Julia G 11/03/2015Anelisa sangrava flores Depois de terminar a leitura de Anelisa Sangrava Flores, de Anderson Henrique, tive de refletir muito antes de decidir o que exatamente gostaria de escrever sobre o livro. Talvez meu comentários não sejam tão claros ou racionais quanto deveriam, mas neste momento as palavras me guiam - não eu a elas.
Anelisa é um livro de contos, que se inserem na categoria "fantástica", e talvez não haja melhor definição para cada um deles. Anderson deixa a imaginação fluir em cada pequena estória, trata de seres já conhecidos, como vampiros e gigantes, mas também cria seus próprios, como a protagonista do conto que dá nome ao livro.
Com uma narrativa bem desenvolvida, o autor surpreende pela fluidez de seu texto. Os contos, curtos por sua própria natureza, decorrem com tal rapidez que é fácil flagrar-se querendo aprofundar o enredo e conhecer mais. Pelas informações que obtive, este é o primeiro livro do autor, mas não existe qualquer superficialidade ou desajuste que por vezes são perceptíveis em obras de autores "iniciantes". Gostei realmente da obra, especialmente porque me vi mergulhada em cada conto sem questionar, e percebi que queria mais.
Em cada conto, também, percebem-se toques de melancolia e doçura, sentimentos nostálgicos e, quase sempre, românticos. Essas características são essenciais para a beleza do texto, e parecem mostrar uma faceta idealista do autor: pode ser apenas impressão, mas os citados elementos estavam presentes em todo o livro, o que me levou a construir essa percepção.
O único ponto controverso na obra foi que havia tantos elementos fantásticos e tantos aspectos subentendidos que, em alguns dos textos, fiquei por horas tentando entender se havia uma construção surrealista e um significado maior por trás, ou se o texto se limitava a dizer o que queria dizer, sem sentidos ocultos, por meio de linguagem figurada. Isso porque, em alguns textos, essa significação não dita está clara; em outros, eu realmente não consegui identificar, além do fantástico pelo fantástico.
De maneira geral, Anderson Henrique me surpreendeu, seja pela criatividade ímpar, seja pela desenvoltura na escrita e aprofundamento comedido de cada conto. Tenho de agradecer o contato e a oportunidade de conhecer seu trabalho, que se tornou uma ótima companhia em noites de insônia.
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