Dai Angelina 18/11/2018
É bom, mas poderia ser melhor
Um livro que é capaz de te tirar de uma ressaca que já dura há semanas, ruim não pode ser, certo?
Foi justamente esse o caso. Dentre tantos na fila de espera, optei por ele, pois apesar de não conhecer a autora, já havia escutado coisas boas a seu respeito.
Ainda bem que o escolhi, pois foram as situações divertidas e a escrita leve e gostosa que me tiraram da fossa.
A propósito, apenas um ponto me incomodou na escrita da autora: o excesso de comparações. Sério, é fora do normal, acho que tem pelo menos uma a cada página. Quando não menciona uma pessoa, é um programa de tv ou então um lugar. Não sou contra essas citações, desde que sejam moderadas e que preferencialmente abranjam a cultura global. O problema de fazer tantas referências da cultura do próprio país é que os leitores estrangeiros podem não entender. Esse foi o meu caso e como sou muito curiosa, a cada citação que eu não entendia, precisava parar a leitura para poder fazer uma pesquisa.
Achei isso um pouco chato, confesso e não sei se é algo que só ocorre nesse livro (assim espero) ou se é algo que autora adotou para a própria escrita.
Mas fora isso, é um livro que flui super bem, as páginas simplesmente voam.
O enredo é a típica história de 'A noviça rebelde' (que aliás, adoro), onde a babá tem um relacionamento com o patrão viúvo.
Essas histórias são sempre muito fofas e desta vez não é diferente, embora senti que o livro não foca muito no romance. E sinceramente, não entendi o por quê, afinal são mais de 400 páginas, então espaço é o que mais tinha.
Em contrapartida, havia coisas desnecessárias e que não influenciavam muito na história. Enfim, a autora podia ter usado o espaço que tinha de uma forma melhor.
O brilho todo ficou mesmo para a protagonista que me divertiu praticamente o livro todo, sem contar as gargalhadas que me arrancou.
Garibaldo??? Sério isso??? Hahaha, só a Zoe mesmo.
Só o que achei um pouco irritante foi o fato dela ficar tão presa ao passado, mas entendo que uma desilusão amorosa causa isso.
Ah e no final, senti vontade de matá-la, por aceitar tudo que lhe empurravam, mas imagino que só agiu dessa maneira porque pensou que era aquilo que verdadeiramente queria. Felizmente, ela percebeu o quão equivocada estava e finalmente deu um basta em tudo.
"Se ninguém vai me resgatar - se Ryan não vai me resgatar -, terei de resgatar a mim mesma."
Depois dessa, a única coisa que pude fazer foi aplaudi-la pela coragem e ousadia.
E o desfecho?
Infelizmente, deixou a desejar. Eu queria, ou melhor, eu precisava de algo mais. Onde estava o epílogo? A autora bem que podia ter colocado um. O que lhe custava? Que diferença faria uma página a mais? Para ela nada, mas para o leitor muito.
Enfim, apesar de tudo, gostei e desfrutei demais da leitura. Só por ter me ajudado com a ressaca, já valeu muito a pena ;)