Bellini e o Labirinto

Bellini e o Labirinto Tony Bellotto




Resenhas - Bellini e o Labirinto


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S. S.Vergilio 26/03/2023

Bellini Clássico, porém hesitante
Ótima história do detetive paulistano, porém com ritmo ligeiramente mais hesitante que as anteriores e narrativa bem mais confusa. A trilha musical, como de praxe, compensa muito.
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Sonia 22/01/2021

Romance policial do detetive Bellini. Achei que se perdeu um pouco no meio da narrativa, mas o final me surpreendeu.
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Fabio Shiva 08/02/2019

Expectativas
Ler este livro me fez refletir sobre como tudo na vida é relativo e que tudo depende da referência. Um corpo pode ser considerado parado ou em movimento ao ser comparado a outro cuja velocidade seja a mesma ou diferente da sua. Consideramos algo bom ou ruim sempre em comparação com alguma referência anterior do que seja “bom” ou “ruim”. E também somos muito influenciados em nossos julgamentos pela expectativa que criamos a respeito de cada pequena coisa submetida aos nossos sentidos.

Há alguns anos li “BR 163” do Tony Bellotto e fiquei embasbacado com a qualidade do livro. Confira na resenha:
http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2011/10/br-163-tony-bellotto.html
Gostei tanto que tempos depois li novamente, o que me fez apreciar ainda mais a prosa de Bellotto:
http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2012/07/br-163-tony-bellotto-segunda-leitura.html

É claro que fiquei com muita vontade de ler os livros com o detetive Bellini, que já renderam inclusive duas adaptações para o cinema (https://youtu.be/7uVLzz0wkAk).

Pois então. Graças ao P.U.L.A. (Passe Um Livro Adiante), esse “Bellini e o Labirinto”, o quarto (e até o momento o último) livro da série, veio parar em minhas felizes mãos. Nem preciso dizer que a leitura foi cercada de grandes expectativas. Se não foi uma completa decepção, contudo, a leitura trouxe um sentimento de insatisfação, de incompletude. Tudo por culpa da comparação com o genial “BR 163”!

Aqui a narrativa é ágil, estruturada em capítulos curtos, que fazem a história fluir com um bom ritmo. Mas não se compara com a batida frenética de “BR 163”, cuja narrativa chega a ser asfixiante de tão seca!

Creio que não gostei sobretudo do personagem Bellini ou, melhor dizendo, da visão de mundo que é passada através dos olhos de Bellini. Não gostei nada mesmo dos laivos de racismo disfarçado de “humor” e “ironia”. A narrativa de Tony Bellotto tem méritos de sobra para prescindir desses recursos.

Mas novamente tenho a sensação de que a leitura de “Bellini e o Labirinto” foi muito prejudicada pela expectativa gerada por “BR 163”. Na obra escrita em 2001, captei a visão de um escritor maduro, capaz de nuances de sensibilidade em meio às amarguras e brutalidades da vida. Já nessa obra mais recente, de 2014, a impressão que tive foi a de um espírito ainda adolescente, embora certamente talentoso, ainda imaturamente apegado a certos valores e preconceitos da “turma”.

Mesmo não gostando tanto, certamente me diverti e, o mais importante, aprendi muito com essa leitura.

E viva a Literatura Brasileira!


https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2019/02/bellini-e-o-labirinto-tony-bellotto.html



site: https://www.facebook.com/sincronicidio
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Luis 21/04/2015

Sertanejo blues
Os anos 90 foram fundamentais na consolidação do romance policial brasileiro. Basta lembrarmos que, em 1996, Luiz Alfredo Garcia Roza estreava com “ O Silêncio da chuva”, ganhador do Jabuti, introduzindo um dos personagens sínteses do gênero, o Delegado Espinoza, titular da 12º DP, em Copacabana. Um pouco antes, em 1995, nascia uma outra figura que, ao lado de Espinoza, seria um dos pilares desse novo filão da ficção nacional : o detetive paulistano Remo Bellini, criação do guitarrista dos Titãs, Tony Belloto, que então se aventurava pela primeira vez como autor.
Passados quase 20 anos de sua aparição, e já com o policial fixado nas nossas hostes literárias, Belloto lança “Bellini e o Labirinto” (Companhia das Letras, 2014), a quarta aventura do personagem, que foi vivido nos cinemas por Fábio Assunção.
A primeira característica que chama a atenção no livro é o link permanente entre a trama e o mundo da música. Nada a estranhar em se tratando do autor ser uma das personalidades do Brock, mas, para quem já leu os outros títulos de Belloto, embora a música, e em especial o blues, seja forte elemento de referência dos romances, não havia ainda sido explorada como um dos ingredientes principais. Em “Bellini e o Labirinto”, o titã constrói o enredo em cima da crescente onda da nova face da música sertaneja, aquela representada pelas duplas e artistas milionários oriundos principalmente de Goiânia, a meca desse gênero musical.
A história gira em torno do sequestro de Brandãozinho, o solteiro bon vivant, que faz uma dupla de sucesso com o irmão. O sumiço do cantor, visto pela última vez próximo a um bordel de beira de estrada, é o mote para que Bellini, a pretexto de ajudar nas negociações, se mude temporariamente para a capital de Goiás, onde se envolve em uma aventura rocambolesca que mistura policiais corruptos, extorsões, femmes fatales (encarnadas na personagem Marianne, mais uma referência musical), violas sertanejadas misturadas a sintetizadores e o mais puro e original blues, saindo do velho discman do detetive.
O Labirinto do título, refere-se não só à espiral de acontecimentos desencadeados pelo sequestro, mas também à lembrança do terrível acidente com o Césio 137, ocorrido na cidade em 1987, culminando com a morte de 4 pessoas e a contaminação de centenas. É o cenário reservado ao ápice do romance.
Apesar de repleto de qualidades, “Bellini e o labirinto” não repete o entusiasmo da obra inaugural “Bellini e a esfinge”, obra que acabei lendo quase de uma vez só, durante uma viagem de carro de São Paulo para o Rio, em 2003, e que rendeu um ótimo filme dirigido por Roberto Santucci, em 2001. De qualquer forma, é mais um passo no caminho natural da consagração de Tony Belloto como um dos nomes seminais da moderna literatura brasileira. Inclusive, é curioso constatar que atualmente o artista parece muito mais associado ao mundo das letras (além de escritor, apresenta o programa “Afinando a língua”, no canal Futura) do que ao da música, onde ganhou projeção inicial.
Remo Bellini, com suas reflexões blueseiras, embaladas pela irradiação em um velho três e um e no seu inseparável discman, não nos deixa mentir.
P S : Esse livro foi um dos presentes que recebi do amigo recifense Arsenio Meira, a quem dedico esse texto. Forte abraço, Arsenio.

Arsenio Meira 21/04/2015minha estante
Amigo,
Um texto seu já é, por si, um presente para os leitores (acredite nisso!); com dedicatória, então, nem se fala. Já coloquei no meu arquivo de textos especiais, e no lado esquerdo do peito. Com a assinatura do amigo carioca Luis Eduardo Souza Costa. Obrigado, Luis. Forte Abraço




Nádia 04/03/2015

Saudades de Remo Bellini
Bellini mostra sinais claros de que está ficando velho, mas quem disse que perdemos os encantos com a idade? É sempre um grande prazer estar em sua companhia... Tony Bellotto escreve muito bem, deveria se mais apreciado. Sempre que o leio me envolvo completamente, chego a salivar de vontade de tomar uma cerveja com Bellini.
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Literatura Policial 05/11/2014

Resenha: Bellini e o labirinto, de Tony Bellotto
ELE VOLTOU Após 25 anos de investigações, Remo Bellini continua ácido, mulherengo, duro, beberrão e musical. Amante incondicional do blues, ainda mergulha com a mesma voracidade nos acordes de John Lee Hooker e nos gemidos melódicos de Janis Joplin, mesmo que a memória já não seja das melhores. De volta às prateleiras em agosto deste ano, ele reaparece em Bellini e o labirinto, o quarto romance da já conhecida série policial de Tony Bellotto.

Dessa vez, a história acontece principalmente entre as cidades de Goiânia e São Paulo. A (ex) Terra da Garoa ainda é o ninho do detetive, mesmo que ele mantenha a mesma vida solitária, emocionalmente instável e sem grandes perspectivas de um futuro promissor. Contratado para intermediar o sequestro de um cantor famoso, Bellini viaja até Goiânia para tentar salvar Brandão, segunda voz da dupla sertaneja Marlon & Brandão. Mas nada pode prepará-lo para o imprevisível: o cantor é morto durante a operação de resgate (e isso não é spoiler não! a informação faz parte da sinopse oficial), num desfecho que se apresenta como uma bela de uma armadilha montada especialmente para ele. A partir daí, todas as ações transformam-se, direta ou indiretamente, em peças do quebra-cabeças que explicará no final a morte de Brandão e o envolvimento involuntário de Bellini no sequestro de Goiânia.

Leia a resenha completa no literaturapolicial.com

site: http://literaturapolicial.com/2014/11/04/resenha-bellini-voltou/
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Bruno T. 19/10/2014

No gênero, muito bom
Mesmo tendo conhecimento, há anos, da existência dos livros do Tony Bellotto, em particular os dedicados ao detetive Bellini, eu nunca havia me interessado em adquiri-los, possivelmente por algum tipo de preconceito contra autores brasileiros de romances policiais.
Finalmente, entusiasmado pelos livros de Camilleri e de seu inspetor Montalbano (afinal, se um autor italiano escreve bons livros policiais, por quê um brasileiro não pode fazê-lo?), resolvi encarar as quatro aventuras de Remo Bellini.
Pela Estante Virtual comprei os três primeiros livros, que li em poucos dias, e, logo em seguida, adquiri o recém-lançado "Bellini e o labirinto".
Não me arrependo: Bellotto escreve bem e conseguiu criar uma personagem muito interessante e divertida, protagonizando histórias bem elaboradas e fáceis de ler.
O último livro da série, este "Bellini e o labirinto", ao contrário dos anteriores, desenvolve grande parte de sua trama em Goiânia (e não em São Paulo) e, em suas 280 páginas, prende sempre a atenção do leitor.
Pelo desfecho do livro, não dá para ter certeza se novas aventuras virão: afinal, Bellini já e um cinquentão e Dora Lobo, a ex-chefe, já não trabalha mais. Espero estar enganado e torço para que Bellotto, entre um show e outro dos Titãs, possa criar novas histórias protagonizadas por Remo Bellini.
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vortexcultural 18/09/2014

Bellini e o Labirinto - Tony Bellotto
Por Thiago Augusto Corrêa

O titânico Tony Bellotto iniciou sua carreira literária em 1995 com um romance policial que originou a personagem Remo Bellini, um improvável investigador particular residente na cidade de São Paulo, ouvinte voraz de blues e como uma espécie de requisito exigido pelo gênero um homem incompreendido e desejado por diversas mulheres.

Três de seus oito romances apresentam o detetive Bellini. Uma dedicação comum aos escritores da narrativa policial que escolhem uma personagem-chave para suas histórias e, romance após romance, aprofundam suas dimensões, ampliam o universo que os envolve, não raro apresentando visões diferentes de pressupostos que o leitor imaginava imutáveis.

Distante de seu personagem há mais de cinco anos, Bellotto foi convidado para escrever um roteiro de duas histórias em quadrinhos para o álbum Bellini e o Corvo, um projeto a ser lançado pela Quadrinhos da Cia, selo da Companhia das Letras, responsável pela edição de sua obra. Em textos publicados no blog da editora, foi este o estímulo que o impulsionou a retornar ao universo da personagem, como se reencontrasse um velho amigo. Motivação suficiente para elaborar um novo romance.

Neste hiato entre um Bellini e outro, o autor escreveu dois romances oscilantes fora do âmbito policial. Mesmo distante deste universo, a ironia da personagem e o estilo narrativo pareciam vazar para estes outros livros, como se não houvesse limitação aparente ou um apuro consciente que produzissem vozes diferenciadas a cada romance.

Bellini e o Labirinto demonstra a evolução narrativa de Bellotto, que finalmente entrega um romance bem executado tanto em sua estrutura policial quanto na narrativa madura e equilibrada. Além de uma história investigativa, a trama utiliza-se de uma vertente comum nas sequências policiais, a de introduzir o próprio detetive como elemento da investigação, não sendo mais o policial um ser à parte que produz luz em acontecimentos de maneira imparcial. Ao dividir o foco entre a investigação padrão e o drama da personagem, a história duplica de intensidade.

Na trama, Bellini viaja até Goiânia para investigar o desaparecimento de um famoso cantor sertanejo, mas, conforme adentra as investigações, descobre que nem tudo parece óbvio, algo que toda boa narrativa policial carrega em suas linhas.

Bellini se tornou um personagem mais crível e coerente. Se antigamente sua erudição destoava de um estilo que se pretendia mais próximo da oralidade mas que se revelava sem muito arrojo, o amadurecimento notável da prosa do autor foi suficiente para equilibrar os elementos internos da personagem divagações eruditas sobre mitologia, música e a vida em si e o refinamento narrativo, que ainda mantém a intenção da linguagem coloquial mas que produz uma estabilidade que nenhuma de suas obras anteriores foi capaz.

Aos quarenta anos de idade, a personagem de Bellini, também narrador em primeira pessoa da trama, permanece estagnada. Mora na mesma kitnet das histórias anteriores, ganha o suficiente para sobreviver e faz da música a paixão e objeto de fuga. Sem perder a ironia, sua devastação tem maior reflexo na maturidade natural da idade, que parece ter alinhado melhor as vozes narrativas citadas dentro do texto.

Dividido em capítulos curtos que cercam os eventos de maneira pontual, o romance foi bem construído entre as filosofias da personagem e a ação da obra em si. O estilo irônico do autor está apurado, mantendo a erudição, sem que isso retire a característica de sua prosa rápida sustentada pela fluidez. Destaca-se também o gosto pela utilização de nomes estranhos que causam desconforto no leitor. Alcunhas vindas de palavras estrangeiras e traduzidas em incômodas grafias abrasileiradas demonstram a tonalidade canhestra de que esta história e seus personagens são autenticamente brasileiros (uma das personagem do enredo chama-se Riboquinha, nome originado a partir da marca de tênis Reebok).

Como um bom romance policial que, até então, fora somente sugerido ou emulado nas obras anteriores, Bellotto insere camadas profundas na história, consciente de que imergirão mais à frente na narrativa com maior potência, conduzindo um ato final espetacular entre o desfecho da investigação, recursos narrativos externos e reflexões inerentes da personagem central.

Dentro de um labirinto narrativo, esta obra parece o início de uma nova fase, claramente mais madura, do autor, ciente das tensões necessárias para compor um bom romance. Após diversas histórias entre altos e baixos, Bellini e o Labirinto situa-se em seu melhor, ainda que seja cedo demais para batizar esta obra de provável Cabeça Dinossauro em referência aos álbuns dos Titãs de sua carreira literária.

site: http://www.vortexcultural.com.br/literatura/resenha-bellini-e-o-labirinto-tony-bellotto/
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