D 04/12/2009
O Sexo ácido de André Sant’Anna pode nada ter de atraente e excitante, pelo menos nos termos sensuais reconhecidos pelo senso comum. Em seu livro, o espaço de intimidade entre casais que se amam, quartetos de amantes – e cocaína –, ou, ainda, apenas amigos que apreciam algumas porções de pornografia, calabresa e provolone à milanesa, transmuta-se num grande divã social por onde desfilam os traços mais mal-acabados e desumanos do perfil da atualidade; relativizam-se os valores, evapora-se a solidez de quaisquer relações sociais, e, neste início, achata-se a pirâmide hierárquica da sociedade, quando, de repente, vencedores e perdedores da corrida diária pelo sucesso, encontram-se juntos, apertados num elevador de shopping center...