autor também faz uso de flashbacks para narrar a história de alguns novos personagens, e todos eles são excelentes e nos mostram como o apocalipse mudou cada um deles. Apesar da nova ameaça serem os humanos, os zumbis não perdem força nessa história, muito pelo contrário, Rodrigo consegue nos surpreender e entregar informações agoniantes sobre as criaturas e sua origem.

A Batalha dos Mortos é a evolução de O Vale dos Mortos, a escrita, o enredo, o drama e as surpresas estão todas maiores e melhor estruturadas, o autor conseguiu reparar os defeitos da obra anterior e enaltecer ainda mais suas qualidades, que Rodrigo de Oliveira continue a nos surpreender cada vez mais! Eu li, aprovo e recomendo!

site: www.pubdolivro.wix.com/pubdolivro
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Thiago 16/09/2014

As vezes você se perde tentando imaginar as cenas,inclusive se colocando no lugar dos personagens excelente livro ..
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Ty 09/02/2024

Meu Deus amado!!! Que livro foi esseeeee?????!!!! Tô passada. Sei que muita gente pode não gostar do rumo que o segundo livro termina, mas assim, considerando tudo que foi dito na história é "plausível", que coisa!!! E arrepiei com aquele surgimento da Senhora dos mortos, que é o próximo livro e eu já estou com ele em mãos.
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Marselle Urman 01/12/2014

Este volume, além de ter apresentado a icônica figura de Isabel ( e as implicâncias sobrenaturais de seus "poderes"), destacou-se por ser um pouco mais aprofundado que o anterior, mais focado nas pessoas que na pancadaria zumbi propriamente dita.
Por isso gostei mais dele que do primeiro livro. Não há muito mais a dizer.
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Luan Poppe 01/02/2015

Sensacional
Como esse livro é bom. Com este segundo livro, o autor Rodrigo Oliveira conseguiu se consolidar e mostrar mais uma vez como ele sabe escrever muito bem e criar uma história muito, muito boa, com desfecho sensacional, cheio de ação, surpresas, personagens interessantes. Tudo que esperaríamos de uma boa história envolvendo zumbis, e mais. A narrativa do autor é simples, direto ao ponto, e é por isso que gosto tanto dela, e que consigo passar horas e horas lendo sem parar. A leitura flui bem facilmente. É legal também como durante a história algumas informações que parecem soltas são passadas, e lá na frente essa informação se mostra muito importante. Gostei bastante dos novos personagens, principalmente Isabel e Canino, além de que também é legal ver a evolução de Ivan como líder. Tem algumas páginas do livro em que algumas explicações sobre os zumbis são dadas, que foram muito boas também, inclusive a forma como essas informações foram conseguidas. E, mais um vez, que final perfeito.. Assim como o fim do primeiro livro, em minha opinião, foi muito, muito bom e surpreendente. O fim desse segundo livro foi tão bom quanto o do primeiro! As cenas foram muito bem escritas, as situações em que os personagens foram colocados foram realmente muito, muito interessantes. Posso dizer que da metade pro final do livro, foi adrenalina pura Por fim, recomendo este livro a todos que queiram ler uma história incrível e muito boa. Se você gostou do primeiro, com certeza gostará desse segundo livro. Posso agora esperar pelo terceiro livro, que tem tudo pra ser muito bom novamente, principalmente depois do final deste segundo livro.
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Cássia | @procureiemsonhos 02/03/2015

A Batalha dos Mortos
Após um eletrizante desfecho no primeiro livro, em A Batalha dos Mortos podemos presenciar outro tipo de luta no mundo caótico após a passagem de Absinto, o planeta que transformou a maioria do planeta em zumbis: o drama vivido por sobreviventes presos em um quartel liderado por Emmanuel, um poderoso criminoso que abusa de seus companheiros de todas as formas possíveis.

Perto do condomínio em São José dos Campos, onde vimos no primeiro livro que existe um grupo de refugiados liderados por Ivan e Estela, existe em Taubaté outro campo de sobreviventes, porém a escravidão é presente em todos os momentos. Após Isabel - uma moça que carrega consigo muitos segredos - ter fugido, ela finalmente encontra amparo em Estela e Ivan e junto com o restante do grupo planejam como salvar os demais sobreviventes das garras de Emmanuel.

Durante a narrativa o foco foge um pouco de Ivan, Estela e os demais personagens do primeiro livro. O foco em A Batalha dos Mortos fica em Isabel (e sua irmã gêmea, Jezebel), seu relacionamento com Canino, as trapaças de Emmanuel e no plano de salvar os sobreviventes das garras do criminoso. Em A batalha dos mortos temos mais cenas de morte, luta pela sobrevivência, e questionamentos sobre o que é certo e errado em determinadas situações; os personagens são colocados em guerra contra eles mesmos. Uma ótima sacada do autor.

Além dos fatos citados acima, o grupo de Ivan encontra mais apoio para continuar com sua missão de salvar, acolher e ajudar os sobreviventes espalhados por todo o país. Gostei disso, foi uma ótima sacada do escritor. Da mesma forma que aconteceu no primeiro livro, nesse também podemos encontrar vários ganchos para o próximo volume, o que atiçou bastante minha curiosidade.

A qualidade da escrita de Rodrigo se mantém nesse segundo volume, e ele soube explorar mais seu leque de opções para cada situação vivida pelos personagens. Houve uma grande expansão dos lugares visitados por eles, além de mesclar elementos sobrenaturais no enredo. O que gostei nesse livro foi que o autor soube trabalhar a relação de Isabel e Canino de uma forma diferente, mais 'natural'. Além, de claro, ter sido mais severo em alguns capítulos e não poupando ninguém para que o livro não perdesse o clima de tensão.

Terminei o livro surpresa com o que Rodrigo preparou e ainda estou me perguntando como será o próximo! Sério, fiquei arrepiada no último capítulo, já que o autor fechou a obra com chave de ouro e com um gancho inimaginável para o livro seguinte. Espero que seja lançado o quanto antes!

site: http://www.procurei-em-sonhos.com/2015/01/resenha-batalha-dos-mortos.html
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