Uma Constelação de Fenômenos Vitais

Uma Constelação de Fenômenos Vitais Anthony Marra




Resenhas - Uma Constelação de Fenômenos Vitais


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Leiturasdamarina 20/02/2020

Que livro!! Meu Deus!!
Sem palavras pra descrever tantas emoções que senti!! Meu coração tá apertado, os olhos inchados e estou tentando digerir essa obra. Um texto primoroso, poético, dramático, forte, triste, duro, real(?)... Inesquecível e é tudo que consigo dizer agora!
Bia 20/02/2020minha estante
Eu me apaixonei tanto por esse livro, ele tem tudo muito bem amarrado e a escrita do autor é apaixonante, mas o outro livro dele me decepcionou um pouco


Leiturasdamarina 20/02/2020minha estante
Nossa, eu tô destruída aqui, querendo chorar..sei lá. Que livro!! Ele foi sensacional em tudo, principalmente na forma como amarrou a história toda. Quero conhecer mais do trabalho dele, mas preciso me recuperar desse primeiro!rs




Evy 06/10/2015

É difícil falar sobre certas coisas, normalmente o que você quer falar acaba distorcido em meio a palavras e seus significados que nunca de fato expressam o que sua mente quer explicar. Falar sobre esse livro não é simples, ele não é um romance, ele não é um livro apenas sobre a guerra na Chechênia... de fato, atrevo-me a dizer que esse livro vai mais além disso tudo, esse livro é daqueles que para cada pessoa terá um significado diferente.

Não é uma leitura fácil para aqueles que não gostam de uma leitura mais reflexiva ou que o encaram como um romance, aqui o autor não se limita a isso. Se vê aqui uma dissecação detalhada de cada personagem, situações. Seria interessante o livro terminar de uma forma diferente, deixando-nos ao terminá-lo com uma sensação repleta, e talvez, mais esperançosos. Mas para essa história cada palavra foi necessária. Se aqui houvesse um desfecho diferente faria dessa história apenas uma entre tantas.

No cenário da Chechênia de 2004, intercalando por momentos ao passado passando pelas guerras e suas consequências tidas neste local, o livro nos apresenta Havaa (uma criança, que como informa a sinopse, acaba de ter seu pai sendo levado por soldados russos), Akhmed (um médico fracassado acometido por erros do passado), Sonja (uma amargurada médica de etnia russa), Khassan (um idoso, ex-soldado da segunda guerra mundial, atormentado não só pelos erros do passado, mas pelos erros do filho no presente), Ramzan (filho de Khassan) e Natasha (irmã de Sonja).

A história se intercala entre todos esses pontos de vista, e algo que poderia ter sido confuso, acaba não sendo. Cada personagem daqui se sente como pessoas realmente reais, personagens no qual você acaba se conectando melhor por saber de seus defeitos. Não é que a guerra simplesmente expôs um lado ruim desses personagens, ela apenas expôs nuances deles que já estavam lá, mas que não apareciam com tanta frequência.

Esse livro vale muita a pena ser lido, quando se fecha ele você ainda fica com os resquícios da história por um bom tempo flutuando por sua mente. É impossível algo seu não mudar, você não se questionar certas coisas que você tem dado como certas.

Anthony Marra está de parabéns.

“Talvez nosso amor mais profundo já esteja inscrito dentro de nós, assim seu objeto não cria uma nova palavra, mas, ao contrário, permite-nos ler aquela já escrita."
Ana 09/08/2016minha estante
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06/01/2017

Vale o "sacrifício"...
As personagens são carismáticas, porém o enredo vai se desenrolando de uma forma um tanto "arrastada", com descrições e dados históricos demais. Apesar de ser um livro repleto de pequenas e grandes tragédias, há poesia nas atitudes e nas relações, o que não permite que o leitor desista. O desfecho vale a pena... Real, sólido, e ao mesmo tempo belo.
Paula 13/07/2017minha estante
Amei seu poder de síntese!




Sergio 11/09/2014

Uma guerra de sentimentos
Havaa, uma criança de oito anos, esconde-se na floresta após ter seu pai levado por soldados e sua casa inteiramente incendiada. Akhmed, seu vizinho, a encontra em meio as árvores e decide que precisa cuidar da garota, já que o pai dela, Dokka, fora desde sempre um excelente amigo para com ele. Percebendo que não há como manter a garota à salvo dentro da vila em que vivem onde informantes delatam qualquer um por qualquer trocado Akhmed resolve tentar a sorte e leva a garota até o hospital da cidade mais próxima, único local onde acredita que ela pode estar a salvo.

O hospital, que um dia já contou com mais de quinhentos funcionários, hoje funciona apenas com uma única médica, Sonja. Estando no nível mais baixo não apenas de sua carreira profissional, mas também de sua vida emocional, a rotina da médica basicamente se resume a amputar membros dilacerados por estilhaços de bombas e minas terrestres. Akhmed, que nunca havia tido nenhum tipo de contato com Sonja durante toda a sua vida, tenta convencê-la de que é necessário abrigar Havaa nas dependências do hospital; caso contrário, a menina acabará tendo apenas um rumo: a morte nas mãos dos militares.

Akhmed, um médico incompetente mas com um excelente coração, formou-se entre os últimos alunos de sua classe por faltar as aulas de laboratório para assistir aulas de artes, o que lhe rendeu excelentes dotes artísticos, mas acarretou em sua inabilidade e incompetência para as ciências biológicas. Conseguindo convencer Sonja a abrigar a menina, Akhmed vira também auxiliar dela, trabalhando no hospital em todas as áreas necessárias. As perdas materiais e psicológicas dos dois fará com que eles se apeguem de uma forma singular à menina; apego esse que durante o enredo se solidifica cada vez mais, transformando o relacionamento do trio em algo poderoso.

Sendo o romance de estréia de Anthony Marra, "Uma Constelação de Fenômenos Vitais" é muito mais que "apenas um livro". Abordando temas sérios como a guerra não apenas a da Chechênia, que é o foco da narrativa, mas também a primeira e segunda guerra mundial , o autor traz uma seriedade enorme ao enredo. Porém, Anthony consegue nos passar todo o conteúdo de uma forma leve e descontraída, sempre se utilizando de diálogos com uma pitada de humor.

Os personagens são muito bem descritos e trabalhados. Com o decorrer da história, conseguimos perceber uma evolução significativa em cada um deles e na relação que possuem uns com os outros de indiferença à imprescindibilidade. Outra coisa que acabamos descobrindo durante a leitura é que todos os personagens estão ligados, de uma forma ou de outra, formando assim uma teia robusta e complexa.

A guerra, é claro, acarreta diversos transtornos, entre eles a separação de familiares. Ponto bastante explorado no enredo é a necessidade que possuímos em termos tudo que consideramos "nosso" ao alcance. A obra aborda de forma consistente a defesa da amizade, embora nos mostre que sempre há falsos amigos, e que devemos ter muito cuidado com eles. A trama se passa entre diversas idas e vindas em uma linha de tempo com cerca de dez anos, indo de 1994 até 2004. Nela, viajamos do presente ao passado, para assim podermos compreender melhor todos os fatos expostos na obra.

Entre as diversas cenas aterrorizantes de dilacerações e desmembramentos, encontra-se também passagens singelas e tocantes. Bato na mesma tecla novamente: alguns dirão que esse livro é "mais um livro histórico clichê que aborda guerras, cenas fortes e mortes intercaladas com situações melosas", mas essa frase está longe de representar o que realmente a obra oferece.

Cabe a vocês decidirem e tomarem suas próprias conclusões, mas já deixo dito que Uma Constelação de Fenômenos Vitais é, até o presente momento, o melhor livro lido por mim no ano. Simples, mas bem escrito; tocante, mas sem ser piegas; forte, mas sem ser grotesco. Uma história de superação, amor e confiança narrada de forma elegante e reflexiva.

site: www.decaranasletras.blogspot.com
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Jacqueline 17/09/2014

O acaso pode ser uma constelação de fenômenos vitais, que se interligam.
Em menos de uma semana, este foi o segundo livro que li, que se passa na época da guerra. Desde o momento em que bati os olhos nessa capa, e no título - que curiosamente chamou mais atenção do que a capa em si -, nutri uma expectativa enorme quanto a leitura.
Tramas ambientadas durante a guerra, geralmente - pra não dizer sempre - exercem um estranho poder sobre mim. Não há um livro sobre guerra que não tenha me feito chorar. Bem, isso acabou de mudar.

"Vida: uma constelação de fenômenos vitais - organização, irritabilidade, movimento, crescimento, reprodução, adaptação" (pág.167)

Havaa, de 8 anos, testemunha sua casa pegando fogo, logo após seu pai ter sido levado embora por soldados russos. A garota é encontrada na floresta por seu vizinho, Akhmed, que acredita que ela ficará a salvo em um hospital abandonado, comandado por uma única médica.
Sonja, a cirurgiã chefe que comanda o hospital realizando amputações em pacientes dilacerados por minas terrestres, tenta argumentar com Akhmed que o hospital não é um orfanato, mas logo é convencida por ele a deixá-la permanecer ali, em troca dele trabalhar para ajudá-la.

"Eu amputei mil e seicentas e quarenta e três penas. Você amputou três e acha que tem o direito de me diagnosticar?" (pág. 147)

Minha relação com livros altamente elogiados no Goodreads é sempre tensa. Mesmo que eu lute contra, a expectativa é sempre um fator que me corrói por dentro. E esse foi o caso dessa obra. Ao saber que se passava durante a Primeira e Segunda Guerra da Chechênia, eu me obrigei a amá-lo, mas as coisas não funcionaram assim.
Primeiramente, é reconhecível o talento indescritível do autor. Marra nem de longe deixa transparecer que este é seu primeiro romance. Ele escreve com o conhecimento de quem já tem dezenas de obras publicadas, e nem em um milhão de anos eu adivinharia que está era sua estreia. Isso já fica claro já nas primeiras linhas, e também pela grandiosa pesquisa que realizou sobre a Chechênia e suas guerras. No site do autor, inclusive, temos fotos do período em que ele visitou o país para suas pesquisas. Aconselho que você dê uma espiadinha lá antes de iniciar a leitura do livro, pois ajuda na hora de "montar" um cenário na mente.
Sua escrita é elegante e equilibra uma linguagem poética com passagens prosaicas. Em um primeiro momento estranhei ler um foda-se em meio a parágrafos floreados e líricos. Em um segundo momento me acostumei com essa constante variação. Amo quando autores se permitem ousar. Os diálogos entre Sonja e Akhmed são prova disso, com seus toques bem vindos de humor, em meio ao caos e amputações.

" O trabalho da vida de alguém poderia ser esfregar vasos sanitários. Um trabalho não é significativo apenas porque a pessoa o faz durante toda a vida" (pág. 53)

O meu conhecimento sobre a Chechênia era zero, afora o fato dela ter pertencido a antiga União Soviética. A leitura me proporciou um alto conhecimento sobre os períodos da 1º e 2º guerra da Chechênia. E quando digo alto, quero dizer que sim, tiveram momentos enfadonhos, o que não tira o mérito da narrativa. A história do país é fascinante, e em alguns trechos eu quase podia visualizar um guia discorrendo sobre a destruição provocada na capital Grozny, ou sobre a expatriação dos chechenos. Contudo, Anthony constantemente se perdia em detalhes, que transformavam uma simples saída de Sonja em busca de suprimentos para o hospital, em uma odisséia de 10 páginas. Pode soar extremamente contraditório, mas parece que as 332 páginas foram poucas para transmitir tanto conhecimento sobre um longo período da história.
Apesar de abordar apenas os 5 dias em que Havaa permanece no hospital, o enredo abrange alguns anos após a dissolução da União Soviética (1994), até 2004. São 10 anos, com constantes saltos no tempo. Como eu adoro um desafio, e livros que além de entreter agregue alguma espécie de conhecimento, gostei da forma como o autor nos coloca para pensar, e lembrar de cada personagem no vaivém do tempo.

Sobre os personagens, todos eles tem algo em comum: a dor da perda. Seja pela irmã que sumiu sem avisar, ou o pai desaparecido, ou a incapacidade da esposa por causa de uma doença. Todos eles são sobreviventes de alguma forma, e caminham rumo ao futuro desconhecido, com a esperança de suas doces lembranças. Apesar de explorar o lado humano de cada um, não senti aquela empatia necessária para me conectar aos seus dramas, e chorar por eles. Não derramei nenhuma lágrima, quando jurava que transformaria minha sala em um rio.
Mas de alguma forma, cada traço da personalidade deles, ficará gravado em mim por muito tempo: a ingenuidade e sagacidade da pequena Havaa, o altruísmo de Akhamed, a inflexibilidade e humor variável de Sonja, o amor e humanidade de Natasha, a preocupação de Dokka, a culpa de Ramzan, o sacrifício de Khassan. Nunca vou me esquecer do médico que se formou entre os dez piores (Akhmed), e da médica (Sonja) que se formou entre os melhores.
O que mais me surpreendeu, foi as coincidências que ligavam a vida de cada personagem. Suas vidas se entrelaçavam de maneira simples, mas o peso de cada descoberta liberava centelhas de pequenas choques em mim. Era como se Anthony estivesse dizendo: está vendo, nada é tão simples como parece. O acaso pode ser uma constelação de fenômenos vitais, que se interligam.

A diagramação é bem simples, e as páginas amarelas confortáveis para a leitura. A revisão tem alguns deslizes, achei um nome de personagem trocado, que provavelmente será corrigido nas próximas edições. A capa à primeira vista parece simples, mas em mãos é bem mais bonita, salpicada de estrelas em dourado. Gostei bem mais do que a original.

Uma Constelação de Fenômenos Vitais explora pequenas casualidades em meio a uma guerra devastadora. Sensível e comovente, triste e engraçado. Inesquecível.

Para ver foto da capa, visite o blog: http://www.mybooklit.com/2014/09/resenha-uma-constelacao-de-fenomenos.html#.VBpJ1JRdWn0

site: www.mybooklit.com
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De Cara Nas Letras 14/03/2015

Uma Constelação de Fenômenos Vitais - Anthony Marra
Havaa, uma criança de oito anos, esconde-se na floresta após ter seu pai levado por soldados e sua casa inteiramente incendiada. Akhmed, seu vizinho, a encontra em meio as árvores e decide que precisa cuidar da garota, já que o pai dela, Dokka, fora desde sempre um excelente amigo para com ele. Percebendo que não há como manter a garota à salvo dentro da vila em que vivem onde informantes delatam qualquer um por qualquer trocado Akhmed resolve tentar a sorte e leva a garota até o hospital da cidade mais próxima, único local onde acredita que ela pode estar a salvo.

O hospital, que um dia já contou com mais de quinhentos funcionários, hoje funciona apenas com uma única médica, Sonja. Estando no nível mais baixo não apenas de sua carreira profissional, mas também de sua vida emocional, a rotina da médica basicamente se resume a amputar membros dilacerados por estilhaços de bombas e minas terrestres. Akhmed, que nunca havia tido nenhum tipo de contato com Sonja durante toda a sua vida, tenta convencê-la de que é necessário abrigar Havaa nas dependências do hospital; caso contrário, a menina acabará tendo apenas um rumo: a morte nas mãos dos militares.

Akhmed, um médico incompetente mas com um excelente coração, formou-se entre os últimos alunos de sua classe por faltar as aulas de laboratório para assistir aulas de artes, o que lhe rendeu excelentes dotes artísticos, mas acarretou em sua inabilidade e incompetência para as ciências biológicas. Conseguindo convencer Sonja a abrigar a menina, Akhmed vira também auxiliar dela, trabalhando no hospital em todas as áreas necessárias. As perdas materiais e psicológicas dos dois fará com que eles se apeguem de uma forma singular à menina; apego esse que durante o enredo se solidifica cada vez mais, transformando o relacionamento do trio em algo poderoso.

Sendo o romance de estréia de Anthony Marra, "Uma Constelação de Fenômenos Vitais" é muito mais que "apenas um livro". Abordando temas sérios como a guerra não apenas a da Chechênia, que é o foco da narrativa, mas também a primeira e segunda guerra mundial , o autor traz uma seriedade enorme ao enredo. Porém, Anthony consegue nos passar todo o conteúdo de uma forma leve e descontraída, sempre se utilizando de diálogos com uma pitada de humor.

Os personagens são muito bem descritos e trabalhados. Com o decorrer da história, conseguimos perceber uma evolução significativa em cada um deles e na relação que possuem uns com os outros de indiferença à imprescindibilidade. Outra coisa que acabamos descobrindo durante a leitura é que todos os personagens estão ligados, de uma forma ou de outra, formando assim uma teia robusta e complexa.

A guerra, é claro, acarreta diversos transtornos, entre eles a separação de familiares. Ponto bastante explorado no enredo é a necessidade que possuímos em termos tudo que consideramos "nosso" ao alcance. A obra aborda de forma consistente a defesa da amizade, embora nos mostre que sempre há falsos amigos, e que devemos ter muito cuidado com eles. A trama se passa entre diversas idas e vindas em uma linha de tempo com cerca de dez anos, indo de 1994 até 2004. Nela, viajamos do presente ao passado, para assim podermos compreender melhor todos os fatos expostos na obra.

Entre as diversas cenas aterrorizantes de dilacerações e desmembramentos, encontra-se também passagens singelas e tocantes. Bato na mesma tecla novamente: alguns dirão que esse livro é "mais um livro histórico clichê que aborda guerras, cenas fortes e mortes intercaladas com situações melosas", mas essa frase está longe de representar o que realmente a obra oferece.

Cabe a vocês decidirem e tomarem suas próprias conclusões, mas já deixo dito que Uma Constelação de Fenômenos Vitais é, até o presente momento, o melhor livro lido por mim no ano. Simples, mas bem escrito; tocante, mas sem ser piegas; forte, mas sem ser grotesco. Uma história de superação, amor e confiança narrada de forma elegante e reflexiva.

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Hellen @Sobreumlivro 06/09/2015

Acompanhe outras resenhas pelo ig @sobreumlivro
"Em sua indiferença, ele viu a verdade de um mundo no qual não queria acreditar, aquele em que um ser humano pode ser descartado tão facilmente quanto um fiapo de tecido."

Em uma noite fria na Chechênia, o médico incompetente Akhmed observa seu velho amigo de infância ser levado por soldados russo, que logo após ateiam fogo a casa. E ao encontrar Havaa escondida na floresta, ele sabe que precisa fazer algo, e mesmo que precise se arriscar, ele deve isso ao amigo. Então, eles partem para o único local onde acredita ser seguro: um hospital.
Lá eles conhecem Sonja, uma excelente medica, que vive a procura da sua irmã, que sumiu anos atrás.
____

Confesso que foi um pouco difícil terminar esse livro, porque tem partes que são bem chatinhas - isso acontece devido aos capítulos longos e as longas partes falando sobre a guerra. Entretanto, tem uma premissa tão bem escrita e uma história tão bonita que todos merecem ler.

" Talvez nosso amor mais profundo já esteja inscrito dentro de nós, assim seu objeto não cria uma nova palavra, mas, ao contrário, permite-nos ler aquela já escrita. "

A história se passa entre 1994 a 2004, e durante essa década, conhecemos mais sobre os personagens e sobre as guerras e ocupações que destruíram a Chechênia. Anthony Marra vai deixando pontas soltas, o que é bem interessante, e tantos pontos de vista faz com que nós possamos compreender melhor a história.

O livro vai crescendo na mesma medida em que é selada a confiança entre Akhmed e Sonja. Os anos passados em meio a guerra faz do livro uma preciosidade. Uma constelação de sentimentos e perdas.

A principal mensagem dessa história é que a esperança é algo tão rijo e inabalável que nem mesmo a guerras e todas as perdas que dela provém conseguem destruir.
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Joana Oliveira 30/08/2016

Amável
Uma Constelação de Fenômenos Vitais é um livro espetacular. Narrado em terceira pessoa, nos traz diferentes núcleos de personagens que, de alguma forma se interligam. Anthony Marra conseguiu me tocar bem lá no fundo do peito em cada página escrita.
Apesar de a sinopse nos mostrar a história de uma criança que perdeu o pai na guerra, não é exatamente isso que acontece. Havaa pode ser a personagem principal por ser ela que liga todos os outros, porém a garota é só uma ponte. Sua história não é o primeiro plano, aliás nenhuma delas é. O que só faz aumentar a maravilhosidade deste livro.
" O trabalho da vida de alguém poderia ser esfregar vasos sanitários. Um trabalho não é significativo apenas porque a pessoa o faz durante toda a vida."
página 53
O que me fez parar um pouquinho a leitura e pensar foi a história de Khassan com seu filho Ramzan. Uma série de "E se?" se passaram pela minha mente. E se eu tivesse agido de tal forma, alguma coisa teria mudado?
"Embora você não possa escolher seu filho, assim como não pode escolher seu pai, pode escolher como vai tratá-lo, e Khassan escolheu tratá-lo como se ele não estivesse ali."
página 76
Ramzan aliás, é para mim o personagem mais intrigante e talvez o que mais retrate (de forma simbólica ou não) algumas pessoas que conhecemos no mundo. Suas atitudes são muito duvidosas, mas e se estivéssemos no lugar dele, no dilema de proteger sua família, embora isso signifique perder o amor de seus amigos e de quem ama, ou não ceder às tentações, mesmo que isso signifique morte certa para si e todos a sua volta? Será que faríamos outras escolhas? Será que tomaríamos as mesmas decisões de Khassan, o pai que sofre com as tomadas pelo filho?

Este livro é um relato sobre guerra, lutas, farsas, morte. Mas também retrata o amor mais puro que pode existir. É uma história pesada, triste, mas também é leve, linda e suave. Uma avalanche de sentimentos que te faz chorar de tristeza e de felicidade.
"Há mapas que mostram como chegar aonde você quer ir, mas não existem mapas que mostrem como chegar ao momento que que você quer estar.
página 94
Com simplicidade e ao mesmo tempo sem papas na língua, o autor traz uma série de tapas na cara e reflexões. É uma história sobre vida e sobre morte que vale cada página virada.
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Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 05/09/2016

JÁ LI
A narrativa é focada em Havaa, uma menina de cerca de oito anos de idade que vê seu pai ser levado por soldados chechenos durante a guerra. Depois de ter a casa incendiada, Havaa se refugia em um hospital abandonado, onde passa a ser cuidada por Sonja, uma das poucas médicas que não fugiram ou morreram na guerra. Sonja, por sua vez, não quer estabelecer vínculos emocionais muito profundos com a garota, em virtude das próprias perdas e traumas que sofreu por causa da guerra. Ao longo da estória, Sonja percebe que Havaa tem várias conexões com sua irmã desaparecida e começa a investigar o paradeiro de sua irmã.

A narrativa se desenvolve ao redor desta atmosfera de guerra, violência, perdas e abandonos, e Anthony Marra preocupa-se em trazer romance e esperança mesmo em meio ao drama de ambas. A relação entre Havaa e Sonja vai se estabelecendo aos poucos, e é interessante perceber a evolução emocional de ambas, bem como as tentativas de superar os horrores da guerra.

Gosto bastante de livros que se ambientam em cenários fora do eixo Estados Unidos - Inglaterra, pois acho que nos enriquecem com culturas e pontos-de-vista diferentes. O que me chamou a atenção neste livro foi exatamente este aspecto, onde o cenário de fundo não era os EUA nem a Segunda Guerra Mundial, como é de praxe nas estórias sobre guerra. E, de fato, o livro mergulha nas guerras ocorridas ao longo dos anos na Chechênia, um contexto bem diferente do padrão.

O único problema deste livro, na minha opinião, foi que Anthony partiu do princípio de que nós, leitores, sabíamos do que ele estava falando. Mas não sabemos. (Convenhamos: quem é expert ou, pelo menos, conhecedor, das guerras na Chechênia?). Ele não explica as palavras usadas no livro (em russo? em checheno? não consegui identificar qual idioma era aquele), não aprofunda os conceitos da guerra e não conceitua o pano de fundo da estória. Esta ausência de explicações, ou esta premissa de que não é preciso explicar nada, me afastou, como leitora, das emoções das personagens e de seus conflitos entre si.
Este livro poderia ser maravilhoso, de fazer chorar e emocionar, se o escritor (ou o editor) não tivessem assumido que todos os leitores entendem o cenário político complicado da Chechênia. Eu gostaria de entender, de verdade.

site: http://perplexidadesilencio.blogspot.com.br/2015/04/ja-li-2.html
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anabê @anabialeiroz 22/08/2017

Grande potencial narrativo que se perde
Comprei o livro na Bienal de 2015 com a intenção de conhecer mais sobre uma história que não é contada na escola.
Eu amo romances em que o pano de fundo traz o lugar como um personagem vivo. Vi isso em Outlander com a Escócia, em Zafón com A sombra do vento e O jogo do anjo, em Persépolis e o Irã...
Nesse ponto a Chechênia foi bem representada. Ela é um personagem. Mas um personagem em estado terminal e, como muito bem narrado por Marra, uma constelação de vidas que se interligam pelas constantes tragédias que se tornam suas vidas.

O Anthony tem um potencial narrativo absurdo. Algumas passagens do livro são lindas e repletas de inocência, gentileza, carinho, amor. As metáforas para as perdas cíclicas são maravilhosas. Mas eu tenho um problema com a forma como a história foi contada e um livro com partes ótimas não é sinônimo de um livro ótimo

A linha do tempo não funcionou para mim. Alguns personagens secundários se ligavam como estrelas menores na constelação mas por alguns momentos eu não consegui sentir identificação.
É um livro pesado, com uma carga emocional enorme, pontuado pelos eternos silêncios e neve e frio e guerra e perdas e todas as coisas que não aconteceram porque a Chechênia se tornou um campo de batalha. Aí acredito que o livro se perde um bocado. Apesar de terem finais, as histórias são tão densamente contadas que parecem se perder em maquinações.

Não é um livro fácil de ler. É bem cansativo na verdade e foi difícil prosseguir a leitura. Apesar disso, fiquei feliz em terminar e ter uma sensação de quase completude. É uma história linda, bem executada mas simplesmente não encaixou.
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Phenricke 17/10/2017

Chorei
Simplesmente perfeito.
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Camila Faria 12/09/2018

Uma menina escondida na floresta observa o pai ser levado no meio da noite por soldados russos, enquanto sua casa arde em chamas. A cena também é observada pelo vizinho de frente e amigo da família, que se encarrega de buscar refúgio para a criança num hospital abandonado, onde uma única médica permanece atendendo pacientes e buscando informações sobre a irmã desaparecida. Uma história complexa que se passa entre 1994 e 2004 na Chechênia, um período de grandes conflitos armados entre grupos rivais chechenos e o exército da Rússia (incluindo duas guerras e mais de 150 mil mortos). A narrativa é muito bem amarrada, com personagens cujas histórias de vida se entrelaçam de forma realista e inesperada ~ e é bacana observar como essas revelações vão sendo liberadas aos poucos, ao longo do desenrolar da história (sem aquele vício terrível da “reviravolta” e do “final surpreendente”). Mas, por algum motivo, eu não consegui me conectar muito com o universo criado pelo autor. Não me entendam mal, o livro é super bem escrito e a temática é sensível e tocante, mas achei tudo um pouco morno e acabei demorando tempo demais para ler (o que certamente diminuiu a minha experiência de leitura).

site: http://naomemandeflores.com/os-quatro-ultimos-livros-23/
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Evy 30/12/2018

Que grata surpresa!
De volta a Chechênia dessa vez através da imaginação do talentoso Anthony Marra. Embora seja uma ficção (todos os livros que li sobre a Chechênia são relatos sobre a guerra) o livro não deixa nada a desejar, o autor consegui interagir ficção com acontecimentos reais de uma forma bem natural.
Com uma narrativa que me prendeu do começo ao fim, Uma constelação de fenômenos vitais é um excelente livro para quem quer conhecer um pouco soube a guerra da Chechênia sem ter que ler livros jornalísticos ou biográficos.
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Lilyan 03/03/2019

Leitura densa e excelente...
Um romance com muitos fatos históricos de 1994 a 2004, a Guerra na Chechenia...o livro mostra a vida, a morte, a luta, e tudo o que o povo, passava. O autor pesquisou muito e foi incrível nas descrições, em colocar tudo isso no romance. A leitura às vezes é densa, cansativa, pelos fatos históricos, pelos sentimentos que passamos, não sei ao certo.
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