Alexandre 19/02/2015
Do Caminho mais bonito...
Existem dobraduras floridas nas vestes do amor, deste ébrio sentimento que se propaga pelos detalhes furtivos e mudos da vida. Dentre os caminhos brotam frondosos jardins, enunciados plenos do afeto que flui, desaloja e desabriga. E a inspiração rege – e rega – as pétalas, que brotam entumecidas com uma esperança singular. “O Caminho das Flores”, rota construída pelas mãos da jardineira Editora Penalux, abriga, em suas ricas e fragrantes pétalas, uma sensibilidade que incide luz, demonstrando que a vida nasce em nós, e floresce no peito ecos de um sentimento real, retumbante no mais fundo de nossas reclusões.
Tâmara Abdulhamid semeia flores com seu modo paciente e doce de elucidar os gestos que o amor lhe traz. Dedilha com maciez a rota do bem que o afeto lhe preenche, recitando em um timbre irrepreensível a melodia e a imensidão do seu amar. Ela sorri assoprando inspiração, vestes para suas nuas aflições, soluções para suas irrequietas e intrometidas perturbações. Fala do amor como quem respira e quem sobrevive sem perceber o motivo, sem distinguir sangue e oxigênio, sem nem ao menos precisar, mas mesmo assim ainda sorrir. Suas articulações parecem funcionar sem que ela interfira. Ela ama sem sair do lugar, voa sem notar o alcance em que suas asas de pássara lhe levam. Tamanha é a naturalidade de seu enternecimento, que ela ama ao menor sinal de vida e verdade. Em meio a lapsos de solidão, ela esbarra seus delitos no território da doçura, na dimensão imensurável de um universo feito para ser amado (por ela), enriquecido pelos sonhos onde há uma entrega absoluta sem receios e amparada pelo colo do tempo conselheiro. Suas flores caminham entre si, feito abrigo que aninha os sonhos mais férteis e extingue as dores mais áridas.
“O Caminho das Flores” é uma alameda de carinhos, de declarações suntuosas para (um) o amor, uma ode com feixes de encanto, um alívio rente à alma aplumada com uma preciosidade de caráter único. Tâmara semeia flores dentro de nós, um olhar recipiente, que acolhe as belezas e suas singularidades de forma furtiva, quase imperceptível. Sua sutileza é de uma engenharia difícil de reproduzir. Leia esse livro e aprenda a fluir, a amar sem sentir, a viver nessa roda gigante do amor, que ora nos olha, que ora nos mata, que ora nos falta, mas que sempre é grande.