Letícia 11/02/2018
Foi o que coube na mochila
Werner, Arabella, Gabriel, Dandara e Breno: cinco pessoas que moram em lugares diferentes, fazem coisas diferentes e de personalidades diferentes, recebem uma mesma carta com uma passagem de avião para Manaus, vale hospedagem e crédito, sem nenhuma explicação do que se trata. Todos ficam um pouco desconfiados, mas cada um tem um motivo para acreditar que tudo é verdade.
Ao chegarem em Manaus os 5 conhecem Roberto Carlos, um guia turístico da Floresta Amazônica que sabe tudo sobre ela, e Amélie, uma chef de cozinha francesa que trabalha no hotel.
Quando os sete saem em um passeio pela floresta, acabam se perdendo e Amélie é atacada por um animal. Ninguém viu nem ouviu nada, mas ela jura que está passando muito mal e que precisa de uma certa planta para sobreviver. Ela não deixa que ninguém toque nela, só diz que eles precisam ir rápido encontrar o pajé ou ela vai morrer. Todos vão, por estarem com medo de serem responsáveis pela morte de Amélie por não ter querido ajudá-la.
Será que tudo é verdade ou Amélie está só fingindo? Que planta será essa? O que explica os acontecimentos estranhos que se sucedem após eles tomarem posse dela?
Eu peguei este livro na biblioteca porque um dos autores dele é o Carlos Urbim, escritor que eu adorava quando tinha uns 6 ou 7 anos. Não me decepcionei, o livro é muito legal.
Ele é dividido em 4 partes (dessa vez a divisão faz sentido): a 1ª é a maior e fala sobre a viagem dos personagens e boa parte da trilha que eles fazem, no tempo presente. A 2ª parte é quando entendemos quem é Amélie, no passado. A 3ª parte volta para o presente e nela acontece o desfecho da estória. A 4ª parte é um epílogo no futuro, que fecha o livro com chave de ouro.
Eu adorei como eles criaram uma estória bem imaginária, mas que tem realidade junto. Também gostei que três dos personagens são gaúchos, um de Sarandi, o outro de Picada Café e a outra de Porto Alegre. Eu nunca havia lido nenhum livro com personagens gaúchos, foi legal ler as falas com linguagem daqui e com tudo conjugado no "tu". Outra coisa que gostei foi da mistura de passado, presente e futuro, ficou bem legal e teve tudo a ver com a estória.
Não tem nada de ruim no livro, a estória é muito boa, além de ter uma diagramação linda com pequenas ilustrações que combinam com o que terá no capítulo.
É sempre bom ler um livro brasileiro, ainda mais quando é de escritores do nosso estado, pra se convencer de que existem pessoas muito criativas e inteligentes no lugar onde nós moramos e que nós podemos nos tornar uma delas.
(Resenha escrita em 08/2015)