Larissa 24/04/2020
Quase casados quase foi bom... mas quase...
''Quase casados'' é o segundo livro de chick lits que leio, não só para conhecer o gênero como também para ler algo bem leve e engraçado nessa quarentena por causa do coronavírus. O livro conta a história de Zoe, uma mulher britânica de 28 anos que sofreu uma grande decepção amorosa e depois disso segue para EUA para ser babá de 2 crianças. Ruby de 6 anos e de Samuel de 3 anos e de quebra tem o Ryan, o pai solteiro e gato dessas crianças que ela terá que cuidar.
De acordo com a definição do Wikipedia os ''Chick-Lits são romances leves, divertidos e charmosos, que são o retrato da mulher moderna, independente, culta e audaciosa". De fato o livro é exatamente como descrito na primeira frase e os 3 primeiros adjetivos, Ele é uma leitura gostosa e rápida (tanto que eu li 61% numa madrugada e o restante a tarde) consegui dar uns risinhos e sorrisos, muito por causa da protagonista que só entra em situações embaraçosas e difíceis de engolir. Mas agora a segunda frase da discrição sobre romances chick-lits feita no wikipedia (que esses romances ressaltam a mulher moderna) e os 3 adjetivos, nada tem haver com a mocinha da história.
Zoe Moore não possui nenhuma dessas características como ser uma mulher independente (até que é sim no âmbito profissional, já ser auto suficiente...), culta e audaciosa. Ela é contratada para ser babá das duas crianças, porém ao chegar lá é feita de cozinheira, faxineira, lavadeira etc. pelo pai das crianças, e em NENHUM MOMENTO ela reclama ou tenta lutar pelo seus direitos. Ela até tem consciência de que o Ryan esta abusando dela e de sua gentileza mas fica totalmente submissa aos caprichos do patrão pois "ele esta de luto pela morte da esposa, logo, vamos dar um desconto''. Além disso atura as arrogâncias, a falta de higiene, as patadas do pai das crianças sem dá um grande motivos para isso. Ela alega que todos nessa casa principalmente o pai, passam por dificuldades depois da morte da mãe, e também para ela o Ryan é simplesmente lindo demais, um gato total. Sendo assim esta livre para agir do modo que queira.
Foi sim uma leitura legal e divertida, porém percebi mais defeitos do que qualidades, logo, irei lista-los:
PONTOS NEGATIVOS:
1° - O Ryan é um péssimo homem. Sempre grosso e sem paciência com todos e tudo, acha que por estar em luto pode agir do modo que quiser, e o pior de tudo é que ele é simplesmente um PAI HORRÍVEL. É serio, ele é incapaz de dar atenção aos próprios filhos, não percebe (ou não liga) que as crianças também sentem falta da mãe, não dar um carinho e atenção ao que é dito por elas, deixar duas crianças de 3 anos e outra de 6 anos sem uma rotina saudável como, dormir em horários corretos e ter uma boa alimentação. Enfim a lista de defeitos como pai é gigante.
2° - Os protagonistas do livro não possuem nenhum atrativo, não são cativantes ou possuem personalidades. O Ryan, como já dito, é um péssimo pai e homem. Ele é mulherengo, trata mal a protagonista e suas qualidades mostrada no livro é apenas o fato dele ser um executivo bem sucedido, ser um gato e bom de cama. É serio, não dá para saber o porque que a Zoe se apaixonou por ele. Já ela é insossa, submissa, não luta pelo o que quer, e suas qualidades mostrada no livro são ser uma excelente babá e engraçadinha.
3°- Varias vezes os capítulos ou os acontecimento acabavam no meio de uma cena, e quando a leitura iniciava-se em outa folha a cena não era continuada. Logo, não sendo dito o que aconteceu acabava levando nós leitores a imaginar o que poderia ter acontecido. Não é ruim isso, até que é bom imaginar um pouco o que pode ter acontecido, mas em todos os capítulos acontecer isso, era frustante demais.
4°- As crianças foram mal aproveitadas. Eu particularmente AMO livros com esses pequenininhos, em geral as crianças são engraçadas e fofas, mas nesse livro o Samuel de 3 anos, praticamente não tem falas e possuem um plot que foi totalmente esquecido no churrasco, e ele nem pode narrar ou contar como se sentiu depois do episodio. Já sua irmã mais velha, Ruby tem um pouquinho mais de protagonismo porém também tem seu plot esquecido e seus problemas de dormir na hora certa e a saudades da mãe nem aparecem mais na história. Decepcionante.
5°- As cenas de interação de Zoe e as crianças não existem. Toda vez que Zoe esta na função de babá, ela se junta com suas amigas babás para todas as crianças brincarem e elas fofocam.
6°- Acontecem algumas situações meio absurdas com a Zoe, que até são engraçadas mas dão um pouco de vergonha alheia.
PONTOS POSITIVOS.:
1° - Gostei das interações de Zoe com outras babás, principalmente com a Trudie. Todas elas tem uma história e alguns de seus dramas acabam se sobressaindo aos de Zoe.
2°- Por possuir um escrita leve o avanço na leitura foi muito bom. Esse é um livro para passar o tempo e desligar a mente, sem pretensão de ser uma grande e motivadora leitura.
Gostei de conhecer essa obra mas acredito não lerei mais nada dessa autora, mas super indico para quem quer esquecer o mundo e ler algo meio bobinho e clichê sem pretensões, mas já aviso que ele não é nada mais além disso. E se não gostar ou se frustar não tenho nada haver com isso.