Ball Jointed Alice

Ball Jointed Alice Priscilla Matsumoto




Resenhas - Ball Jointed Alice


6 encontrados | exibindo 1 a 6


melissa 29/09/2015

Um romance brutal e profundo que mexe com nossos sentimentos
Frank é um ex-viciado em drogas, alcoólatra e ninfomaníaco. Abusado sexualmente pelos pais desde a infância, ele não teve (quase) nenhuma relação saudável ao longo da vida. Sua experiência de internação no hospício é marcada por mais abusos e traumas. Frank só consegue se relacionar com as pessoas através do sexo. É o único modo que ele conhece de interagir. Alice, uma outra jovem interna do hospício, é seu amor idealizado e não-realizado. Um tesouro que sua memória guarda como algo positivo, mas também com a tristeza da tragédia.

É por isso que ele cria, anos depois, a ball jointed Alice. E Alice é uma boneca viva. Isso mesmo. Frank, um artista, consegue a criação primeva. Ou isso, ou ele está completamente louco (o que é bem verdade). O livro então tem esse elemento fantástico, e fantástico mesmo, não fantasia (tem uma discussão sobre isso aqui). Não espere explicações ou respostas. Alice é uma boneca viva. Pronto. E as barreiras entre o que é ficção e realidade, o que é material ou só fruto da imaginação daquele monte de gente louca, são totalmente embaçadas.

A vida de Frank e Alice descarrilha (é, trem descarrilhando mesmo, gente, o troço é tenso aqui) quando Tay, uma suposta anoréxica com distúrbios emocionais, Emi, uma sociopata e Shin, um bacharel em Direito aparecem pela porta da frente trazendo com eles as memórias do hospício. O motivo? Vingança. Se livrar de todos aqueles que causaram tanta dor e sofrimento em sua juventude e fazê-los pagar pelo que aconteceu com Alice.

Na companhia da boneca Alice, Frank embarca nessa jornada de sangue e vingança, mas também de memórias e respostas. Agora com uma arma na mão, ele terá que enfrentar demônios externos e internos enquanto participa de um plano de chacina.

A escrita de Priscilla Matsumoto é visceral, mas também lírica. Numa estrutura que não tem nada de linear e nada de tradicional, somos atirados na mente de Frank e vamos puxando, junto com ele, os fios que levam a quem realmente somos. A boneca Alice, que aprende algo novo a cada capítulo (sorrir, amar, mentir, matar, morrer, etc) é um espelho de seu criador: quem na verdade aprende tudo isso é Frank.

Não é uma leitura fácil. Mas é uma leitura fluida. Requer um esforço do leitor entender a lógica das lembranças de Frank, mas a autora conseguiu criar uma empatia tão grande com seu protagonista, que eu me vi absorta por aquele universo e li o livro em dois dias. Chorei e sorri com essa história. E depois chorei de novo.

Ball Jointed Alice é como uma música da banda My Chemical Romance: violento, sexy, mórbido, suicida, sinistro e dramático, mas ao mesmo tempo cheio de esperança. Talvez nosso mundo seja mesmo tudo isso e nós todos vivamos em nossos próprios hospícios criando nossas bonecas vivas para continuarmos.

site: http://livrosdefantasia.com.br/2015/09/29/ball-jointed-alice-uma-historia-de-amor-e-morte/
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Kássia Monteiro 20/09/2015

Não é o que você esperava
Olá, pessoal :D Hoje venho falar da minha última leitura: Ball Jointed Alice, da autora Priscilla Matsumoto. A Pricilla já foi finalista do Prêmio SESC de Literatura, um dos mais badalados do país, e vou te contar: não é pra menos!

Confira a sinopse do livro:

Sexy. Emotiva. Humana. Essa é a história da boneca Alice.

Frank é um homem sem esperança nenhuma. Um punk com um passado insano que, numa manhã de ressaca, acorda com uma boneca lhe desejando bom dia. Ele sabe bem quem é essa boneca e como ela se chama. Alice é uma ball jointed doll criada por Frank em seu projeto mais ambicioso: recuperar as memórias e os sentimentos por uma louquinha de mesmo nome. Mas ao tentar puxar a linha da lembrança do embolado novelo que é o passado, Frank acaba puxando a linha da tragédia. Acompanhado por seus antigos companheiros de hospício: agothic lolita Tay, o estudante de direito Shin e a sociopata Emi, ele se envolve em um plano de vingança contra o hospital que os massacrou a alma e levou Alice à morte.

Ball Jointed Alice – Uma história de amor e morte é um sensível romance de Priscilla Matsumoto. Flutuando entre a melancolia e o erotismo, esse é um relato cru de uma juventude cínica que parece perdida, mas que sabe demais sobre a natureza do mundo para não desistir dele.

Caindo no buraco do coelho. Foi assim que me senti lendo Ball Jointed Alice. Não se deixe enganar pela capa: não é um livro doce. Não se deixe enganar pela sinopse: não é um livro simples. Não sei se entendi alguma coisa, mas no fim sinto que entendi tudo. E não é isso que é a verdadeira arte? A inquietação?

Priscilla Matsumoto é para mim uma Escritora, com E maiúsculo. Sua obra é Literatura, daquelas grandes. Daquelas que se debruçam sobre a essência do ser humano, daquelas que abrem as veias e deixam correr o sangue, do tipo que não se entende, só se sente.

Leia a resenha completa em www.kassiamonteiro.com

site: www.kassiamonteiro.com
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Ricardo Santos 31/01/2016

Pinóquio perverso
Priscilla Matsumoto é uma escritora jovem, mas que já mostra bastante maturidade. Seja em suas habilidades narrativas, seja na maneira como aborda temas difíceis.

Ball Jointed Alice não é para todos os estômagos ou cabecinhas. Acompanhamos aqui vários tipos de distúrbios mentais, de comportamento e familiar. Drogas, sexo e rock and roll, ou melhor dizendo, punk. Alguns podem classificar a história de emo, pelas atitudes sexuais, estados emocionais e referências à banda My Chemical Romance. Mas isso seria considerar apenas uma parte das influências da autora, que passam por Haruki Murakami e, claro, a Alice de Lewis Carroll.

Frank é um jovem perdido na vida, um artesão, que resolve criar uma boneca de molas, uma ball jointed doll, e a chama de Alice, nome de uma garota que se suicidou e por quem era apaixonado. Sem maiores explicações, a boneca ganha vida, como um Pinóquio contemporâneo. Junto com uma turma de amigos, ex-colegas de sanatório, e a curiosa Alice, Frank fará uma jornada pela cidade, cheia de excessos, de violência física e psicológica. O cenário se torna então um país das maravilhas bastante perturbador. Nem no mais louco dos seus sonhos Lewis Carroll poderia pensar numa versão tão delirante para sua Alice.

Realidade, sonho e pesadelo se misturam. Deixando protagonista e leitor sem chão, desconfiando de tudo. Quem viu o anime Perfect Blue consegue ter uma boa ideia do que se trata.

Dois nomes que não me saíram da cabeça enquanto eu avançava na trama foram Philip K. Dick e Kafka. O pesadelo da paranoia.

O maior mérito da autora foi saber dosar momentos de ação, o drama dos personagens sendo exposto, por meio de descrições e diálogos, e momentos de digressão, principalmente, de Frank, o narrador. Ela faz essa dobradinha com muita fluidez e uma poesia dura, de impacto. Além de lançar ideias sobre a vida e o mundo bem consistentes, iluminadas.

A autora também não sente nenhuma vontade de explicar muitas coisas estranhas que acontecem. E não precisa realmente. O clima de incertezas gera uma tensão constante, que deixa o leitor ligado na história.

Agora os problemas do romance estão em dois pontos.

Primeiro, os personagens. Frank é a única figura de fato interessante. Conhecemos a vida anterior e o que pensam os outros personagens. Mas nenhum deles tem a mesma dimensão de Frank. Tudo bem, ele é o narrador. Só que não é por isso que outros personagens não podem brilhar. Em Dom Casmurro, Capitu é vista o tempo todo pelo olhar do narrador, Bentinho. Capitu é uma personagem fascinante, retratada indiretamente e com menos espaço que o protagonista. Aqui não temos nada parecido. A interação dos personagens com Frank rende momentos divertidos, tocantes e profundos, mas os outros são sempre escada para entendermos ou nos apegar mais a Frank.

O segundo problema é o terço final do livro. É arrastado, cheio de explicações excessivas sobre o destino de personagens secundários e com uma sequência de filme de ação B apelativa. Uma total contradição com a poesia ora brutal, ora delicada de grande parte do romance, uma violência com causa mostrada anteriormente. Seria o caso dessa última parte sofrer uma edição severa, uma redução e reescrita.

Priscilla Matsumoto é uma autora de grande talento. Ela tem coragem e competência para criar uma literatura fora dos padrões, mas que consegue se comunicar.

A editora Draco fez um ótimo trabalho na versão em e-book, bem diagramada e com revisão quase perfeita. A capa incomoda pelo misto de inocência, sensualidade e terror estampado na imagem da boneca Alice, em seus olhos.

Site: ricardoescreve.wordpress.com
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GVertamatti 20/06/2016

Primeiro 5 estrelas que eu dou aqui!
Fiz uma resenha de 1200 palavras para falar tudo que senti ao ler essa obra maravilhosa. Com poucas críticas, que não afetam o enredo, esse livro me imergiu completamente naquele mundo e me aproximou quase que sexualmente das personagens!
Convido a todos lerem os detalhes no link abaixo.

site: http://meialua.gamehall.uol.com.br/ball-jointed-alice-priscilla-matsumoto-review/
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Odin com Pimenta 26/01/2017

Resenha: Ball Jointed Alice, uma história de amor e morte! – Editora Draco
Por Débora Leeal

ATENÇÃO: Recomendado para maiores de 16 anos!

Esse livro não é para qualquer um. Não se deixe enganar com essa capa maravilhosa e linda. Definitivamente não é um livro doce!

Aqui temos a história de Frank um rapaz que é sofrido, porque foi abusado e sofreu muita violência em sua infância cometida pelos próprios pais, sendo assim um viciado em café, cigarro e sexo.

Ele se tornou um artesão e construiu uma boneca chamada Alice. E uma bela manhã ele acorda e recebe um "Bom dia" da sua criação.

No livro Frank é um pouco perturbado, esteve muito tempo internado em um hospício, onde conheceu os outros personagens citados no livro, Alice era um deles, a louquinha que quis recriar.

A autora não economizou no sexo, drogas e rock 'n roll, ela foi bem explicita no livro e eu como uma amante de yaoi (BL) amei cada detalhe e isso até foi bom no começo para entender um pouco do livro, mas o meio do livro foi um pouco arrastado.

O livro se torna uma perturbadora história de Alice no país das maravilhas, com direito a chapeleiro, coelho branco e rainha de copas.

Sexy, emotiva, humana. Essa é a história da boneca Alice!

FICHA TÉCNICA
Título: Ball Jointed Alice, Uma História de Amor e Morte
Autora: Priscilla Matsumoto
Gênero: New adult, fantasia
Editora: Draco
Edição: 1ª Edição
Páginas: 228

site: http://odincompimenta.com.br/livros/resenha-ball-jointed-alice-uma-historia-de-amor-e-morte-editora-draco/
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Ana 23/02/2023

O livro é narrado por Frank, um cara totalmente insano, ninfomaníaco, viciado em café e outras drogas que foi violentado sexualmente pelos pais na infância. Toda história gira em torno dele e da boneca Alice, uma personificação de um amor platônico que o personagem teve enquanto estava internado no hospício. Ah, detalhe: a Alice verdadeira se matou e, de alguma forma, a boneca se comporta como uma humana. Não esperem uma explicação para isso, é apenas assim e ponto final.

Falando em hospício, o livro é todo isso, uma versão totalmente doentia de Alice no País das Maravilhas. Em diversas vezes me senti perdida com a narração de Frank. Em nenhum momento conseguimos distinguir o que é real do que é imaginário. Na verdade, o mundo paralelo de todos os personagens se mistura tanto a todo momento com a realidade que é difícil saber se os acontecimentos narrados são, de fato, reais.

A narrativa do livro é super rápida e fluida, acho que principalmente pelo fato de que, no começo, Ball Jointed Alice ter sido uma fanfic. Se tem uma coisa que eu gosto nesse mundo é quando autores de fanfics são reconhecidos, dá uma felicidade no coração que vocês não imaginam. Apesar de ser rápida, não posso dizer que é uma leitura fácil, não é para qualquer tipo de pessoa.

As cenas de sexo são totalmente casuais e presentes, o que é aceitável, já que é a única forma que Frank encontrou para interagir com as pessoas. Mesmo assim incomoda um pouco. Tudo bem, uma cena erótica aqui e ali é normal, mas não o livro inteiro. A autora também não economiza nos palavrões e frases chulas. Portanto, se você não gosta desse tipo de literatura, é melhor abandonar a ideia de ler esse livro aqui.

Ball Jointed Alice é mais sobre o mundo que se passa em nossa cabeça do que qualquer outra coisa, sobre o real e o abstrato, a loucura e a lucidez, como diz o Humberto Gessinger e uma de suas canções. Não é um livro para qualquer pessoa e, no final, há aquele sentimento de confusão, não que isso seja ruim. Talvez desagrade àquelas pessoas que gostam de todas as coisas esmiuçadas, mas ainda assim é uma boa leitura.

site: https://www.roendolivros.com.br/
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