A Evolução de Calpúrnia Tate

A Evolução de Calpúrnia Tate Jacqueline Kelly




Resenhas - A Evolução de Calpúrnia Tate


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Jenifer Tertuliano 14/04/2021

De uma delicadeza
Calpúrnia é uma menininha de 11 anos que um dia observa duas espécies diferentes de gafanhoto e se pergunta o pq?
Ela busca o avô na esperança de que ele a ajude a desvendar esse mistério, e a partir desse momento os dois desenvolvem uma amizade linda!
O avô se considera um "pesquisador naturalista" a apresenta para Calpúrnia ícones como Darwin, Bell, Curie, Dickens (seu autor favorito).
Rodeada de tanto conhecimento e um mundo novo ela decide que quer fazer universidade e ser uma cientista, o que vai de encontro a todas as crenças possíveis da época para uma mulher, visto que ela devia aprender a cozinhar e gerenciar um lar.
A amizade de Calpurnia com o avô é tão bonita, que quando ela pensa por um momento que ele se cansou da sua companhia ela entra em pânico, pois ele quem estimula, acredita e encoraja os sonhos de Calpúrnia, é ele quem diz que ela pode fazer o que quiser e ser quem quiser.
A história é linda e emocionante, além de muito engraçada.
É um dos favoritos sim!!
Não poderia ser diferente!
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Caroline.Velani 23/04/2020

A Evolução de Calpúrnia Tate
"Um dia eu teria todos os livros do mundo, prateleiras e mais prateleiras deles. Viveria em uma torre de livros. Leria o dia todo e comeria pêssegos. E, se algum jovem cavaleiro de armadura ousasse vir gritando em seu cavalo branco, me pedindo que soltasse o cabelo, eu o bombardearia com caroços de pêssego até que fosse para casa."

Calpúrnia, tão inocente e sábia. Um amor de leitura.
esterivnz 01/06/2020minha estante
Que coisa mais linda




Beatriz 15/06/2016

Curioso
Nesse mundo ja se passaram tantas vidas que eu não consigo ter compreensão do todo, um dos motivos que eu leio é para bisbilhotar, mesmo que de forma fictícia, vidas alheias. E com isso ter um pouco dos conhecimentos de outra pessoa para mim.

No livro A Evolução de Calpúrnia Tate de Jacqueline Kelly temos o privilegio de embarcar na vida de Callie Vee, uma menininha de Onze-Anos-Quase-Doze que vive no interior do Texas no ano de 1899 e está aprendendo o que é ciência. Um livro infantil que prova que crianças não devem ter a inteligência subestimada.

Mas Callie não é como as outras meninas que conhece, existe uma curiosidade encrustada nela que ela não compreende. Uma vontade de saber coisas e como o mundo funciona que é lindo de ver. E nesse livro vamos acompanhar suas primeiras descobertas e questionamentos, para uma evolução muito tocante. É um start para leituras do gênero mais pesadas. No início de cada capítulo existe um trecho do próprio livro “A origem espécies”, de Darwin, o que incentiva a leitura mesmo. Com a companhia de seu Avô, ela vai coletar espécimes, presenciar uma metamorfose e até catalogar algumas “multações”.

A leitura é gostosa e fluida, Calpúrnia é uma criança muito real. Me vi nela várias e várias vezes, nas crises de ciumes com pessoas queridas e na forma de sonhar. Ela é a unica menina de uma família de 6 irmãos, vivendo em uma grande propriedade com vários funcionários e uma grande plantação de algodão.

Cada personagem, desde o JB, o irmão mais novo até o Vovô, são bem construídos. As vezes eu me pegava imaginando quem da vida real Jacqueline se inspirou para criar cada criatura distinta e com personalidade de sua História. Vemos muito da luta por igualdade feminina e a busca pelo autoconhecimento de Callie, como ela tenta achar sue lugar naquele mundo em que vive, com as pessoas que gosta.

Porém apesar da leitura ser gostosa e fluida, não existe um enredo muito solido que possa sustentar a atenção de muitos públicos. O livro se arrasta em algumas partes, apesar dos capítulos curtos, em coisas triviais. E acabei esperando um pouco mais do desfecho, algo mais surreal e digno de ficções. Mas não, tudo é muito real e humano. Como várias vidas que vem para esse mundo e vão sem nenhuma carga a mais de adrenalina, esse livro é tranquilo e ótimo para distrações e como eu disse alguns aprendizados sobre perspectivas.

Um ponto horrível nessa história toda é que existe uma continuação, o livro “The Curious World of Calpurnia Tate”, porem ele não foi publicado aqui no Brasil, e nem sei se existe previsão de lançamento.

A edição é linda, vem com um marcador na orelha e possui folhas amareladas e boas. A grande quantidade de páginas se deve ao tamanho da fonte que acredito ser um pouco maior do que o convencional. Enfim, o livro é muito querido, ótimo para curiosos e amantes do saber de como a natureza funciona. Belo e inocente, esse livro é curioso e especial, assim como Callie Vee.

----Trechos----

“Imagino que ali devia haver um milhão de pequenos
dramas acontecendo o tempo todo.Ah, mas dificilmente eles eram pequenos para o caçador e a caça, jogando a moeda da vida e da morte. Eu era uma observadora, uma folgada. Eles estavam naquilo pra valer.”

“O que era, exatamente, uma naturalista? Eu não sabia muito bem, mas resolvi passar o resto do verão sendo uma. Se tudo o que isso queria dizer era escrever sobre o que você via a sua volta eu poderia fazê-lo. Além disso, agora que tinha meu lugar onde fazer anotações, comecei a ver coisas que nunca tinha reparado.”

“(…) mas às vezes um pouco de conhecimento pode arruinar o seu dia todo, ou pelo menos tirar um pouco do seu brilho.”

“O vaga-lume de Travis foi, na verdade, o único avistado naquela noite. Embora eu soubesse que dali a um ano os vaga-lumes voltariam, pareceu a extinção da espécie. Como é triste ser o último da sua espécie, sinalizando no escuro, sozinho, para o nada. Contudo eu não estava sozinha, estava? Tinha aprendido que havia outras do meu tipo, lá fora.”

site: https://aquimerablog.wordpress.com/2016/06/15/a-evolucao-de-calpurnia-tate-resenha/
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magaru 02/05/2021

1899
Sério ver a perspectiva do mundo de uma menina de 11 anos foi incrível.
O modo como esse livro tratou de assuntos tão sérios de uma forma tão natural, e inocente.
E é até engraçado ver o modo como os pais dela pensam em questão de ela não ser como as outras garotas, pelo simples fato de ela ter diferentes interesses.
Livro muito gostosinho de ler, indico muito fácil.
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Olivia 23/01/2021

Me senti em casa com essa leitura
Calpúrnia é a única menina dentre os sete filhos de Alfred e Margareth, e enquanto tenta sanar sua curiosidade pelas ciências da natureza juntamente com seu avô tem de lidar com seu possível futuro segundo o que é esperado pela sociedade.

Eu me senti acolhida nessa leitura, eu sentia vontade de entrar nesse universo e responder as perguntas da Calpúrnia, de conversar com o Sr. Tate, de fazer parte daquela família, de alcalmar ela quando ela surtasse enfim......

Esse livro era tudo o que eu precisava no momento, me acalmou, me fez gargalhar....... Foi uma leitura muito gostosa, eu amei.

"Por que perder tempo ?brincando?, como tinham mandado, quando podia passar um tempo valioso com vovô? Ele não me achava perigosa quando eu pensava em alguma coisa. Na verdade, ele me encorajava."
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Larissa Destro 13/10/2020

Pra quem gostou de Anne with an E
O ano é 1899, Callie é uma pré-adolescente apaixonada por ciência e pelas descobertas que faz junto com seu avô. Mas infelizmente ela não pode fazer o que quer. Porque meninas tem que aprender a cozinhar, tricotar e a cuidar da casa. Debutar, e aguardar a chegada dos pretendentes. Callie vai fazer o possível para não perder a esperança de que o novo século trará a liberdade pela qual tanto anseia.
Nesse livro pude ver os personagens super felizes com invenções como o telefone, a Coca-Cola e o automóvel. Foi muito bom viver essa empolgação toda através da leitura. E ficou muito mais divertido ler esse livro tendo assistido "Anne with an E". A época é a mesma, e as protagonistas muito parecidas. ?
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Raphaw 09/06/2021

Uma evolução pessoal
Callie nunca deixa de ser uma menina encantadora, e posso dizer que me identifiquei com ela em muitas partes na sua jornada e aprimoramento científico e da percepção de si perante a sociedade, as páginas fluem de formas muito gostosa, divertida e engraçada com seus personagens cheios de carisma.
Algo a se pontuar é como as pessoas negras são representadas aos olhos de nossa protagonista, imagino que seja bem acurada para uma criança branca, até que bem abonada daquela época, não há nenhum escândalo por parte dela, apenas algumas normalizações dos serviços que as pessoas eram acometidas.
Gostei muito da Calpúrnia e também me irritei com ela por me identificar com a mesma várias vezes, quando como ela vai adentrando a esse mundo científico e percebe que nunca viu nenhuma outra garota se interessando por esses assunto e logo começa a inferiorizá-las, diz que se pudesse ter escolhido gostaria de ter nascido um macho, assim não precisaria fazer as obrigações de uma dama da época, pensamentos até que simples vindos naturalmente quando encontrada nessa situação, mas que possuem todo um aspecto arraigado neles.
Lendo este livro pude me lembrar de quando era mais nova e de como ela, também fui evoluindo como uma pessoa admiradora da ciência, assim como ela fui conhecendo aos poucos outras mulheres engajadas com a área, e entendo melhor que cada uma possui seus interesses e talentos, contanto é claro que elas sejam livres para exerce-los.
Recomendo muitíssimo o livro e espero que todas as outras Calpúrnias espalhadas pelo mundo continuem indo atrás de seus sonhos!
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@cheiade9h 01/04/2015

Que livro mais gostoso que é esse A Evolução de Calpúrnia Tate! Aliás, e que personagem mais fofa, esperta e fora do seu tempo.

Callie é a única menina entre seis irmãos, por tanto há uma pressão em cima dela pra ser a melhor na cozinha, no bordado, em cuidar de crianças, etc. Só que Callie não quer isso, ela quer observar a natureza e escrever sobre ela na sua nova caderneta. E isso chama atenção do seu avô, que vive trancado em seu laboratório no fundo da casa dos seus pais. E uma relação improvável entre Callie e seu avô começa, improvável porque esse senhor é um velhinho bem fechado e na dele, mas com Callie isso muda, ele finalmente achou alguém para dividir seus conhecimentos de ciência.

Então essa parceria começa a se desenvolver, entre Callie e seu avô. Pesquisa, observação na natureza, insetos, animais. Mais tempo Callie ficava com ele, menos tempo tinha para aprender o que "uma mulher de verdade" da época deveria estar aprendendo. Mas mais aprendia sobre a ciência e nas entrelinhas, sobre como ser uma boa pessoa.

Eu particularmente gosto muito de narrativas infantis falando sobre os problemas que se tem no mundo familiar e comunitário. Acredito que me toque mais, ler num ponto de vista infantil, sendo mais ingênuo. Callie não quer ser igual a todas as meninas, que precisam ser boas em bordar e cozinhar, ela quer fazer o que bem entender sem precisar que seus pais tenham já pronto o seu futuro. Ela era uma feminista sem se dominar feminista HAUEHAUEHAUE
"Ninguém me perguntou se eu queria alguma coisa. Eu, porém, era perfeitamente capaz de pegar meu próprio bolo. Com certeza era, sendo uma menina forte e saudável."
Outra coisa boa na narrativa foi que a autora entrou mesmo no ano 1899, porque acompanhamos a chegada do telegrafo, da Coca Cola, de como era a organização familiar da época (os casamentos arranjados, a função do homem e da mulher na família). Tudo isso no ponto de vista da Callie.

Gostei muito da edição da Única, que caprichou no espaçamento do livro, além da narrativa ser bem fluída, passava ainda mais rápido por conta do espaçamento. E não posso esquecer de elogiar a capa, adorei!

Indico a leitura pra todos, para conhecer o bom humor e esperteza de Callie nos anos 1899. É uma leitura que tira risadas mas também nos dá uma grande noção de como era a vida nessa época (sem recorrer aos livros de história) e nos incomoda.
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villalobo 27/07/2021

Um amor.
Calpurnia é uma menina de 11 anos que começa a se interessar pela vida em seu quintal.
Ela cria um grande laço com o vô que era um explorador e ele guia e apoia ela em todas as coisas.
Inclusive em ir para a universidade, porque na época em que se passa o livro (século passado) era um absurdo uma mulher ir para a universidade, mas a Callie era diferente,
esquisita como ela mesmo diz, mas muito, muito encantadora.
Queria muito saber se a Callie conseguiu ir para faculdade e realizar os outros tantos sonhos que ela tinha.
Babi159 28/07/2021minha estante
Este livro parece tão fofinho, rs




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Debora.Olindina 15/09/2022

Boas Memórias
Esse livro me fez lembrar de momentos da minha infância em que estava descobrindo meu amor pela leitura. Boa memórias me voltaram a mente.

Calpúrnia é uma garota cheia de intenções acima do tempo em que vive, e é bem descrito sua ânsia em querer mais do que lhe é oferecido. A companhia e apoio de seu avô foi um deleite para sua evolução.

Gostei da forma como ela pensa como uma criança cheia de dúvidas, mas também gostei muito de como ela descreve sua curiosidade em desvendar as peculiaridades da natureza. É uma linda forma de mostrar os pensamentos de uma criança e seus desafios em se adaptar a forma que os pais a imaginam. É curioso.

Li o livro em um momento bom, não estava querendo me surpreender, queria ler algo gostoso de percorrer. Indico para todos que querem algo para lembrar, que estejam em busca da criança curiosa que foi um dia.

Bons momentos de leitura,
Debora.
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Mila 18/01/2015

A evolução de Calpúrnia Tate
Primeiro livro do ano e preciso dizer que valeu muito a pena. A Evolução de Calpúrnia Tate se passa em Texas no ano de 1889 e conta a história de uma garotinha de onze anos chamada Calpúrnia, mas carinhosamente de Callie. Possui seis irmãos, sendo ela a única menina no meio deles. Seus pais vivem bem e possuem empregados para os afazeres.
Callie não se considera normal se comparada as outras meninas. Não gosta de tricotar, nem de comprar vestidos caros, nem de aprender a cozinhar, ou seja, nada que a obrigue a ser mais dona de casa e mais fútil. Ela gosta mesmo é de diversão e seu instinto curioso a leva a muitas perguntas sobre a vida e aí que seu avô entra na história.
Em um belo dia, Callie estava observando a grama e reparou que havia gafanhotos diferentes pulando em seu quintal. Ficou muito instigada com aquilo e foi procurar seu irmão mais velho, Harry, para perguntar porque existem gafanhotos de cores diferentes, e ele respondeu que não sabia, mas lhe entrega de presente uma caderneta onde ela poderia anotar todas as coisas curiosas que quisesse. Harry insiste para Callie ir procurar o avô para responder tal pergunta, e ela vai, mesmo temendo que seu avô a mandasse embora do laboratório.
"Um dia eu teria todos os livros do mundo, prateleiras e mais prateleiras deles. Viveria em uma torre de livros. Leria o dia todo e comeria pêssegos. E, se algum jovem cavaleiro de armadura ousasse vir gritando em seu cavalo branco, me pedindo que soltasse o cabelo, eu o bombardearia com caroços de pêssego até que fosse para casa."pág 25
Callie começa então a passar muito tempo com seu avô, trocando, por desobediência, as tarefas domésticas e com isso seus pais se veem obrigados a dar um sermão por conta disso.
Motivos para ler:
1- Fala muito sobre a infância do século 19.
2- Descreve como as mulheres deveriam se comportar e o que deveriam aprender para conseguirem um ótimo marido no século 19.
3- Callie tem uma caderneta de anotações.
4- Cita sobre a invenção da Coca-Cola e como Callie e seus irmãos se sentiram tomando pela primeira vez.
5- Fala sobre os laços de família.
6- Descreve um pouco sobre como os casamentos eram arranjados.
7- Callie ama livros.
8- Relata a chegada de um telégrafo na cidade.
9- A capa é incrível.
10- Mostra Callie em uma questão muito importante: fazer o que a sociedade impõe ou fazer o que ama?
11- Mostra uma linda lição: dar valor aos pequenos prazeres da vida
"É impressionante o que se pode ver, apenas ficando sentado em silêncio e observando."pág 45
O livro nos trás uma refletiva maravilhosa sobre a vida: sobre os detalhes! O que Callie me deixou foi que devemos sempre nos encantar com as pequenas coisas pois essas sim são grandiosas. Já falei aqui em alguns posts que amo essa simplicidade, principalmente da natureza, pois tudo sempre se encaixa por mais torto que esteja. Uma lição para a vida toda:uma criança com uma alma leve, feliz e curiosa, e claro, apreciadora das coisas simples e lindas da vida.

site: www.chaeamor.com
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 06/04/2015

Extraordinário
Será uma resenha repleta de trechos do livro, já que me apaixonei por ele, colocando-o na lista dos melhores que já li e de favoritos.

"Havia um tesouro vivo sob nosso teto, e nenhum dos meus irmãos conseguia vê-lo." (página 120)

Tudo começou num verão extremamente quente no Texas, no ano de 1899. O calor excessivo obrigava as famílias a reorganizarem suas rotinas e mudarem seus horários; entre essas famílias, estava a de Calpúrnia Virgínia Tate, uma curiosa garota de 11 anos. Calpúrnia era a filha do meio entre sete irmãos, a única garota.

Calpúrnia percebeu que havia dois tipos de gafanhotos em seu quintal: amarelos e verdes, e que os amarelos eram bem maiores que os verdes. Intrigada, começou a tentar desvendar o motivo dessa diferença de tamanho, mas nenhum dos seus irmãos nem seus pais sabiam lhe ajudar. Calpúrnia tomou coragem e foi falar com seu avô, ele tinha fama de mal-humorado e passava muito tempo sozinho, mas se interessava pela natureza e por livros, tinha até um laboratório.

Sua conversa com seu avô foi melhor do que ela esperava, de forma que a garota voltou a procurá-lo mais vezes. E Calpúrnia descobriu um mundo novo e encantador, aquele "velho rabugento" que ficava enfurnado na biblioteca era um tesouro vivo! Em seu tempo livre, Calpúrnia passou a acompanhá-lo em suas pesquisas, ajudando-o a coletar espécies, fazendo anotações, entre outras coisas.

No livro, acompanhamos mais ou menos seis meses da vida de Calpúrnia, de sua evolução. Ela ficou fascinada com tudo o que podia descobrir com seu avô, passou a respirar ciência. Mas o restante de sua família não apoiava muito suas pesquisas com ele, especialmente sua mãe, que fazia o possível para que a garota fizesse as coisas que as outras garotas da época faziam, coisas que não interessavam nem um pouco à Calpúrnia.

"Minha mãe tinha tido uma filha em sete tentativas. Suspeito que eu não era exatamente o que ela havia planejado, uma filha delicada para ajudá-la a enfrentar a maré alta da energia turbulenta dos meninos, que sempre ameaçava inundar a casa. Não tinha passado pela minha cabeça que ela desejara uma aliada, e não havia conseguido uma. Bom, eu não gostava de conversar sobre moldes, receitas nem de servir chá na sala de visitas. Isso fazia de mim uma egoísta? Fazia de mim uma pessoa estranha? Pior de tudo, fazia de mim uma decepção? Provavelmente, eu poderia viver com o fato de me considerarem egoísta ou estranha, mais uma decepção?! Isso era outro assunto, algo bem mais difícil." (página 221)

Essa resistência de sua família trazia sofrimento para a menina, que não se conformava em ter um futuro como o das mulheres que conhecia; Calpúrnia queria ser uma cientista, mas se sentia em conflito, pois amava muito a sua família. A garota estava numa idade complicada, em que muitas mudanças acontecem, ela estava deixando a infância despreocupada e tentando entender o mundo dos adultos e encontrar seu lugar nele. É uma fase difícil, onde, muitas vezes, não temos poder suficiente para impor nossas vontades e sofremos intensamente pelo que nos acontece.

"Encostei-me contra a parede e fiquei ali, vazia, por um bom tempo. Vazia de tudo. Eu era apenas um recipiente prático de serviços úteis, esperando para ser completado com receitas de cozinha e tricô." (página 253)

O papel da mulher na sociedade é algo bastante questionado por Calpúrnia na história, afinal de contas, é a sua vida que estão tentando moldar, são os seus sonhos que estão em jogo.

"- A mãe está ameaçando fazer com que eu aprenda um prato novo por semana. Talvez não seja tão ruim, mas a gente leva horas para fazer e em quinze minutos não tem mais nada. Aí a gente varre a cozinha, esfrega o balcão e tem de começar tudo de novo, sem um minuto de descanso. O que se ganha com isso? Como é que Viloa aguenta?
- É tudo o que ela sabe fazer - ele disse. - E quando tudo o que você sabe é aquilo, fica fácil suportar." (página 182)

" - Por que eu tenho de tomar conta dos bebês? Porque eu não posso levar mensagens? Por que eu não posso ganhar dinheiro?
- Porque você é menina - disse Lamar alarmado, farejando possível perigo.
- E o que isso quer dizer?
- Meninas não são pagas - caçoou Lamar. - Meninas não votam e não são pagas. Meninas ficam em casa." (página 229)

A formação dada à garota e aos demais alunos é algo questionado algumas vezes pelo avô de Calpúrnia, a escola se interessava mais em moldar comportamentos do que em transmitir conhecimentos.

"Um microscópio era uma coisa rara e valiosa. Não tínhamos microscópios na escola. Eu podia apostar que estava olhando para o único que havia entre Austin e San Antônio.
- Nós não temos nenhum na escola, vovô.
Aquilo fez com que ele parasse. - É mesmo? Não entendo o sistema moderno de educação de jeito nenhum.
- Nem eu. Temos de aprender a costurar, tricotar e bordar. Em Comportamento, eles fazem a gente andar em volta da sala com um livro na cabeça.
Vovô disse: - Acho que ler o livro de verdade é um jeito muito mais eficiente de absorvê-lo." (página 121)

Me identifiquei com algumas situações vividas pela garota e com sua família, tenho uma família pouco menor do que a dela, de forma que sua relação com os irmãos foi algo que me cativou. Harry era o mais velho, vê-lo deixando de ser uma criança como os demais e se tornando um adulto, era algo complicado para Calpúrnia, também vivi isso com um de meus irmãos mais velhos.

"Eu nunca tinha pensado em Harry como um adulto. Meus irmãos e eu sempre tínhamos sido crianças juntos, mas pela maneira como disse a palavra, eu soube que naquele segundo ele tinha atravessado alguma fronteira invisível para uma terra diferente, e nunca mais voltaria para nosso bando infantil." (página 98 e 99)

De todos os irmãos de Calpúrnia, Travis, de 10 anos, foi o que mais gostei. Ele tinha um bom coração e uma inocência encantadora, além de super fofo e apaixonado por animais. Foi ele quem protagonizou a cena que mais me emocionou no livro, me fazendo ficar com lágrimas nos olhos. Tem razão de a Calpúrnia sentir a necessidade de protegê-lo, mais um ponto onde me identifiquei, também já quis proteger um irmão menor.

"Ele parecia um pintinho recém-nascido: molhado, inseguro e sujeito a danos. Como é que eu conseguiria protegê-lo de um coração partido?" (página 167)

Calpúrnia é uma personagem inesquecível: por sua curiosidade, sua inteligência e também por seu bom humor.

"Considerávamos os vagalumes uma dádiva e as formigas uma praga, mas, pela primeira vez me ocorreu por que tinha de haver uma distinção. Todas elas não passavam de criaturas que tentavam sobreviver à estiagem, assim como nós. Pensei que Viola deveria desistir e deixá-las em paz, mas reconsiderei depois de descobrir que a pimenta do reino na salada de ovos não era pimenta coisa nenhuma". (páginas 14 e 15)

"Um dia eu teria todos os livros do mundo, prateleiras e mais prateleiras deles. Viveria em uma torre de livros. Leria o dia todo e comeria pêssegos. E, se algum jovem cavaleiro de armadura ousasse vir gritando em seu cavalo branco, me pedindo que soltasse o cabelo, eu o bombardearia com caroços de pêssego até que fosse para casa." (página 25)

Cada capítulo começa com uma citação do livro "A origem das espécies" de Charles Darwin.
Veio um marcador de páginas no livro, mas ainda não tive coragem de destacá-lo da orelha para usar.

Quis ler A evolução de Calpúrnia Tate por ter achado a sinopse interessante, além de ter gostado do título, mas o que me encantou inicialmente foi a capa linda, o livro é tão bonito! A diagramação da Única está muito boa, com margens, espaçamento entre as linhas e tamanho das letras grandes; as páginas são amareladas e tem uma textura porosa.

A evolução de Calpúrnia Tate se tornou um dos meus livro favoritos por combinar vários fatores: a escrita maravilhosa da autora, que fala de temas complexos e/ou comuns como o papel da mulher, a vida em família, o mundo científico e a passagem da infância para a adolescência de forma tão bonita e leve; o fato de a história se passar em outro século também trouxe um toque mais especial para a trama.

Sempre que alguém me pedia uma sugestão de leitura, independente da idade da pessoa, eu indicava o livro Extraordinário, da R. J. Palacio, agora passarei a indicar o livro da Jacqueline Kelly também, pois é tão extraordinário e perfeito quanto o da R. J. Palacio. August e Calpúrnia são igualmente encantadores! A evolução de Calpúrnia Tate pode ser um companheiro para crianças em idade escolar, despertando o gosto delas pela ciência, assim como pode tocar quem procura uma história sobre famílias ou apenas uma história divertida e bonita.

"Ele disse: - A lição de hoje é a seguinte: é melhor viajar com esperança no coração do que chegar em segurança. Você entende?
- Não senhor.
- Significa que temos de comemorar o fracasso de hoje, porque é um sinal claro de que nossa viagem de descobertas ainda não terminou. O dia em que o experimento der certo será o dia em que ela termina. E eu acredito, inevitavelmente, que a tristeza de terminar supera a celebração do sucesso." (página 266)

- É curioso - eu disse -, que as meninas tenham de ser bonitas. Na Natureza são os meninos que precisam ser bonitos. Veja o cardeal. Veja o pavão. Por que é que com a gente é tão diferente?" (página 335)

Espero ter conseguido mostrar para vocês o quanto A evolução de Calpúrnia Tate é incrível e maravilhoso, bonito por dentro e por fora, totalmente recomendado por mim. Agora, imaginem a minha alegria quando eu estava fuçando no Goodreads (espécie de Skoob internacional) e descobri que a autora escreveu mais um livro sobre a Calpúrnia!!! Pelo que li na sinopse, nesse segundo, o fofo do Travis vai aparecer um pouco mais. É claro que já estou doida por "The Curious World of Calpurnia Tate", ainda mais com a capa linda que ele tem.

* Tem promoção valendo 1 exemplar do livro no blog, inscrições até 02/05/2015.

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2015/04/resenha-premiada-livro-evolucao-de.html
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Isa 21/05/2021

Para fãs de Anne de Green Gables
Eu amo esse estilo de livro de cotidianos de adolescentes em séculos passados. A Calpurnia é uma criança cheia de personalidade e gostos diferenciados, mas eu ainda a acho muito retraída em alguns momentos, uma confiança que ela deve adquirir com a idade, ou no segundo livro que não tem traduzido :(
A família da Calpurnia foi uma das coisas que não gostei. O avô e o irmão Harry eram perfeitos, mas os pais eram muito rigorosos e ausentes, apareciam apenas para tentar molda-la e não apoiavam em nada, exatamente nada. E tem um monte de irmão de enfeite na história, a relação deles foi bem rasa.
O que eu mais queria ver era realmente a evolução da Calpurnia nos próximos anos, na entrada da adolescência, porque o jeito dela me agradou e as descobertas dela em relação ao mundo (fora da ciência) seriam muito interessantes de ver.

Fiz uma resenha completa no meu insta literário @euphorialiteraria
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Coruja 23/07/2015

Quando me deparei com esse livro pela primeira vez na livraria, foi um caso de paixão à primeira vista. Como não se apaixonar por uma capa tão linda? Infelizmente, na ocasião, eu estava de viagem e não pude compra-lo porque já tinha excedido na bagagem. Algum tempo depois, o Dé me deu o livro de presente em algum amigo secreto do clube do livro e fiquei, claro, ridiculamente feliz. Aí comecei a ler e a paixão se transformou em puro afeto, vez que esse é um livro que vai para muito além de um belo projeto gráfico.

Calpurnia – ou Callie Vee, como prefere ser chamada – é uma jovem nascida no Texas da virada do século XX. Ela está numa idade em que tem de começar a deixar a liberdade da infância pelas restrições de seu gênero – restrições essa que sua mãe está constantemente reforçando e a garota continuamente resiste. Em meio a esse embate, Callie, que é bastante inteligente e observadora, começa a se interessar pelo trabalho do avô, um naturalista amador – que se tornará seu principal aliado, ao permitir que a neta aprenda e descubra oportunidades que, por ser uma garota, não estariam normalmente abertas a ela.

Em outras palavras? Numa época em que mulheres não podiam sequer votar e eram criadas única e exclusivamente para casar e ter filhos, Calpurnia Tate sonhava ser uma cientista.

Como protagonista, Callie é exatamente o tipo de personagem que costumo favorecer: inteligente, questionadora, corajosa e disposta a desafiar preconceitos e convenções. Ela nem sempre é simpática e positiva – um paradigma imposto pelo sucesso de Pollyana para protagonistas femininas juvenis – e, por isso mesmo, ela me parece tão interessante: Calpurnia é extraordinariamente humana e autêntica. Sua resiliência e obstinação, seu desejo por conhecimento, são qualidades muito mais admiráveis que a aceitação pura e simples do que os outros acham que deve ser nossa ‘parte na vida’.

Aliás, como uma introdução ao debate sobre gêneros, o papel da mulher na sociedade, este é um livrinho fantástico. Doloroso em algumas partes, em especial nos embates entre as concepções de mundo de Calpurnia e da mãe – e me entristece ver que aqui é a mãe que age como principal força repressora, enquanto o avô excêntrico faz às vezes de liberal (embora ele nunca se oponha de fato ao que a nora diz).

É um excelente livro sobre a passagem da infância para adolescência, sobre crescer, sobre encontrar nosso lugar no mundo. Por mais que a história se passe às vésperas do século XX, ele é extremamente atual. Ao final das contas, A Evolução de Calpurnia Tate é um daqueles títulos que eu queria de ter lido mais nova: eu gostaria de ter crescido com Calpurnia como minha heroína.

Esse ano foi publicada uma continuação e estou ansiosa para colocar minhas mãos nele. O primeiro livro termina numa nota esperançosa, mas é difícil acreditar que a trégua da mãe da Callie dure por muito tempo... Mas quero acreditar que, no final das contas, elas consigam se entender e Callie possa fazer aquilo que ama.

site: http://www.owlsroof.blogspot.com.br/2015/07/para-ler-evolucao-de-calpurnia-tate.html
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