Andréa Bistafa 12/07/2016http://www.fundofalso.com14 dias é uma história reta e direta para quem curte livro hot mesmo.
O livro é bem curtinho, tem 130 páginas apenas, mas como a diagramação é bem juntinha, acho que em uma diagramação padrão, ficariam umas 200 páginas. Sendo assim, é como um conto, não tem profundidade intensa na trama. É o tipo de livro que agrada e desagrada diferentes estilos de leitores.
Eu gosto de variar, gosto de pegar livros extensos, recheados de descrições e reflexões, mas também gosto de sentar e ler rapidinho uma trama quente e direta.
Nessa obra não encontramos nada muito diferente do habitual em romances hot. Temos uma funcionária pobrezinha se envolvendo com o CEO milionário. Talvez o pequeno diferencial é que ele irá se casar em 14 dias.
Caroline é uma mulher comum, que faz coisas comuns, que tem uma vida afetiva comum. Não é santinha, gosta de sexo casual, ainda que faça um bom tempo que não tem um parceiro.
Pedro Villas Boas é um CEO milionários que está há poucos dias de seu casamento, mas que observa em segredo a funcionário pelas câmeras de vigilância e nutre por ela certo desejo (e admiração). Num impulso, ele avança o muro do bom senso e se entrega a paixão. E então, entregue a loucura, ele propõe a ela 14 dias de amor, de sexo, e namoro?! E tudo deverá acabar simplesmente, sumir como se nunca tivesse existido no dia do casamento. Será que Carol deverá aceitar essa proposta? Sexo casual pode ser uma boa em seu atual estado de carência, mas será que seu coração entenderá dessa forma?
"Estou contando parte da minha vida pra você pra que entenda que não me deslumbro com valores. - Me aproximo dele e me ajoelho diante dos seus pés. - Pedro, o que você espera de uma mulher em treze dias?"
A escrita da autora é bem chula. Como a narrativa é em primeira pessoa, Caroline é bem boca suja, "porra loca" e cheia de humor negro. Eu me identifiquei com ela, exceto em momentos que beira o drama (rs). Apesar dessa narrativa bem espontânea, as cenas de sexo não são apelativas, não são nada chocantes, são boas.
"- Provocou saindo da banheira e me enrolando em uma grande toalha branca e felpuda, dessas que a gente quer roubar. Todo mundo já quis roubar uma toalha de hotel."
Falando um pouco do psicológico dos personagens, existe uma raiva/carência que explodem levando ambos aos extremos. Isso acontece, sexo por vingança é bem comum. Mas ao decorrer da trama, senti as coisas aceleradas demais, a paixão muito rápida, as atitudes tomadas, muitas coisas acontecem em apenas 14 dias. Para o emocional, 14 dias não é nada, ou os envolvidos estão carentes demais rs. Ele tinha muito a perder, arriscou muito para quem não parecia poder arriscar tanto. Entende?
Ela por outro lado, era a toda errada da história. Fica tentando justificar o injustificável para si mesma. Traição é traição em qualquer circunstancia não? Em momentos que ela se sentiu sozinha parece que não via que tão errado na história era ele tb. Estava apta a julgar o caráter dele em menos de duas semanas. Então foi um pouco difícil de aceitar a cabeça da Carol da metade pra frente, mas enfim. Cada cabeça uma sentença rs.
Veja bem, eu amo livros de traição, acho um ingrediente intenso, difícil de ser trabalhado. O lado psicológico da traição me fascina, sempre tento buscar explicações plausíveis quando leio sobre, mas talvez a falta de profundidade da obra tenha me atrapalhado aqui.
O romance é valido, mas ele tende mais para um "conto de fadas" bem moderno (já que parte de uma traição), uma fantasia mesmo.
"Talvez eu possa viver bem depois de tudo isso, talvez essa seja a história que nunca vou contar para os meus netos. Mas por enquanto, isso tudo é o momento o qual esperava viver, mas agora não sei bem o que fazer com tudo isso..."
site:
http://www.fundofalso.com/2016/06/resenha-14-dias-barbara-biazioli.html