LAPLACE 15/09/2015Um Funeral na Grécia - Maria Luiza BortoniO livro é dividido em duas partes, na primeira acompanhamos o roubo de um diamante e o funeral da avó da protagonista, e na segunda o que vem após isso, cerca de um ano depois. A autora faz uma boa ambientação ao decorrer da narrativa, descrevendo as regiões onde se passam a história.
Embora o funeral seja algo marcante na trama - principalmente porque ele é a chave para tudo -, a história gira mesmo em torno do roubo de um diamante no Brasil que é levado para a Grécia pelos ladrões. Valéria, a protagonista, tem o azar desse incidente cruzar seu caminho.
O livro é ambicioso, a autora criou vilões espertos, mas que me decepcionaram na segunda parte da trama. Com exceção de um deles, os outros dois não pareciam os mesmos após o tempo que passou. Talvez pelas dificuldades que enfrentaram, a nova realidade que viviam, especialmente a mulher. Ela me parecia bastante astuta no começo, me surpreendi com a forma em que a encontramos na segunda parte da obra.
O que realmente me incomodou foi o romance do livro. Achei meio forçado e surreal. Valéria se apaixonou por Sócrates, ok, amor a primeira vista acontece. Como ele namorava Ana - prima da protagonista -, ela nada tentou. Sócrates pode também ter se apaixonado por Valéria ao primeiro contato, não lembro se isso é mencionado no texto, pelo que lembro não foi.
A questão é que Sócrates e Valéria se viram brevemente enquanto ela estava na Grécia (e foi um período bem breve mesmo), então ela volta para o Brasil, os dois passam um ano e meio sem contato nenhum, e de repente Sócrates larga a namorada na Grécia e vem para o Brasil para impedir que Valéria se case com outro homem, pois ele a ama. Ele veio a trabalho também, mas providenciou de correr atrás da Valéria para impedir o casamento.
Pelo que da a entender no texto, Sócrates e Ana ainda estavam juntos e ele terminou o namoro para ficar com Valéria, porque quando Valéria fala com Sofia ela conta que Sócrates namora a prima, e pela fala de Sofia temos a confirmação de que nada mudou. Também o relacionamento de Sócrates e Ana nunca pareceu ter problemas, em nenhum momento da narrativa é mencionado que eles não se gostam, não se dão bem, ou qualquer coisa do tipo.
Foi isso que me desagradou, como Sócrates largou a namorada com quem parecia ter um bom relacionamento, por uma mulher que viu por uns 2 ou 3 dias e passou mais de um ano sem ter notícia nenhuma dela.
Também Sócrates e Valéria parecem cair para segundo plano na segunda parte do livro. Isso, na verdade, meio que me agradou, gostei da trama da Chiquita. Ela teve muito enfoque e eu a considero a verdadeira protagonista da segunda etapa da obra. Sócrates e Valéria voltaram para fechar o arco da primeira parte, eu sei, mas pela pequena participação que têm, parece que foi apenas para adicionar o final feliz.
o livro tem páginas amareladas e a leitura flui, não é cansativa.